Trabalho sobre o O ESQUADRO E O COMPASSO
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INTRODUÇÃO
Muitas são as tentações que seduzem e entorpecem a alma do homem que, hipnotizado pelas ilusões e fantasias do mundo profano, acaba fazendo com que ele, na sua caminhada cheia de desafios, aventuras, surpresas e revelações, se sinta perdido em relação ao contato com o essencial e o sagrado.
Segundo a tradição hindu, a caminhada existencial é composta de duas fases onde a primeira metade é voltada para as realizações do ego e, na segunda metade pode haver um despertar que coloca a alma em um caminho voltado para o lado mais espiritual.
Quando o homem, após percorrer a primeira metade da sua caminhada existencial, alcança a chamada meia idade, ele entra em processo de crise existencial e atravessa aquilo que os analistas junguianos chamam de “metanóia”, cujo seu significado é “conversão”. Nesta segunda adolescência da alma, o ser humano percebe que os valores materiais não podem mais sustentar sua caminhada existencial transformando em uma fase de profunda busca espiritual.
É nesse exato momento que o homem se depara com a Maçonaria, com seus símbolos e segredos, onde os iniciados são apresentados a toda Ciência e Sabedoria. Todos os símbolos maçônicos ligam-se, de alguma forma, ao que os antigos já tinham como segredo em tempos imemoriais.
Trataremos agora de dois símbolos que, se perguntado a qualquer maçom, ele afirmará, com convicção, que são os dois que melhor representam a instituição maçônica e que, com uma grande possibilidade, sejam os mais antigos de todos os símbolos, também: o Compasso e o Esquadro.
O COMPASSO
O compasso é um instrumento utilizado para desenhar arcos de circunferência. É composto de duas hastes articuladas numa extremidade e, historicamente falando, foi inventado por Leonardo da Vinci.
Compasso vem do latim compassare (cum + passus), significando medir com passos. Para o pedreiro, o compasso era muito mais um instrumento para medir do que para traçar círculos. Tanto assim que o compasso maçônico tem as pontas secas.
Na Geometria, o compasso é destinado a medições, a traçar circunferências, arcos, etc., ou tirar medidas. Também serve para marcar um segmento numa reta com comprimento igual a outro segmento dado.
Na Equitação, o compasso é a cadência ou regularidade dos passos do cavalo. Na Música, é uma medida rítmica e métrica.
Na Astronomia, Compasso é uma constelação austral, onde sua estrela mais brilhante tem uma magnitude de 3,4. Está situada entre as constelações de Centauro e o triângulo austral.
Na Maçonaria, o Compasso é considerado como símbolo da espiritualidade e do conhecimento humano e sua posição, sobre o Livro da Lei, varia conforme o Grau ritualístico.
No Grau de Aprendiz, ele se situa abaixo do esquadro, indicando que existe, por enquanto, predominância da matéria sobre o espírito e sua abertura indica o nível de conhecimento humano, limitando-se, no máximo, a 90 graus, simbolicamente falando, representa apenas um quarto do conhecimento.
Sua Simbologia é muito ampla e variada, onde podemos entendê-lo como Símbolo da Justiça, com a qual devam ser medidos os atos humanos. Essa representação nos ensina o princípio e o fim de nossos direitos.
Como ação, figura a dualidade de suas hastes e a união destas na sua junção. É nisto que se exprime um dos mais sublimes preceitos maçônicos: o da união, da harmonia, o do amor entre os maçons.
Simboliza, também, a exatidão da pesquisa e ainda pode ser visto como Símbolo da imparcialidade e infalibilidade de DEUS.
O ESQUADRO
O esquadro é um instrumento de desenho que pode ser utilizado para fazer linhas retas verticais com apoio de uma régua (paralela ou T) e para formar ângulos principais como 30º, 45º, 60º, 90º, e combinações de ângulos utilizando-se dois esquadros. Mas a principal função do esquadro é a transferência de ângulos.
Esquadro vem do latim exquadrare (ex + quadrare), esquadrar, isto é colocar ou serrar em ângulo reto.
Como exemplo prático, o esquadro permite transferir determinado ângulo das rosa de ventos e plotá-lo em outro ponto numa carta náutica.
