A articulação entre a procura e a
oferta de I&D
José Castro Coelho
INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária Seminário “Hortofruticultura 2020”, FNOP, Mafra, 2012-10-12
A essência do problema: aproximar a produtividade real da
produtividade potencial (closing the innovation gap)
Research
Farming Practice
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Para quê? Objectivos:
• Fomentar o aumento da produtividade e da eficiência do sector agrícola • Melhorar a sustentabilidade da agricultura
É necessário e é urgente encetar uma mudança de paradigma
• A análise do passado ensina-nos que a mudança foi sempre muito lenta, por via das seguintes razões:
– uma tendência para conceber reformas centradas na problemática da oferta, em vez de reformas “determinadas pela procura”;
– tendência para pensar em termos de funções (produção, transformação, comercialização, etc.) em vez de temas/fileiras/regiões;
– um excesso de protagonismo, liderança e controlo por parte dos políticos e das instituições públicas, em lugar dos cidadãos e do sector privado; – excessiva concentração em relatórios de diagnóstico que, a despeito de
apontarem os problemas, muitas vezes, não ajuízam, devida ou
completamente, as possíveis propostas de acção, tornando-se, deste modo, em alimentadores da polémica e em travões à acção;
– confiança em soluções parciais e falta de uma visão holística e sistémica; – Apoios públicos preferencial e maioritariamente dirigidos a investimentos
individuais e economicamente rentáveis (que seriam feitos em todo o caso) ao invés de a dinâmicas colectivas e socialmente reprodutivas.
A PEI “Sustentabilidade e produtividade agrícolas”
As PEI, criadas no âmbito da iniciativa União da Inovação da Estratégia Europa 2020, pretendem alavancar o desenvolvimento de novas ideias e sua introdução no mercado. Não sendo instrumentos de financiamento nem processos de regulamentação, as PEI proporcionam uma plataforma de cooperação entre os vários agentes, para fazer face a obstáculos na cadeia investigação-desenvolvimento-inovação, através do Estabelecimento de redes que permitam eliminar o fosso entre a prática agrícola e a comunidade científica.
Áreas de acção inovadoras:
• Aumento da produtividade e da produção agrícolas e utilização mais eficiente dos recursos;
• A inovação ao serviço da bioeconomia;
• Biodiversidade, serviços ecossistémicos e funcionalidade dos solos;
• Produtos e serviços inovadores para a cadeia de fornecimento integrada; • Qualidade e segurança dos alimentos e estilos de vida saudáveis.
Implementar a parceria – constituir grupos operacionais (agricultores, cientistas, consultores, ONG, empresas e outros agentes)
A PEI “Sustentabilidade e produtividade agrícolas”
Operational
Groups Operational Groups
Operational Groups Operational Groups Operational Groups Rural Development Policy: • Knowledge transfer • Cooperation • Pilot projects • Advisory System • Investment Member States Programmes EIP Network: • Farmers •Advisors • Enterprises •Researchers • NGOs • etc. Rural Development Committee Rural Development Network Steering Group Steering Board
European Innovation Partnership
“Agricultural Productivity and Sustainability “
Research & Innovation Framework:
• Research projects • Multi-actor projects • Pilot project clusters • Innovation brokers Horizon 2020 Programming ETPs, ERA-Nets, JPIs, etc. Standing Committee on Agricultural Research (SCAR)
A PEI como uma oportunidade para reorganizar a investigação
e a inovação agrária e veterinária em Portugal
• A PEI é, a nosso ver, uma grande oportunidade para repensar e reorganizar a I&DT e a inovação agrária e veterinária em Portugal e, entre outras
coisas, poderá/deverá ser aproveitada para:
– focar a agenda de investigação em torno dos problemas reais do sector agro rural português;
– separar as águas entre a investigação fundamental e a investigação aplicada;
– fomentar o desenvolvimento de novos produtos e serviços. • A sua grande preocupação/objectivo deve ser o de promover a
concretização mais rápida e alargada de soluções inovadoras, criando
valor acrescentado, melhorando a utilização e a eficácia dos instrumentos ligados à inovação e reforçando sinergias entre eles.
