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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E PERÍCIA AMBIENTAL INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E

PERÍCIA AMBIENTAL

INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS

LUIZ FERNANDO BALLEN ORO

PGRSI EM UMA EMPRESA DE TRATAMENTO DE

ÁGUAS INDUSTRIAIS: ESTUDO DE CASO

CUIABÁ-MT

2016

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PGRSI EM UMA EMPRESA DE TRATAMENTO DE

ÁGUAS INDUSTRIAIS: ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão e Pericia Ambiental, oferecido pela Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá-MT, para obtenção do Título de Especialista em Gestão e Perícia Ambiental.

ORIENTADORA: MSc. SOLANGE FÁTIMA DE OLIVEIRA CRUZ

CUIABÁ-MT

2016

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PGRSI EM UMA EMPRESA DE TRATAMENTO DE

ÁGUAS INDUSTRIAIS: ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão e Pericia Ambiental, oferecido pela Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá – MT, para obtenção do Título de Especialista em Gestão e Perícia Ambiental.

Aprovado em: 30/03/2016

Banca Examinadora

______________________________________________________________ Profª. MSc. Solange Fátima de Oliveira Cruz – Orientadora (Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso – SEMA/MT)

______________________________________________________________ Profª. Dra. Temilze Gomes Duarte – Examinadora

(Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT)

______________________________________________________________ Profª. MSc. Ivani Mello – Examinadora

(4)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho,

Aos meus pais, Luiz Oro e Elaine Ballen Oro, pelos ensinamentos, paciência e amor.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço,

A Deus, por me dar forças para superar as dificuldades. A minha família, pelo amor e apoio incondicional.

Aos professores doutores Vera Lucia M. S. Guarim (in memorian) e Germano Guarim Neto, que implantaram o curso, por colaborarem na construção do conhecimento.

Aos Diretores e Colaboradores da Empresa, pela disponibilidade e colaboração e por fornecerem as informações necessárias para a conclusão deste trabalho.

A minha orientadora Solange Fátima de Oliveira Cruz, pela oportunidade e paciência. A minha madrinha, Eliane Fátima Ballen Monteiro, pela confiança em mim depositada. Aos meus colegas e amigos da Especialização, pelo companheirismo e ajuda no decorrer deste.

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RESUMO

Os resíduos sólidos, quando não tratados de maneira correta, contribuem com o aumento do volume dos aterros sanitários, lixões, terrenos baldios, ruas, esgotos, residências, entre outros, poluindo o meio ambiente. Alguns fatores que indicam a geração desordenada de resíduos podem ser evidenciados a partir do crescimento demográfico, da mudança ou criação de novos hábitos, da melhoria do nível de vida e do desenvolvimento industrial. Independente da atividade que se realize e do local, algum resíduo poderá ser gerado. Logo, este deverá ser gerenciado, ou seja, devemos primeiramente tentar não gerar. Se não for possível a não geração, então devemos tentar a redução, a reutilização, a reciclagem, o seu tratamento correto e, posteriormente, destiná-lo de forma ambientalmente adequada. Esta é a concepção tomada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Lei n° 12.305, de 2 de agosto de 2010 que depois de mais de 20 anos de estudo e elaboração foi sancionada, trazendo uma das mais importantes leis, não só para a área ambiental, mas também para as nossas atividades do dia a dia e para as atividades econômicas, tratando o resíduo sólido como objeto, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como o gerenciamento. Uma área que se gera muitos resíduos sólidos é a industrial e que deve receber muita atenção pela sociedade em geral. Todo empreendimento, independentemente de seu porte, tem a responsabilidade de gerenciar seus resíduos, a fim de prevenir impactos ambientais, seguindo os requisitos legais – leis federal, estadual e municipal, normas regulamentadoras, normas brasileiras, agências reguladoras e órgãos ambientais – a parir do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, no caso, industriais, PGRSI. Em função desse contexto, o objetivo desse trabalho foi avaliar, através do Estudo de Caso, o PGRSI implantado em um empreendimento, com destaque na aplicação do conhecimento pleno do plano de gerenciamento, diagnóstico do gerenciamento dos resíduos gerados em todos os setores a partir do levantamento qualitativo, bem como verificar as oportunidades de otimização de novas tecnologias para o PGRSI implantado. Pelo levantamento qualitativo verificou-se que atualmente existem resíduos sendo gerados e que não estão contemplados no PGRSI. Além disso, os cronogramas de implantação e as responsabilidades do responsável técnico não foram realizados, pois não existem registros das atividades conforme definido. Devido ao sistema de gestão implantado, os resíduos sólidos estão sendo gerenciados, porém faz-se necessário a atualização do PGRSI para se ter um inventário quali e quantitativo dos resíduos, bem como atender as legislações aplicáveis.

Palavras-chave: Resíduos Sólidos Industriais. Gerenciamento de Resíduos. Coleta Seletiva.

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ABSTRACT

The solid residue, when not treated correctly, contribute to increase the volume of sanitary landfills, dumping grounds, wastelands, streets, sewage, residences and others, polluting the environment. Some aspects that indicate disorderly generation of residues may be evidenced from demographic growth, changing or new habits creation, improvement of life level and industrial development. Regardless of the activity it’s done and the local, some residue can be generated. So, the residue must be managed, it means that first of all we should try not to generate it. If it’s not possible not to generate, so we should try to reduce, reuse, recycling, its correct treatment, and then direct it in an environmentally proper way. That is the correct concept taken by the Solid Residues National Politics, the Law number 12.305, from August, 2nd 2010, that after more than 20 years of studies and elaboration it was sanctioned, bringing one of the most important laws, not only for the environmental area, but also for our daily activities and economical activities, treating solid residues as objects, providing for their principles, goals and instruments, just as the management. The industrial area is an area that generates plenty of residues and should receive much attention from the general society. Every enterprise, regardless its size, has the responsibility of manage its residues in order to avoid environmental impacts, following the legal requirements – federal, state and municipal laws, regulatory rules, Brazilian rules, regulatory agencies and environmental organs – from the management plans of solid residues, in this case, industrial, PGRSI. Due this context, the goal if this work was to evaluate through the Case Study, the PGRSI implanted in an enterprise, especially the application of the plenty knowledge of management plan, diagnostic of management of generated residues in all areas from the qualitative survey, well as verifying the opportunities of new technologies to the PGRSI implanted. It was verified by the qualitative survey that now a days there are residues being generated and that are not contemplated in PGRSI. Besides, the implantation schedule and the responsibilities of the technician responsible were not done, because there are no registers of the activities as defined. Due to the management system implanted, the solid residues are being managed, but it’s necessary to use the PGRSI to have a qualitative and quantitative inventory of the residues, just as to meet the applicable laws.

