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XIX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIDRÍCOS CONSIDERAÇÕES AMBIENTAIS NA DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE (RE)OPERAÇÃO DE RESERVATÓRIOS

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XIX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIDRÍCOS

CONSIDERAÇÕES AMBIENTAIS NA DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE

(RE)OPERAÇÃO DE RESERVATÓRIOS

Luciana Peixoto Amaral 1 & Amanda Rachid de Castro 2

Resumo – O regime de fluxo é um dos principais determinantes da estrutura e função dos

ecossistemas aquáticos e ribeirinhos de rios e córregos. A compreensão da importância da variabilidade do fluxo nos rios para a proteção da biodiversidade presente na água doce, juntamente com a manutenção de bens e serviços que os rios oferecem, é um grande desafio para os gestores de água. Este artigo apresenta algumas considerações sobre as oportunidades e estratégias para modificação de operações de barragens (re-operação) para restaurar regimes de fluxos naturais e a saúde de ecossistemas associados. A determinação e incorporação do hidrograma ecológico são discutidas para definição de estratégias de re(operação) de reservatório.

Abstract – The flow regime is one of the most important factors to determine the structure and

function of aquatic and riparian ecosystems of rivers and streams. The knowledge of the importance of flow variability in rivers to protect the biodiversity present in fresh water as well as the maintenance of goods and services that rivers provide is a great challenge for water managers. This article presents some considerations about the opportunities and strategies for modifying dam operations (reoperation) to restore natural flow regimes and the health of associated ecosystems. The determination and incorporation of environmental flows are discussed to define strategies for (re) operation reservoir.

Palavras-Chave – Operação de reservatórios, hidrograma ecológico, otimização.

1. INTRODUÇÃO

A utilização intensiva dos recursos hídricos, aliada à crescente competição entre diferentes usos da água e ao avanço tecnológico, tem demonstrado a necessidade de estudos cada vez mais aprofundados sobre o dimensionamento e operação dos reservatórios.

De acordo com o World Commission on Dams-WCD (2000), muitos projetos de reservatórios estão falhando em produzir os níveis de benefícios que provêem a justificação econômica para seu desenvolvimento. Além disso, a condição da água de ser um dos mais importantes recursos naturais faz com que os gestores estejam sob pressão para operar seus sistemas de forma mais eficiente.

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O conceito de usos múltiplos da água foi estabelecido na Lei nº 9.433, de 08/01/1997, que institui, entre outras coisas, a Política Nacional de Recursos Hídricos. Esta política se baseia em uma serie de fundamentos entre os quais se destaca: “a gestão de recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas”. Ainda estabelece no que diz respeito à outorga de direitos de uso de recursos hídricos que “a outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o uso múltiplo destes”.

Além disso, a prioridade de uso para o abastecimento humano e para a dessedentação de animais está definida na legislação federal (Lei 9.433/97), sendo que, para os demais usos, a hierarquia deve ser definida nos planos de recursos hídricos.

Atualmente, há uma grande preocupação com a questão da modificação do regime hidrológico. Ao longo do século XX, foram construídas muitas barragens em todo o mundo, com o principal objetivo de modificar o regime hidrológico para algum uso humano, por exemplo, aumentar a disponibilidade de água durante a estiagem ou reduzir os problemas de inundação durante as cheias. Inicialmente, os impactos ambientais que causavam maior preocupação eram os impactos da inundação de uma grande área de floresta e a transformação do ambiente típico de rio (lótico), em um ambiente típico de lago (lêntico), e as alterações de qualidade de água associadas a esta transformação. Ao longo do tempo, entretanto, os impactos causados a jusante dos barramentos e dos pontos de retirada de água para diversos usos foram ficando mais evidentes. Estes impactos estão, quase sempre, associados à modificação do regime hidrológico. Estas modificações tiveram impacto significativo sobre a biodiversidade, facilitaram a introdução de espécies exóticas, contribuíram para o desaparecimento de espécies comercialmente interessantes, inviabilizaram algumas atividades de comunidades tradicionais dependentes dos recursos naturais e resultaram na perda de fertilidade de solos de planície, que dependiam dos nutrientes depositados durante as cheias (Craig, 2000 apud Collischonn et al., 2005).

A primeira resposta a estes impactos foi a busca por restrições à quantidade de água que poderia ser retirada de um rio, na forma da especificação de uma vazão mínima que deveria permanecer no rio após todas as retiradas de água para uso humano. Esta resposta visou, principalmente, evitar que os rios secassem durante as estiagens, ou que a vazão remanescente nos rios durante esta época não fosse tão baixa que resultasse na falta de oxigênio para os peixes e na consequente extinção de espécies.