A PEI como uma oportunidade para reorganizar a investigação
e a inovação agrária e veterinária em Portugal
• Deve, também, ajudar a colmatar as lacunas dum financiamento de médio prazo para a investigação aplicada específica.
• Por outro lado, a execução de projectos inovadores no contexto da PEI tem de ser realizada por grupos operacionais (GOs) que reúnam
agricultores, investigadores, conselheiros, empresas e outros
intervenientes interessados na inovação do sector agrícola e no espaço rural.
• Para tirar proveito dos resultados destes projectos, há, primeiro, que os identificar e priorizar e, depois, que os bem executar e divulgar.
A PEI como uma oportunidade para reorganizar a investigação
e a inovação agrária e veterinária em Portugal
• Os grupos operacionais podem/devem nascer de um Conselho Nacional de Orientação formado pelos agricultores e as suas associações,
investigadores, conselheiros e empresas e cooperativas.
• A atribuição principal dos agricultores e das empresas neste Conselho será a de definir uma carteira nacional de problemas agrícolas prioritários,
alcançando uma forte e total implicação e responsabilização destes
agentes na orientação da agenda, no apoio à execução dos projectos e na difusão dos resultados.
• Com esta forma de actuação, estamos em crer, que será possível para cada subsector, ou fileira elencar os problemas mais importantes e urgentes a resolver.
Papel do INIAV
Tarefas – Sequência (Lógica e
Cronológica) Intervenção INIAV (questões, ambições e/ou observações) Estratégia Nacional de Inovação Participação na discussão geral e candidatura à Coordenação da
área Agricultura/Agrorrural e Floresta Programação Estratégica –
Contrato de Parceria Participação em articulação e apoio ao GPP, o que implica acompanhar o conjunto da programação.
Tradução da carteira de problemas eleitos numa agenda de inovação e em actividades de I&D
Programação Operacional PD Rural e outros PO (FE)
Gestão PDR: Investigação e Inovação
Por delegação da AG, o INIAV pode apoiar e, mesmo, assumir algumas funções de Gestão, nomeadamente: na organização dos painéis de avaliação e selecção; na definição de termos de referência e critérios de selecção dos GOs/projectos; em tarefas de assistência técnica (estudos, acções de dinamização e acompanhamento,
difusão de resultados, …) Selecção/Aprovação dos Grupos
Operacionais – Projetos Nenhuma
Grupos Operacionais – Projetos/Execução
Participação em GOs/ Projetos (liderando ou não); Necessidade de segregar as funções de Gestão das funções de Execução
Pragmatismo, decisão e vontade política: a chave para a
solução
• Num país como o nosso, onde os recursos são escassos, é ainda mais
fundamental que se faça uma selecção criteriosa da sua afectação. Coloca-se, então, a questão necessária e pertinente de como escolher os sectores e as actividades de suporte para o arranque, ou aceleração, do
desenvolvimento?
• O novo paradigma para a mudança, centrado no objectivo da
competitividade, carece de uma análise sistémica e integradora. A este propósito, a utilização da análise SWOT pode e deve ser aconselhada, para nos ajudar a identificar os factores chave de sucesso, as competências
distintivas e as vantagens competitivas das nossas agriculturas e sistemas agrícolas.
Pragmatismo, decisão e vontade política: a chave para a
solução
• As empresas portuguesas não têm, na sua esmagadora maioria, uma
dimensão física, económica ou humana que lhes permita, de forma isolada, ser competitivas e muito menos influenciar ou criar o futuro. Para que isso seja possível, é vital que elas sejam capazes de, de uma forma concertada, estabelecer objectivos e desenvolver uma rede de interligações facilitadora da mudança.
• Em cada região, fileira ou sector, estamos certos, será possível encontrar actividades (com vocação agro-industrial ou eco-rural) com massa crítica e potencial de interligações que nos permitam encará-las como possuidoras de vantagem competitiva sustentável.