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LISTAS DE ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

EPI Equipamento de Proteção Individual ETA Estação de Tratamento de Afluente ETE Estação de Tratamento de Efluente

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LI Licença de Instalação MPE Ministério Público Estadual

MT Mato Grosso

MUNIC Pesquisa de Informações Básicas Municipais NBR Norma Brasileira

PERS Plano Estadual de Resíduos Sólidos PERS Política Estadual de Resíduos Sólidos

PGRS Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

PGRSI Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais

PMGIRS Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos PMRS Plano Microrregional de Resíduos Sólidos

PNRS Plano Nacional de Resíduos Sólidos PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

RS Resíduos Sólidos

RSU Resíduos Sólidos Urbanos

SASSMAQ Sistema de Avaliação de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente

SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

SUASA Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária TAC Termo de Ajustamento de Conduta

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Armazenamento das matérias-primas. ... 37

Figura 02: Manipulação/formulação dos produtos. ... 37

Figura 03: Expedição - rotulagem e armazenagem. ... 37

Figura 04: Expedição – armazenagem... 37

Figura 05: Laboratório da Empresa Alfa. ... 38

Figura 06: Laboratório – bancada de análises. ... 38

Figura 07: Local de acondicionamento de lâmpadas fluorescentes. ... 39

Figura 08: Laboratório – bancada de análises. ... 39

Figura 09: Cestos de coleta seletiva indicativa por cores. ... 39

LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Participação das regiões do País no total de RSU coletado. ... 2

Quadro 02: Iniciativa de coleta seletiva nos municípios em 2014 –Regiões e Brasil. ... 3

Quadro 03: Fluxograma de caracterização e classificação do resíduo sólido, conforme NBR 10004. ... 7

Quadro 04: Porcentagem de municípios por estado que declararam ter o PMGIRS. ... 11

Quadro 05: Organograma conforme cargos do empreendimento. ... 19

Quadro 06: Gráfico com a quantidade expressa em porcentagem dos resíduos da produção. . 24

Quadro 07: Gráfico com a quantidade expressa em porcentagem dos resíduos por segmento. ... 24

Quadro 08: Ficha de controle de empresas terceirizadas. ... 32

Quadro 09: Cronograma físico e financeiro contemplando as fases de gerenciamento a serem implantadas. ... 36

Quadro 10: Cronograma de capacitação e desenvolvimento de recursos humanos. ... 36

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Municípios de Mato Grosso que declararam ter o PMGIRS. ... 11

Tabela 02: Distribuição de Responsabilidades. ... 18

Tabela 03: Relação população x frequência do empreendimento. ... 19

Tabela 04: Identificação das áreas e resíduos gerados no empreendimento. ... 20

Tabela 05: Relação produto acabado x quantidade produzida. ... 20

Tabela 06: Quantidade de resíduos gerados ao mês. ... 23

Tabela 07: Segregação e acondicionamento dos resíduos. ... 27

Tabela 08: Representantes de cada área do empreendimento. ... 33

Tabela 09: Riscos por setor e proteção necessária. ... 33

Tabela 10: Indicadores de avaliação. ... 35

Tabela 11: Priorização de ações com base nos riscos identificados. ... 35

Tabela 12: Levantamento qualitativo dos resíduos sólidos gerados no setor produção. ... 40

Tabela 13: Levantamento qualitativo dos resíduos sólidos gerados no laboratório. ... 41

Tabela 14: Levantamento qualitativo dos resíduos sólidos gerados nos escritórios (administrativo/financeiro e comercial)... 42

Tabela 15: Levantamento qualitativo dos resíduos sólidos gerados na recepção. ... 43

Tabela 16: Levantamento qualitativo dos resíduos sólidos gerados nos banheiros. ... 43

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 1

2. ASPECTOS CONCEITUAIS E LEGAIS ... 5

2.1. RESÍDUOS SÓLIDOS ... 5

2.2. RESÍDUOS INDUSTRIAIS ... 8

2.3. POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 8

2.4. POLÍTICA ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 9

2.5. POLÍTICA MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS 10 2.6. RESOLUÇÃO CONAMA N° 313 ... 13

2.7. PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 13

2.8. TERMO DE REFERÊNCIA ... 15 3. METODOLOGIA ... 16 3.1. O EMPREENDIMENTO ... 16 3.2. O PGRSI NA ATIVIDADE ... 17 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 37 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 45 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 46

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1. INTRODUÇÃO

A junção entre altas taxas de consumo e a crescente produção de resíduos sólidos estão entre os maiores problemas ambientais enfrentados pela humanidade nos dias atuais. Fica evidenciado que esse problema se agrava com a mudança ou criação de novos hábitos da população, elevação do nível/qualidade de vida, desenvolvimento industrial, entre outros, como a expansão dos aglomerados urbanos, visto que a infraestrutura sanitária, de grande parte das cidades brasileiras, não acompanha o ritmo acelerado desse crescimento.

Ao falarmos sobre resíduos sólidos, logo vem em mente uma consequência muito drástica, que é a poluição ambiental. Dois fatores básicos podem ser observados, atualmente, como causas da poluição ambiental. Um está relacionado à tendência do homem à mecanização, pois conseguimos transformar matérias-primas em ferramentas, máquinas, artefatos de lazer, objetos de arte, entre outros. Durante a produção de todos os materiais há a formação de quantidades consideráveis de resíduos. Além disso, temos também o consumo de energia durante todo o processo, que também está associada a uma poluição do meio ambiente. A outra causa relaciona-se ao contínuo aumento da população, que força uma crescente produção de alimentos em áreas cultiváveis restritas, tornando-se necessário o uso de fertilizantes e defensivos agrícolas contribuindo com o segundo grande componente da poluição ambiental (FELLENBERG, 2015).

Em toda e qualquer atividade do nosso dia a dia estaremos gerando resíduos (lixo). Os resíduos não são uma anomalia na natureza, e não precisam ser vistos em si como algo anatural, artificial, exclusivamente do homem moderno (ALBUQUERQUE E STRAUCH, 2008). Devemos tratá-los como parte integrada da atividade, bem como dar um destino ambientalmente correto a eles.

O homem moderno aprendeu a utilizar muitos utensílios descartáveis que após utilizados são despejados e destinados, na sua maioria, de maneira errada causando grandes volumes em aterros sanitários, córregos, lixões, rios ou pelas cidades. Normalmente esses materiais, como plásticos, borrachas, entre outros, decompõem-se lentamente, ficando assim por mais tempo na natureza e contribuindo com o acúmulo de resíduos.

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) em 400 municípios do Brasil – o que representam 45,2% da população total do Brasil indicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2014 – mostra que em 2014 foram gerados aproximadamente 78,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), o que representa uma geração de aproximadamente 388

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Kg/hab/ano e que desse montante pouco mais de 72 milhões de toneladas foram coletados, ou seja, mais de 7 milhões de RSU deixaram de ser coletados no país e seguiram destinos impróprios (ABRELPE, 2015). Pode-se dizer que uma boa parte desse resíduo que não foi coletado é resíduo reciclável, ou seja, que poderia retornar ao processo de fabricação de um novo produto ou até mesmo ser reutilizado, fato que, se realizado (a reutilização ou reciclagem), poderia diminuir a pressão sobre os recursos naturais. Observa-se, pelo quadro 01, a distribuição percentual do total de RSU coletado em 2014 nas diversas regiões do país.

Quadro 01: Participação das regiões do País no total de RSU coletado.

Fonte: Pesquisa ABRELPE, 2014.

Ao falarmos que 72 toneladas de RSU foram coletados no Brasil não significa dizer que foram destinados corretamente. Pode ser que estes resíduos não passaram por um tipo de segregação e coletados de maneira diferenciada, que é o caso da coleta seletiva, ou seja, os resíduos não foram caracterizados e separados conforme sua constituição ou composição. Deste modo se os RSU não forem separados, coletados e destinados corretamente estarão contribuindo com a poluição ambiental.