A vazão mínima residual, ou vazão ecológica, deve refletir as necessidades de suporte ao ecossistema aquático e terrestre dele dependente (Dyson et al., 2003 apud Primieri e Pômpeo, 2006), sendo representado pela quantidade de água que permanece no leito do rio após as retiradas para as demandas consuntivas (Lanna e Benetti, 2000 apud Primieri e Pômpeo, 2006), não se

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esquecendo das condições e necessidades qualitativas. A Instrução Normativa nº 004, de 21 de junho de 2000, do Ministério do Meio Ambiente, que aprovou os procedimentos de outorga de direitos de uso de água em corpos sob o domínio da União, segue nesta direção definindo vazão ecológica como “a vazão mínima necessária para garantir a preservação do equilíbrio natural e a sustentabilidade dos ecossistemas aquáticos”.

O paradigma do regime natural estabelece que existe um regime de fluxos, antes da ocorrência de alterações significativas devido a ações antropogênicas, capaz de manter a integridade de um macrossistema fluvial. No entanto, a existência de reservatórios em cascata promove uma forte regularização das vazões naturais, acarretando mudanças nas características abióticas, alterando a disponibilidade de hábitats e a estrutura e integridade das comunidades bióticas, diminuindo a biodiversidade.

Os conceitos relacionados ao funcionamento dos sistemas fluviais, apresentados nas últimas décadas, auxiliaram no entendimento de como o regime hidrológico influencia a ecologia dos macrossistemas fluviais com planície de inundação, onde a alternância entre períodos de cheias e de secas é um fator chave para existência e manutenção de heterogeneidade de hábitats e de elevada biodiversidade nesses sistemas (Agostinho et al., 2004).

Estes conceitos conduziram a um paradigma que estabelece que existe um determinado regime de fluxos com magnitude, duração, freqüência, periodicidade (previsibilidade) e taxa de mudança capaz de manter um sistema fluvial ecologicamente, economicamente e socialmente saudável. O paradigma do regime natural restringe esse regime de fluxos àquele que existia no rio antes da ocorrência de alterações significativas decorrentes de ações antropogênicas ao longo do tempo (Poff et al., 1997; Richter et al., 1996, 1997).

A regularização de vazões promove mudanças marcantes nas características limnológicas, na disponibilidade de hábitats, na conexão ou não do rio com os ambientes lênticos em macrossitemas fluviais (Neiff, 1990) com planície de inundação. Essas mudanças conduzem a alterações nas estruturas das comunidades, que alteram a biodiversidade local. Portanto, a determinação das alterações no regime de fluxos e das implicações ecológicas decorrentes é importante para promover um desenvolvimento sustentável.

O objetivo deste trabalho é apresentar uma discussão quanto à viabilidade de implementação de estratégias de (re)operação de reservatórios, levando em consideração as relações entre o regime hidrológico e os ecossistemas (por meio da determinação do hidrograma ecológico), visando à recuperação de benefícios sociais e ambientais comprometidos pelas atuais regras de operação de sistemas de reservatórios.

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2. OPERAÇÃO DE RESERVATÓRIOS

A regra de operação de um reservatório tem por objetivo a definição da vazão a liberar para atender a uma demanda, em função do seu estado ou do estado do sistema no caso em que ele é operado de forma integrada com outros reservatórios.

Existem diferentes regras de operação, mas todas indicam o armazenamento ou descarga alvo que se pretende lograr em determinados períodos de tempo como o diário, decenal, semanal ou mensal (Loucks et al., 1981). Estas regras procuram atender os requerimentos de vazão efluente e demandas do sistema para otimizar determinados objetivos.

Lund e Guzman (1999) revisaram uma variedade de políticas de operação de único objetivo para reservatórios em série e em paralelo para abastecimento de água, controle de cheia, geração de energia elétrica, qualidade de água e recreação.

A regra mais simples e de larga aplicabilidade é a regra de operação padrão (regra de decisão linear – RDL), que consiste em fornecer a demanda total requerida, enquanto se dispõe de recurso, e fornecer o recurso disponível quando este é inferior à demanda (Figura 1). O recurso disponível (It) é a soma do volume armazenado do período anterior (St-1) no início do período de tempo t e das entradas hidrológicas no tempo t (At).

t t 1 t t 1 t t S A , se S A D R = + + ≤ C A S D se , D Rt = t tt1 + t ≤ C D A S se , C A S Rt = t−1 + t − t−1 + t − t >

Figura 1 – Regras de decisão linear (Fonte: QUISPE; ANDREU; SOLERA, 2001).

