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SELEÇÃO DE ESTAGIÁRIOS PARA A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ SEDE CASCAVEL GABARITO PROVA OBJETIVA

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SELEÇÃO DE ESTAGIÁRIOS PARA A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ – SEDE

CASCAVEL

GABARITO – PROVA OBJETIVA

QUESTÃO

RESPOSTA

QUESTÃO

RESPOSTA

01

B

25

D

02

D

26

A

03

C

27

A

04

C

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A

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D

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A

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A

22

A

46

B

23

C

47

C

24

A

48

C

(2)

2

Espelho: Direito Civil

-

Pressupostos: Ato ilícito (art. 186, CC, Antijuridicidade, Imputabilidade);

Culpa (dolo e culpa stricto sensu); Dano (patrimonial, dano emergente e

lucros cessante, extrapatrimonial, Teoria do punitive damage); Nexo

causal (teoria da causalidade adequada, teoria da equivalência dos

antecedentes causais) (5 pontos)

-

Responsabilidade objetiva: responsabilidade que independe de culpa.

Basta o ato ilícito, o dano e o nexo causal. Na responsabilidade objetiva, a

indenização independe da licitude ou ilicitude do ato. Já na

responsabilidade sem culpa, a indenização será pela prática de um ato

lícito, como o art. 929 CC (legítima defesa e estado de necessidade

agressivo

geram

responsabilidade

civil.

Direito

de

regresso).

Responsabilidade por culpa presumida é estágio intermediário entre a

teoria objetiva e a subjetiva. Haverá discussão de culpa, porém há inversão

do ônus da prova (3 pontos).

-

Excludentes: fato da vítima, fato de terceiro, força maior ou caso fortuito

(2 pontos).

-

Abuso de direito: art. 187, CC. comete ato ilícito o titular de um direito

que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim

econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes (1 ponto).

(3)

Espelho: Direito Penal

Conforme já asseverou o STJ:

“A intervenção estatal por meio do Direito Penal deve ser sempre guiada pelo princípio da proporcionalidade, incumbindo também ao legislador o dever de observar esse princípio como proibição de excesso e como proibição de proteção insuficiente.” (AI no HC 239.363/PR, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, CORTE ESPECIAL, julgado em 26/02/2015)

A assertiva extraída de importante e, relativamente recente, precedente oriundo do

Superior Tribunal de Justiça demonstra que os tribunais, inclusive instigados pela

doutrina, vem, há algum tempo, se deparando com situações nas quais foi importante

a contextualização do direito penal com o princípio da proporcionalidade.

Nesse contexto, segundo Lênio Luiz Streck,

“a estrutura do princípio da proporcionalidade não aponta apenas para a perspectiva de um garantismo negativo (proteção contra os excessos do Estado), e, sim, também para uma espécie de garantismo positivo, momento em que a preocupação do sistema jurídico será com o fato de o Estado não proteger suficientemente determinado direito fundamental, caso em que estar-se-á em face do que, a partir da doutrina alemã, passou-se a denominar de "proibição de proteção deficiente" (Untermassverbot). Este conceito, explica Bernal Pulido, refere-se à estrutura que o princípio da proporcionalidade adquire na aplicação dos direitos fundamentais de proteção. A proibição de proteção deficiente pode definir-se como um critério estrutural para a determinação dos direitos fundamentais, com cuja aplicação pode determinar-se se um ato estatal - por antonomásia, uma omissão - viola um direito fundamental de proteção.17 Trata-se de entender, assim, que a proporcionalidade possui uma dupla face: de proteção positiva e de proteção de omissões estatais. Ou seja, a inconstitucionalidade pode ser decorrente de excesso do Estado, caso em que determinado ato é desarrazoado, resultando desproporcional o resultado do sopesamento (Abwägung) entre fins e meios; de outro, a inconstitucionalidade pode advir de proteção insuficiente de um direito fundamental (nas suas diversas dimensões), como ocorre quando o Estado abre mão do uso de determinadas sanções penais ou administrativas para proteger determinados bens jurídicos. Este duplo viés do princípio da proporcionalidade decorre da necessária vinculação de todos os atos estatais à materialidade da Constituição, e que tem como conseqüência a sensível diminuição da discricionariedade (liberdade de conformação) do legislador.” (Bem jurídico e Constituição: da proibição de excesso (übermassverbot) à proibição de proteção deficiente (untermassverbot) ou de como não há blindagem contra normas penais inconstitucionais – pág. 08).