Existe dois tipos de esquadros básicos: Um com formato de triângulo retângulo isósceles de 45º-45º-90º e outro com formato de um triângulo retângulo escaleno de 30º-60º-90º. Dependendo da função desejada, o esquadro pode variar de tamanho e pode ter ou não escala. Existe também, um esquadro que é adaptável com um transferidor que permite se fazer qualquer ângulo.
Historicamente, o primeiro povo a utilizar o esquadro foi o egípcio, tendo em vista que as pirâmides são compostas de pedras perfeitamente esquadrejadas e suas bases identicamente esquadrejadas com perfeição. Eles descobriram que, ao se utilizarem de uma corda marcada em intervalos iguais e tomando-se as medidas 3, 4 e 5 para os lados de um triângulo, obtinham um triângulo retângulo, onde os catetos menores eram os lados de 3 e 4 unidades e a hipotenusa o lado maior.
Com base nessas medidas, eles confeccionavam triângulos de madeiras com forma parecida com esquadros atuais, utilizando-os para manter a perfeição das suas construções.
Na simbologia Maçônica, o esquadro representa o bom senso, o respeito pela lei divina, o espírito de justiça, o reconhecimento de que cada coisa tem o seu tamanho e o seu lugar na geometria cósmica. O homem deve regular as suas ações dentro de um princípio ético e espiritual.
O ESQUADRO E O COMPASSO
No simbolismo maçônico, esses dois instrumentos estão sempre associados. O Esquadro é um instrumento cuja propriedade é tornar os corpos quadrados. O Esquadro pendurado no cordão do
Venerável significa que sua vontade é a dos estatutos da Ordem e que ela só deve agir de uma maneira: a do bem. Ele simboliza a matéria e o equilíbrio resultante da união do ativo com o passivo.
O Compasso é um dos instrumentos que o homem inventou depois de ter adquirido a noção de círculo. Serve não só para traçar círculos, como também para tomar e transferir medidas. Como é o símbolo do espírito, ao descrever círculos, cujo centro indica nitidamente, os raios e o diâmetro, intelectualmente falando, descrevem a imagem do pensamento nos diversos círculos percorridos.
Nenhuma Loja Maçônica regular executa seus trabalhos sem que o Compasso e o Esquadro figurem expostos sobre o livro da Lei.
Podemos apresentar muitas alegorias com relação a esses dois instrumentos, pois, seu significado nas palavras é um e no sentido é outro. Na Maçonaria eles representam o conhecido e o desconhecido.
O significado simbólico de ambos remonta ao tempo dos maçons operativos. O Esquadro de Baal, datado de 1507, traz uma inscrição:
Eu buscarei viver Com amor e carinho Sobre o nível
E pelo esquadro
Assim, desde cedo, o esquadro evocava a honestidade, o direito e um modo de vida decente. Com relação ao compasso, na Abadia de Salisbury, na Inglaterra, foi encontrada uma inscrição tão antiga quanto à do esquadro de Baal:
Como o compasso gira sem se desviar da circunferência, assim sem a vida, a verdade e a lealdade jamais se desviam.
Enquanto o compasso é um símbolo espiritual, imaterial, posto que representa o triângulo com o vértice para cima, o esquadro é a união do céu com a Terra, do espiritual com o material, da consciência subjetiva com a consciência objetiva, do o estado de êxtase com o estado de razão, dos olhos da alma com os olhos da carne.
O triângulo apontado para baixo no «Selo de Salomão», representado analogamente pelo esquadro no simbolismo maçônico, exorta-o à busca incessante do conhecimento, do uso inflexível da razão.
Com o compasso, a luz ganha forma, transforma-se em matéria, torna-se o homem, mas é com o esquadro que ele cresce. A união de ambos realiza a criação.
Na ordem geral das coisas, a união do triângulo superior com o inferior cria as formas, realiza a natureza. No plano microcósmico, ou seja, no homem, a união do compasso com o esquadro dá-lhe a divindade. É como lemos no evangelho de São João, capítulo 5, versículo 26: Porque como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo.
