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Reforma do Regime dos Recursos em Processo Civil. (Decreto-Lei n.º 303/2007, de 24 de Agosto)

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(1)

Reforma do Regime dos Recursos em

Processo Civil

(Decreto-Lei n.º 303/2007, de 24 de

Agosto)

(2)

Sumário

 Aplicação da lei no tempo e regime dos recursos em

legislação extravagante

 Simplificação do regime de resolução de conflitos

 Os objectivos da reforma dos recursos em processo civil

 Simplificação e celeridade processual  Racionalização no acesso ao STJ

 Maior uniformização de jurisprudência

(3)

Aplicação da lei no tempo

(arts. 8.º e 11.º do DL 303/2007)

 Entrada em vigor da nova lei: 1 de Janeiro de 2008.  O DL 303/2007 não é de aplicação imediata.

 O novo regime apenas se aplica aos processos entrados após 1 de Janeiro de 2008.

 Concretizações:

(4)

Ex. 1: se a parte recorreu para a Relação, o novo valor da alçada dos tribunais

de 1.ª instância (€ 5 000) não é aplicável.

Ex. 2: se a parte pretende recorrer para o STJ, as regras mais restritivas de

acesso ao Supremo (“dupla conforme”) não são aplicáveis.

• O novo regime também não se aplica aos processos que antes de 1 de Janeiro de 2008 já deram entrada nos tribunais de 1.ª instância:

Ex.: se acção já estiver proposta no dia 1 de Jan. de 2008, e se o valor da acção

o permitir, a causa poderá ser sucessivamente reapreciada pela Relação e pelo STJ, independentemente de a decisão da Relação confirmar ou não a decisão da 1.ª instância (“dupla conforme”).

(5)

 Excepção (“aplicação imediata”):

• Os artigos tendentes à

concretização da

tramitação electrónica dos processos (“processo

desmaterializado”) identificados no art. 11.º/2 do

DL 303/2007.

• A Portaria n.º 114/2008, de 6 de Fevereiro,

procede à regulamentação de alguns dos artigos

mencionados naquele preceito. Os remanescentes

aplicar-se-ão imediatamente aos processos

(6)

Regime dos recursos em legislação

extravagante

(art. 4.º do DL 303/2007)

 De forma a prevenir a subsistência do

sistema dualista baseado na dicotomia entre

“recurso de apelação”/“recurso de agravo”, o

art. 4.º do DL 303/2007 procede à unificação

dos recursos em legislação extravagante.

(7)

• As referências ao agravo interposto na primeira

instância entendem-se feitas ao recurso de

apelação;

• As referências ao agravo interposto na 2.ª

instância entendem-se feitas ao recurso de

revista;

• As referências à oposição de terceiro

entendem-se feitas ao recurso de revisão.

Regime dos recursos em legislação

extravagante

(8)

 Sem prejuízo das adaptações necessárias,

pretende-se ainda que o regime da legislação avulsa siga o

disposto no CPC, que constitui direito subsidiário.

Artigo 4.º/2 do DL 303/2007:

“Os recursos previstos nos números anteriores

seguem, em cada caso, o regime instituído pelo

Código de Processo Civil, sem prejuízo das

adaptações necessárias”.

Regime dos recursos em legislação

extravagante

(9)

 Em resumo… (Aplicação da lei no tempo e regime

dos recursos em legislação extravagante)

1 – O DL 303/2007 entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2008;

2 – O diploma não se aplica aos recursos pendentes nem aos processos

já entrados na 1.ª instância antes de 1 de Janeiro de 2008;

3 – Excepção: os artigos relativos à desmaterialização do

processo aplicam-se aos processos pendentes (Portaria n.º 114/2008, de 6 de Fevereiro);

4 – O regime da distribuição nos tribunais superiores mantém-se o

mesmo enquanto os respectivos preceitos não forem regulamentados;

(10)

 Em resumo… (Aplicação da lei no tempo e regime

dos recursos em legislação extravagante)

5 – Os recursos previstos em legislação extravagante

passam a seguir o disposto no CPC, deixando de

distinguir entre recurso de apelação e recurso de

agravo.