Cerca de 65% dos municípios do país, em 2014, realizaram a coleta seletiva dos resíduos, porém em muitos casos esta atividade resumiu-se à disponibilização de pontos de entrega voluntária ou convênios com cooperativas de catadores, que não abrangem a totalidade do território ou da população do município (ABRELPE 2014).

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No quadro 02 podemos observar, por região, a quantidade (em %) de municípios que tiveram a iniciativa de realizar a coleta seletiva.

Quadro 02: Iniciativa de coleta seletiva nos municípios em 2014 –Regiões e Brasil.

Fonte: Pesquisa ABRELPE, 2014.

Uma crescente e desordenada forma de geração de resíduos sólidos também é vista nas atividades industriais de empreendimentos de pequeno e médio porte. Empreendimentos de grande porte também geram resíduos sólidos, porém, na maioria dos casos, possuem planos específicos para o gerenciamento destes, destinando-os corretamente e evitando a poluição ambiental. Todo empreendimento, independentemente de seu porte, tem a responsabilidade de gerenciar seus resíduos, a fim de prevenir impactos ambientais, seguindo os requisitos legais – leis federal, estadual e municipal, normas regulamentadoras, normas brasileiras, agências reguladoras e órgãos ambientais – a parir do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, no caso, industriais (PGRSI). O gerenciamento de resíduos sólidos deve seguir algumas normas, legislações e parâmetros, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei n° 12.305/2010, que o define como um “conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos” (Inciso X, art. 3°), bem como evitar mais geração, reduzindo, reutilizando, reciclando e tratando esses resíduos sólidos.

Quando o PGRSI se integra à estratégia técnica, econômica e ambiental do empreendimento, a eficiência no uso de matérias-primas, águas e energia é elevada e pode

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reduzir, ou até eliminar, a geração de resíduos sólidos nos processos. Uma das primeiras ações que o empreendimento deve tomar é a identificação de todos os resíduos gerados na organização, em todos os processos e áreas. Após identificados, o empreendimento deve organizar um plano com objetivos e metas para reduzir ou eliminar a geração dos resíduos.

A implantação do PGRSI pode ser muito onerosa, pois exige a orientação de um profissional capacitado para realizar esse processo, bem como o envolvimento de todos os colaboradores da organização (necessitando de tempo para cursos e treinamentos) e, em muitos casos, adequação de equipamentos e tecnologias para o gerenciamento de resíduos sólidos, fazendo com que muitos empresários, de empreendimentos de pequeno ou médio porte, desistam por falta de fundos para tal plano, ou pela falta de estrutura organizacional adequada, ou até pela falta de interesse por achar inviável financeiramente tal investimento (SIMIÃO, 2011).

Percebe-se que há uma deficiência, ainda, na forma de divulgação pela governança sobre a poluição ambiental, bem como os incentivos políticos em disseminar práticas de PGRSI no Brasil e em muitos países em desenvolvimento. A necessidade de realizar o gerenciamento de resíduos sólidos nos empreendimentos é eminente, e devem ser realizados visando sempre a redução da geração dos resíduos – seguindo as legislações pertinentes – e adotados pela questão da sustentabilidade (tornar resíduos em renda, como insumos para outros processos).

Em função desse contexto, esse trabalho objetiva a avaliação, através do Estudo de Caso, do PGRSI implantado em um empreendimento, com destaque na aplicação do conhecimento pleno do plano de gerenciamento, diagnóstico do gerenciamento dos resíduos gerados, bem como verificar as oportunidades de otimização de novas tecnologias para o PGRSI implantado.

Esse objetivo será alcançado por meio, especificamente, de:

 Aplicar conhecimento pleno do PGRSI ao que foi proposto pela responsável ambiental do empreendimento;

 Diagnosticar o gerenciamento de resíduos, identificando os resíduos sólidos gerados, fontes de geração, armazenamento, coleta, transporte e disposição final;  Verificar oportunidades de otimização de novas metodologias para o PGRSI

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2. ASPECTOS CONCEITUAIS E LEGAIS 2.1. RESÍDUOS SÓLIDOS

Leis e normas devem ser seguidas em qualquer meio de transporte, seja aéreo, terrestre ou aquático, onde temos que obedecer a sinalizações e respeitar as pessoas (passageiros, pedestres e banhistas), assim como um todo. Da mesma forma temos leis e normas para alimentos, brinquedos, roupas, entre outros, devendo seguir a padrões e práticas de fabricação, comercialização etc.

Os resíduos sólidos, por sua vez, estão presentes em todas essas atividades acima citadas, no qual existem legislações aplicáveis, e possuem também normas a serem seguidas, conforme a origem, característica e classificação. Por definição, conforme a norma ABNT NBR 10004:2004, resíduos sólidos são:

Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

Os resíduos sólidos são classificados por classes e por grupos, pela ABNT NBR 10004:2004 e a RESOLUÇÂO CONAMA N° 5, de 5 de agosto de 1993, respectivamente.

A classificação de resíduos conforme ABNT NBR 10004:2004:  Resíduos classe I – Perigosos

Aqueles que apresentam periculosidade em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, que podem apresentar risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices, bem como apresentar riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada, ou características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Exemplos: borra de tinta, lodo de ETE, lâmpada fluorescente, solvente, óleos hidráulico e lubrificante.

 Resíduos classe II – Não perigosos

Aqueles oriundos de restaurantes, sucata de metais ferrosos e não ferrosos, papel e papelão, plástico polimerizado, madeira, materiais têxteis, minerais não-metálicos, areia de fundição, bagaço de cana, entre outros resíduos não perigosos.

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 Resíduos classe II A – Não inertes

Resíduos que não se enquadram nas classificações anteriores. Podem possuir propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.

 Resíduos classe II B – Inertes

Quaisquer resíduos que quando submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. Exemplos: vidro, borracha (pneus), alguns tipos de plásticos, resíduos da construção civil.

A NBR 10004:2004 fornece um fluxograma, conforme quadro 03, que classifica os resíduos sólidos quanto ao risco à saúde pública e ao meio ambiente e auxilia na caracterização e classificação do resíduo. É necessário conhecer a atividade no qual gerou-se o resíduo, suas características, bem como utilizar os anexos da norma para a sua classificação.

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Quadro 03: Fluxograma de caracterização e classificação do resíduo sólido, conforme NBR 10004.

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A classificação de resíduos conforme RESOLUÇÃO CONAMA N° 5, de 5 de agosto de 1993:

 Grupo A

Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido a presença de agentes biológicos.

 Grupo B

Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas.

 Grupo C

Rejeitos radioativos: enquadram-se neste grupo os materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia.

 Grupo D

Resíduos comuns: são todos os demais que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente.

2.2. RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Para a RESOLUÇÃO CONAMA N° 313, de 29 de outubro de 2002, em seu inciso I do Art. 2°, resíduo sólido industrial é:

Todo resíduo que resulte de atividades industriais e que encontre nos estados sólido, semissólido, gasoso – quando contínuo, e líquido – cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição (CONAMA, 313/2002).