Toda essa preocupação, ou seja, sobre a discricionariedade do legislador ao editar

normas de caráter penal, já chegou ao Supremo Tribunal Federal, tendo o plenário

daquela Corte reconhecido a viabilidade “do exercício de fiscalização da

constitucionalidade das leis em matéria penal” , oportunidade na qual tratou das

infrações classificadas como de “perigo abstrato” à luz do princípio da

proporcionalidade. (RE 583523, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal

Pleno, julgado em 03/10/2013) Conforme asseverou o eminente Relator, naquela

oportunidade:

“A Constituição de 1988 contém significativo elenco de normas que, em princípio, não outorgam direitos, mas que, antes, determinam a criminalização de condutas, a exemplo dos artigos 5º, incisos XLI, XLII, XLIII, XLIV; 7º, inciso X; 225, § 3º; e 227, § 4º, todos da Constituição Federal. Em todas essas normas, é possível identificar um mandado de criminalização expresso, tendo em vista os bens e valores envolvidos1. Tal concepção legitima a ideia de que o Estado se obriga não apenas a observar os direitos de qualquer indivíduo em face das investidas do Poder Público (direito fundamental enquanto direito de proteção ou de defesa – Abwehrrecht), mas também a garantir os direitos fundamentais contra agressão

(4)

4

propiciada por terceiros (Schutzpflicht des Staats)2. (...) Os mandados constitucionais de criminalização, portanto, impõem ao legislador, para seu devido cumprimento, o dever de observância do princípio da proporcionalidade como proibição de excesso e como proibição de proteção insuficiente. A ideia é a de que a intervenção estatal por meio do Direito Penal, como ultima ratio, deve ser sempre guiada pelo princípio da proporcionalidade.”

Seja para afastar determinada disposição do cenário jurídico, seja para adequar a

resolução do caso concreto, fato é que são inúmeras as situações em que o princípio

da proporcionalidade é acionado, em se tratando de matéria penal.

Ilustrativamente, os seguintes exemplos, derivados da jurisprudência do Superior

Tribunal de Justiça:

a)

inconstitucionalidade do preceito secundário do art. 273, §1º-B, do CP

(REsp 1256992/RS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,

julgado em 19/04/2016);

b)

Tratando-se de condenado multirreincidente, mostra-se impossível

promover a compensação integral e exata entre a confissão e a reincidência. Dessa

forma, a preponderância da reincidência no cálculo se constitui em aplicação efetiva

dos princípios da proporcionalidade e individualização da pena. (AgRg no REsp

1456393/DF, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em

13/10/2015, DJe 21/10/2015);

c)

'a fixação da pena-base, com fulcro nas circunstâncias judiciais do art. 59

do Código Penal, não obedece a critério objetivo ou matemático, sendo conferido

certo grau de discricionariedade ao julgador na valoração desses elementos,

respeitando-se os princípios da proporcionalidade e razoabilidade e considerando as

circunstâncias concretas do caso'". (AgRg no REsp 1550460/PE, Rel. Ministra

MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 06/10/2015);

d)

O quantum de aumento pelo reconhecimento da agravante da reincidência

não está estipulado no Código Penal, devendo observar os princípios da

proporcionalidade, razoabilidade, necessidade e suficiência à reprovação e prevenção

do crime, informadores do processo de aplicação da pena. 2. Verificando-se que a

reincidência operou-se em razão da condenação anterior pelo delito de roubo com

emprego de arma de fogo, mostra-se proporcional a motivação apresentada para a

manutenção do aumento de pena de 1/3 (um terço), na segunda etapa da dosimetria,

pelo reconhecimento da agravante do art. 61, I, do CP. HC 169.128/SP, Rel. Ministro

JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 20/11/2012;

e)

O valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), abaixo do qual não deve ser ajuizada

ou deve ser arquivada a execução fiscal, é utilizado como simples baliza para fins de

aplicação do princípio da proporcionalidade (leia-se: insignificância) no Direito

Penal, ainda que os valores do débito tributário não utilizem os mesmos elementos

no crime e na infração tributária. Por simples baliza, entenda-se a adoção de um

parâmetro razoável para se aferir a necessidade da resposta penal no caso concreto,

ainda que se utilizem elementos estranhos ao tipo. O mesmo ocorre com a

consideração do salário mínimo na análise da atipicidade material dos crimes de

furto. REsp 1226719/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA

TURMA, julgado em 05/12/2013;

f)

ALEGADA DESPROPORCIONALIDADE DA PENA PREVISTA PARA O

CRIME DISPOSTO NO § 1º DO ARTIGO 180 DO ESTATUTO REPRESSIVO.

RECEPTAÇÃO QUALIFICADA. FIXAÇÃO DA SANÇÃO COMINADA NO CAPUT.

IMPOSSIBILIDADE.

CRIME

AUTÔNOMO.

MAIOR

GRAVIDADE

E

REPROVABILIDADE

DA

CONDUTA.