(11)

Simplificação do regime de resolução de conflitos de

jurisdição e de competência

 Pretende-se simplificar a resolução de uma questão previa ao litígio: a determinação do tribunal competente (arts. 115.º e ss.).

 Alterações fundamentais:

• A resolução do conflito (de jurisdição ou de competência) passa a estar cometida aos presidentes dos tribunais superiores e não às respectivas secções, pleno das secções ou ao plenário;

(12)

• O processo de resolução de conflitos tem natureza urgente (art. 117.º/2);

• A tramitação é simplificada: i) audição das partes, ii) vista ao Ministério Público, iii) decisão (arts. 117.º-A e 118.º).

• Competência do presidente do STJ:

i) Para conhecer dos conflitos de jurisdição cuja apreciação não pertença ao tribunal de conflitos (art. 43.º/3 da LOFTJ);

Simplificação do regime de resolução de

conflitos

(13)

ii) Para conhecer dos conflitos de competência cuja apreciação competia anteriormente às secções, ao pleno das secções ou ao plenário (art. 43.º/3, als. a) a e) da LOFTJ).

• Competência do presidente da Relação:

- Para conhecer dos conflitos de competência cuja apreciação competia anteriormente às secções (art. 59.º/2 da LOFTJ).

Simplificação do regime de resolução de

conflitos

(14)

• Em resumo… (Simplificação do regime de resolução

de conflitos)

1 – A resolução dos conflitos de jurisdição e de competência passa a ser competência do presidente dos tribunais superiores;

2 – A existência de um conflito de competência pode ser suscitada pelo tribunal mesmo quando as partes o não invoquem;

3 – O processo de resolução de conflitos tem natureza urgente;

4 – A tramitação do processo de resolução de conflitos é simplificada.

(15)

Objectivos da reforma dos recursos em processo civil

Simplificação e celeridade processual

 O art. 691.º (Recurso de apelação) procede a três alterações fundamentais:

1) Equiparação, para efeitos recursórios, das decisões que põem termo ao processo, sejam estas decisões de mérito ou de forma (art. 691.º/1);

2) Adopção de um regime monista de recursos, com supressão do recurso de agravo e reformulação do recurso de apelação (art. 691.º/ 1 e 2);

3) Introdução da regra de impugnação de decisões interlocutórias com o recurso que vier a ser interposto da decisão final (art. 691.º/3).

(16)

1) Equiparação, para efeitos recursórios, das decisões que

põem termo ao processo, sejam estas de mérito ou de

forma:

Artigo 691.º/1

“Da decisão do tribunal de 1.ª instância que ponha termo ao processo cabe recurso de apelação”.

Ex. 1: Tribunal condena o Réu no pagamento da quantia

peticionada pelo autor.

Ex. 2: Recurso do despacho que confirme o não recebimento da

petição inicial.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(17)

• Regime de recorribilidade:

Decisão imediatamente recorrível (“nada há por que esperar” - o processo terminou).

• Prazo para a interposição de recurso:

30 dias contados a partir da notificação da decisão do tribunal (art. 685.º/1).

A estes 30 dias poderão acrescer 10 dias se o recurso tiver por objecto a reapreciação da prova gravada (art. 685.º/7).

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(18)

• Modo de subida:

Expedição do recurso (“subida”) nos próprios autos

(art. 691.º-A/1/a).

• Efeito da interposição do recurso:

Por regra, o recurso não suspende a possibilidade

de o Autor executar a decisão – efeito meramente

devolutivo (art. 692.º/1 e 4).

