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Produção de cerveja utilizando cevada e maltose de milho como adjunto de malte: análises físico-química, sensorial e isotópica

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Academic year: 2021

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Autor Correspondente | Corresponding Author Recebido | Received: 14/05/2007 Aprovado | Approved: 20/10/2008

Resumo

O objetivo do presente trabalho foi produzir cervejas utilizando cevada como adjunto de malte e compará-las, quanto às características físico-químicas e sensoriais, com cerveja padrão produzida com 60% de malte e 40% de maltose de milho. Além disso, verificou-se a possibilidade de quantificar cada uma das matérias-primas (malte, cevada e maltose de milho) empregadas na fabricação das bebidas pela metodologia de isótopos estáveis dos elementos químicos carbono (13C) e nitrogênio (15N). Foram produzidas cervejas do tipo Pilsen, com diferentes quantidades de malte e cevada, porém foi fixada a proporção de maltose de milho. O mosto foi inoculado com levedura cervejeira de baixa fermentação. A fermentação transcorreu a 10 °C e foi acompanhada com medições diárias até o valor de 1°Brix acima da atenuação limite. Quando atingiu esse valor, a cerveja foi engarrafada manualmente e levada ao freezer à temperatura de 0 °C por 15 dias, para que ocorresse a maturação. A carbonatação ocorreu na própria garrafa, através da fermentação do açúcar residual presente na cerveja, por ação de leveduras remanescentes. No 16º dia, iniciaram-se as análises. Verificou-se que, com a utilização crescente de cevada como adjunto de malte na formulação da cerveja, houve queda na intensidade da cor da bebida e a aceitabilidade foi menor. Com a utilização da metodologia dos isótopos estáveis dos elementos químicos carbono (13C) e nitrogênio (15N), foi possível identificar e quantificar as fontes de carbono C3 e C4 utilizados na fabricação das bebidas. Este método não permitiu a identificação da cevada em relação ao malte.

Palavras-chave: Bebida; Fermentação; Qualidade; Isótopos; Fraude. Summary

The aim of this work was to produce beers using barley as a malt adjunct, and compare them with standard beers produced with malt (60%) and corn maltose (40%) with respect to their physicochemical and sensory characteristics. In addition, the possibility of quantifying each raw material (malt, barley and corn maltose) used in the beer production by way of carbon (13C) and nitrogen (15N) isotopic analyses was checked. Pilsen beers were produced with different amounts of malt and barley, but the proportion of corn maltose was fixed. The wort was inoculated with bottom yeast. Fermentation occurred at 10 °C and was followed by daily measurements until a value of 1 °Brix above the attenuation limit. When it reached this value, the beer was bottled manually and placed in a freezer at 0 °C for 15 days to mature. Beer carbonation occurred in the bottle by fermentation of the residual sugar by the action of remaining yeast cells. The beers were analysed as from the 16th day. It was shown that as the amount of barley used as a malt adjunct in the beer formulation increased, so the colour intensity and acceptability decreased. The use of the carbon (13C) and nitrogen (15N) isotopic analyses allowed for the identification and quantification of the C3 and C4 carbon sources used in the beer production, but did not allow for the identification of barley in relation to malt.

Key words: Beverage; Fermentation; Quality; Isotopes; Adulteration.

Beer production using barley and corn maltose as malt adjuncts:

physicochemical, sensory and isotopic analyses

Autores | Authors

Roberto Abdallah CURI Universidade Estadual Paulista (UNESP) Faculdade de Ciências Agronômicas Departamento de Gestão e Tecnologia

Agroindustrial e-mail: robcuri@lpnet.com.br

Waldemar Gastoni VENTURINI FILHO Universidade Estadual Paulista (UNESP) Faculdade de Ciências Agronômicas Departamento de Gestão e Tecnologia

Agroindustrial Caixa Postal: 237 CEP: 18610-307 Botucatu/SP - Brasil e-mail: venturini@fca.unesp.br Carlos DUCATTI Universidade Estadual Paulista (UNESP) Instituto de Biociências de Botucatu Centro de Isótopos Estáveis Ambientais e-mail: ducatti@ibb.unesp.br

Toshio NOJIMOTO Universidade Estadual Paulista (UNESP) Faculdade de Ciências Agronômicas Departamento de Gestão e Tecnologia

Agroindustrial e-mail: toshio@fca.unesp.br

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essa proporção. Isso pode ser uma importante ferramenta no combate a possíveis fraudes.

O objetivo do presente trabalho foi produzir cervejas utilizando cevada como adjunto de malte e compará-las, quanto às características físico-químicas e sensoriais, com a cerveja padrão produzida com 60% de malte e 40% de maltose de milho.

