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A Influencia do Estressor Externo Família no Desenvolvimento das Atividades Profissionais das Mulheres

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A Influencia do Estressor Externo Família no Desenvolvimento das

Atividades Profissionais das Mulheres

Dionise Magna Juchem, Instituto Federal Farroupilha, dionisejuchem@gmail.com Angélica Gonçalves de Souza Villar, Universidade Federal da Grande Dourados, angelikvillar@hotmail.com

Narciso Bastos Gomes, Universidade Federal da Grande Dourados, tozinho58@hotmail.com Edgardo Alfredo Herrera Céspedes, Instituto Federal do Mato Grosso do Sul, edgadoahc@hotmail.com

Resumo

O estresse no trabalho tem sido fonte de pesquisa em estudos sobre o comportamento organizacional no âmbito acadêmico e empresarial. Conhecer os fatores que desencadeiam o stress é uma tentativa de minimizá-lo para que o empregado se torne mais produtivo. A partir do referencial teórico a pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de conhecer quais situações estressoras advindas do estressor externo família mais podem influenciar no desenvolvimento de atividades de funcionárias, que atuam em atividades bancárias na região de Dourados-MS, que atuam na função de atendimento à pessoa física nessas agências. O estudo foi realizado por meio de pesquisa em quatro agências bancárias. Os dados foram obtidos por meio de replicação e adaptação de questionário que já havia sido aplicado em pesquisa realizada para conhecer o fator estressor família em empregados que trabalham em uma plataforma de petróleo. Verificou-se que as situações que obtiveram maior média de notas dentre as quatro agências, demonstrando uma percepção maior de influência sobre o trabalho da amostra pesquisada foram: “Ter que levar trabalho para casa” e “Sentir dificuldades em desempenhar meu papel na família quando estou trabalhando”. Também a pesquisa evidenciou situações estressoras relacionadas ao estressor externo família relacionadas ao temor em perceber dificuldades no relacionamento familiar, com filhos e com o companheiro, não atendendo às expectativas familiares.

Palavras-chave: Comportamento organizacional, Estressor família, Estresse, Mulheres, Bancos.

The Influence of External Stressor Family Activities in the

Development of Professional Women

Abstract

Stress at work has been a source of research studies on organizational behavior in the academic and business. Knowing the factors that trigger stress is an attempt to minimize it to the employee become more productive. From the theoretical research was developed in order to know what a stressful situation resulting from the family more external stressor can influence the development of activities of employees who work in banking in Dourados-MS, operating in the civil service to individuals in these agencies. The study was conducted by four research branches. Data were obtained through replication and adaptation of a questionnaire that had been applied in research was to identify the

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stressor family employees working on oil rig. It was found that the situations that had higher average scores among the four agencies, demonstrating a greater sense of influence over the work of the sample surveyed were: "Having to take work home" and "Experience difficulties in playing my role in the family when I'm working. "Also, the research showed stressful situations related to external stressors related to family difficulties in perceiving fear in family, with children and partner, not attending to family expectations.

Key-words: Organizational behavior, Family stressor, Stress, Women, Banks. 1 Introdução

O trabalho da mulher e seu comportamento na empresa tem sido fonte de estudos na tentativa de melhorar as condições de trabalho, garantir seus direitos e minimizar os fatores que diretamente ou indiretamente afetam seu desempenho no trabalho. Segundo Canôas (1997), a partir das décadas de 1950-1960, as mulheres puderam instituir verdadeira transformação em suas vidas, por meio do ingresso no mercado de trabalho, a participação em cursos superiores e a conquista de espaço com o estabelecimento das novas legislações de proteção ao trabalho feminino.

Diante de suas necessidades pessoais as mulheres vêm abrindo mão das obrigações da casa para buscar ocuparem mais espaço no mercado de trabalho, porém, ainda é preciso conciliar trabalho e as obrigações junto à família. No que tange ao ambiente interpessoal e familiar, as dificuldades de relacionamento, no trabalho e no lar, em virtude das constantes mudanças sociais e tecnológicas, e os problemas associados às dificuldades de conciliação da vida familiar com o trabalho são também frequentemente considerados estressores externos.

Em uma pesquisa realizada pelo DIEESE (2001), em seis regiões metropolitanas: São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Salvador e Distrito Federal, constatou-se que 45% dos funcionários bancários são mulheres. Revelam que somente 11,60% das bancárias ganham mais de 20 salários mínimos, enquanto que, os bancários somam 20,79%, no âmbito das ocupações de cargos bancários, 5% das mulheres alcançam cargos de diretoria.