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(19)

2) Adopção de um regime monista de recursos, com

supressão do recurso de agravo (art. 691.º/ 1 e 2):

Artigo 691.º/2

“Cabe ainda recurso de apelação das seguintes decisões do tribunal de 1.ª instância: a) Decisão que aprecie o impedimento do juiz;

b) Decisão que aprecie a competência do tribunal; c) Decisão que aplique multa;

d) Decisão que condene no cumprimento de obrigação pecuniária; e) Decisão que ordene o cancelamento de qualquer registo;

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(20)

Artigo 691.º/2 (cont.)

f) Decisão que ordene a suspensão da instância; g) Decisão proferida depois da decisão final;

h) Despacho saneador que, sem pôr termo ao processo, decida do mérito da causa; i) Despacho de admissão ou rejeição de meios de prova;

j) Despacho que não admita o incidente ou que lhe ponha termo;

l) Despacho que se pronuncie quanto à concessão da providência cautelar, determine o seu levantamento ou indefira liminarmente o respectivo requerimento;

m) Decisões cuja impugnação com o recurso da decisão final seria absolutamente inútil; n) Nos demais casos expressamente previstos na lei”.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(21)

• Regime de Recorribilidade:

A decisão é imediatamente recorrível.

• Prazo para a interposição de recurso:

15 dias, salvo no caso previsto na alínea h)

(art. 691.º/5).

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(22)

• Modo de subida:

Por regra, o recurso “sobe” separadamente do

processo, que permanece no tribunal “a quo” (arts.

691.º-A/2 e 691.º-A/1, als. b), c) e d)).

• Efeito da interposição do recurso:

Por regra, efeito meramente devolutivo, salvo nos

casos identificados no art. 692.º/3.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(23)

 Em especial, a alínea d) do n.º 2 do art. 691.º:

• “Decisão que condene no cumprimento de obrigação

pecuniária”.

• O artigo 692.º/3/e) atribui efeito suspensivo ao

recurso interposto das decisões previstas na alínea

d) do art. 692.º, não se incentivando, contudo, o

recurso por parte dos devedores.

• A alínea d) insere-se no n.º 2 do art. 691.º que, por

oposição ao n.º 1, apenas cura de decisões

interlocutórias e não de decisões finais.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(24)

Ex: se o tribunal de 1.ª instância, condena o réu, na

sentença, no pagamento de 1000 €, a parte vencida

pode recorrer dessa decisão, mas, como se trata do

recurso de uma decisão final, o efeito do recurso é

meramente devolutivo.

O recurso de uma decisão final (no caso, de mérito)

que condene o réu no pagamento de certo valor

não recai em nenhum dos casos em que

excepcionalmente o recurso tem efeito suspensivo –

art. 692.º, n.º 3.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(25)

3) Impugnação de decisões interlocutórias com o recurso

que vier a ser interposto da decisão final:

Artigo 691.º/3

“As restantes decisões proferidas pelo tribunal de 1.ª instância podem ser impugnadas no recurso que venha a ser interposto da decisão final ou do despacho previsto na alínea l) do n.º 2”.

Ex: O despacho que admite o incidente.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(26)

 Regime de recorribilidade:

As decisões previstas no n.º 3 do art. 691.º não são

imediatamente recorríveis – o recurso deve esperar

pela decisão final.



Prazo para a interposição de recurso:

• 30 dias.

• O recurso das decisões interlocutórias previstas

no art. 691.º/3 é realizado conjuntamente com o

recurso das decisões finais.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(27)

Modo de subida:

O recurso destas decisões acompanha o recurso das

decisões finais, por isso, a subida é nos próprios autos.

Efeito da interposição do recurso:

Por regra, efeito meramente devolutivo.

(Ou seja, mesmo nos casos em que o recurso da

decisão final tenha efeito suspensivo, esse efeito

parece não se comunicar à decisão interlocutória

impugnada conjuntamente com a decisão final).

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(28)

Não havendo recurso da decisão final:

Artigo 691.º/4

Se não houver recurso da decisão final, as decisões

interlocutórias que tenham interesse para o apelante independentemente daquela decisão podem ser impugnadas num recurso único, a interpor após o trânsito da referida decisão”.

Ex: se a parte ficou satisfeita com a decisão final, mas é prejudicada com

uma decisão interlocutória diversa das previstas no art. 691/2, pode interpor recurso após o trânsito em julgado da decisão final.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(29)

 Prazo para a interposição de recurso:

• 15 dias após o termo do prazo de 30 dias para interposição de recurso da decisão final (art. 691.º/4).

• Qualificação: possível recurso extraordinário inominado.