Vale destacar que nem todo resíduo gerado numa indústria é enquadrado como classe I (perigoso). Entretanto, se misturados resíduos classe II com classe I, estes resíduos tomarão características de classe I. Portanto, o processo de segregação dos resíduos na fonte é extremamente importante, pois reduz consideravelmente o volume dos resíduos que devem seguir para tratamento, diminuindo o custo final deste.

2.3. POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Depois de mais de 20 anos de estudo e elaboração, a Lei n° 12.305, de 2 de agosto de 2010 foi sancionada, trazendo uma das mais importantes leis, não só para a área ambiental, mas

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também para as nossas atividades do dia a dia e para as atividades econômicas, tratando resíduo sólido como o objeto, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, entre outros como o gerenciamento de resíduos sólidos que, segundo o inciso X do Art. 3°, é o:

Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta lei (Lei n° 12.305/2010).

Toda concepção da PNRS se dá pela não geração, redução, reutilização, reciclagem ou tratamento dos resíduos sólidos e destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.

O primeiro instrumento da PNRS, inciso I do Art. 8°, é o “plano de resíduos sólidos” que tem como finalidade implementar esta Política no País.

Em tese a PNRS estabelece a elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) pelo Ministério do Meio Ambiente, seguindo pela a elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) pelos estados, o Plano Microrregional de Resíduos Sólidos (PMRS) e Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) pelos municípios e o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) aplicável aos empreendimentos público e privado. Após elaborados, os planos são colocados em prática e várias informações começam a ser coletadas e diagnosticadas, acumulando dados e experiências, realizando o compartilhamento de soluções, troca de informações, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.

Uma nova etapa a se realizar é a elaboração das Políticas Estadual, Microrregional e Municipal de Resíduos Sólidos, PERS, PMRS e PMGIRS respectivamente. A partir das políticas elaboradas e implementadas serão possíveis definir proibições, penalidades, parâmetros e limites, como a de emitir certos tipos de gases na atmosfera, por exemplo.

2.4. POLÍTICA ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Lei n° 7.862, de 19 de dezembro de 2002, dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) de Mato Grosso que, conforme Art. 4°, institui a “Política Estadual de Resíduos Sólidos, define diretrizes e normas de prevenção da poluição, proteção e recuperação da qualidade do meio ambiente e da saúde pública, assegurando o uso adequado dos recursos ambientais no Estado de Mato Grosso”.

A PERS traz como seus objetivos: I. preservar a saúde pública;

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III. estimular a recuperação de áreas degradadas;

IV. assegurar a utilização adequada e racional dos recursos naturais; V. disciplinar o gerenciamento integrado dos resíduos;

VI. estimular a implantação, em todos os Municípios mato-grossenses, dos serviços de gerenciamento integrado de resíduos sólidos;

VII. gerar benefícios sociais e econômicos;

VIII. estimular a criação de linhas de crédito para auxiliar os Municípios na elaboração de projetos e implantação de planos de gerenciamento de resíduos sólidos licenciáveis pelo órgão ambiental estadual;

IX. ampliar o nível de informação existente de forma a integrar ao cotidiano dos cidadãos o tema resíduos sólidos;

X. implementar o gerenciamento integrado dos resíduos sólidos urbanos, incentivando a cooperação entre Municípios e a adoção de soluções conjuntas.

2.5. POLÍTICA MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A partir de agosto de 2010 a sociedade em geral passou a ter responsabilidade pela gestão do resíduo sólido. Por sua vez, os governos federal, estaduais e municipais tiveram a responsabilidade de elaborar e implementar os planos de gestão de resíduos sólidos, bem como outros instrumentos presentes na PNRS.

Cada município deve elaborar o seu plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos (PMGIRS) a partir de programas federais de apoio, no qual deve abranger todo o ciclo de tratamento do resíduo sólido, desde a geração até a disposição final.

Muitos municípios, assim como muitos estados, estão atrasados na elaboração e implementação dos planos de gerenciamento, que deveriam ter sido apresentados em agosto de 2012. Nesse mesmo ano, as empresas privadas deveriam apresentar seus planos e implementá-los. Além disso, os municípios tiveram um prazo de 4 (quatro) anos – até dia 02 de agosto de 2014 – para a construção de aterros sanitários para a disposição final ambientalmente adequada, o que significa na prática a implantação da coleta seletiva e a extinção dos lixões ou aterros controlados (CRUZ; DAMBROS, 2012).

Segundo a pesquisa de informações básicas municipais (MUNIC), realizada em 2013 pelo IBGE, apenas 1.865 municípios do País declararam possuir o PMGIRS, ou seja, aproximadamente 33,5% dos municípios confirmaram a elaboração do plano conforme os

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termos estabelecidos na PNRS. O quadro 04 apresenta a quantidade (em %) de municípios que declararam ter o PMGIRS por estado.

Quadro 04: Porcentagem de municípios por estado que declararam ter o PMGIRS.

Fonte: IBGE, 2013.

No estado de Mato Grosso, dos 141 municípios (IBGE, 2013), apenas 25 declararam ter o PMGIRS. A tabela 01 apresenta a relação dos municípios de Mato Grosso que possuem o plano e suas características (MMA, 2015).

Tabela 01: Municípios de Mato Grosso que declararam ter o PMGIRS.

Município População

(2013)

Características do PMGIRS

1 2 3

Alto Araguaia 16.818 Sim Sim N/A

Arenápolis 9.955 Sim Sim Sim

Barra do Garças 57.791 N/A Sim Sim

Campo Novo do Parecis 30.335 Sim Sim Sim

Campos de Júlio 5.778 Sim Sim Sim

Canarana 19.681 N/A Sim Sim

Claudia 11.366 Sim Sim Não

Colíder 31.515 Sim Sim N/A

Cuiabá 569.831 N/A Não Sim

Guarantã do Norte 33.326 N/A Sim N/A

Indiavaí 2.491 N/A Não N/A

Marcelândia 11.324 N/A Não Não

Matupá 14.973 Sim Não Sim

Mirassol D’Oeste 26.002 Sim Sim N/A

Nova Nazaré 3.318 Sim Não N/A

Nova Olímpia 18.437 Sim Sim N/A

Novo São Joaquim 5.611 N/A Sim N/A

(23)

Continuação da tabela 01.

Município População

(2013)

Características do PMGIRS

1 2 3

Porto Alegre do Norte 11.336 N/A Sim N/A

Porto Esperidião 11.317 N/A Sim Não

Poxoréu 16.919 N/A Sim N/A

Primavera do Leste 55.451 Sim Não Sim

Ribeirãozinho 2.259 N/A Não Não

Torixoréu 3.859 Sim Sim Sim

União do Sul 3.639 Sim Sim N/A

Dados:

1 – Município com Educação Ambiental inclusa no PMGIRS. 2 – O mesmo PMGIRS abrange em mais municípios.

3 – Plano de saneamento básico contemplando o serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

N/A – Não Aplicável. Fonte: IBGE, 20131.

O município no qual o empreendimento encontra-se instalado, Várzea Grande/MT, não possui o PMGIRS, porém realiza algumas ações para minimização dos problemas decorrentes do mau gerenciamento de resíduos sólidos e, também, para atendimento ao Ministério Público Estadual (MPE) que, com auxílio técnico da SEMA, definiu ações num Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

O município em questão passa por intercorrentes instabilidades políticas, o que dificulta uma boa gestão organizacional e dos recursos naturais. Mas existem esforços técnicos no sentido de minimização dos danos ambientais baseando-se em instrumentos legais municipais, conforme a seguir.

