Ecologia de Populações e
Comunidades
Profa. Isabel Belloni Schmidt
Dept. Ecologia – UnB
isabels@unb.br
Comunidades – recapitulando:
Interações interespecíficas
Sucessão
Efeito na espécie 1 Efeito na espécie 2
+ - Consumidor-recurso
- - Competição
+ + Mutualismo
+ 0 Comensalismo
- 0 Amensalismo
Mundo verde Mundo marrom Mundo verde Mundo marrom
1º 2º 3º
4º
Interações - Regulações populacionais
Nível Trófico Controle Tam. Pop. Relativo
Predadores (topo) Disponibilidade de recursos Alto (próximo a k)
Herbívoros Predação Baixo (abaixo de K)
Plantas (base) Disponibilidade de recursos Alto (próximo a k)
Decompositores Disponibilidade de recursos Alto (próximo a k)
Interações - Regulações populacionais
Nível Trófico Controle Tam. Pop. Relativo
Predadores (topo) Disponibilidade de recursos Alto (próximo a k)
Herbívoros Predação Baixo (abaixo de K)
Plantas (base) Disponibilidade de recursos Alto (próximo a k)
Decompositores Disponibilidade de recursos Alto (próximo a k)
Defesas contra herbivoria
-Fuga no tempo ou espaço;
- Defesas químicas e mecânicas.
Atração de predadores;
Defesas contra herbivoria
Herbivoria no Cerrado
• Alta diversidade (2-3 x mais espécies que numa
savana temperada – Arizona, USA);
• Baixa densidade (11 x menor que no Arizona);
• Plantas com lagartas – Cerrado: 12% vs. 49%
Arizona.
Marquis et al. 2002
Interações tri-tróficas
Outros herbívoros?
Herbivoria por formigas
89 colônias de formigas:
>15 toneladas de biomassa/ano
825 kg de biomassa/ha/ano!
Consumo de folhas verdes:
558 kg/ha/ano → ≈ 15% da produção total!
Costa et al. 2008
• Herbivoria
• Predação
• Parasitismo – parasitas vs. parasitóides
Efeito na espécie 1 Efeito na espécie 2+ - Consumidor-recurso
- - Competição
+ + Mutualismo
+ 0 Comensalismo
O aumento da população de predadores ocorre em média dois anos após o
aumento da população de presas.
Efeito da predação na evolução
Espécie A preda B Espécie A não preda B Espécie B não é predada por A Morrem Morrem Tempo V ar iá ve l “ X ”
Estratégias de fuga
Coloração crípticaColoração de advertência Mimetismo
Proteção Velocidade Tamanho
Efeito na espécie 1 Efeito na espécie 2
+ - Consumidor-recurso - - Competição + + Mutualismo + 0 Comensalismo - 0 Amensalismo + - - - - +
Competição aparente
+ + + + + + + + - - - - - - - - - -Aumento na população de 1 sp. de pulgão pode prejudicar a população da outra
espécie de pulgão
Competição intraguilda
+ + + + - - - - + + + + + - - - -Pardal e joaninha estão na mesma guilda (consumidores primários) Mas o pardal pode também predar a joaninha
Exclusão competitiva Competição explorativa
Competição por interferência
Efeito da competição na evolução
Espécie A é melhor competidora que
espécie B Espécie A sobrevive
Espécie B não está competindo com a espécie A Nicho A Tempo R ec ur so “ X ” Nicho B
Gasto de energia com competição Predador
Parasita Processo de exclusão competitiva Competição intraguilda Competição por interferência Competição aparente Tempo N ic ho ec o ló gic o Baixa reprodução Alta reprodução - - - - - - Predador Parasita Mutualista Comensalismo Amensalismo Processo de exclusão competitiva Competição intraguilda Competição por interferência Competição aparente Disponibilidade de recurso Tempo N ic ho ec o ló gic o Baixa reprodução Alta reprodução - + + - - - - - - + Predador Parasita Mutualista Comensalismo Amensalismo Processo de exclusão competitiva Competição intraguilda Competição por interferência Competição aparente Disponibilidade de recurso Tempo N ic ho ec o ló gic o Baixa reprodução Alta reprodução - + + - - - - - - + Descendentes adaptados
Riqueza X Diversidade
Riqueza = nº de espécies
Diversidade = nº de espécies + abundância relativa das espécies
Espécie-chave
É uma espécie que exerce influência nos níveis tróficos inferiores impedindo que as espécies competitivamente superiores monopolizem os recursos críticos É uma espécie que exerce influência no ecossistema de forma desproporcional à sua densidade relativa.
Sucessão ecológica
• Processo de mudança de espécies e estrutura
de uma comunidade ao longo do tempo;
- Influência de fatores bióticos e abióticos nas
condições ambientais que permitem a
colonização por diferentes tipos de espécies
Espécie pioneira vs. espécie tardia
• Sucessão primária
(hábitats recém-formados)• Sucessão secundária
Sucessão
• Comunidades climax (na ausência de perturbação)
tendem a se manter estáveis
“última instância do desenvolvimento da comunidade”
• Se perturbadas (incêndio, desmatamento, furacões,
etc) podem se recuperar
Sucessão – comunidade clímax
Sucessão – comunidade clímax
Sucessão – comunidade clímax
Perturbações
Ef eit o s no s is tema Nível de perturbação Ef eit o s no s is tema Nível de perturbação Ef eit o s no s is tema Nível de perturbaçãoResiliência = Velocidade com que a comunidade retorna ao seu estado de origem
após uma perturbação.