No grau de Aprendiz, as pontas do compasso estão sob o esquadro, significando que o neófito não tem consciência plena de todas as suas capacidades. Sua ação intelectual está ainda inibida por uma predominância dos instintos animais, que ele vai trabalhando e equilibrando na medida da sua evolução. Eis o porquê da abeta de seu avental branco estar desdobrada. Deste modo, ela tampa o ponto de energia epigástrica, onde os instintos animais estão concentrados, onde depositamos os alimentos que ingerimos, até que a digestão mecânica e química os venha tratar.
Em suma, o esquadro e o compasso representarão um triplo símbolo, com três significados: o material, que expressa uma utilidade; o filosófico, que expressa uma idéia e o metafísico, que expressa um conceito esotérico.
CONCLUSÃO
É prudente o maçom que obra preocupado tanto com o mundo perceptível pelo intelecto, o mundo das formas, quanto com o supra-mundo, perceptível apenas através da alma. É no primeiro que ele encontrará os instrumentos físicos para sua evolução.
O conhecimento da verdade nos liberta da ilusão. Os fantasmas do medo, do fanatismo, da fé cega, da superstição, são afastados pela sabedoria.
O iniciado não se deve deixar levar pelo entusiasmo, mas, ao contrário, deve meditar cuidadosamente acerca das novas idéias.
O HOMEM NÃO sabe nada, mas é convidado a tudo conhecer. Não é prudente limitar o conhecimento, desde que este seja buscado de forma honesta e aplicado de maneira útil.
A recepção da Luz é o ponto culminante da iniciação maçônica, tendo como objetivo maior relação que une o Homem a Deus.
Ao encararmos a luz, nossos olhos se ofuscam, mas, com o passar do tempo, nossas retinas habituam-se a contemplá-la, e ficamos livres dos grilhões da ignorância, das marcas da superstição.
Procedendo assim, o homem chega a ter a impressão de, um dia, ter falado aos seus ouvidos a própria serpente do éden, que de uma maneira enigmática, repete-lhe a velha frase: sereis como deuses, conhecedores do bem e o mal.
O verdadeiro maçom é aquele traça seu mapa existencial com respeito às medidas e proporções da geometria divina, usando o esquadro da materialidade com harmonia e o compasso do espírito com sabedoria.
A jornada da alma tem como objetivo principal a abertura do compasso espiritual no esquadro da matéria compondo assim, configurações geométricas alinhadas aos ciclos cósmicos e afinadas às proporções traçadas pelo “Grande Arquiteto do Universo”.
O mergulho da alma no espaço-tempo precisa ser orientado para que as medidas e proporções criadas pela sabedoria divina não sejam alteradas pela ignorância daqueles que não querem abrir seus compassos mentais e espirituais.
Referências Bibliografias
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A∴R∴L∴S∴ Templo de David II nº 1918, Rio de Janeiro – RJ - Disponível em
www.lojasmaconicas.com.br/artigo2/dmo.htm
2. Peça de Arquitetura de autoria do Ir∴ Mauro Augusto Boschetti “Esquadro e Compasso” – Outubro de 2005 E∴V∴
A∴R∴L∴S∴ União e Justiça nº 1286, Ourinhos – SP
3. RITUAL DO APRENDIZ MAÇOM. Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo: Companygraf, 2005, 116 p.
4. Artigo de autoria do Dr. Antonio Ricardo Nahas “Geometria Sagrada: O Esquadro e o Compasso na Simbologia Maçoônica”– Disponível em http://www.intirp.com.br/artigos2.asp 5. Esquadro e Compasso – Wikipédia – Enciclopédia – Disponível em http://pt.wikipedia.org/
6. Peça de Arquitetura de autoria do M∴M∴ Pedro Juchem “As Três Grandes Luzes” A∴R∴L∴S∴ Venâncio Aires II nº 2369, Venâncio Aires – RS
7. Artigo de autoria de Jose Carlos Ferro “O Esquadro e o Compasso” - Retirado do Livro dos Dias - Disponível em
http://www.perfeitauniao.org/oficina/2000/o_esquadro_e_o_compasso.htm
8. Peça de Arquitetura de autoria do Apr∴M∴ Fábio Sérgio do Amaral “O Quadro do Aprendiz” – Dezembro 2001 E∴∴∴∴V∴∴∴∴
A∴R∴L∴S∴ Theobaldo Varoli Filho nº 2699, São Paulo - SP - Disponível em
www.tvaroli.com.br/quadro_aprendiz.htm
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