Aplicada apenas a um sistema constituído de um único reservatório e usado somente para o abastecimento de água, esta regra, além de ser determinística, não é a mais apropriada para sistemas onde as perdas ocasionadas pelas falhas não são lineares com respeito à magnitude do déficit. Para diminuir os efeitos negativos de déficits de grande magnitude, pode-se modificar a RDL com a

0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Armazenamento final do período anterior + Afluência (St-1 + At)

L ib e ra ç ã o R t DEMANDA DÉFICITS DEMANDA SATISFEITA DEMANDA SATISFEITA E VERTIDOS 1 1

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definição de indicadores de alarme (por exemplo, volume crítico) e o conseqüente estabelecimento de restrições (Figura 2).

(

t1 t

)

p t 1 t p t S A , se K D S A K 1 R = + > + t 1 t p t t D , se K D S A R = ≤ +

Figura 2 – Regras de operação baseadas no volume crítico.

Fonte: QUISPE; ANDREU; SOLERA, 2001.

2.1. Regras operacionais de proteção (hedging rules)

Em períodos críticos de operação, a aplicação da RDL pode apresentar-se insatisfatória, visto que podem resultar em períodos com déficits de grande magnitude, levando o sistema a uma situação altamente vulnerável. Muitas vezes, isto pode ser evitado ou minimizado, utilizando regras operacionais de proteção, ou seja, admitindo-se déficits menores na fase de cheia, ou de seca, ou em ambas fases de operação, aumentando assim o armazenamento no reservatório para precaver-se contra déficits de grande magnitude que possam ocorrer no futuro (Srinivasan e Philipose, 1996).

Na terminologia do planejamento de reservatórios, “hedging” é uma medida eficiente para reduzir uma escassez de alta magnitude em um único período de tempo, à custa de déficits pequenos mais freqüentes (Shiau e Lee, 2005).

Uma variedade de regras de proteção e seus efeitos tem sido investigados (Klemes, 1977; Stedinger, 1978; Loucks et al., 1981; Shih e Revelle, 1994, 1995; Srinivan e Philipose, 1996, 1998; Oliveira e Loucks, 1997; Shiau e Lee, 2005).

0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Armazenamento final do período anterior + Afluência (St-1 + At)

L ib e ra ç ã o R t

DEMANDA COM RESTRIÇÃO

DÉFICITS DEMANDA SATISFEITA DEMANDA SATISFEITA E VERTIDOS Vol. Crítico = Kp.D Kp 1

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Peixoto (2006) propôs uma regra de operação (Figura 3), adaptada da metodologia desenvolvida por Tu et al. (2003), que considera simultaneamente as regras tradicionais de reservatório e as regras proteção para o planejamento e operação de sistemas de múltiplos reservatórios e múltiplos objetivos, durante períodos de seca ou iminente seca.

Figura 3 – Regra de proteção proposta por Peixoto (2006). 3. HIDROGRAMA ECOLÓGICO

No Brasil, os debates envolvendo a questão de qual é a vazão que sustenta a integridade dos rios têm se intensificado nos últimos anos, seja por iniciativa de associações, de órgãos gestores estaduais e federais, ou de órgãos de fomento à pesquisa. O momento político da gestão de recursos hídricos no Brasil é de processo de transição entre os dois conceitos e de definição de metodologias, onde a comunidade científica deve decidir de que forma as estimativas de fluxos para atender os requerimentos ambientais serão determinadas.

Dentro desse contexto, o Ministério do Meio Ambiente confeccionou o Plano Nacional de Recursos Hídricos, que prevê, entre suas propostas, o aperfeiçoamento dos procedimentos de outorga de uso dos recursos hídricos e menciona a necessidade de definição de hidrogramas ecológicos (BRASIL, 2008). Portanto, o termo “vazão ecológica” tem sido substituído por “vazão ambiental” ou “hidrograma ecológico”.

O traçado de um hidrograma ecológico inicial a partir da caracterização do regime natural de fluxos e da determinação de vazões ecologicamente relevantes é essencial para proteger a integridade ecológica de um ecossistema aquático. O hidrograma ecológico poderá nortear o gerenciamento eficaz do recurso hídrico, de modo que se promova uma gestão das águas que atenda às necessidades humanas ao mesmo tempo em que se atende aos requerimentos de fluxos das espécies (Okawa, 2009). Z1 Z2 Z3 Vt Rt Dt α2∗Dt α1∗Dt