Verificou-se, também, a possibilidade de quantificar cada uma das matérias-primas (malte, cevada e maltose de milho) empregadas na fabricação das bebidas, utili-zando a metodologia de isótopos estáveis dos elementos químicos carbono (13C) e nitrogênio (15N).

Material e métodos 2

A fabricação das cervejas e as análises físico-químicas e sensoriais foram realizadas no Laboratório de Bebidas, da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA). A análise isotópica foi realizada no Centro de Isótopos Estáveis Ambientais do Instituto de Biociências (IB), todos pertencentes à UNESP, Campus de Botucatu.

2.1 Material

2.1.1 Produção da cerveja

As matérias-primas utilizadas na produção da cerveja foram: • Água, da rede pública filtrada em dois filtros de carvão ativo; • Malte, doado pela Malteria do Vale S/A, em sacos de 50 kg; • Cevada, doada pela Malteria do Vale S/A, em sacos de 50 kg; • Maltose de milho em pó (MOR-REX 1557), doada por Corn Products International, em sacos de 25 kg;

• Lúpulo, na forma de péletes, adquirido em cervejaria industrial.

Como fermento cervejeiro, foi utilizada levedura de baixa fermentação, coletada em fermentadores industriais contendo cerveja em processo de maturação.

2.2 Métodos

2.2.1 Planejamento experimental

Os ensaios de produção de cerveja foram feitos com quatro tratamentos (Tabela 1), distribuídos em três blocos (semanas diferentes de fabricação), sendo duas repetições nas análises físico-químicas e trinta nas análises sensoriais.

Introdução 1

A legislação brasileira (BRASIL, 1997) define cerveja como sendo a bebida obtida pela fermentação alcoólica de mosto oriundo de malte de cevada e água potável, por ação de levedura, com adição de lúpulo. Parte do malte de cevada poderá ser substituída por adjuntos (cevada, arroz, trigo, centeio, milho, aveia e sorgo, todos integrais, em flocos ou a sua parte amilácea) e por carboidratos de origem vegetal, transformados ou não.

Ainda, segundo a legislação brasileira (BRASIL, 1997), quanto à proporção de malte na formulação, as cervejas podem ser classificadas em: a) puro malte, aquela que possuir 100% de malte de cevada, em peso, na base do extrato primitivo, como fonte de açúcares; b) cerveja, aquela que possuir proporção de malte de cevada maior ou igual a 50%, em peso, na base do extrato primitivo, como fonte de açúcares; c) cerveja com o nome do vegetal predominante, aquela que possuir proporção de malte de cevada maior do que 20% e menor que 50%, em peso, na base do extrato primitivo, como fonte de açúcares.

Na fabricação das cervejas, podem ser adicionados adjuntos que são definidos como matérias-primas ricas em carboidratos que substituem parcialmente o malte, desde que permitidos por lei. São utilizados, principal-mente, por razões econômicas, pois apresentam menor custo na produção de extrato em relação ao malte e, além disso, melhoram a qualidade físico-química e sensorial da cerveja acabada (VENTURINI FILHO, 2000).

Os adjuntos são classificados em amiláceos e açucarados, conforme o tipo de carboidrato que predo-mina em sua composição. Os exemplos mais comuns de adjuntos amiláceos são o arroz, o milho, a cevada, o trigo e o sorgo, enquanto que a maltose (oriunda princi-palmente do milho) é um exemplo de adjunto açucarado (VENTURINI FILHO, 2000).

Algumas cervejarias usam uma mistura de malte e cevada não maltada para fabricação de cerveja. Com menos de 30% de cevada, as enzimas do malte podem ser suficientes para degradar o amido e a proteína durante o processo de mosturação (HOUGH, 1991). Segundo Stewart (1995), a cevada não maltada pode substituir o malte em até 50%, exigindo o emprego de enzimas comerciais, além de diferente programação de tempo e temperatura de mosturação.

Análises convencionais realizadas em cerveja não quantificam a proporção de malte e de adjuntos empre-gados na sua formulação, dificultando a fiscalização e detecção de produtos fora dos padrões de identidade e qualidade exigidos por lei. A utilização da metodologia de isótopos estáveis dos elementos químicos carbono (13C) e nitrogênio (15N) permite quantificar, em alguns casos,

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construída em aço inoxidável, encamisada e com sistema de aquecimento e isolamento térmico, por 60 min, sendo que, logo no início, introduziu-se a maltose de milho em pó e, após 30 min, o lúpulo em péletes. Terminada a fervura, realizou-se o whirlpool, durante 5 min. Após esse período, ocorreu repouso de mais 60 min para a retirada do trub, por decantação.