 Modo de subida:

O recurso sobe em separado do processo, que permanece no tribunal “a quo” (art. 691.º-A/2).

 Efeito da interposição do recurso:

Efeito meramente devolutivo (art. 692.º/1).

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(30)

 Unificação dos actos de interposição de recurso e de

apresentação de alegações (arts. 684.º-B/1 e 2 e

685.º-C/1 e 3):

 O requerimento de interposição de recurso é

obrigatoriamente acompanhado das alegações.

 Não existe qualquer prazo autónomo para a

apresentação das alegações.

 Desincentivam-se

eventuais

recursos

menos

ponderados.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(31)

 Deixam de existir dois despachos (o

despacho de admissão de recurso e o

despacho de subida do recurso) passando a

existir um único despacho (art. 685.º-C/1).

 A dicotomia estabelecida entre “efeitos da

interposição do recurso” e “efeitos da subida

do recurso” é menos vincada.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(32)

 Segue-se a solução já estabelecida no Código de

Processo Penal (CPP), no Código de Processo do

Trabalho (CPT) e no Código de Processo nos

Tribunais Administrativos (CPTA):

• Artigo 411.º/3 CPP;

• Artigo 81.º/1 do CPT;

• Artigo 144.º/2 CPTA.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(33)

 Revisão do regime de arguição de vícios e reforma da

sentença (art. 669.º):

 O pedido de aclaração da sentença e o pedido de reforma da sentença quanto a custa e multas passam a ser realizados nas alegações de recurso (art. 669.º/1 e 3);

 O pedido de reforma da sentença fundado em manifesto lapso do juiz (p. ex., fundado no erro na determinação da norma aplicável) só é admissível quando a causa não admita recurso. Se o recurso for admissível, o juiz “a quo” não pode reapreciar a decisão anteriormente proferida (art. 669.º/2).

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(34)

 Simplificação do regime de vistos aos juízes - adjuntos (art.

707.º):

 Os vistos dos juízes-adjuntos passam a ter lugar após a entrega do projecto de acórdão, quando já existe uma proposta de solução (art. 707.º/2);

 As vistas são simultâneas e não sucessivas, através de meios electrónicos (art. 707.º/2);

 O prazo de vista é reduzido de 15 para 5 dias (art. 707.º/2);

 O processo é inscrito em tabela para ser agendado na próxima sessão do julgamento decorrido que seja o prazo de 30 dias para o relator elaborar o acórdão (art. 709.º/1).

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Simplificação e celeridade

(35)

 Em resumo… (Simplificação e celeridade)

1 – As decisões que põem termo ao processo passam a dispor do

mesmo regime, não se distinguindo entre decisões de mérito e decisões de forma;

2 – Abandona-se o sistema dualista, suprimindo-se o recurso de agravo,

que é integrado no recurso de apelação (monismo recursório);

3 – As decisões interlocutórias que não recaiam no art. 691.º/2 são

impugnadas conjuntamente com o recurso da decisão final;

4 – Quando não houver recurso da decisão final, as decisões

interlocutórias podem ser impugnadas após o trânsito em julgado da decisão final.

(36)

 Em resumo… (Simplificação e celeridade)

5 – O requerimento de interposição de recurso deve ser acompanhado

das respectivas alegações.

6 – Os pedidos de aclaração da sentença e de reforma da sentença

quanto a custas e multas passam a ser feitos nas alegações de recurso, deixando de ser possível requerer a reforma da sentença por manifesto lapso do juiz quando a causa admita recurso.

7 – O regime de vistos aos juízes-adjuntos processa-se

(37)

Objectivos da reforma dos recursos em processo civil

Racionalização no acesso ao STJ

 Alteração do valor das alçadas (art. 5.º do DL 303/2007):

 Actualização do valor das alçadas dos tribunais da Relação:

• De € 14 963,94 para € 30 000.

• Actualização superior à correcção monetária (€ 20 691, 44) de forma a reservar o STJ para os casos com expressão económica mais relevante.

(38)

 Actualização do valor das alçadas dos tribunais de 1.ª

instância:

• De € 3 740,98 para € 5 000.