OFENSA

AO

PRINCÍPIO

DA

PROPORCIONALIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. ORDEM DENEGADA. 1. A

definição das formas qualificadas para algumas espécies de delitos, as quais via de

regra acompanham uma reprimenda mais gravosa, se justifica pela necessidade de

(5)

se impor um maior juízo de reprovabilidade às condutas que afetem de forma mais

intensa os bens jurídicos protegidos pelo Direito Penal. 2. Não se mostra prudente a

imposição da pena prevista para a receptação simples em condenação pela prática

de receptação qualificada, pois a distinção feita pelo próprio legislador atende aos

reclamos da sociedade que representa, no seio da qual é mais reprovável a conduta

praticada no exercício de atividade comercial. Precedentes do Superior Tribunal de

Justiça e da Suprema Corte. HC 213.149/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA

TURMA, julgado em 27/08/2013

g)

“3. Com a edição da Lei n. 11.464/07, que modificou a redação da Lei n.

8.072/90, derrogando a vedação à progressão de regime a crimes hediondos ou

equiparados, persistiu-se na ofensa ao princípio da individualização da pena, quando

se afirmou que a execução deve iniciar no regime mais gravoso. 4. A lei não andou

em harmonia com o princípio da proporcionalidade, corolário da busca do justo. Isso

porque a imposição do regime fechado, inclusive a condenados a penas ínfimas,

primários e de bons antecedentes, entra em rota de colisão com a Constituição e com

a evolução do Direito Penal. Precedentes. HC 265.595/SP, Rel. Ministro OG

FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 11/06/2013;

h)

Incide a qualificadora de rompimento de obstáculo, prevista no inciso I do

§ 4º do artigo 155 do CP, quando o agente, visando à subtração de objetos

localizados no interior do veículo, quebra o vidro da janela do automóvel. Isso porque

a reprimenda mais severa cominada à forma qualificada do delito em questão se dá

pela maior gravidade e reprovabilidade da conduta, vez que o agente utiliza-se de

meios para destruir o obstáculo, visando com isso alcançar a res furtiva. Trata-se

de opção legislativa, em que se procura reprimir mais severamente tal conduta,

por entendê-la dotada de maior lesividade. A incidência da qualificadora não viola

os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, ainda que o furto do próprio

veículo configure crime simples. EREsp 1079847/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI,

TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 22/05/2013

1

;

i)

A doutrina atesta à limitação de final de semana uma finalidade educativa,

direcionada ao aproveitamento positivo do tempo do albergado. Dessa forma,

depreendendo-se dos autos que o agravante desenvolve atividade profissional lícita

aos finais de semana, não há razão plausível para barrar a sua pretensão de obter a

substituição da limitação de final de semana por prestação pecuniária. 3. O princípio

da proporcionalidade trouxe ao direito penal uma realidade menos cruel e que

procura observar os direitos fundamentais do homem, dentre eles o trabalho, que

deve, de fato, ser preservado na hipótese, mostrando-se, portanto, adequada a

substituição das medidas restritivas mencionadas. AgRg no REsp 1166821/RS, Rel.

Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 23/10/2012;

j)

1. O juiz é agente político porque é órgão do Judiciário, consequentemente

exerce um dos Poderes da República. Materialização do próprio Estado, o

Estado-Juiz (art. 92 da CF). 2. No crime de corrupção ativa, o oferecimento ou a promessa

de vantagem indevida a magistrado merece maior repreensão estatal, por intermédio

da majoração da pena-base, em respeito aos princípios da proporcionalidade e da

1 Aceitável, também, a defesa de tese oposta, baseada no mesmo princípio: Não é cabível a

aplicação da qualificadora de rompimento de obstáculo na hipótese em que o agente, visando à subtração de objetos localizados no interior de veículo, quebra o vidro da janela do automóvel. Isso porque se o agente tivesse danificado o vidro e subtraísse o veículo responderia por furto simples. Assim, a aplicação da qualificadora para o furto apenas do acessório configura violação aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, conflitando com a Constituição e com a evolução do Direito Penal. Não se pode conceber que uma conduta menos gravosa receba uma punição mais rigorosa, ao passo que a conduta mais grave receba um menor grau de reprovabilidade. (Voto vencido do Min. Og Fernandes, no mesmo julgamento).

(6)

6

individualização da pena (art. 333, parágrafo único, do CP, redação anterior à Lei n.

10.763/2003). REsp 1166801/MS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA

TURMA, julgado em 12/06/2012.

De modo que caberia ao candidato proceder de modo a, ainda que brevemente,

correlacionar a matéria penal com o princípio da proporcionalidade, exemplificando

ao menos algumas situações em que foi chamado, o princípio, a solucionar

determinada demanda posta ao Poder Judiciário.

Referências

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