O mosto clarificado foi, então, transferido para o fermentador, provido de controlador e indicador de temperatura e, neste, resfriado à temperatura de 10 °C, em aproximadamente 4 h. Quando o mosto atingiu essa temperatura, seu teor de extrato foi corrigido para 12 °Brix, através de adição de água. Posteriormente, o mosto foi inoculado com levedura cervejeira (centrifu-gada) na proporção de 1% m/m e iniciou-se o processo de fermentação.

Logo após o seu preparo, 100 mL de mosto (12 °Brix) foi inoculado com aproximadamente 10 g de fermento cervejeiro centrifugado e colocado para fermentar em temperatura ambiente até a estabilização do teor de extrato (atenuação limite).

A fermentação foi acompanhada com medições diárias até o valor de 1 °Brix acima da atenuação limite. Quando atingiu esse valor, a cerveja foi engarrafada manualmente em garrafas com capacidade de 600 mL, que foram levadas ao freezer à temperatura de 0 °C por 15 dias, para que ocorresse a maturação. A carbona-tação ocorreu na própria garrafa, através da fermencarbona-tação do açúcar residual presente na cerveja, por ação de leveduras remanescentes. No 16º dia, iniciaram-se as análises.

Nos tratamentos (2, 3 e 4) em que a cevada foi usada como adjunto, a mosturação foi realizada pelo processo de infusão de duas massas, conforme a Figura 2.

2.2.2 Elaboração das cervejas

As quantidades de malte, cevada e maltose de milho em pó utilizadas na produção das cervejas estão apresentadas na Tabela 1. Foram utilizados, ainda, 32 kg de água em cada fabricação. Sendo 12 kg na mosturação e 20 kg para a lavagem do bagaço (torta de filtro).

O malte utilizado nos quatro tratamentos foi tritu-rado em moinho de dois rolos, a seco. Para a fabricação das cervejas do tratamento 1, foi adicionada água ao malte moído e mosturado em tanque de aço inoxidável, provido de agitador, aquecimento, controlador e indicador de temperatura e isolamento térmico, pelo processo de infusão, conforme a Figura 1.

Com o término do processo de mosturação, realizou-se o teste do iodo, para confirmação da sacarifi-cação do amido. O mosto foi, então, separado do bagaço de malte através de filtração convencional sob pressão atmosférica, na mesma tina de mosturação, equipada, também, com fundo falso ranhurado, usando o próprio bagaço de malte (torta) como elemento filtrante. Após a filtração do mosto primário, a torta foi lavada com água à temperatura de 80 °C, em três etapas de 20 min cada, obtendo, assim, o mosto secundário. A mistura do primário com o secundário resultou no mosto misto. Com o final da filtração, o mosto misto foi fervido em equipa-mento denominado fervedor de mosto ou tina de fervura,

Tabela 1. Quantidade de malte, cevada e maltose de milho em pó utilizada na fabricação das cervejas.

Tratamento Malte Cevada Maltose de

milho (kg) (%) (kg) (%) (kg) (%) T1 2,4 60 0,0 0,0 1,6 40 T2 2,0 50 0,4 10 1,6 40 T3 1,6 40 0,8 20 1,6 40 T4 1,2 30 1,2 30 1,6 40 Figura 1. Relação de tempo e temperatura na mosturação pelo processo de infusão para as cervejas do tratamento 1.

Tempo (min) Temperatura (°C) 100 75 50 25 0 0 25 30 min 40 °C 1 °C/min 70 °C 80 °C 30 min 50 75 100 125 Figura 2. Relação de tempo e temperatura na mosturação pelo processo de infusão de duas massas para a produção das cervejas dos tratamentos 2, 3 e 4.

Tempo (min) 0 25 Temperatura (°C) 50 75 100 30 30 min 1 °C/min 1 °C/min 30 min 40 °C 30 min 30 min 70 °C 80 °C Ebulição 38 °C 60 90 120 150 180 210

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metria) e teor de extrato (densimetria), conforme EBC (1987). Na maltose de milho em pó, foram realizadas as determinações de umidade (gravimetria), teor de extrato (densimetria), odor (olfato) e pH (potenciometria) EBC (1987).

No mosto, foram analisados o teor de extrato (densimetria), pH (potenciometria), cor (espectrofoto-metria, 430 nm), fermentabilidade [F = (12 - teor extrato fermentado/12) x 100] e amargor (extração de subs-tâncias amargas com iso-octano e espectrofotometria, 275 nm), segundo EBC (1987) e acidez total (titulometria com soda 0,1 N), de acordo com ASBC (1958).