• A fixação da alçada da 1.ª instância num valor

abaixo do que resultaria da inflação (€ 8 276,58)

pretende assegurar o direito de as partes

requererem a reapreciação da decisão da 1.ª

instância (duplo grau de jurisdição).

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Racionalização no acesso ao STJ

(39)

 Fixação do valor da causa pelo juiz (art. 315.º):

 De forma a evitar um aumento injustificado do

valor da causa na PI, frustrando o aumento

do valor das alçadas, a fixação do valor da

causa passa a estar cometida ao juiz.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Racionalização no acesso ao STJ

(40)

 Sem prejuízo da indicação pela parte na PI, o juiz fixa

obrigatoriamente o valor da causa num dos seguintes

actos processuais:

• No despacho saneador (art. 315.º/2/1.ª parte);

• Na sentença – nos processos identificados no art. 308.º/3 e naqueles em que não haja lugar a despacho saneador;

• No despacho de admissão do recurso – se antes do valor da causa ser fixado em algum dos actos anteriores for interposto recurso.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Racionalização no acesso ao STJ

(41)

 A “Dupla conforme” e a Revista Excepcional (arts. 721.º e

721.º-A):

 Actualmente a parte pode recorrer até ao STJ (Recurso de Revista) mesmo no caso de existirem duas decisões convergentes: a decisão do tribunal de 1.ª instância e a decisão da Relação.

 Nestes casos, justifica-se racionalizar a possibilidade de recurso ao STJ:

Artigo 721.º/3 (“Dupla conforme”):

“Não é admitida revista do acórdão da Relação que confirme, sem voto de vencido e ainda que por diferente fundamento, a decisão proferida

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Racionalização no acesso ao STJ

(42)

 Excepção: Revista Excepcional (art. 721.º-A/1):

• Quando esteja em causa uma questão cuja apreciação, pela sua relevância jurídica, seja claramente necessária para uma melhor aplicação do direito;

• Quando estejam em causa interesses de particular relevância social;

• Quando o acórdão da Relação esteja em contradição com outro, já transitado em julgado, proferido por qualquer Relação ou pelo Supremo Tribunal de Justiça, no domínio da mesma legislação e sobre a mesma questão fundamental de direito, salvo se tiver sido proferido acórdão de uniformização de jurisprudência com ele conforme.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Racionalização no acesso ao STJ

(43)

 Utilização de conceitos indeterminados, à

semelhança do art. 150.º do CPTA.

 A decisão quanto à

existência dos

pressupostos que condicionam a Revista

Excepcional deve ser objecto de apreciação

preliminar sumária, a cargo de três juízes

escolhidos anualmente pelo presidente do

STJ de entre os mais antigos das secções

cíveis.

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Racionalização no acesso ao STJ

(44)

 Em resumo… (Racionalização no acesso ao STJ)

1 – A alçada do tribunal da Relação é actualizado de € 14 963,94 para €

30 000;

2 – A alçada dos tribunais de 1.ª instância é actualizada de € 3 740

para € 5 000;

3 – O valor da causa passa a ser fixado pelo juiz, o que não

prejudica o dever de a parte fazer a sua indicação na petição inicial;

4 – Se a Relação decidir no mesmo sentido que o tribunal de 1.ª

instância não é possível recorrer para o STJ (“dupla conforme”), excepto em casos particulares (Revista Excepcional).

(45)

Objectivos da reforma dos recursos em processo civil

Maior uniformização de jurisprudência

 Recurso extraordinário para uniformização de jurisprudência (arts. 763.º e ss.):

 A função do STJ enquanto órgão de uniformização de jurisprudência deve ser reforçada, possibilitando-se assim, a prazo, um maior número de Acórdãos de Uniformização de Jurisprudência (AUJ).

 As partes passam a dispor de um recurso extraordinário, nos casos em que o Supremo, em secção, proferir acórdão contraditório com outro anteriormente proferido, no domínio da mesma legislação e sobre a mesma questão de direito.

(46)

 O recurso extraordinário não é admitido se o acórdão recorrido estiver de acordo com jurisprudência uniformizada do STJ.

