21 de Novembro 2018, 15 horas Anfiteatro Verde FCS/UBI
Comissão Organizadora
Isabel NetoAna Gouveia Patrícia Barata
Apresentação
O Fórum Pedagógico FCS tem como lema “Inspire. Be Inspired”. Porque o que se pretende com esta iniciativa é que todos os que nela participam, quer com os seus trabalhos relatando as suas experiências pedagógicas quer participando nas diferentes discussões, sejam uma fonte de inspiração para outros mas também daí retirem inspiração para fazer diferente e melhor. Partilhando e debatendo estamos todos com certeza a contribuir para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem da nossa Faculdade. Convidamos, por isso, todos os docentes da FCS a participar ativamente neste Fórum.
Isabel Neto
Coordenadora do Gabinete de Ensino e Metodologias de Avaliação em Ciências da Saúde – GEMA-CS
Programa
15:00 –Abertura e Apresentação pela Coordenadora do GEMA-CS
15:15 –“Workshop de Casos Clínicos no Bloco Cardiorespiratório – Onze Anos de Sucesso” |José Eduardo Cavaco
15:35 – “Avaliação centrada no aluno através do Sistema Medquizz” |Corpo
docente do Bloco de Farmacologia do Mestrado Integrado em Medicina
15:55 – “Uso de sistemas de voto eletrónico em atividades pedagógicas - o
que se disse na conferência de utilizadores de Turning Point em Barcelona”|Miguel Castelo-Branco.
16:15 – “Motivar e desenvolver a integração de diferentes áreas em Neurofisiologia: de artigos científicos a problemas multidisciplinares”|Ana
Gouveia, Carla Fonseca.
16:35 – Discussão Final
“Workshop de Casos Clínicos no Bloco Cardiorespiratório
Onze Anos de Sucesso”
José Eduardo Cavaco
O Bloco cardiosrespiratório é um dos blocos do plano curricular do 2ºano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da Universidade da Beira Interior, Covilhã. Há onze anos a esta parte os alunos tem sido desafiados a integrarem as matérias do bloco com a resolução de casos clínicos com três objetivos principais: estabelecer a ponte entre a anatomia, fisiologia, embriologia, histologia, topografia e a patologia; preparação para participação em futuros congressos, e por último, não menos importante, compreenderem uma aplicação prática dos conhecimentos básicos adquiridos ao longo do bloco na sua vida futura. Em traços gerias, a organização do workshop passa pela elaboração dos casos clínicos pelos docentes do bloco, e a sua distribuição aleatória pelos 24 grupos (presente ano letivo 2018-19) num total de 146 alunos participantes. No dia 26 de Outubro teve lugar a sessão de apresentação no grande auditório da FCS com uma sessão de abertura, três sessões de apresentação dos casos clínicos, dois coffee breaks, e fotografia de família. No decorrer do workshop existe um júri que incluiu os docentes do bloco e clínicos convidados para o efeito. Os alunos foram avaliados em relação a: especto gráfico, discurso, adequação do tema, se cumpriram o tempo (máximo 5 minutos) e resposta às questões do júri. No final, teve lugar uma sessão de encerramento com considerações finais por parte do júri. Ao longo desta dezena de anos, esta atividade pedagógico/científica tem-se revelado um grande sucesso, pelo entusiasmo, empenho e dedicação dos alunos, e pelos resultados obtidos, onde no presente ano letivo a nota mais baixa foi de 15 valores e a mais alta de 20 valores com uma média de 18 valores. Esta é uma prática que recomendo vivamente a sua aplicação em todos os blocos do 2º ano do MIM.
“Avaliação centrada no aluno através do Sistema Medquizz”
Corpo docente do Bloco de Farmacologia do Mestrado Integrado em Medicina
O Sistema de avaliação Medquizz é, sem dúvida, uma excelente ferramenta para a avaliação de conhecimentos, contudo, tem para nós uma lacuna que advém do facto de valorizar fundamentalmente a qualidade da pergunta e do exame per si, e não nos dar facilmente outras informações sobre o desempenho propriamente dito de cada aluno. Podemos analisar a avaliação aluno por aluno, mas a morosidade do processo torna-o impossível de realizar em tempo útil.
O nosso trabalho teve como objetivo utilizar o sistema Medquizz, mas de uma forma em que a avaliação valorizasse o conhecimento adquirido e se centrasse no aluno. Os resultados parecem-nos promissores, mas a discussão sobre a metodologia utilizada e os resultados obtidos é com certeza fundamental.