As análises realizadas nas cervejas foram: extrato aparente (densimetria); extrato real (densimetria), fermen-tabilidade aparente [FA = (12 – teor extrato aparente/12) x 100], fermentabilidade real [FR = (12 – teor extrato real/12) x 100], álcool (método da destilação e densi-metria), pH (potenciodensi-metria), cor (espectrofotometria, 430 nm) e amargor (extração de substâncias amargas com iso-octano e espectrofotometria, 275 nm), conforme EBC (1987), acidez total (titulometria com soda 0,1 N) e CO2 (tabela pressão-temperatura e correção do volume de ar com soda), de acordo com ASBC (1958), espuma (tempo de colapso), através de De Clerk (1958) e turbidez (nefelometria com suspensão de formazina), de acordo com EBC (1987).

2.2.5 Análise sensorial

A análise sensorial das cervejas foi realizada em cabinas apropriadas, sob luz branca, longe de ruídos e de odores. Foi aplicado o teste de aceitação global (escala hedônica estruturada), com pontos variando de um (1 = desgostei extremamente) a nove (9 = gostei extremamente), de acordo com Stone e Sidel (1985). O painel sensorial foi composto por 30 provadores de ambos os sexos. As amostras (codificadas com 3 dígitos) foram servidas em copo de vidro e estavam à temperatura de 5 °C.

2.2.6 Análise estatística

Para a análise sensorial, foram recrutados trinta provadores que não foram necessariamente os mesmos nos três blocos (trinta repetições por bloco e trata-mento).

O efeito de tratamento, para cada variável, foi estu-dado utilizando-se Análise de Variância para experimento em blocos, (Tabela 2) com repetição (trinta no caso das variáveis sensoriais e duas no caso das variáveis físico-químicas) conforme Vieira e Hoffman (1989).

Em todas as análises (sensorial e físico-química), foram calculadas as estatísticas F e p para verificar efeito de tratamento. As médias dos tratamentos foram compa-radas pelo teste de Tukey.

Foram utilizados dois tanques para a produção do mosto cervejeiro. No tanque denominado “cozedor de cereal”, ocorreu a adição de pequena quantidade de malte moído (10% em relação à massa do adjunto) em água a 38 °C, permanecendo em maceração durante 30 min. Em seguida, adicionou-se a cevada e elevou-se a temperatura da massa até a ebulição, que foi mantida por mais 30 min. Após o período de fervura, essa mistura (adjunto/malte/água) foi transferida para a tina de mosturação, onde estava a massa principal de malte, e mosturada como descrito anteriormente.

2.2.3 Produção dos padrões de referência da análise isotópica

O padrão de malte foi produzido utilizando-se 50 g de malte previamente moído, ao qual foram adicionados 200 g de água destilada a 40 °C. A mistura permaneceu em repouso por 30 min e, posteriormente, elevou-se a temperatura à taxa aproximada de 1 °C por minuto até atingir 70 °C. Neste momento, foram adicionados mais 100 g de água destilada (70 °C) à mistura, que perma-neceu em repouso por 60 min. Em seguida, elevou-se a temperatura a 80 °C e procedeu-se ao resfriamento da mistura à temperatura ambiente, num intervalo de 15 min. A filtração foi realizada em papel de filtro comum, para retirar o bagaço de malte. Em seguida, ferveu-se o mosto por 60 min, sendo que, a cada 15 min, completava-se o volume inicial com água destilada (EBC, 1987). A seguir, o teor de extrato foi corrigido para 12 °Brix e adicionou-se levedura cervejeira de baixa fermentação. A fermentação foi conduzida à temperatura de 10 °C, dando origem ao fermentado puro malte, que passou a ser considerado padrão de referência de fonte de carbono C3.

Como padrão de fonte de carbono C4, foi utilizada a maltose de milho diluída em água (12 °Brix). Esse mosto foi fermentado nas mesmas condições que o mosto de malte.

Os valores isotópicos (δ13C) do padrão de malte (C3) e do padrão de maltose de milho (C4) foram usados no cálculo da percentagem de carbono C3 e C4 nas cervejas.

2.2.4 Análise físico-química

No malte, foram realizadas as seguintes determina-ções: umidade (gravimetria), teor de extrato (sacarificação enzimática do amido do malte e densimetria), odor (olfato), fermentabilidade [F = (teor extrato mosto - teor extrato fermentado/teor extrato mosto) x 100], velocidade de sacarificação (tempo de sacarificação), velocidade de filtração (tempo de filtração), poder diastático (hidrólise enzimática de solução padrão de amido por enzimas do malte e quantificação de açúcares redutores por iodometria) e pH (potenciometria), de acordo com EBC (1987). Na cevada foram determinados umidade

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(gravi-Onde:

• δa = enriquecimento relativo (δ13C) das fontes de carbono no padrão de malte;

• δb = enriquecimento relativo (δ13C) das fontes de carbono no padrão de milho;

• δp = enriquecimento relativo (δ13C) do carbono no produto (cerveja); • A = proporção relativa das fontes de carbono do malte no produto; • B = proporção relativa das fontes de carbono do milho no produto; e • A + B = 1. Resultados e discussão 3

3.1 Análises das matérias-primas

As análises do malte e da cevada utilizados na fabri-cação das cervejas estão relacionadas na Tabela 3.