Vmin,t Vhedge,t Vfirme,t Vmeta,t Vmax,t

1 1

1 1

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A determinação do hidrograma ecológico para um dado local baseia-se em procurar a quantidade de água necessária, variável no tempo, que permita a manutenção da integridade do rio. A questão implícita é que a disponibilidade de água deve ser tal que não ocorram alterações fora de limites aceitáveis na sedimentologia, na geomorfologia, nas características limnológicas, nas alterações climáticas locais, entre outros fatores. Cada local estudado deve ter seus limites estabelecidos de acordo com seus requerimentos de fluxo (Richter et al., 2003). Para tal, torna-se necessário conhecer o regime hidrológico do rio quanto à magnitude das vazões, freqüência de ocorrência, duração, periodicidade, início e fim de cheias e estiagens, variabilidade intra e inter-anual, fluxos normais altos e eventos extremos (Poff et al., 1997; Richter et al., 2003).

Para a confecção do hidrograma ecológico, devem-se avaliar quais aspectos do regime hidrológico são fundamentais para a manutenção do ecossistema em questão, ou seja, quais os objetivos ecológicos, traduzidos para valores de vazão, que devam ser atendidos ou evitados, não limitados ao atendimento dos requerimentos de fluxos de uma ou poucas espécies individuais (Richter et al., 2003). As necessidades de fluxo de espécies individuais provêm apenas uma perspectiva muito limitada comparada à faixa mais ampla de fluxos necessários para conservar a saúde de todo o ecossistema aquático. Devem-se avaliar as condições de fluxo e, particularmente, os distúrbios associados com secas e cheias, que promovem a integridade do ecossistema rio-planície de inundação (Richter e Richter, 2000).

Segundo Okawa (2009), as novas abordagens e o novo conceito de hidrograma ecológico estão nos seus passos iniciais, o que levará a muitos desafios para a sua implantação no Brasil. Um dos desafios é estabelecer e realizar pesquisas cujo objetivo seja identificar a relação entre ecologia e hidrologia.

Outros aspectos a serem considerados para implantação do hidrograma ecológico são a heterogeneidade de biomas existentes no Brasil, com diferentes comportamentos climático-hidrológicos e diversos graus de intervenção humana no recurso hídrico. Diante dessas questões, provavelmente as técnicas aplicadas para elaboração do hidrograma ecológico deverão ser diferenciadas por região do país, não obedecendo necessariamente à geopolítica (Souza et al., 2006). Em virtude de diferenças climáticas, lito-topográficas e bióticas de região para região, a definição do Hidrograma Ecológico não deve ser padronizada, mas, respeitar as especificidades locais, considerando, ainda, os anseios de sua população no tocante às metas de aproveitamento dos recursos hídricos e de preservação de rios (Acreman e Dunbar, 2004 apud Souza et al., 2008). O papel dos comitês de bacia hidrográfica com a elaboração de planos de recursos hídricos específicos será essencial para este fim.

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Com relação aos órgãos gestores, para a efetiva determinação do hidrograma ecológico, o cadastro de usuários e de usos da água deverá estar estabelecido, e ser verdadeiro, ou seja, um grande levantamento de campo associado a uma campanha para adesão da sociedade à política pública de outorga deverá ser realizado. Deverá ainda ser realizada uma consistência de dados hidrológicos, principalmente com relação às curvas de descarga dos rios.

Souza et al. (2008) apresenta uma estrutura mínima para a implementação de um hidrograma ecológico que consistiria em: legitimar o ecossistema como usuário de água, com prioridade inferior aos humanos básicos apenas; ajustar o gerenciamento de recursos hídricos para considerar hidrogramas ecológicos; definir hidrogramas regionais típicos, como parâmetro para definições locais; classificar rios com relação às suas características prévias à intervenção humana na bacia, incluindo características geomorfológicas, ecológicas e hidrológicas; e elaborar programas de pesquisa e monitoramento de índices que contribuam para refinar estimativas iniciais de hidrogramas ecológicos ao longo de sua operação.

3.1. Funções ecológicas dos atributos das vazões

Os atributos de magnitude, freqüência, duração, periodicidade e taxa de mudança das vazões geram implicações ecológicas nos ecossistemas aquáticos, dependendo de sua ocorrência em diferentes níveis, o que promove diferentes cenários. Algumas espécies são beneficiadas pela ocorrência de um determinado cenário, enquanto outras são prejudicadas.

O princípio que norteia a manutenção do regime de fluxo natural é que esse regime é responsável pela manutenção dos atributos característicos de cada rio, ou seja, esse regime contém todos os elementos que balanceiam as necessidades de diferentes grupos de organismos, uma vez que essas, em termos de ótimos ecológicos, muitas vezes são opostas (Cruz, 2005). Assim, o fluxo natural promove uma mistura de “anos bons” e “anos ruins” para cada espécie, permitindo a manutenção das comunidades em um macrossistema fluvial (Collischonn et al., 2005).