 Julgamento ampliado de revista (art. 732.º-A):

 Prosseguindo o objectivo de uniformização de jurisprudência, estabelece-se igualmente o dever de o relator e de os adjuntos proporem obrigatoriamente o julgamento ampliado de revista quando se verifique a possibilidade de vencimento de uma solução jurídica contrária a jurisprudência uniformizada do STJ (art. 732.º-A/3).

Objectivos da Reforma dos Recursos:

Maior uniformização da jurisprudência

(47)

 Em resumo… (Maior uniformização da jurisprudência)

1 – Excepcionalmente, as partes podem recorrer das decisões do

STJ quando este proferir acórdão contraditório com outro anteriormente proferido (recurso para uniformização de jurisprudência);

2 – O julgamento ampliado de revista deverá ser obrigatoriamente

proposto pelo relator e pelos adjuntos quando existir possibilidade de a decisão do Supremo ser contrária a jurisprudência uniformizada.

(48)

Outras alterações ao regime dos recursos

 Impugnação da decisão sobre matéria de facto (art. 685.º-B):

 Quando as partes pretendam impugnar a decisão sobre a matéria de facto e seja possível a identificação precisa e separada dos depoimentos nos termos do n.º 2 do art. 522.º-C, o recorrente deve indicar com exactidão as passagens da gravação em que se funda.

 É abandonada a possibilidade de transcrição dos depoimentos por entidades externas ao tribunal.

(49)

 Reforço dos mecanismos de defesa contra demoras abusivas

(art. 720.º):

 Quando a parte suscite incidentes reputados dilatórios, se esses incidentes visarem impedir o trânsito em julgado da decisão, procede-se à extracção de traslado, prosseguindo os autos os seus termos no tribunal recorrido.

 A decisão impugnada através de incidente infundado não obsta ao trânsito em julgado e a decisão a proferir no traslado só será decretada depois de, contadas as custas a final, o requerente as ter pago, bem como todas as multas e indemnizações fixadas pelo tribunal.

(50)

 Clarificação dos pressupostos de admissibilidade do recurso

“per saltum” (art. 725.º):

 Os pressupostos do valor da causa (superior à alçada da Relação) e da sucumbência (metade da alçada da Relação) são cumulativos e não alternativos.

 Possibilidade de alegações orais no STJ, se o relator assim o

entender ou a requerimento fundamentado das partes (art.

727.º-A).

(51)

 Introdução de um novo fundamento para o recurso

extraordinário de revisão (art. 771.º/f)):

 Permitir o recurso quando uma decisão interna transitada em julgado seja inconciliável com decisão definitiva de uma instância internacional de recurso vinculativa para o Estado português, designadamente a Convenção Europeia dos Direitos do Homem.

(52)

 Em resumo… (Outras alterações ao regime dos recursos)

1 – Aquando da impugnação da decisão sobre a matéria de facto,

o recorrente deve indicar com exactidão as passagens da gravação em que se funda;

2 – Os mecanismos de defesa contra incidentes dilatórios são

reforçados;

3 – Explicita-se que os pressupostos de admissibilidade do

(53)

 Em resumo… (Outras alterações ao regime dos recursos)

4 – Prevê-se a possibilidade de alegações orais no STJ, caso o

relator as entenda necessárias ou as partes o requeiram fundamentadamente;

5 – É introduzido um novo fundamento para o recurso

extraordinário de revisão quando uma decisão interna transitada em julgado seja inconciliável com decisão definitiva de uma instância internacional de recurso vinculativa para o Estado português.

(54)

Síntese conclusiva

 O DL 303/2007 apenas se aplica aos processos entrados após 1 de Janeiro de 2008, pondo termo à distinção entre recurso de apelação e recurso de agravo no CPC e na legislação extravagante;

 O DL 303/2007 prossegue o objectivo do “processo desmaterializado”, a concretizar mediante portaria;

 O processo de resolução de conflitos de jurisdição e de competência é simplificado;

 As alterações e inovações apresentadas prosseguem os objectivos de Simplificação e celeridade processuais, de Racionalização no acesso ao STJ e de Maior uniformização de jurisprudência.

Referências

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