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TERMO DE COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

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TERMO DE COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

Inquérito Civil n.

003/2012

Simp n.

000742-022/2012

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO,

representado pela Dra. Janine Barros Lopes, Promotora de Justiça Titular da 1ª Promotoria de Justiça Cível de Diamantino-MT, ora denominado COMPROMISSÁRIO, e de outro lado a Adair José Alves Moreira, Prefeito Municipal de Alto Paraguai\MT a

Secretaria Municipal de Saúde e VISA de Alto Paraguai/MT, representada pela

Secretária Tânia Regina Siqueira e Claudenor Santiago Oliveira, Comercial Capão

Verde, representado por Tárcia Alves da Silva, denominada COMPROMITENTE,

firmam o presente TERMO DE COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA, conforme cláusulas a seguir:

CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do

Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas, sendo de relevância pública as ações e serviços de saúde (arts. 196 e 197 d CF/88);

CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério

Público zelar pelo efetivo respeito dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, em especial os relativos à saúde, promovendo as medidas necessárias à sua garantia (art. 129, II, da CF/88);

CONSIDERANDO que os artigos 2.º, 3.º, da Lei n. 8.080/90,

dispõe que a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a educação, o transporte, o lazer e o acesso a bens e serviços essenciais;

CONSIDERANDO que o artigo 8º, da Lei n. 8.078/90 (Código

de Defesa do Consumidor), determina que “os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores”;

CONSIDERANDO que o consumo de carne em condições

inadequadas pode levar a população a contrair doenças como a brucelose, tuberculose e neurocisticercose, entre outras, podendo inclusive levar à morte;

CONSIDERANDO que a Lei Federal n.º 1.283/50, estabelece em

seu artigo 1.º, “a obrigatoriedade da prévia fiscalização sob o ponto de vista industrial e sanitário de todos os produtos de origem animal, comestíveis ou não comestíveis”, e determina ainda que estão sujeitos a tal fiscalização os “os estabelecimentos industriais especializados, propriedades rurais e com instalações adequadas para a matança de animais e o seu preparo ou industrialização, sob

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qualquer forma para o consumo”, “animais destinados à matança, seus produtos e subprodutos e matérias primas” e “casas atacadistas e nos estabelecimentos varejistas” (artigo 2º);

CONSIDERANDO o contido na Portaria de n. 326 de 30 de

julho de 1997, que dispõe sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas produção/industrialização, fracionamento, armazenamento e transportes de alimentos industrializados, sem prejuízo do cumprimento de outros regulamentos específicos (item 2, segunda parte);

CONSIDERANDO o disposto nos arts. 29 a 49 da Lei Municipal

de n. 239/2009, que dispõe sobre a instituição do Serviço de Inspeção Municipal de Alto Paraguai/MT nos Produtos de Origem Animal e Vegetal - SIM (estabelecimentos, pessoal, rotulagem, transporte, trânsito e outras obrigações);

CONSIDERANDO que a fiscalização de alimentos inclui-se

entre os campos em que se exercerá a ação da vigilância sanitária, competindo à direção municipal do Sistema Único de Saúde executar serviços de vigilância sanitána (art. 18, IV, b e c, da Lei n. 8.080/90)1,

CONSIDERANDO as informações registradas no presente

Inquérito Civil, onde foi constata a comercialização de forma inadequada de carnes em estabelecimentos comerciais de Alto Paraguai/MT;

Resolvem firmar o presente TERMO DE COMPROMISSO DE

AJUSTAMENTO DE CONDUTA, a reger-se pelas seguintes disposições:

CLÁUSULA PRIMEIRA - O compromitente reconhece a

procedência do Inquérito Civil instaurado pela Ministério Público do Estado de Mato Grosso, através da 1ª Promotoria de Justiça Cível de Diamantino/MT, que apura o abate e a comercialização irregular de carne de bovinos e suínos no Município de Alto Paraguai/MT.

CLÁUSULA SEGUNDA:

O compromitente ao final assinado, proprietário de açougues, frigoríficos e estabelecimentos congêneres deste Município (fornecedores de carne bovina, suína, peixes e derivados) obriga-se a somente comprar, vender, utilizar como insumo, armazenar carne e seus derivados, submetida a prévia inspeção sanitária e provinda de matadouros e frigoríficos devidamente registrados nos órgãos competentes, contendo as marcas e os carimbos oficiais e de rotulagem de identificação da origem, devidamente embalados e identificados, acompanhados de nota fiscal com a confirmação da procedência.

1. Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete: (…) IV - executar serviços: (…) b)

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CLÁUSULA TERCEIRA:

O compromitente deverá somente receber dos matadouros e

frigoríficos, carne COM TEMPERATURA DE ATÉ 7 (SETE) GRAUS CENTÍGRADOS,

as quais deverão ser armazenadas e conservadas em câmaras frigoríficas ou freezers, e expostas à venda em balcão frigorificado, preservando a temperatura adequada, que deve ser periodicamente controlada e registrada, sendo que os equipamentos deverão estar em bom estado de conservação e funcionamento;

CLÁUSULA QUARTA:

O proprietário do estabelecimento comercial subscritor do presente, se compromete a cumprir a legislação referente à produção, industrialização, fracionamento, armazenamento, transportes e comercialização de carnes, sem prejuízo das seguintes adequações:

01) Teto forrado;

02) Paredes revestidas com tinta acrílica lavável ou azulejo de cor branca;

03) Piso de cor clara, em bom estado de conservação, resistente e antiderrapante;

04) Ralos e grelhas com dispositivos para fechamento; 05) Janelas e portas teladas;

06) Ventilação e iluminação suficientes;

07) Nunca usar mesas, armários, bancadas, equipamentos ou utensílios de madeira, somente em inox;

08) A carne deve ser exposta em balcão frigorífico, penduradas em ganchos de alumínio ou inox, a uma temperatura de 7º C ou menos, no interior da peça. As carnes só podem ser armazenadas em freezers ou câmaras frias, em bom estado de conservação e limpeza;

09) As hastes de suporte devem ser de alumínio ou inox (material que não enferruja), nunca em madeira;

10) A fiação deve estar embutida ou em caneletas íntegras; 11) O estabelecimento deve ser abastecido com água corrente e potável e dotado de rede de esgoto ou fossa séptica;

12) Caixas d’água com tampa que devem ser lavadas pelo menos a cada seis meses, com registro em planilha de data de lavagem, produto utilizado e nome do profissional;

13) Os funcionários devem usar jaleco ou camiseta, calça, avental, sapato fechado, touca ou gorro (de preferência) ou boné (que seja parte do uniforme de trabalho e de cor branca); se usar boné, manter os cabelos curtos e limpos; 14) As mãos devem ser lavadas, em pias específicas e dotadas de produtos apropriados, sempre que o manipulador chegar para o trabalho, após usar o banheiro

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e sempre que mudar de atividade;

15) Os sanitários dos funcionários não podem estar dentro da área de comercialização. Devem possuir vestiário com armário (ou, a depender do espaço, somente um armário) para guardar os objetos pessoais. Dispor de papel higiênico, sabonete líquido, papel toalha e lixeira com tampa e pedal e saco para acondicionar o lixo, que necessita ser retirado regularmente, evitando o transbordamento;

16) A carcaça deve ser recepcionada e acondicionada em freezer ou câmara frigorífica até que vá para a desossa, que deve ser feita por funcionário usando luva apropriada;

17) A carne deve ser embalada em plástico tipo filme e colocada em sacolas brancas de material não reciclado apenas para transporte;

18) É proibida a presença de animais (cães, gatos, ratos, pássaros) e insetos (moscas, aranhas, baratas);

19) O lixo deve ser acondicionado em baldes com tampa e sacos plásticos resistentes. Devem ser retirados com frequência para evitar que transbordem. O lixo retirado da unidade deve ser levado para fora e guardado em sacos resistentes bem amarrados dentro de tonéis ou contêineres para aguardar a coleta pública. Jamais poderá ficar exposto, possibilitando que animais rasguem os sacos e espalhem o lixo;

20) Os utensílios devem estar limpos, em bom estado de conservação e guardados em armários;

21) Os refrigeradores devem ser bem conservados, lavados semanalmente ou sempre que se sujarem e nunca devem ser desligados, a menos que estejam vazios;

22) Realizar dedetização com empresa credenciada que emita certificado de garantia, constando os dados da empresa, endereço, responsável técnico, data da aplicação, produto aplicado (diluição), antídoto, data de validade e responsável pela aplicação;