O teor de umidade do malte de 8,2% foi elevado se comparado às recomendações feitas na literatura. Isso pode ter ocorrido em função do transporte e armazena-mento. Almeida e Silva (2005) citam uma faixa de 4 a 6% e Hough (1991) recomenda de 4 a 5%. O valor de umidade da cevada de 11,1% está dentro da faixa descrita por Almeida e Silva (2005) entre 10 e 14%. Como o malte e a cevada utilizados neste trabalho foram armazenados em freezer a 0 °C, não sofreram decomposição microbiana e nem ataques de insetos.

As demais variáveis apresentadas na Tabela 3 apresentaram valores em concordância com Hough (1991), Reinold (1997), Sleiman (2002) e Venturini Filho (2000).

2.2.7 Análise dos isótopos estáveis de 13C e 15N

Nas matérias-primas, nas cervejas e nos fermen-tados padrões, foram realizadas análises dos isótopos estáveis de 13C e 15N. O malte e a cevada foram moídos em moinho criogênico, contendo nitrogênio líquido, durante cinco minutos, a fim de obter material homogêneo com granulometria semelhante a talco. A maltose de milho em pó não precisou ser moída, pois já tinha granulometria adequada.

Para análises dos valores isotópicos de δ13C, as cervejas e os fermentados padrões foram descarbona-tados em agitador rotativo (4 h), evitando, assim, que o CO2 produzido durante as fases de fermentação e matu-ração interferisse nas análises isotópicas. Para amostras líquidas, tomou-se uma alíquota de 1,1 μL, utilizando-se pipeta volumétrica e para amostras sólidas pesou-se 60 μg. Essas amostras foram colocadas em cápsulas de estanho contendo chromosorb. As cápsulas foram introduzidas em analisador elementar (EA 1108 – CHN

Fisons Elemental Analyzer), onde sofreram combustão

total a 1.020 °C, convertendo, assim, todo o carbono da amostra em CO2, que foi direcionado ao espectrômetro de massa de razão isotópica (IRMS - Delta S Finnigan

Mat) para a verificação dos valores de δ13C.

Para as análises dos valores isotópicos de δ15N, as amostras de cerveja foram desidratadas em estufa, com circulação de ar, à temperatura de 50 ºC, a fim de concentrar o nitrogênio. O peso das amostras foi de 700 μg. O CO2 gerado foi retido com carbosorb e a água foi retida com perclorato de magnésio. O N2 e óxidos de nitrogênio da amostra passaram por uma coluna de Ců a 650 °C, para a conversão completa em N2 e determinação dos valores de δ15N.

As matérias-primas e as cervejas foram analisadas em duplicata.

Para determinar a quantidade (%) de cada matéria-prima encontrada na cerveja, foi utilizada a Equação 1.

δa*A + δb*B = δp (1)

Tabela 2. Análise de variância dos resultados das análises físico-químicas e sensoriais de mosto e cerveja.

Causa de variação GL SQ QM F Tratamento 3 - QM tratamento QM trat./ QM res. Bloco 2 - - -Interação tratamento x bloco 6 - - -Resíduo 12 - QM resíduo -Total 23 - QM total -GL - graus de liberdade; SQ - soma de quadrados; QM - quadrado médio; para a análise sensorial de cerveja, GL resíduo = 348 e GL total = 359.

Tabela 3. Análise de malte, cevada e maltose de milho em pó usado na fabricação das cervejas.

Variáveis Malte Cevada Maltose de

milho Umidade(%) 8,2 11,1 3,4 Teor de extrato (%)a 81,9 82,1 96,6 Velocidade de sacarificação (min) 10-15 -

-Velocidade de filtração Normal -

-Odor Normal - Característico

Fermentabilidade aparente (%) 80,60 - -Fermentabilidade real (%) 65,29 - -Poder diastático (WK)a 243,00 - -pH 5,63 - 4,58b

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3.3 Análises físico-químicas das cervejas

Os resultados da análise físico-química das cervejas são mostrados nas Tabelas 6 e 7.

Com a utilização crescente de cevada na formu-lação, ocorreu redução na intensidade da cor das cervejas, pelos mesmos motivos descritos no item 3.2. Percebe-se, também, em todos os tratamentos, que a cor da cerveja foi menor que a do mosto. De acordo com De Clerk (1958), isto ocorre devido à eliminação de material corante na espuma durante o processo fermentativo, ação redutora da levedura sobre as moléculas oxidadas de tanino e redução dos valores de pH. Brasil (1997) classifica cervejas claras como sendo as que contêm até 20 unidades EBC. Portanto, as cervejas produzidas neste trabalho estão dentro desta classificação.

