• Nenhum resultado encontrado

PRECATÓRIOS E CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO IMPLICAÇÕES NA LICITAÇÃO PÚBLICA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PRECATÓRIOS E CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO IMPLICAÇÕES NA LICITAÇÃO PÚBLICA"

Copied!
18
0
0

Texto

(1)

PRECATÓRIOS E CERTIDÃO

NEGATIVA DE DÉBITO

IMPLICAÇÕES NA LICITAÇÃO

PÚBLICA

(2)

O PRECATÓRIO

A administração pública trabalha com orçamentos

elaborados em um ano para execução no outro.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) proíbe

qualquer gasto que não tenha previsão orçamentária e

disponibilidade financeira.

Aí se fincam as dificuldades da execução contra a Fazenda

Pública.

Salvo os débitos de pequeno valor, a execução se faz

através de precatório.

E este constitui o ponto fraco dessa execução.

A matéria consta do art art. 100 da CF e já foi objeto das

ECs 20/98, 30/00, 37/02 e 62/09.

(3)

O art. 2o-B da Lei 9.494/97 dispõe que a sentença que

tenha por objeto a liberação de recurso, a inclusão em folha

de pagamento, reclassificação, equiparação, concessão de

aumento ou extensão de vantagens a servidores públicos

somente poderá ser executada após seu trânsito em

julgado.

Se o devedor - Fazenda Pública - opuser embargos,

suspende-se a execução.

Da sentença dos embargos cabe agravo de petição para o

TRT, no prazo de 16 dias, sem prévia garantia do juízo,

observada a delimitação da matéria e dos valores, cf art.

897 da CLT.

(4)

Fontes legais

– arts. 100 da CF, 78, 86, 87 e 97 dos

ADCT, 730 do CPC.

A IN 11/97, do TST, trata do procedimento dos

precatórios trabalhistas.

Na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública,

citar-se-á a devedora para opor embargos em 30 dias,

cf. art. 730 do CPC.

Se o executado não pagar nem embargar no prazo legal,

observar-se-ão as seguintes regras:

a) o juiz requisitará o pagamento por intermédio do

Pres.do Tribunal, que expedirá o precatório à Fazenda

Pública;

b) far-se-á o pagamento na ordem de apresentação do

precatório e à conta do respectivo crédito

– arts. 100

da CF e 6o da Lei 9.469/97.

(5)

Dispõe o art. 741 que os embargos só poderão versar sobre: a) falta ou nulidade de citação, se correu à revelia;

b) inexigibilidade do título; c) ilegitimidade das partes;

d) cumulação indevida de execuções; e) excesso de execução;

f) qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença;

g) incompetência do juízo da execução, bem como suspeição ou impedimento do juiz.

Considera-se também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF – art. 741, § 1º, do CPC, com a redação dada pela lei 11.232/05. Já constava do art. 884 da CLT.

(6)

A EC n. 62/09 modificou o art. 100, acrescentando-lhe mais 10 §§ e o art. 97 nos ADCT, com 18 §§.

Dentre as novidades, merecem destaque:

•a possibilidade de cessão do crédito do precatório;

•a Fazenda Pública compensará, antes da emissão do precatório, o seu débito com dívidas tributárias do titular do precatório;

•o crédito de precatório pode ser utilizado pelo credor na compra de imóveis do devedor público;

•a União poderá pagar precatórios de outros órgãos federados, incluindo o valor respectivo na dívida do órgão para com a União; •parcelamento das dívidas de precatórios já emitidos, em até 15 anos, na forma detalhada no art. 97 dos ADCT;

•a atualização monetária e juros após a expedição do precatório, pelos índices da Poupança.

(7)

O novo art. 100 da CF prescreve: os pagtos devidos pelas Fazendas Públicas em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios.

O § 1º dita a preferência dos créditos de natureza alimentícia. São eles: salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou invalidez, fundadas em responsabilidade civil em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

O § 2º institui outra preferência: dos créditos alimentícios dos maiores de 60 anos e dos portadores de doença grave.

Portanto, são três ordens de preferência: geral < o alimentício < o alimentício do idoso ou portador de doença grave.

Se preterido o direito de preferência, o Pres. do Tribunal, que expediu a ordem, poderá, ouvido o Min. Público, ordenar o sequestro da quantia necessária - arts. 730 e 731 do CPC.

(8)

É obrigatória a inclusão, no orçamento de verba necessária ao pagtº dos débitos constantes de precatórios apresentados até 1o de julho, atualizados os seus valores, para pagtº até o final do exercício seguinte.

O Pres. do Tribunal que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular do precatório incorrerá em crime de responsabilidade.

As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados ao P Judiciário, recolhendo-se as importâncias respectivas à repartição competente.