23) Os funcionários que trabalhem na manipulação de alimentos deverão ter uma higiene pessoal esmerada, mantendo as unhas curtas e limpas, sem esmalte ou base; 24) É proibido fumar ou usar rapé dentro da área de comercialização. Assim como, manipular dinheiro ao mesmo tempo em que manipula a carne. Imediatamente após fumar (fora da área do comércio) ou manipular dinheiro, o funcionário deve lavar as mãos, escovar as unhas e secar;

25) Retirar todo o entulho ou material em desuso que estiver no estabelecimento. Os rodos, vassouras, panos de chão, baldes, utensílios e materiais de limpeza devem ser

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guardados em local separado. Jamais deixar os produtos de limpeza em contato com os equipamentos ou próximos das carnes. Sempre usar produtos registrados no Ministério da Saúde;

26) O estabelecimento deve ter rotina de limpeza;

27) Na unidade, o chão e as bancadas devem ser lavados diariamente ainda durante o expediente; e, no final do expediente, deve-se lavar o chão, as bancadas e as paredes. O teto e o interior dos armários devem ser lavados semanalmente ou sempre que necessários;

28) As caixas de papelão devem ser dispensadas e retiradas imediatamente da unidade;

29) O funcionário responsável pela coleta do lixo deve lavar as mãos após o manuseio do lixo e ter cuidado para não sujar o uniforme. Caso isso aconteça, o uniforme deve ser trocado imediatamente;

30) Quando fracionar presunto, mussarela ou outros produtos, preservar a embalagem original com a data de validade;

31) Os funcionários devem receber treinamento, no mínimo semestralmente, acerca de boas práticas de produção, industrialização, fracionamento, armazenamento, transportes e comercialização de carnes, a exemplo daquele fornecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI/MT.

Parágrafo Único: No período de 06 (seis) meses, a contar da

assinatura deste termo de ajuste, o compromitente se obriga a regularizar seu estabelecimento em conformidade com as cláusulas supra, sem prejuízo da legislação que rege o tema.

CLÁUSULA QUINTA

A Secretaria Municipal de Saúde de Alto Paraguai/MT, por seu órgão de vigilância sanitária, no âmbito de sua competência, obriga-se a fiscalizar e exigir do estalecimento comecial supra que cumpra a legislação referente à produção, industrialização, fracionamento, armazenamento, transportes e comercialização de carnes:

Parágrafo Único: Caso sejam constatadas irregularidades que

não sejam da competência da Secretaria Municipal de Saúde de Alto Paraguai/MT, o referido órgão deverá notificar os órgãos responsáveis para as providências cabíveis.

CLÁUSULA SEXTA

O órgão de vigilância sanitária só emitirá o alvará sanitário para o estabelecimento comercial supra indicado caso cumpra fielmente a legislação

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referente à produção, industrialização, fracionamento, armazenamento, transportes e comercialização de carnes, após inspecionar o estabelecimento comercial.

CLÁUSULA SÉTIMA

O órgão de Vigilância Sanitária obriga-se a inspecionar, periodicamente, todos os estabelecimentos que estejam em suas áreas de atuação e a aplicar as penalidades previstas em lei em caso de irregularidade, comunicando ao Ministério Público.

CLÁUSULA DÉCIMA:

Em caso de descumprimento total ou parcial das obrigações estabelecidas assumidas no presente Termo de Ajustamento de Conduta contantes das cláusulas 2ª a 4ª, importará na aplicação de uma multa diária no valor de R$

2.000,00 (DOIS MIL REAIS) para os compromitentes, corrigida monetariamente e

acrescida dos juros legais, até o adimplemento total da obrigação, independentemente da Ação de Execução da Obrigação de Fazer ou Não Fazer, de qualquer notificação, nos termos do disposto no parágrafo 6º do artigo 5º da Lei Federal nº. 7.347/85, e da aplicação das penalidades administrativas e criminais previstas, especialmente, a interdição do estabelecimento comercial em caso de reincidência.

CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA :

O presente Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta possui eficácia de Título Executivo Extrajudicial, consoante os ditames do artigo 5º, parágrafo 6º, da Lei 7.347/85.

Por estarem todos de acordo com as cláusulas supra, os acordantes firmam o presente.

Diamantino/MT, 02 de outubro de 2013.

JANINE BARROS LOPES

Promotora de Justiça 1ª Promotoria Cível de Diamantino

TÂNIA REGINA SIQUEIRA

Secretária de Saúde e VISA Alto Paraguai/MT

COMERCIAL CAPÃO VERDE

Tárcia Alves da Silva Alto Paraguai/MT

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