O teor de gás carbônico apresentou valores que não diferiram significativamente entre os tratamentos e mostraram-se acima das faixas propostas por Compton (1978) que variaram de 2,4 a 2,8 v/v e Swistowicz (1978) que foram de 2,55 a 2,75 v/v. No presente trabalho, o mais importante é o valor relativo de carbonatação do produto entre os tratamentos, já que uma possível diferença no nível de CO2 poderia ter interferido negativamente na análise sensorial das cervejas.

As demais variáveis apresentadas na Tabela 6 apresentaram valores em concordância com Compton (1978), Hardwick (1995), Reinold (1997), Sleiman (2002) e Venturini Filho (2000).

3.4 Análise sensorial das cervejas

Os resultados da análise sensorial das cervejas são mostrados nas Tabelas 8 e 9.

A cerveja de maior aceitação, caracterizada por média mais alta na prova sensorial, foi obtida no trata-mento 100% malte. Os tratatrata-mentos 2 e 3 obtiveram médias intermediárias e não diferiram entre si. A bebida de menor aceitação foi aquela produzida com a menor proporção de malte na formulação (30%).

De acordo com Bradee (1977), quantidades elevadas de cevada na formulação podem resultar em 3.2 Análises dos mostos

Os resultados da análise físico-química dos mostos são mostrados nas Tabelas 4 e 5.

Constatou-se que, na medida em que se aumentou a quantidade de cevada na formulação, ocorreu queda significativa na intensidade da cor. De acordo com Stewart (1995), a utilização de cevada como adjunto provoca diminuição da intensidade da cor no mosto. Sleiman (2002), mesmo utilizando outros tipos de adjunto, também, verificou que eles foram responsáveis pela redução da intensidade da cor quando comparados aos mostos que não fizeram uso desta matéria-prima. Venturini Filho (2000) e Bradde (1977) mencionam que o uso de adjuntos resulta em cervejas com menor intensidade de cor. Verificou-se que a casca da cevada não contribuiu para a cor do mosto na mesma intensidade que a casca do malte.

Os resultados de extrato para os diferentes trata-mentos não apresentaram diferença significativa, pois foram corrigidos para 12 °Brix. De acordo com Brasil (1997), as cervejas fabricadas com mostos a 12 °Brix são classificadas como comuns pela legislação brasileira.

Os resultados da atenuação limite, fermentabili-dade, pH, acidez total e amargor, apresentaram valores em conformidade com Hough (1991), Meilgaard (1978) e Sleiman (2002). Tabela 4. Resultados estatísticos da análise físico-química dos mostos. Variáveis QM tratamento QM resíduo Estatística Extrato (°Brix) 0,01111 0,01111 F = 1,00 Atenuação limite (°Brix) 0,10889 0,00722 F = 15,08a

Fermentabilidade (%) 5,79851 1,21446 F = 4,77 pH 0,01765 0,00283 F = 6,23 Acidez total (% m/v) 0,00072 0,00017 F = 4,30 Cor (EBC) 21,05153 0,01208 F = 1742,20a Amargor (UA) 0,06931 0,01708 F = 4,06 a Diferença estatística significativa (p < 0,05); GL tratamento = 3; e GL resíduo = 12.

Tabela 5. Análise físico-química dos mostos.

Variáveis Tratamentos

T1 T2 T3 T4

Extrato (°Brix) 12,1 ± 0,00a 12,1 ± 0,10a 12,1 ± 0,05a 12,0 ± 0,05a

Atenuação limite (°Brix) 2,2 ± 0,05b 2,2 ± 0,09b 2,3 ± 0,09ab 2,5 ± 0,05a

Fermentabilidade (%) 81,64 ± 0,99a 81,40 ± 0,51a 80,86 ± 0,77a 79,45 ± 0,43a

pH 5,39 ± 0,05a 5,51 ± 0,05a 5,43 ± 0,05a 5,41 ± 0,10a

Acidez total (% m/v) 0,11 ± 0,01a 0,10 ± 0,01a 0,12 ± 0,02a 0,12 ± 0,02a

Cor (EBC) 14,6 ± 0,15a 13,1 ± 0,13b 12,1 ± 0,16c 10,1 ± 0,08d

Amargor (UA) 16,1 ± 0,31a 15,9 ± 0,25a 15,9 ± 0,12a 16,1 ± 0,15a

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resultados deverá impossibilitar a identificação do malte em relação à cevada e vice-versa, nas cervejas fabri-cadas.