Esse princípio é contrário a vários métodos para determinação de vazão mínima remanescente em rios (hidrológicos, hidráulicos, classificação de hábitats), pois esses métodos baseiam-se na determinação de vazões mínimas constantes e que, na melhor das hipóteses, beneficiem uma ou poucas espécies individuais. No entanto, o que é benéfico para essas espécies pode não ser para o ecossistema e o que é benéfico para o ecossistema pode não trazer benefício consistente para espécies individuais (Poff et al., 1997).

No Quadro 1, são apresentadas funções ecológicas derivadas dos atributos das vazões em um macrossistema fluvial com planície de inundação.

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Quadro 1 – Funções ecológicas derivadas dos atributos de vazão. Atributos das vazões Funções ecológicas

Magnitude das vazões

• variação na disponibilidade de hábitats;

• variação nas características limnológicas (temperatura da água e concentração de OD);

• disponibilidade de água para dessedentação de animais terrestres; • condições de passagem de peixes para áreas de alimentação e desova; • recrutamento de vegetação ripária;

• alteração da acessibilidade de predadores aos locais de ninhos;

• alteração do tamanho de áreas secas utilizadas por algumas espécies como fontes de alimento ou abrigo.

Duração e magnitude dos eventos extremos mínimos – nível de seca

• permite o recrutamento de certas espécies de plantas;

• estruturação dos ecossistemas aquáticos pela interação entre fatores abióticos e bióticos, como condições estressantes com baixa concentração de OD;

• situações de stress hídrico para plantas;

• pode provocar desidratação em animais que se utilizam do recurso hídrico;

• elimina espécies invasivas e introduzidas das comunidades aquáticas e ribeirinhas;

• concentra presas em áreas limitadas, favorecendo predadores.

Duração e magnitude dos eventos máximos – grandes inundações

• estruturação da morfologia do canal e das condições físicas do rio; • promove ocorrência de trocas de nutrientes entre rio e planície de inundação;

• mudanças nas características limnológicas; • provê migração e desova de peixes;

• precipita nova fase do ciclo de vida, por exemplo, para insetos;

• permite a desova de peixes na planície de inundação (berçário para peixes juvenis);

• mantém diversidade do tipo de plantas, dependentes da tolerância da espécie à inundação;

• controla a distribuição e abundância da plantas na planície de inundação;

• molda os hábitats físicos da planície de inundação;

• elimina espécies invasivas e introduzidas das comunidades aquáticas e ribeirinhas;

• dirige o movimento lateral do canal do rio, formando novos hábitats (canais secundário, lagos marginais);

• fornecimento prolongado de umidade para plantas recém-germinadas. Periodicidade de

eventos extremos – nível de seca ou grandes inundações

• influencia a compatibilidade entre o hidroperíodo e o ciclo de vida dos organismos aquáticos, os quais têm seus ritmos reprodutivos ajustados para a época em que a inundação e/ou seca ocorre;

• afeta a previsibilidade e possibilidade de prevenção e situações estressantes para os organismos;

• época de acesso a hábitats especiais durante a reprodução ou para evitar a predação e a desova de peixes migratórios;.

Frequência e duração de vazões altas

• molda a física do canal;

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Atributos das vazões Funções ecológicas

• restaura as condições de qualidade da água após longos períodos de águas baixas (carreando poluentes e resíduos);

• oxigena ovos em cascalhos onde ocorre desova, prevenindo a saltitação.

Frequência e duração de vazões baixas – nível normal

• suporta organismos que vivem em sedimentos saturados;

• mantém níveis do lençol freático na planície de inundação e umidade do solo para plantas;

• provê dessedentação de animais;

• mantém ovos de peixes e anfíbios em suspensão;

• provê disponibilidade de hábitats na planície de inundação para alguns organismos aquáticos.

Taxa/Frequência das condições de alteração diária do fluxo

• define quão agressivos e com que frequência ocorrem perturbações hidrológicas imprevisíveis (coeficiente de variabilidade diário);

• afeta a densidade de organismos que necessitam de maior tempo de turnover;

• altera a taxa de erosão dos bancos fluviais, podendo ocasionar a ocorrência do processo de pipping.

Fonte: Modificado de Postel e Richter (2003) apud Okawa (2009).