 Lei Municipal n° 2.922/2006 – Dispõe sobre a política municipal de reciclagem de materiais.

 Lei Municipal n° 3.308/2007 – Dispõe sobre a implantação da coleta seletiva do lixo no Município e dá outras providências.

 Lei Municipal n° 3.604/2011 – Dispõe sobre a responsabilidade pelo armazenamento, coleta, separação e destinação de resíduos sólidos que são produzidos nos estabelecimentos públicos e privados existentes no município de Várzea Grande/MT e dá outras providências.

 Lei Municipal n° 3.681/2011 – Dispõe sobre doação de materiais recicláveis no âmbito do município de Várzea Grande/MT.

1 Download da planilha dos municípios que declararam possuir Plano de Gestão Integrada de Resíduos

Sólidos disponível em: <http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/instrumentos-da-politica-de-residuos/item/10319> Acesso em: 20 jan. 2016.

(24)

 Lei Municipal n° 3.829/2012 – Dispõe sobre a exigência da separação dos resíduos recicláveis e reutilizáveis.

2.6. RESOLUÇÃO CONAMA N° 313

A RESOLUÇÃO CONAMA n° 313, de 29 de outubro de 2002, dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, que é um dos instrumentos da PNRS, conforme inciso II do Art. 8°. A resolução informa às indústrias sobre a obrigatoriedade de apresentar ao órgão estadual de meio ambiente o inventário contendo informações sobre a geração, características, armazenamento, transporte e destinação de seus resíduos sólidos como parte integrante do processo de licenciamento ambiental e que essas informações deverão ser atualizadas a cada 24 meses e entregue ao órgão estadual de meio ambiente.

2.7. PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O plano de gerenciamento de resíduos sólidos pode ser definido ou pelo plano estadual de resíduos sólidos, ou pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou pelo plano microrregional de resíduos sólidos, através de uma publicação do termo de referência, explicando para os empreendimentos o que se deve levar em consideração na hora da elaboração do mesmo.

De acordo com a Lei 12.305/2010, inciso I do Art. 20°, estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas e, f, g e k do inciso I do art. 13:

e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea c;

f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais; g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS; k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios (Lei n° 12.305/2010).

Outros empreendimentos, como estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, empresas de construção civil, entre outros, que encontram-se nos demais incisos do Ar. 20° precisam também elaborar e implementar o PGRS. Todos os empreendimentos devem inserir em seu PGRS o conteúdo mínimo, conforme descrito no Art. 21°, que segue:

I. descrição do empreendimento ou atividade;

II. diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados;

(25)

III. observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos

sólidos;

b) definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador;

IV. identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores; V. ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento

incorreto ou acidentes;

VI. metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos e, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, à reutilização e reciclagem;

VII. se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do art. 31;

VIII. medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos; IX. periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência da

respectiva licença de operação a cargo dos órgãos do Sisnama.

§ 1º O plano de gerenciamento de resíduos sólidos atenderá ao disposto no plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos do respectivo município, sem prejuízo das normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa.

§ 2º A inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não obsta a elaboração, a implementação ou a operacionalização do plano de gerenciamento de resíduos sólidos.

§ 3º Serão estabelecidos em regulamento:

I. normas sobre a exigibilidade e o conteúdo do plano de gerenciamento de resíduos sólidos relativo à atuação de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;

II. critérios e procedimentos simplificados para apresentação dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos para microempresas e empresas de pequeno porte, assim consideradas as definidas nos incisos I e II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, desde que as atividades por elas desenvolvidas não gerem resíduos perigosos.

(26)

2.8. TERMO DE REFERÊNCIA

A Instrução Normativa n° 07, de 31 de março de 2008, estabelecida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA de Mato Grosso, disciplina sobre o termo de referência, destinado aos responsáveis pela geração de resíduos sólidos industriais, para elaboração e apresentação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais – PGRSI.

O PGRSI deve abordar todas as ações visando minimizar a geração de resíduos na fonte, bem como todos os procedimentos a serem adotados na segregação, coleta, classificação, acondicionamento, armazenamento interno/externo, transporte interno/externo, reciclagem, reutilização, tratamento interno/externo e disposição final.

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3. METODOLOGIA

O estudo de caso foi o tipo de pesquisa utilizado neste trabalho, no qual realizou-se uma investigação exploratória, coletando dados por relatos da rotina das atividades dos colaboradores do empreendimento, levantamento bibliográfico e levantamento qualitativo dos resíduos sólidos gerados, para posterior proposição de melhorias do PGRSI já implantado.

Para o presente trabalho o ideal seria realizar um inventário quali e quantitativo dos resíduos sólidos gerados em todas as atividades do empreendimento, porém devido ao curto tempo disponível optou-se em realizar apenas o levantamento qualitativo e, com isso, verificar se todos os resíduos estão contemplados no PGRSI.

Os dados foram organizados em tabelas e analisados para emissão deste documento.

3.1. O EMPREENDIMENTO

O presente trabalho foi realizado em um empreendimento de pequeno porte, localizado no município de Várzea Grande/MT, que para esta finalidade foi denominado apenas como “Empresa Alfa”, a fim de resguardar a sua identidade. Por esse motivo o item LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO foi subtraído do trabalho, a fim preservar o crédito de confiança dada pela Empresa.

A Empresa Alfa atua há mais de 15 anos no fornecimento de produtos e serviços para o tratamento de águas industriais, nos mais variados segmentos, tais como biodiesel, curtumes, frigoríficos, grupos empresariais, laticínios, madeireiras, mineradoras, sucroalcooleiras, bebidas, alimentício, entre outros.

Com uma equipe composta por 40 colaboradores, a Empresa Alfa, possui 4 (quatro) departamentos bem definidos e estruturados, divididos em produção, laboratório, administrativo/financeiro e comercial.

A Empresa Alfa formula seus próprios produtos em sua unidade que são comercializados pelos diversos seguimentos, acima citados, para a utilização em ETA, ETE, geradores de vapor, sistemas de resfriamento e limpeza química, bem como na revenda de commodities, como ácido sulfúrico, ácido clorídrico, hidróxido de sódio, hipoclorito de sódio, peróxido de hidrogênio, ácido acético etc.

Por se tratar de uma empresa que comercializa produtos químicos, a Empresa Alfa possui licença ambiental, junto aos órgãos federal e estadual de meio ambiente, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) respectivamente, licenças da Polícia Federal e Exército para alguns produtos controlados e licença pela agência de vigilância sanitária, bem como o registro

(28)

pelo conselho regional de química que certifica a anotação de função técnica para as atividades. Nos últimos meses a Empresa Alfa deu início à implementação de um Sistema de Gestão para a obtenção da certificação SASSMAQ, que tem como objetivo reduzir os riscos de acidentes nas operações de transporte, através de um sistema de gestão voltado para a conservação do meio ambiente, qualidade do serviço prestado e saúde e segurança dos motoristas.

Para fins de obtenção da licença ambiental, a Empresa Alfa elaborou um PGRSI em 2010 junto com a Engenheira Sanitarista, neste ato denominada apenas como “Maria”, no qual presta serviços para a empresa por contrato de trabalho.