Cabe ao Pres. do Tribunal determinar o pagtº, segundo as possibilidades do depósito, e autorizar no o caso de preterição de direito de precedência, o sequestro da quantia necessária à satisfação do débito.

(9)

2. Débitos de pequeno valor

Os §§ 3o e 4º do art. 100, pela EC n. 62/09, assim dispõem: § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagtºs de obrigações de pequeno valor.

§ 4º poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do

regime geral de previdência social.

A EC 37/02 acrescentou vários dispositivos ao ADCT, para dar preferência dos débitos de natureza alimentícia sobre todos os demais.

Isto é, mesmo que não sejam de pequeno valor, os débitos de natureza alimentícia, e, dentre estes, os dos idosos e dos doentes graves, devem ser pagos em primeiro lugar.

(10)

Os créditos trabalhistas de pequeno valor deverão ser executados diretamente na conta única do órgão devedor pelo próprio juízo da execução.

Resta definir o que seria pequeno valor.

O art. § 4º do art. 100 atribui a cada ente federado a competência para regulamentar a matéria.

E de acordo com o art. 87 do ADCT, enquanto leis especiais dos entes federados não fixarem outro valor, consideram-se de pequeno valor os débitos:

de até 40 salários mínimos para os Estados e Distrito Federal e 30 para os Municípios.

À União, aplica-se a regra de 60 SM, em virtude da legislação já vigente, como o art. 128 da Lei 8.213; a Lei dos Juizados Especiais Federais; as Leis 10.352/01 e 10.444/02 (minirreforma do CPC), arts. 475, § 2o (que exclui do recurso de ofício as causas de até 60 salários mínimos) e 275, I (que amplia para 60 SM o valor para efeito de rito sumaríssimo).

(11)

O § 4º do art. 100 limita o valor mínimo que as Leis podem estabelecer:

o valor do maior benefício do regime geral da Previdência Social.

Logo, se, ao tempo da EC n. 62 o ente público já possuía lei regulamentando o pequeno valor e este for menor do que o teto do benefício previdenciário, faz-se uma interpretação conforme dessa lei para adaptá-la à nova regra constitucional.

O pequeno valor é per capta, por credor figurante no título executivo e não o valor global do precatório, cf. OJ 9 do TST.

Dentre os figurantes da sentença plúrima, aqueles que tiverem crédito superior ao pequeno valor irão para precatório.

Assim, o título executivo pode ser executado, parte por RPV e parte mediante precatório.

Observe-se também que os honorários periciais e advocatícios compõem parcela autônoma, de natureza alimentícia, que poderão ser executadas mediante RPV, no limite desta, cf. art. 7º, parágrafo único da IN 32/2007.

(12)

O devedor será citado para pagtº em 90 dias, e não o fazendo, é lícito o bloqueio na conta do órgão.

É facultado ao credor renunciar ao excedente desse valor para que sua execução não vá para precatório.

Mas não pode cindir a dívida, para executar uma parte sem precatório e outra por precatório.

3. Precatórios

Precatório é a denominação constitucional de requisição de pagamento de débitos judiciais contra a Fazenda Pública.

A IN no 32/2007 do TST regulamenta o procedimento do precatório trabalhista e da RPV.

O art. 1o-E da Lei 9.494/97 dispõe que são passíveis de revisão, pelo Pres. do Tribunal as contas elaboradas para aferir o valor dos precatórios antes de seu pagtº ao credor.

Os juros de mora e a correção monetária, após a expedição do precatório, seguem os índices da poupança, excluída a incidência de juros compensatórios, cf. § 12 do art. 100 da CF.

(13)

CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS TRABALHISTAS

A lei nº 12.440/2011 alterou a CLT e a Lei das Licitações (8666/1993), criando a Cert. Negativa de Débitos Trabs.- CNDT.

Para tanto, organizou-se o Banco Nacional de Devedores

Trabalhistas - BNDT, centralizado no TST, a partir de informações

remetidas por todos os 24 TRTs.

Deste Banco – BNDT – constam as pessoas físicas e jurídicas que são devedoras inadimplentes em processo de execução

trabalhista definitiva.

A Lei de Licitações passou a exigir do interessado em participar do certame prova de sua regularidade trabalhista (art. 27, IV), mediante a CNDT, atestando a inexistência de débitos inadimplidos perante a J.do Trabalho (art. 29, V).

As dívidas registradas no BNDT incluem todas as obs. trabs. De competência executiva da JT de fazer ou de pagar não cumpridos.

(14)

A Certidão será negativa se a pessoa sobre quem deva versar não estiver inscrita como devedora no BNDT, após decorrido o prazo de regularização.

A Certidão será positiva se a pessoa sobre quem aquela deva versar tiver execução definitiva em andamento, já com ordem de pagtº não cumprida, após decorrido o prazo de regularização.