4. METODOLOGIAS DE ESTRATÉGIAS PARA RE(OPERAÇÃO) DE BARRAGENS Devido à insuficiência da definição do critério de vazão ecológica como limite inferior de vazão que não deve ser ultrapassado, é necessário buscar alternativas de gestão das águas que contemplem de forma mais completa o regime hidrológico. Um método alternativo foi proposto por Richter et al. (2003), denominado Manejo Ecologicamente Sustentável da Água (Ecologically Sustainable Water Management-ESWM). Este método busca o gerenciamento dos recursos hídricos de uma maneira que possa atender aos usos ao mesmo tempo que mantém ou recupera a integridade dos ecossistemas.

A metodologia ESWM está estruturada em 6 passos: (1) estimar necessidades de vazão para conservar os ecossistemas naturais associados ao rio; (2) determinar a influência das atividades humanas, estimando as necessidades de vazão atuais e futuras para uso humano; (3) identificar e avaliar as incompatibilidades potenciais entre as demandas humanas e os ecossistemas; (4) buscar soluções para as incompatibilidades de forma colaborativa; (5) Realizar experimentos práticos de manejo de água, buscando a redução de incertezas sobre as necessidades de água dos ecossistemas e dos usos humanos; e (6) desenvolver e implementar um plano de manejo adaptativo, baseado no monitoramento hidrológico e ambiental, com o objetivo de reduzir as incertezas envolvidas na resolução dos conflitos.

Richter e Thomas (2007) discutiram oportunidades e estratégias para modificação de operações de barragens (re-operação) para restaurar regimes de fluxos naturais e a saúde de

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ecossistemas associados. A restituição de regimes de fluxo natural foi focalizada na re-operação das barragens, considerando a dependência da sustentabilidade de rios com a manutenção de alguma semelhança de características de fluxo natural. Os autores destacaram que as oportunidades para recuperação de benefícios ambientais e sociais através da re-operação serão restringidas pela existência de outorgas de água, condições físicas e biológicas, limitações socioeconômicas, impedimentos legais ou políticos e as características físicas de barragens existentes.

Após a definição do hidrograma ecológico, devem-se identificar os conflitos entre os usos humanos e as necessidades dos ecossistemas e, posteriormente, são definidas, por meio de modelos matemáticos, as estratégias de re-operação dos reservatórios, buscando minimizar ou evitar esses conflitos.

Uma barragem pode ser operada para fornecer diversos serviços, incluindo controle de cheias, geração de energia hidrelétrica e abastecimento de água. Segundo Richter e Thomas (2007), dependo do uso da barragem, as alterações hidrológicas apresentarão comportamentos diferentes. Para barragem de controle de cheias, as conseqüências ecológicas estão normalmente relacionados com a eliminação de pequenas cheias, bem como a introdução, artificialmente, de pulsos longos de altos fluxos seguintes a picos de cheias.

As grandes barragens hidrelétricas, com considerável capacidade de armazenamento do reservatório, são capazes de armazenar volumes de água, especificamente para gerar energia elétrica, conforme necessário, para atender padrões de demanda local ou regional de energia. Isso pode resultar em picos de cheia reduzidos, seguidos de um rápida flutuação nos padrões hidrológicos a jusante do rio correspondendo a alternância dos períodos de geração de energia. As rápidas flutuações dos níveis de água associados às operações hidrelétricas podem causar danos ecológicos consideráveis. Quando a represa está gerando energia, a água liberada pelas turbinas pode ser muito maior do que o fluxo natural.

Represas de abastecimento de água são projetadas para armazenar uma parcela significativa do fluxo de eventos de cheias e liberar água de acordo com demandas de água nas áreas urbanas, rurais e industriais. Como regra geral, os maiores danos ecológicos estão associados com grandes barragens, com grande capacidade de armazenamento. Essas barragens podem reorganizar completamente os padrões sazonais das vazões, tais como: quando nos períodos chuvosos os fluxos são armazenados para sua liberação no período seco a fim de apoiar a agricultura irrigada. Em muitos casos, a água captada pelas barragens de abastecimento de água é desviada diretamente do reservatório, reduzindo substancialmente a quantidade de água que irá fluir a jusante do rio.

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Uma questão de fundamental importância a ser abordada e discutida é: como incorporar o hidrograma ecológico nos algoritmos de otimização, a fim de determinar as estratégias de re(operação) de reservatórios? Como uma restrição ou como um objetivo?

Considerando um exemplo simples da operação de um único reservatório utilizado para o abastecimento de uma cidade (Figura 4).

Figura 4 – Exemplo de um reservatório utilizado para abastecimento de uma cidade.