• Os programas integrados permitem-nos maior eficiência ao nível da afectação/utilização dos recursos, no fundo são o conteúdo real e operacional de uma verdadeira política de desenvolvimento
O Cluster - visão sistémica de componentes que
interagem
Função Actores Visão
Produzir Produtores
Individuais
1. O agricultor profissional é o proprietário que utiliza uma perspectiva de
longo prazo no investimento, encarando-o como sendo uma sementeira para o lucro.
2. O investidor profissional está disposto a delegar as decisões para
gestores profissionais de projecto (variedades, porta-enxertos,
compassos de plantação, sistema de condução, sistema de rega, etc.), se ele próprio não possuir as aptidões necessárias
3. Os novos investimentos são Coordenados de acordo com um plano geral
da estrutura associativa a que pertence, sendo as possíveis escolhas decididas com base na projecção de necessidades e tendências do mercado.
4. A Gestão do investimento é Activa, Consciente e Coordenada
5. O resultado de tudo isto, é uma alta produtividade com elevado valor
comercial e um risco controlado de flutuações de preços e quantidades no mercado
6. Reciprocidade em servir como local de teste/experimentação para novos
O Cluster - visão sistémica de componentes que
interagem
Função Actores Visão
Organizar, Concentrar e Comercializar a Oferta Associações de Produtores Centros de Gestão, Organizações de Produtores etc.
1. Conceber e organizar a formação em áreas tecnológicas e de gestão
2. Promover e organizar a I&D em cooperação
3. Recolher e disseminar informação sobre o mercado (tendências)
4. Desenvolver e implementar standards de qualidade
5. Concentrar, organizar e comercializar a oferta agregada (economias de
escala na conservação e armazenagem dos produtos, ganho de poder negocial na comercialização duma oferta agregada e normalizada)
6. Concentrar, organizar e negociar pacotes de factores de produção
(promover economias pecuniárias)
7. Promover os produtos em feiras (nacionais e internacionais)
8. Organizar e implementar cursos de formação em cooperação com outros
actores (Ensino e I&DE)
9. Prestar consultoria técnica/jurídica/financeira aos associados
10. Estabelecer um contacto regular com a gestão de topo dos grandes clientes (Grandes Superfícies, Indústrias e mercados externos)
11. Desenvolver a cooperação na entrada e permanência nos mercados mais atractivos e exigentes (nacionais e internacionais)
O Cluster - visão sistémica de componentes que
interagem
Função Actores Visão
Fornecer factores e serviços Empresas de Factores e Serviços
1. Fornecer produtos e serviços a preços competitivos à escala europeia e
mundial
2. Vontade em promover, desenvolver, financiar e organizar I&D em
cooperação
3. Reciprocidade para promover e apoiar a divulgação, teste e
experimentação para novos produtos/técnicas
4. Prestar serviços de consultoria técnica
Apoio científico e técnico Instituições de I&D: INIAV, Universidades, etc.
1. Cooperar em projectos de I&D
2. Colaborar em cursos de formação/palestras/encontros
3. Prestar consultoria científica e técnica
4. Assegurar o intercâmbio formal e contínuo de informação no sector e na
sociedade Distribuição Comerciantes Locais e Distribuidores (nacionais e estrangeiros)
1. Facilitar o contacto regular com a gestão de topo das grandes
organizações de produtores
2. Cooperar na entrada e permanência em mercados exigentes (nacionais e
internacionais) dos produtos nacionais
3. Antever e divulgar as evoluções e perspectivas de mercado
O Cluster - visão sistémica de componentes que
interagem
Função Actores Visão
Aglutinar as vontades, consensualizar as opções e coordenar os esforços em torno da Estratégia Nova Entidade a Criar com Representatividade à Escala da fileira/região/….
1. Conceber, promover e organizar a cooperação entre todos os actores
do cluster
2. Conceber, consensualizar, divulgar e acompanhar a estratégia para o
cluster
3. Exercer pressão política tendo em vista a prossecução e execução da