A Certidão será positiva com efeito de negativa, se o devedor, intimado para o cumprimento da obrigação em execução definitiva, houver garantido o juízo com depósito, ou bens suficientes à satisfação do débito ou tiver em seu favor decisão judicial que suspenda a exigibilidade do crédito.

A Certidão positiva com efeito de negativa possibilita o titular de participar de licitações.

Regulamenta a matéria a Res. Adm. 1470/2011 do Órgão Especial do TST.

(15)

A RA estabelece a obrigação de inclusão dos inadimplentes no BNDT e atualização do registro, sempre que decisão judicial assim o determinar.

Durante 30 dias, a partir da inclusão no BNDT, o interessado poderá regularizar a pendência, pagando-a ou garantindo o juízo, ou, se for o caso, postular na unidade judiciária em que tramita o processo a retificação de lançamento equivocado.

No curso desse prazo, a Certidão expedida será negativa.

A Certidão é nacional, tem validade de 180 dias e apresenta a situação da pessoa jurídica pesquisada em relação a todos os seus estabelecimentos, agências ou filiais.

A certidão, eletrônica e gratuita, pode ser obtida em todos os portais da Justiça do Trabalho na internet (TST, CSJT e TRTs).

Nos mesmos endereços, o interessado obtém relatório de processos em prazo de regularização, com a indicação da data de lançamento no pré-cadastro do BNDT.

(16)

VANTAGENS DA CNDT PARA A AD. PÚBLICA

A primeira vantagem é que, com a CNDT da empresa ganhadora da licitação, a Administração se resguarda da responsabiidade subsidiária.

Nas terceirizações, a Adm. Púb. Vem sofrendo pesado ônus pelas dívidas trabalhistas e previdenciárias das prestadoras de serviço.

A Súm n. 331 continua vigente, mesmo após o julgamento do STF eximindo o Poder Público dessas obs., salvo em caso de culpa.

Ocorre que a Lei de Licitações impõe obrigação de acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos. Não comprovando esses cuidados, persiste a responsabilidade subsidiária.

Outra vantagem é que, com a CNDT, o Poder Público se livra de contratar pessoas inidôneas que só retardam as obras e os serviços.

(17)

A CNDT passou a ser necessária na transação imobiliária.

Essa providência livra o adquirente de adquirir bens de devedor trabalhista, considerada fraude à execução.

A CNDT veio valorizar o trabalhador e seus créditos, que são a fonte de manutenção da economia e do Governo.

Pois no salário vêm o FGTS, PIS/PASEP, INSS e muito + . O FGTS sustenta todo a indústria da construção civil, com 300 bi.

O orçamento do INSS, oriundo do salário passa de 200 bi.

O FAT, que sustenta o seguro-desemprego, com 150 bilhões, provêm da contribuição sindical e das multas trabalhistas.

O trabalho é a porta de entrada na Ordem dos Direitos humanos, da Ordem Econômica e da Ordem Social.

Engels analisa dez diferenciais entre os humanos e a manada de macacos: todos passam pelo trabalho.

(18)

O trabalho previne contra três coisas, diz Voltaire: o ócio, o vício e a necessidade.

Sem o trabalho organizado, os humanos estariam em ordas, na selva, se destruindo com dentes e unhas.

A felicidade dos governos passa pelo trabalho. Se o Trabalho vai bem, o governo também.

Toda grande solução social passa pelo trabalho.

Não julgueis o homem pela sua ocupação, mas pela conduta. Um bom material se torna inútil sem um hábil artífice

É um estúpido quem julga um homem pela vestimenta e condição social – cobertura externa

Às vezes, o escravo é livre da alma e o livre é escravo da alma. Sêneca.

Nenhuma escravidão é mais vergonhosa do que a voluntária por fim, só o trabalho dignifica e só trabalhando se consegue suportar a vida, diz Voltaire.

Referências

Documentos relacionados

Se inicialmente se poderia perceber os impactos desta tendên- cia desde a popularização do videocassete, por exemplo, que instituía uma maior liberdade de escolha do

  CURSO DE CONTRABAIXO   PROGRAMA DO 1ºANO    Escalas:  

No entanto, não há garantia de que este tratamento tributário será sempre aplicável ao FUNDO devido a possibilidade de ser reduzido o prazo médio de sua carteira, em razão,

Virtual apresentado pela UMIC e adaptar o mesmo desde o ensino básico até ao ensino superior, em todas as Escolas do Concelho da Maia... Presentation

Cada iteração consiste em tentar estender essa. solução parcial , ou seja, dar mais um passo

Deve existir um equilíbrio entre as atividades de lazer online

Para a constituição desses estudos estão sendo desenvolvidas ações que nos permitam, entre outras, identificar as constelações e outros elementos astronômicos, a partir

(2015) a escola não precisa se preocupar em ensinar a criança a se comunicar usando a língua portuguesa em situações comunicativas mais rotineiras, do dia a dia, pois