3.2. O PGRSI NA ATIVIDADE

Este item apresenta o PGRSI na íntegra e que será a base de todo o estudo do trabalho.

1. Introdução

Pelo presente trabalho, a Engenheira Sanitarista Maria, torna-se representante da Empresa ALFA, quanto à responsabilidade técnica na elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais (PGRSI), com a finalidade de atender a Lei n° 7.862, de 19 de dezembro de 2002 – Política Estadual de Resíduos Sólidos e como parte do processo de licenciamento ambiental.

O Plano visa abordar todos os processos visando minimizar a geração de resíduos na fonte, bem como todos os procedimentos a serem adotados na segregação, coleta, classificação, acondicionamento, armazenamento, transporte, reciclagem, reutilização, tratamento e disposição final junto à Empresa ALFA localizada no município de Várzea Grande/MT.

2. Objetivo

O objetivo deste PGRSI é o enquadramento da empresa junto as Normas Técnicas, Legislações Federais (Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA) e estadual (Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA), segundo Lei n° 7.862, de 19 de dezembro de 2002 – Política Estadual de Resíduos Sólidos.

3. Identificação do empreendimento

Empresa Alfa – Várzea Grande/MT.

3.1. Responsável técnico

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3.2. Definição de responsabilidade e competência do gestor e dos concessionários

A tabela 02 apresenta os responsáveis pelo PGRSI e suas responsabilidades para a implementação.

Tabela 02: Distribuição de Responsabilidades.

NÍVEL RESPONSÁVEL RESPONSABILIDADE

Direção Diretor

Assegurar que os resíduos sólidos sejam manuseados de forma a garantir a segurança do pessoal direta e indiretamente envolvidos e do meio ambiente.

Gestor Administração

Garantir a execução do PGRSI e das normas de manejo interno de resíduos, bem como a capacitação continuada dos membros envolvidos.

Responsável pelo PGRSI

Responsável Técnico

 Implementar e assegurar a manutenção do PGRSI e a aplicação das normas de segurança e legislação específica da saúde e do meio ambiente;

 Assegurar a implantação do PGRSI em conformidade com o cronograma;

 Assegurar condições necessárias para garantir segurança dos colaboradores;

 Proporcionar capacitação dos funcionários em conformidade com as legislações pertinentes em vigor.

3.3. Alvará e licença

O processo de licenciamento ambiental ocorreu em 2010 e este plano foi um documento integrante para a obtenção da licença de instalação (LI).

O alvará de localização emitido pela prefeitura e as respectivas documentações não foram anexados neste trabalho, a fim de resguardar a identidade da Empresa Alfa.

3.4. Empresas terceirizadas

Não há uma empresa terceirizada responsável pela gestão interna (terceirização), devido aos resíduos gerados serem de caráter comum, Grupo D, conforme Anexo I da Resolução CONAMA n.º 05, de 05 de agosto de 1993. Segundo NBR 10.004 os resíduos gerados são classificados como classe II B - Inerte. Os resíduos serão gerenciados pela própria empresa, com relação aos resíduos classe II B ou Grupo D, as lâmpadas Classe I ou Grupo B, sendo que os resíduos do Grupo B mencionados serão coletados e condicionados pela equipe de conservação e limpeza interna da empresa e posteriormente encaminhado para destinação final ou reciclagem por empresas especializadas.

(30)

4. Caracterização da instalação

Em 2010 a Empresa Alfa instalou-se na nova planta. A planta baixa de localização e planta de implantação da área física e circunvizinhança documentações não foram anexadas neste trabalho, a fim de resguardar a identidade da Empresa Alfa.

4.1. População fixa e flutuante

A população fixa é de 40 colaboradores. O organograma da empresa está apresentado pelo quadro 05 a seguir:

Quadro 05: Organograma conforme cargos do empreendimento.

Não se tem uma população flutuante estabelecida, porém permanece nas margens apresentadas, conforme tabela 03.

Tabela 03: Relação população x frequência do empreendimento.

POPULAÇÃO FREQUÊNCIA

DIÁRIA MENSAL ANUAL

MOTORISTAS 6 a 10 180/300 2.160/3.600

CLIENTES 4 a 6 120/180 1.440/2.160

FISCAIS 3 a 5 90/150 1.080/1.800

4.2. Identificação das áreas geradoras de resíduos

A identificação dos pontos de geração de resíduos, dentro e fora do processo produtivo, foram levantados e registrados, conforme tabela 04.

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Tabela 04: Identificação das áreas e resíduos gerados no empreendimento.

LOCAL RESÍDUOS SÓLIDOS EFLUENTES LÍQUIDOS

Sanitários Papel higiênico, absorventes e toalhas de papel Águas servidas e esgoto Escritórios (CPD, Gerencia, Diretoria, Financeiro)

Papel, copos plásticos e

lâmpadas fluorescentes ---

Recepção Copos plásticos Águas servidas

Cozinha

Papel, copos plásticos, lâmpadas fluorescentes, toalhas de papel, restos de alimentos (material orgânico)

Águas servidas

Área Operacional Externa

(pátio) Poda de grama e capina ---

Área Operacional (processo produtivo)

Rótulos, embalagens, papelões, lâmpadas e outros materiais plásticos

---

Sistema de Tratamento de Efluentes – S.T.E.

Resíduo pastoso de estação de tratamento contendo substância não tóxica

Efluente industrial

Observação: Não há manutenção de veículos e equipamentos de qualquer espécie, por ser proibido no interior da empresa, sendo os mesmos quando necessários encaminhados aos locais adequados à manutenção. Os restos de alimento, gerados por motoristas e acompanhantes são descartados no ponto de coleta da cozinha.

4.3. Reformas e ampliações

Em 2010, a empresa estava em fase inicial de operação e testes na nova planta, não havendo plano de ampliação para um intervalo de, no mínimo, 2 anos.

4.4. Carga movimentada com média mensal

Na tabela 05 encontram-se as estimativas de fabricação dos produtos.

Tabela 05: Relação produto acabado x quantidade produzida.

PRODUTO FREQUÊNCIA ANUAL

QUANTIDADE UNIDADE

Passivante e sequestrante de metais 20.000 Kg

Dispersante de sais de dureza 24.000 Kg

Dispersante e inibidor de corrosão 1.000 Kg

Inibidor de corrosão 200.000 Kg

Antiespumante 19.000 Kg

Controle bacteriológico 5.000 Kg

Coagulante 1.000.000 Kg

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5. Legislação 5.1. Leis

Lei 12.305/10: Dispões sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lei 7.862/02: Dispõe sobre a Política Estadual dos Resíduos Sólidos. Lei 6.938/81: Aprova a Política Nacional do Meio Ambiente.

Lei 9.605/98: Lei de Crimes Ambientais.

5.2. Resoluções

Resolução CONAMA n° 5, de 05 de agosto de 1993: Estabelece definições, classificação e procedimentos mínimos para o gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários.

Resolução CONAMA n° 6, de 15 de junho de 1988: Disciplina que no processo de licenciamento ambiental de atividades industriais, os resíduos gerados ou existentes deverão ser objeto de controle específico.

Resolução CONAMA n° 275 de 25 de abril de 2001: Estabelecer o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.