A maltose de milho apresentou valor médio de δ13C igual a –11,53‰, característico de plantas C4. Esse resul-tado deverá possibilitar sua identificação nas cervejas que fizeram uso deste adjunto. Essa matéria-prima, que é constituída basicamente de carboidratos [Cx(H2O)y], não apresentou valores isotópicos para o nitrogênio, conforme previsto.

Os valores médios de δ13C e δ15N apresentados na Tabela 10 estão em conformidade com os valores citados por Brooks et al. (2002), Schmidt et al. (1980) e Sleiman (2006).

cerveja com sabor áspero. Este pode ter sido um dos fatores que influenciaram os provadores, que atribuíram notas mais baixas às cervejas fabricadas com maiores quantidades de cevada.

3.5 Análise isotópica

3.5.1 Análise das matérias-primas

Os valores obtidos para o δ13C e δ15N nas amostras de malte e cevada estão relacionados na Tabela 10.

A diferença de 1,01‰, observada na Tabela 10, entre o δ15N da cevada e do malte pode ser indicativo de que essas matérias-primas não tenham a mesma origem.

As médias do δ13C do malte e da cevada apre-sentam valores muito próximos. Essa proximidade de

Tabela 6. Análise físico-química das cervejas.

Variáveis Tratamentos

T1 T2 T3 T4

Álcool (°GL) 4,7 ± 0,05a 4,5 ± 0,12b 4,7 ± 0,08a 4,8 ± 0,05a

Extrato real (°Brix) 4,6 ± 0,10a 4,6 ± 0,21a 4,6 ± 0,15a 4,8 ± 0,10a

Fermentabilidade real (%) 61,39 ± 0,86a 61,39 ± 1,72a 62,50 ± 1,29a 59,72 ± 0,86a

Extrato aparente (oBrix) 3,0 ± 0,23a 2,9 ± 0,31a 2,7 ± 0,10a 3,1 ± 0,05a

Fermentabilidade aparente (%) 75,28 ± 1,88a 75,83 ± 2,58a 77,22 ± 0,86a 74,45 ± 0,43a pH 3,84 ± 0,10a 3,91 ± 0,02a 3,79 ± 0,23a 3,78 ± 0,11a Acidez total (%m/v) 0,15 ± 0,01a 0,13 ± 0,01a 0,15 ± 0,01a 0,16 ± 0,02a Cor (EBC) 8,6 ± 0,31a 7,0 ± 0,12b 6,2 ± 0,20c 5,6 ± 0,15d Amargor (UA) 11,5 ± 0,14a 11,5 ± 0,43a 11,8 ± 0,26a 11,4 ± 0,22a Turbidez (EBC) 1,6 ± 0,11a 1,6 ± 0,11a 1,6 ± 0,10a 1,6 ± 0,26ª Espuma (s) 146 ± 4,88a 142 ± 5,54a 146 ± 6,55a 144 ± 4,67a CO2 (v/v) 3,2 ± 0,19a 3,0 ± 0,12a 3,2 ± 0,23a 3,2 ± 0,19a

Letras diferentes indicam diferenças significativas entre tratamentos pelo teste de Tukey (p < 0,05).

Tabela 8. Análise sensorial das cervejas pelo teste de escala hedônica.

Tratamentos Blocos Médias dos

tratamentos B1 B2 B3 T1 8,2 ± 0,8 8,0 ± 1,0 7,9 ± 0,8 8,0a T2 6,8 ± 1,7 6,5 ± 1,3 6,6 ± 1,1 6,6b T3 6,6 ± 1,4 6,7 ± 1,4 6,6 ± 1,3 6,6b T4 4,2 ± 1,3 4,5 ± 1,5 4,1 ± 1,7 4,3c Médias dos blocos 6,5 6,4 6,3

-Letras diferentes indicam diferenças significativas entre tratamentos pelo teste de Tukey (p < 0,05).

Tabela 9. Resultados estatísticos da análise sensorial das cervejas pelo teste de escala hedônica.

Variável Tratamento Resíduo Estatística

GL QM GL QM

Avaliação global

3 221,084 348 1,680 F = 131,58*

* Diferença estatística significativa (p < 0,05). Tabela 7. Resultados estatísticos da análise físico-química das cervejas. Variáveis QM tratamento QM resíduo Estatística Álcool (ºGL) 0,09611 0,00250 F = 38,44a

Extrato real (ºBrix) 0,11333 0,06167 F = 1,84 Fermentabilidade real (%) 7,87966 4,27316 F = 1,84 Extrato aparente (ºBrix) 0,11778 0,10611 F = 1,11 Fermentabilidade aparente (%) 8,17656 7,36591 F = 1,11 pH 0,02390 0,00302 F = 7,92 Acidez total (%m/v) 0,00104 0,00013 F = 7,79 Cor (EBC) 10,48375 0,01875 F = 559,13a Amargor (UA) 0,21833 0,02500 F = 8,73 Turbidez (EBC) 0,01056 0,02750 F = 0,38 Espuma (s) 17,11100 36,33300 F = 0,47 CO2 (v/v) 0,20370 0,03710 F = 5,49 a Diferença estatística significativa (p < 0,05); GL tratamento = 3; e GL resíduo = 12.