“Uso de sistemas de voto eletrónico em atividades pedagógicas -
o que se disse na conferência de utilizadores de Turning Point em
Barcelona”
Miguel Castelo-Branco
Informações sobre o que se passou na conferência de utilizadores de turning point em Barcelona no passado dia 7/11:
• Estrategias de "Gamification"
• Formas de realçar problemas de aquisição de conceitos para melhorar a aprendizagem
• Efeitos a longo prazo do uso dos sistemas de voto eletrónico • Uso dos sistemas de voto eletrónico para registo de assiduidade • Métricas para avaliação da efetividade pedagógica
“Motivar e desenvolver a integração de diferentes áreas em
Neurofisiologia: de artigos científicos a problemas
multidisciplinares”
Ana Gouveia, Carla Fonseca
A Unidade Curricular (UC) de Neurofisiologia situa-se no 3º ano do curriculum do 1º ciclo em Ciências Biomédicas, curso com um forte caráter multidisciplinar. Por este motivo, nos últimos anos tem havido uma tentativa de, nas atividades de aprendizagem desta UC, integrar conhecimentos transversais de outras áreas, tais como a física e engenharia. Desta forma, os alunos têm sido incentivados a aplicar os conhecimentos adquiridos nesta disciplina e, simultaneamente, a integrá-los com conhecimentos previamente adquiridos em outras UC do curso.
Com estes objetivos em mente, no passado as aulas práticas da UC eram destinadas à apresentação de artigos científicos com problemas no âmbito da neurofisiologia e respetiva avaliação e/ou resolução nas áreas da física ou da engenharia. No entanto, a complexidade dos artigos científicos revelou-se um obstáculo ao processo: nos conceitos abordados, na própria leitura do artigo e na capacidade para discutir metodologias e resultados com espírito crítico, especialmente nos conceitos das áreas não biológicas. Por estas dificuldades e também pela falta de tempo para uma maior dedicação ao estudo dos artigos, gerou-se uma certa desmotivação em todos os envolvidos, quer alunos quer docentes.
Assim, no ano letivo 2017/18, desenvolveu-se uma nova estratégia para motivar os alunos para a multi e interdisciplinaridade através de problemas multidisciplinares, onde se parte de uma situação real, ou pelo menos plausível, tipo caso clínico. Esta abordagem começa com a apresentação do problema, seguida da descrição dos sinais e sintomas associados, assim como dos exames realizados nesse contexto. Segue-se a colocação de hipóteses por parte dos alunos e discussão em pequenos grupos, sendo-lhes dada informação adicional mais detalhada (e.g., relatório de audiometria e
de imagiologia) quando por eles solicitada. Podem ainda utilizar todo o material da UC e realizar pesquisas na internet. A discussão e resolução destes problemas vai sendo acompanhada pelas docentes até que todos os grupos consigam chegar a conclusões. Na aula seguinte à resolução do problema, os alunos apresentam os princípios das técnicas abordadas e que deram origem à informação fornecida, assim como explicam o tipo de informação que permitiu resolver o próprio problema (e.g., audiometria, imagem por Ressonância Magnética).
A estratégia encontrada, ou seja, a substituição da apresentação de artigos científicos pela resolução e discussão de problemas multidisciplinares, melhorou a dinâmica da aula e a motivação por parte dos envolvidos, e ainda exigiu o desenvolvimento de raciocínio crítico. Também permitiu a consolidação dos conceitos de neurofisiologia e uma melhor compreensão e conhecimento dos princípios das técnicas e respetiva informação fornecida. Um dos pontos fortes desta abordagem foi a possibilidade de controlar, por parte das docentes da UC, o grau de dificuldade dos problemas e suas resoluções, quer pela informação facultada, quer pela orientação da discussão e da pesquisa, aspetos estes que são difíceis de gerir numa abordagem baseada na apresentação de artigos científicos. A grande dificuldade encontrada foi a criação dos problemas multidisciplinares para estes alunos em concreto e com estes objetivos específicos tendo, no entanto, sido facilitada pelo envolvimento de docentes da UC com formação nas áreas científicas abordadas nos problemas.
Os problemas multidisciplinares constituíram uma estratégia muito positiva que deverá ser consolidada. Esta abordagem poderá ser adotada noutras UC, em particular nas de 3º ano, onde os alunos já possuem conhecimentos em diversas áreas, permitindo a utilização de problemas mais desafiantes e motivadores.