Inicialmente, deve-se avaliar de que forma as necessidades dos ecossistemas (definidas no hidrograma ecológico) serão especificadas: como faixa de valores em que o hidrograma deve ser mantido, ou como valores individuais que devem ser atingidos, superados ou evitados? Em geral, quanto maior o número de características (variáveis) utilizadas para descrever o regime hidrológico necessário para a manutenção dos ecossistemas, maior a probabilidade que o regime desejado seja atingido. Por questões práticas, entretanto, é conveniente manter o número de variáveis suficientemente reduzido.

Na Figura 5 é mostrado um exemplo fictício de um hidrograma ecológico e suas possíveis faixas de valores de vazões (Collischonn et al., 2005).

No hidrograma prescrito da Figura 5 há uma definição da vazão mínima em cada mês (1). Esta vazão deve ser tal que o habitat não seja excessivamente reduzido. Critérios tradicionais de estimativa de vazões ecológicas podem ser utilizados para determinar estas vazões mínimas. No entanto, é importante destacar que o valor varia de acordo com a época do ano.

Além da vazão mínima, há um limite para a vazão máxima, que deve ser respeitado durante o período de estiagem (2). É importante que a vazão durante a estiagem seja inferior a um limite para que certas características do ambiente sejam preservadas, por exemplo, em um trecho de rio com lagoas marginais é necessário que a vazão seja suficientemente baixa para interromper a ligação entre as lagoas e o rio, porque as lagoas funcionam como berçários para certas espécies de peixes que precisam estar livres dos predadores maiores presentes no rio. O limite máximo de vazão durante a época de estiagem também pode ser necessário para secar uma área inundável adjacente

VAZÃO AFLUENTE DEMANDA Cidade DEMANDA ecológica VOLUME VERTIDO

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ao rio, onde cresce um tipo de vegetação específico (Richter e Richter, 2000), fonte de alimentação para espécies de animais terrestres, ou para expor os bancos de areia nas margens, onde diversas espécies de aves e de tartarugas nidificam anualmente.

Figura 5 – Exemplo fictício de um hidrograma prescrito: (1) vazão mínima em cada mês (necessária para não reduzir o tamanho do habitat); (2) máxima vazão durante a estiagem; (3) mínima vazão de

cheia; (4) pequenas cheias no início do verão. Fonte: Collischonn et al. (2005).

O hidrograma prescrito também pode determinar valores mínimos de vazão que devem ocorrer pelo menos uma vez, com duração não inferior a um limite pré-estabelecido, durante o período de cheias. Na Figura 5 esta vazão mínima de cheias está identificada pelo número 3. A importância desta vazão mínima de cheia é que ela pode ser necessária para estabelecer a ligação entre o rio e uma lagoa marginal, reconhecida como berçário de várias espécies de peixes.

Finalmente, o hidrograma destaca as pequenas cheias no início do verão, que ocorrem como conseqüência dos primeiros eventos chuvosos ao final da estiagem, e que podem atuar como gatilhos de processos ecológicos importantes, como a migração e o acasalamento. Idealmente, estas pequenas cheias do início do período devem ser mantidas inalteradas pelos usos humanos.

Este exemplo é bastante simplificado, porque não estão contemplados, por exemplo, aspectos não menos importantes como a duração das cheias, a taxa de variação da vazão e a variabilidade interanual, entretanto, mostra porque um hidrograma ecológico é melhor do que uma vazão ecológica.

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Considerando a regra operacional proposta por Peixoto (2006), apresentada na Figura 3, as necessidades dos ecossistemas podem ser especificadas como faixas de valores em que o hidrograma deve ser mantido, em função do volume do reservatório.

Dessa forma, um algoritmo de otimização que pode ser utilizado na determinação da regra operacional do exemplo acima é ser descrito como

Min

(

)

2

(

t

)

2

2 t

1 R (Ecologica) Dem_Ecologica w R (Cidade) Dem_Cidade

w − + − (1) Sujeito a t t t t 1 t

t S I R (Ecologica) R (Cidade) Vv

S = + − − − (2) t t t S S Smin, ≤ ≤ max, (3)

(

)

       < ≤ < ≤ < ≤ < − + = − t max, t t , et arg t t , et arg t t t , firm 2 t , firm t t , hedge 1 t , hedge t t min, t 1 t t S S S se , Cidade _ Dem S S S se , Cidade _ Dem S S S se , Cidade _ Dem S S se , S I S ) Cidade ( R α α (4)

(

)

       < ≤ < ≤ < ≤ < − − + = − t max, t t , et arg t t , et arg t t t , firm 4 t , firm t t , hedge 3 t , hedge t t t min, t 1 t t S S S se , ica log Eco _ Dem S S S se , ica log Eco _ Dem S S S se , ica log Eco _ Dem S S se , ) Cidade ( R S I S ) ica log Eco ( R α α (5) t max, t t t 1 t ,

t S I R (Ecologica) R (Cidade) S

Vv = + − − − (6)