(8)

Conclusões 4

Dentro das condições experimentais deste trabalho, pode-se concluir:

• O uso de cevada como adjunto de malte inter-fere negativamente na qualidade sensorial da cerveja;

• Não se recomenda o uso de cevada como adjunto de malte na fabricação de cervejas tipo Pilsen; e

• A metodologia baseada na razão isotópica do carbono é adequada para estimar a proporção de carbono de origem C3 e C4 na cerveja, mas não permite identificar a presença de cevada na bebida.

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3.5.2 Análise das cervejas

Os valores da análise isotópica de δ13C e δ15N estão relacionados na Tabela 11.

A média dos valores de δ13C encontrados indica a presença da maltose de milho, fonte de carbono C4, que foi utilizada na formulação das cervejas. Porém, não foi possível diferenciar a cevada em relação ao malte nas bebidas produzidas.

Os valores médios da análise isotópica de δ13C e as respectivas porcentagens de carbono C3 e C4 encon-trados nas cervejas estão apresentados na Tabela 12.

O erro de 2 a 6% observado para a concentração de carbono C3 nas cervejas pode ser atribuído à perda de carboidratos, das fontes de carbono C3 (malte e cevada), ocorrida durante o processo de filtração do mosto. Neste caso, uma parcela dos carboidratos na forma solúvel (açúcares e dextrinas) e insolúvel (amido) foi perdida na torta de filtração (bagaço de malte). Isto explica porque os valores de concentração de C3 são sempre inferiores a 60% (proporção das fontes C3 na formulação).

Tabela 10. Valores médios de δ13C e δ15N nas amostras de malte,

cevada e maltose de milho em pó utilizados na fabricação das cervejas. Amostra δ13C (‰) δ15N (‰) Média D. M. Média D. M. Malte (C3) -27,40 0,02 3,91 0,03 Cevada (C3) -27,19 0,07 2,90 0,15 Maltose de milho em pó (C4) -11,53 0,01 - -D.M. – desvio médio (média dos desvios em valor absoluto); C3 – planta do ciclo fotossintético C3; e C4 – planta do ciclo fotossintético C4.

Tabela 11. Valores médios da análise isotópica de δ13C e δ15N

nas cervejas. Amostra δ13C (‰) δ15N (‰) Média D. M. Média D. M. T1B1 -20,07 0,20 3,19 0,05 T1B2 -20,16 0,14 2,93 0,03 T1B3 -20,10 0,17 2,91 0,03 T2B1 -20,10 0,16 2,97 0,01 T2B2 -20,30 0,03 3,03 0,02 T2B3 -20,34 0,18 2,99 0,02 T3B1 -20,11 0,09 2,90 0,06 T3B2 -20,16 0,17 3,05 0,10 T3B3 -20,30 0,01 2,91 0,08 T4B1 -20,55 0,15 3,04 0,04 T4B2 -20,14 0,08 2,93 0,08 T4B3 -20,14 0,10 2,98 0,04

D.M. – desvio médio (média dos desvios em valor absoluto); T – Tratamento; e B – Bloco.

Tabela 12. Valores médios da análise isotópica de δ13C e as

respectivas porcentagens de matéria-prima encontrada nas cervejas. Amostra δ13C (‰) Cervejaa T1B1 -20,07 54% de C3 e 46% de C4 T1B2 -20,16 55% de C3 e 45% de C4 T1B3 -20,10 54% de C3 e 46% de C4 T2B1 -20,10 54% de C3 e 46% de C4 T2B2 -20,30 56% de C3 e 44% de C4 T2B3 -20,34 56% de C3 e 44% de C4 T3B1 -20,11 55% de C3 e 45% de C4 T3B2 -20,16 55% de C3 e 45% de C4 T3B3 -20,30 56% de C3 e 44% de C4 T4B1 -20,55 58% de C3 e 42% de C4 T4B2 -20,14 55% de C3 e 45% de C4 T4B3 -20,14 55% de C3 e 45% de C4

a Para o cálculo das porcentagens de carbono C

3 e C4, encontrados nas cervejas, foram utilizados os valores médios de δ13C dos fermentados padrões (cerveja puro malte = -26,81‰ e cerveja puro milho = -12,07‰). C3 – Planta do ciclo fotossintético C3. C4 – Planta do ciclo fotossintético C4. T – Tratamento; e B – bloco.

(9)

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