Resolução CONAMA 313/2002: Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. Resolução CONAMA n° 237, de 19 de dezembro de 1997: Estabelece critérios para exercício da competência para o licenciamento a que se refere o Art. 10° da Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981.

Resolução CONAMA n° 358 de 29 de abril de 2005: Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.

Resolução - RDC nº 342, de 13 de dezembro de 2002: Instituir e aprovar o Termo de Referência, para elaboração dos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos a serem apresentados a ANVISA para análise e aprovação.

5.3. Instrução normativa

Instrução normativa n° 7, de 31 de março de 2008: Disciplina sobre o termo de referência, destinado aos responsáveis pela geração de resíduos sólidos industriais, para elaboração e apresentação do PGRSI.

5.4. Normas técnicas brasileiras

NBR 10004/2004: Resíduos Sólidos, que classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que estes resíduos possam ter manuseio e destinação adequados.

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Norma ABNT - NBR 10.006: Solubilização de Resíduos - Procedimento. Norma ABNT - NBR 10.007: Amostragem de Resíduos - Procedimento. Norma ABNT - NBR 10.703: Degradação do Solo - Terminologia.

Norma ABNT - NBR 11.174/NBR 1.264: Armazenamento de resíduos classes II - não inertes e III - inertes.

Norma ABNT - NBR 13.221: Transporte de resíduos.

Norma ABNT - NBR 13.896: Aterros de resíduos não perigosos – Critérios para projeto, implantação e operação – procedimento.

6. Diagnóstico situacional

6.1. Identificação das concessionárias e empresas públicas/privadas

Atualmente não há empresas concessionárias, sendo o transporte dos resíduos comuns (escritório) efetuados pelo serviço público municipal de Várzea Grande, nos dias pré-determinados pela Secretaria de Serviços Públicos do Município. Sendo esses, realizados três vezes na semana (segunda, quarta e sexta-feira).

6.2. Área de armazenamento intermediário e estações de transbordo 6.2.1. Armazenamento intermediário

Existe um abrigo externo para acondicionamento dos resíduos comuns dos escritórios instalados na parte frontal da empresa. Os resíduos provenientes do processo industrial, tal como plásticos, ráfia, tambores, papelão, rótulos são armazenados provisoriamente em área especifica da empresa para enfardamentos e, posteriormente, seguem para o armazenamento definitivo.

6.2.2. Transbordo de resíduos

O transbordo de resíduos ocorre com as lâmpadas fluorescentes (classe I/grupo B) as quais seguem para as caixas de origem das mesmas e, posteriormente, com carga completa (caixa cheia) são encaminhadas para destino adequado conforme subitem 9.1.

Os resíduos comuns (classe II-B/grupo D) serão transbordados para volumes superiores no momento da coleta, porém imediatamente após a finalização da coleta dos vários pontos de geração serão encaminhados ao abrigo externo (final).

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6.3. Quantitativo de resíduos sólidos gerados por unidade geradora e sua classificação

Devido à empresa ser desprovida de históricos de resíduos gerados e a mesma já se encontrar em operação, as informações foram obtidas através da quantificação de medição por peso e/ou volume resíduos gerados, apresentados na tabela 06, sendo a medição realizada em quinze dias consecutivos, tirando-se a média diária e projetando-se uma média mensal.

Tabela 06: Quantidade de resíduos gerados ao mês.

LOCAL DESCRIÇÃO DOS

RESÍDUOS QUANTIDADE GERADA POR MÊS Sanitários Papel higiênico, absorventes e toalhas de papel 4,0 Litros Escritórios (Gerência, Financeiro e RH)

Papel e copos plásticos 4,0 Litros

Lâmpadas 3 a 4 unidades

Recepção Copos plásticos 2,0 Litros

Cozinha

Toalhas de papel, restos de alimentos (material orgânico)

150 Litros Área Operacional Externa

(pátio) Poda de grama e capina 20,0 Kg

Área Operacional – Processo Produtivo

Processo envasamento Embalagens plásticas 100,0 Litros

Processo de enfardamento

Plásticos 506,6 Kg

Papelão 42,9 Kg

Processo de rotulagem Rótulos plásticos 8,6 Kg

Armazenamento matéria-prima

Sacos plásticos 10,8 Kg

Sacos plásticos (ráfia) 18,0 Kg* Tambores de polietileno 250 unidades Armazenamento de

produto acabado Paletes (madeira)

Esporádico (aproveitamento) Sistema de tratamento de

efluentes

Lodo das unidades de

tratamento Esporádico

A interpretação da tabela 06 está representada no quadro 06, pela geração de resíduos oriundos especificamente no processo produtivo da Empresa Alfa.

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Quadro 06: Gráfico com a quantidade expressa em porcentagem dos resíduos da produção.

A interpretação da tabela 06 está representada no quadro 07, pela geração de resíduos por segmento da empresa, os quais são subdivididos em Produção, Administrativo, Armazenamento de matéria-prima e Podas.

Quadro 07: Gráfico com a quantidade expressa em porcentagem dos resíduos por segmento.

6.4. Gerenciamento de resíduos sólidos

Atualmente os resíduos sólidos gerados na área administrativa são acondicionados em cestos de lixo com pedais, tampa e sacos plásticos sendo, posteriormente, coletados com frequência diária, pelo pessoal da limpeza e conservação da empresa. No momento da limpeza

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do setor, os resíduos são previamente acumulados em um ponto especifico para em seguida, ao término do trabalho ser direcionado ao armazenamento definitivo, situado em abrigo na parte externa (frontal) do empreendimento e somente então coletados pelos serviços de limpeza pública do município e destinado ao aterro municipal.

Quanto aos resíduos comuns gerados na área operacional, esses seguem os mesmos procedimentos de coleta e armazenamento final, descrito anteriormente, com exceção do tipo de acondicionamento, o qual é realizado em tambores plásticos de 200 (duzentos) Litros com tampa e sacos plásticos.

Com relação aos resíduos sólidos do processo industrial propriamente dito, existem os seguintes pontos de geração e coleta:

Processo de envase: nessa etapa os resíduos gerados, constituídos por garrafas

defeituosas, são coletados e direcionados para tambores plásticos de 200 (duzentos) Litros.

Processo de enfardamento: nesse setor são gerados dois tipos de resíduos, já que são

utilizados dois tipos de processo de embalagens do produto acabado, sendo um de origem plástica e outra de papelão. Ambos são coletados em tambores metálicos de 200 (duzentos) Litros de forma distinta e depois transferidos para área de armazenamento intermediário até a sua comercialização.

Armazenamento da Matéria Prima: nesse ponto ocorre o processo continuo de

manipulação da matéria prima e preparação dos produtos através de 2 colaboradores, os quais segregam os resíduos gerados nesse setor, constituído por tambores plásticos, sacos plásticos e ráfias. Sendo esses previamente armazenados em sacos plásticos, com exceção dos tambores e, posteriormente, alojado na área intermediaria da própria empresa.

6.4.1. Recursos técnicos

A remoção é feita pelo pessoal da limpeza e conservação da empresa, não havendo atualmente uma sensibilização maior, porém realizam a limpeza do local de forma a eliminar quaisquer problemas ambientais e sanitários no interior da empresa.

A limpeza e conservação do empreendimento são realizadas por 2 colaboradores.