Em que,

w1, w2: pesos atribuídos aos déficits das demandas ecológica e da cidade;

Rt (Ecologia): liberação do reservatório para atendimento da demanda ecológica;

Rt (Cidade): liberação do reservatório para atendimento da demanda da cidade;

Dem_Ecologica: demanda ecológica; Dem_Cidade: demanda da cidade;

St: volume armazenado no reservatório, no período de tempo t;

It: vazão afluente durante o período de tempo t;

Smin,t : volume mínimo armazenado no reservatório período de tempo t;

Smax,t : volume mínimo armazenado no reservatório período de tempo t;

Shedge,t : volume armazenado no reservatório a partir do qual é iniciado a redução de liberação

de água, no período de tempo t;

Starget,t : volume armazenado no reservatório a partir do qual é finalizada a redução de

liberação de água, no período de tempo t; Vvt : volume vertido pelo reservatório;

(15)

As equações (2) e (3) representam, respectivamente, a equação da continuidade do reservatório e os limites mínimos e máximos dos volumes do reservatório. A regra de operação proposta é introduzida nas equações de restrições (4) e (5). Além disso, para incorporar as demandas dos ecossistemas (Figura 5), podem ser incorporadas restrições aos fatores de redução (αs).

Outra hipótese é considerar as necessidades dos ecossistemas como valores individuais que devem ser atingidos, superados ou evitados. Isso pode acarretar não só um grande número de variáveis, como também a incorporação das demandas ambientais na forma de restrições.

A partir dos resultados da otimização, deve-se realizar a simulação do reservatório e verificar se as demanda dos ecossistemas estão sendo efetivamente atendidas, identificando e analisando os prováveis conflitos.

Cabe destacar que na definição de estratégias de re(operação) de reservatórios deve-se procurar resolver os conflitos com os usos de água já outorgados, podendo ser realizadas pesquisas para definir eventuais perdas, principalmente no setor energético.

5. CONCLUSÕES

Este artigo apresentou uma discussão sobre a definição de estratégias de re(operação) de reservatórios, por meio da incorporação das demandas dos ecossistemas aos algoritmos de otimização, de modo a facilitar uma melhor integração das necessidades humanas existentes e os requisitos de ecossistema em bacias hidrográficas.

Na determinação das novas regras operacionais devem ser consideradas as demandas ambientais, focando em vários aspectos do regime hidrológico e não apenas das vazões mínimas, por meio da definição de hidrogramas ecológicos. Entretanto, embora seja aconselhável a adoção de hidrogramas ecológicos, as dificuldades de elaboração de estudos para todas as bacias inviabilizam sua execução em curto-prazo (Souza et al., 2008).

Um dos maiores desafios está relacionado à história de uso da água no Brasil, tradicionalmente dominado pelo uso para geração de energia elétrica. Além disso, existem problemas relacionados à forma centralizada com que é realizado o planejamento da geração hidrelétrica brasileiro. Isto significa que propostas regionais de uso de água e liberações experimentais de cheias induzidas pela operação de um reservatório individual, por exemplo, devem ser integradas no contexto da operação de todo o sistema elétrico nacional.

Cabe destacar que a incerteza científica vai existir nas relações funcionais entre as respostas ecológicas e a alteração de fluxo. Uma grande questão abordada por Okawa (2009) é se, após

(16)

sistema apenas pela restauração do regime de fluxos, fazendo-o semelhante ao regime natural. O hidrograma ecológico de fato existe por si só, ou está condicionado a vários outros fatores?

Além disso, a complexidade dos ecossistemas aquáticos parece indicar que o hidrograma ecológico também concentra esforços para favorecer determinadas espécies em detrimento de outras, seja pelo valor econômico da espécie, seja pela quantidade maior de estudos os quais geram maior conhecimento das interações dessa espécie com o sistema.

Também é importante reconhecer que mesmo o mais cuidadosamente projeto de estratégias de (re)operação pode requerer ajustes, se a implementação-piloto e o monitoramento sugerem a necessidade de fazê-lo. Em muitos casos, as características físicas das barragens e suas liberações limitam as possibilidade de restauração do fluxo natural. As modificações de infra-estrutura são comumente um componente necessário ou desejável de um projeto de re-operação da barragem. Os custos financeiros ou perturbação social, por exemplo, a desapropriação das habitações mais acima na várzea, necessários para restaurar os fluxos para os níveis desejados terão de ser contabilizados no design do projeto de (re)operação das barragens.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem o apoio do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET/MG e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG pela concessão de bolsa de iniciação científica.

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