Hipótese do distúrbio intermediário
Riqu ez a de e spéc ies Tempo Distúrbio Riqueza máxima
Padrões de biodiversidade
Padrões de biodiversidade
Nos cinturões latitudinais: temperatura; produtividade; heterogeneidade topográfica
Padrões de diversidade
• Relação espécie-área
– ↑ área → ↑ populações → ↓ risco extinções
– ↑ área → ↑ heterogeneidade → ↑ nichos disponíveis
↑ heterogeneidade amb. → ↑diversid. de recursos
↓
↑ diversid. de nichos = diversidade de espécies
Padrões de diversidade
↑ produtividade → ↑diversidade de espécies?
Não necessariamente = paradoxo da produtividade
Espécies melhores competidoras dominam:
Exclusão competitiva
Nº de sp Abundância 1 100% 2 50% 3 33% 4 25%Número de espécies regional
N úm er o de e spéc ies lo cal Pouca competição Muita competição Morfologia = indicador de Papel ecológico
Padrões de biodiversidade
Numa região a diversidade parece ser influênciada pela complexidade estrutural dos habitats locais.
Países megadiversos
Países megadiversos
Hotspots de Biodiversidade
Conceito de comunidade: Conjunto de populações em uma
mesma área.
- Comunidade de uma área de campo limpo de Cerrado;
- Comunidade de uma área de mata de galeria;
- Comunidade vegetal;
- Comunidade de gramíneas;
- Comunidade animal;
- Comunidade de predadores, etc.
F. E. Clements (1900’s) – “comunidade
são como unidades discretas com
fronteiras nítidas e uma organização
única.”
Comunidade fechada
A bu nd ân cia Gradiente ambientalComunidade aberta
• H. A. Gleason (1920’s)– “comunidade é uma
associação fortuita de organismos cujas adaptações
os capacitam a viver juntos sob condições físicas e
biológicas particulares que caracterizam um
determinado lugar.”
A bu nd ân cia Gradiente ambientalA bu nd ân cia Gradiente ambiental
Clements vs. Gleason (1900-1950/60)
- Sucessão
determinística;
- Comunidade como
um organismo;
- Sucessão em direção
clímax, estável.
- Sucessão não-
determinística;
- Associações
interespecíficas
casuais;
- Grande influencia de
acaso e distúrbios;
- Sucessão em direção
clímax, estável.
• Sucessão como processo complexo, influenciado
por diversos mecanismos;
• Abandono da ideia (fixa) de comunidade clímax;
• Sucessão multidirecional (e não unidirecional)
Equilíbrio dinâmico
Equilíbrio dinâmico (1950/60 - )
Robert Whittaker; John Curtis, J. Connell, et. al.
Ecótono
• Fronteiras entre comunidades, aonde há uma
substituição de espécies ao longo de um
gradiente.
Padrões de biodiversidade
Numa região a diversidade parece ser influênciada pela complexidade estrutural dos habitats locais.
Formações florestais
Tipos Fisionômicos do Cerrado
Mata Ciliar
Tipos Fisionômicos do Cerrado
Cerradão Mata Seca
Formações savânicas
• Cerrado
Denso Típico• Cerrado rupestre
Parque Cerrado
Presença de árvores
agrupadas em
pequenas elevações do
terreno - murundus ou
monchões.
Trechos com árvores:
3-6 m, cobertura de 5% a
20% ou 50% a 70% (só
os trechos com árvores)
Palmeirais
Presença marcante de uma única espécie de palmeira arbórea
praticamente não há destaque das árvores dicotiledôneas.
Podem ser encontrados pelo menos 4 subtipos
Em geral os Palmeirais do Cerrado são encontrados em terrenos
bem drenados, embora um dos subtipos (Buritizal) ocorra em
terrenos mal drenados, onde pode haver a formação de galerias
acompanhando as linhas de drenagem, em uma típica estrutura
de floresta.
Guerobal: Syagrus oleracea (gueroba); Babaçual: Attalea speciosa (babaçu); Macaubal: Acrocomia aculeata (macaúba). Veredas• Campo Limpo – Campo sujo
• Campo rupestre
Vegetação em mosaico
Alguns exemplos...
Determinantes da vegetação no Cerrado
• Precipitação sazonal (Clima),
• Fertilidade e drenagem do solo (geologia +clima),
• Regime de fogo (natural e antrópico)
- frequência, época, tipo, combustível
(quantidade e qualidade) e comunidade vegetal
• Flutuações climáticas do especialmente
quaternário (1,8 m.a.)
Cerrado – tipo de vegetação
Savanas em geral são classificadas em 4 tipos:
(1) Baixa disponibilidade de água e alto suprimento de
nutrientes
(2) Alta disponibilidade de água com pobreza extrema de
nutrientes no solo
(3) Limitação tanto de água quanto nutrientes
(4) Sem limitação de água ou nutrientes
Em qual destes se enquadra o Cerrado?
A maior parte da vegetação do Cerrado pode ser
incluída no tipo 2 (raramente no tipo 3)
Espécies acumuladoras de Alumínio
• Alumínio em solos de pH≤ 5: Al
+++
(predominante)
• Em pH>5: Al(OH)
++
; Al(OH)
2
+
; Al(OH)
3
Al
+++
é tóxico para > parte das plantas cultivadas
E para as espécies do Cerrado?
Miconia albicans
Vochysia thyrsoidea
Espécies aluminiofílicas
Possíveis benefícios da absorção de Al - maior absorção de nutrientes, K e P - Ex. Vochysiaceae que ‘acumulam’ Al mesmo em solos calcários