6.5. Programas socioculturais e educativos de treinamento e de educação continuada

Há necessidade de implementar programas educativos continuados para as áreas operacionais da empresa, os quais terão definidos periodicidade e assuntos a serem abordados em palestras, treinamentos, reciclagens e capacitação, com as posteriores revisões do PGRSI.

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7. Diretrizes para o plano de gerenciamento de resíduos sólidos industriais 7.1. Ações para o gerenciamento de resíduos sólidos industriais

Serão apresentados a seguir os procedimentos adotados para cada etapa da execução do PGRSI, estabelecendo-se equipes de trabalho, responsabilidades, periodicidade e métodos de segurança implementados para a realização das atividades pertinentes.

7.1.1. Elementos do plano de gerenciamento de resíduos sólidos industriais

Este PGRSI seguirá as seguintes instruções, contemplando as seguintes fases:

a) Fase intra-estabelecimento: onde aborda os aspectos de geração, classificação, segregação, minimização, tratamento prévio, acondicionamento, armazenamento intermediário, coleta e transporte internos e o armazenamento final dos resíduos sólidos.

b) Fase extra-estabelecimento: onde aborda os aspectos de coleta e transporte externos, transbordo, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos.

8. Fase intra-estabelecimento

8.1. Aspectos de geração e classificação

a) Sempre que possível deve-se minimizar, reduzir, reutilizar, reciclar os resíduos, ou ainda substituir o processo gerador por outro que gere resíduo reciclável ou menos perigoso.

b) A classificação dos resíduos sólidos consiste no agrupamento de resíduos em função dos riscos potenciais à saúde pública e ao meio ambiente, para que tenham o gerenciamento adequado. Este plano segue a classificação de acordo com a Resolução CONAMA nº 5, que estabelece 4 (quatro) grupos de resíduos, bem como a ABNT NBR 10.004:2004.

8.2. Segregação dos resíduos

Segregação dos Resíduos Sólidos consiste na separação ou seleção apropriadas dos resíduos, na sua unidade geradora. Os resíduos do grupo B/classe I e grupo D/classe II-B serão separados, no momento e no local de sua geração no estabelecimento.

8.3. Minimização dos resíduos

A minimização consiste na redução, na reutilização, na recuperação, ou na reciclagem dos resíduos sólidos. Não haverá minimização dos resíduos do grupo B/classe I e grupo D/classe II-B no estabelecimento. Se houver aumento considerável de resíduos serão realizados treinamentos e orientações para redução.

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8.4. Tratamento prévio dos resíduos

O tratamento prévio consiste na descontaminação dos resíduos na origem, para minimizar a periculosidade e toxidade do resíduo químico. Não haverá tratamento prévio dos resíduos do grupo B e D no estabelecimento. Caso o resíduo classificado como sendo de classe I seja contaminado, receberá o tratamento referente à classe A. O tratamento consiste na limpeza da área, acondicionamento dos resíduos em cesto (recipiente) adequado e desinfecção da área.

8.5. Acondicionamento dos resíduos

O acondicionamento consiste no ato de acomodar em sacos plásticos, em recipientes ou embalagens apropriadas, para cada tipo de resíduos sólidos.

Resíduos classe I ou grupo B deverão ser acondicionados nas próprias embalagens e armazenados em local livres das intempéries do ambiente (umidade e radiação solar), podendo ser em contêiner da cor cinza com tampa ou no próprio almoxarifado da empresa.

Resíduos classe II-B ou grupo D deverão ser acondicionados em saco plástico de cor clara e diferenciada da cor branco leitosa (Azul Clara), conforme norma técnica da ABNT e legislação vigente para os resíduos de escritório, recepção e sanitários. Enquanto os resíduos do processo industrial e do sistema de tratamento, deverão continuar sendo acondicionados em recipiente com tampa (tambores metálicos ou plásticos), forrado com saco plástico de cor clara, preferencialmente da mesma cor da Lixeira, ou ainda em sacos plástico tipo ráfia. A forma de segregação e acondicionamento, de acordo com o resíduo, estão apresentados na tabela 07.

Tabela 07: Segregação e acondicionamento dos resíduos. LOCAL

DESCRIÇÃO DO RESÍDUO

CLASSE ESTADO

FÍSICO RECIPIENTE UTILIZADO

I II-B S L DESCRIÇÃO CAP SIMBOLOGIA/

IDENTIFICAÇÃO

Recepção

Papel e copos

plásticos X X

Recipiente rígido de cor cinza, com tampa e pedal, revestido de saco impermeável 10 Litros Símbolo e inscrição de resíduo Classe II Lâmpadas fluorescentes X X Embalagem Original 01

Unid Resíduos Classe I

Sanitários Papel higiênico, absorventes e toalhas de papel X X Recipiente rígido de cor cinza, com tampa e pedal, revestido de saco impermeável 15 Litros Símbolo e inscrição de resíduo Classe II Escritórios (Gerência, Financeiro e RH) Papel e copos plásticos X X Recipiente rígido de cor cinza, com tampa e pedal, revestido de saco impermeável 10 Litros Símbolo e inscrição de resíduo Classe II Lâmpadas fluorescentes X X Embalagem Original 01

(39)

Continuação da tabela 07. LOCAL DESCRIÇÃO DO RESÍDUO CLASSE ESTADO

FÍSICO RECIPIENTE UTILIZADO

I II-B S L DESCRIÇÃO CAP SIMBOLOGIA/

IDENTIFICAÇÃO Cozinha Toalhas de papel e restos de alimentos X X Recipiente rígido de cor cinza, com tampa e pedal, revestido de saco impermeável 15 Litros Símbolo e inscrição de resíduo Classe II Área Operacional Processo Produtivo Papelões e plásticos X X Tambores metálicos e plásticos 200 Litros Símbolo e inscrição de resíduo Classe II Paletes de

madeira X X Área de acúmulo -

Símbolo e inscrição de resíduo Classe II Sacos tipo

ráfia X X Área de acúmulo -

Símbolo e inscrição de resíduo Classe II Embalagens

descartadas X X Sacos plásticos

100 Litros

Símbolo e inscrição de resíduo Classe II Tambores

plásticos X X Área de acúmulo -

Símbolo e inscrição de resíduo Classe II Área Operacional externa pátio Podas de grama e capina X X Contêiner 1.000 Litros Símbolo e inscrição de resíduo Classe II 8.6. Armazenamento intermediário

O Armazenamento intermediário consiste na guarda provisória dos resíduos sólidos, no caso das lâmpadas (Classe I ou grupo B), as quais serão armazenadas provisoriamente em suas embalagens de origem até completar um volume ideal para transporte (custo/benefício).

O armazenamento intermediário dos resíduos da Classe II-B ou grupo D será realizado apenas durante o processo da coleta e por ser reduzida quantidade de resíduos diários, este armazenamento se dará em recipiente móvel, como já citado anteriormente.

8.7. Coleta e transporte internos

A coleta e o transporte internos consistem no recolhimento e remoção dos resíduos da unidade geradora até o abrigo externo de armazenamento final. O transporte interno, dentro do estabelecimento, se dará em recipiente móvel. Sendo sua locomoção realizado por empilhadeiras até a área de armazenamento final. Com exceção dos resíduos de escritório, cozinha, recepção e sanitários, os quais tem seu transporte realizado manualmente.

Referências

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