Referem Silva e Ferreira (2007), um estudo brasileiro publicado no ano de 2007, pelas Universidades de Estácio de Sá e Salgado Filho, no Rio de Janeiro intitulado Escala para avaliação de estressores ambientais no contexto off-shore oil (EACOS), baseado no modelo teórico de Cooper, Cooper e Eaker (1988), e nos instrumentos desenvolvidos por Sutherland e Cooper (1996) e por Chen, Won e Yu (2001), onde 355 funcionários de uma plataforma de petróleo responderam questionário com 47 questões, dividido em seis fatores considerados fontes de estresse no ambiente de trabalho. Esta pesquisa demonstra que tal instrumento, na versão brasileira, é considerado válido e recomendado em pesquisas destinadas para avaliar a incidência e a intensidade de estressores ambientais, por ter apresentado boas características psicométricas e bons resultados.

Ao analisar esses estudos, a pergunta feita foi, se a realidade constatada se repetiria em estudos com mulheres empregadas em agências bancárias na cidade de Dourados/MS. A proposta deste estudo compreende planejamento de uma pesquisa para utilizar o modelo teórico de Cooper, Cooper e Eaker (1988), e instrumentos desenvolvidos por Sutherland e Cooper (1996), e Chen, Wong e Yu (2001), utilizado na pesquisa mencionada, aplicada ao contexto off-shore oil, para conhecer quais situações estressoras advindas do estressor externo família mais podem influenciar no desenvolvimento de atividades de funcionárias, que atuam em atividades bancárias.

Diante desse contexto visa contribuir com pesquisas e estudos já realizados e publicados no aspecto da qualidade de vida, comportamento organizacional, estresse e suas influências no desenvolvimento de atividades, identificando por sua vez, a influência do estressor externo família sobre o desenvolvimento das atividades profissionais dentro de suas organizações. Para tal, objetiva-se responder a questão “quais situações estressoras advindas

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do estressor externo família mais podem influenciar no desenvolvimento de atividades de funcionárias, que atuam em atividades bancárias na região de Dourados-MS?”.

Entre os estressores externos, a família tem obtido destaque no desempenho das pessoas em seu trabalho nas organizações, que poderá influir no ambiente de trabalho, nas relações com os demais colaboradores, superiores e até mesmo com clientes e principalmente, esse estresse pode influenciar diretamente no desenvolvimento das atividades profissionais dessas mulheres, mãe e trabalhadoras. As exigências corporativas para tratar bem o cliente, acompanhadas pelas exigências do próprio cliente a um bom atendimento requerem que a mulher tenha boa qualidade de vida física e mental para lidar no desempenho de suas atividades.

2 Referencial teórico 2.1 Estresse no trabalho

Para Molina (1996), o estresse pode ser definido como “qualquer situação de tensão aguda ou crônica que produz uma mudança no comportamento físico e no estado emocional do indivíduo e uma resposta de adaptação psicofisiológica que pode ser negativa ou positiva no organismo. Tanto o agente estressor como seus efeitos sobre o indivíduo podem ser descritos como situações desagradáveis que provocam dor, sofrimento e desprazer. Já Robbins (1998), revela que o estresse pode ser visto como uma condição dinâmica onde um sujeito quando confrontado com uma oportunidade, restrição ou exigência relacionada a um desejo e pela qual o resultado pode ser, tanto incerto, quanto importante.

O trabalho tem sua natureza no ambiente organizacional realizado em diferentes ambientes. Em busca de seus objetivos as organizações contratam pessoas de diferentes perfis e competências para realizá-lo. Essas pessoas têm diferentes necessidades e capacidades para suportar os desafios físicos e pressões ambientais na realização de seu trabalho. As pressões no trabalho dentre outras variáveis podem desencadear o estresse.

De acordo com Bartlett (1998), o estresse no trabalho pode originar-se do modo pelo qual o indivíduo lida com a relação entre suas capacidades, habilidades e atributos e os aspectos presentes em seu ambiente de trabalho. Tais aspectos não possuem caráter físico, como temperatura, umidade, ruídos, luminosidade, sendo apenas percebidos ou não pelo funcionário. Para Caplan (1983), o estresse ocupacional é o resultado de um possível desajuste entre o que a pessoa tem e o que o trabalho lhe fornece, isto é suas capacidades pessoais e as competências exigidas pelo trabalho.

Neste mesmo pensamento Aubert (1993), revela que o estresse profissional pode ser visto como o processo de perturbação gerado no indivíduo pela mobilização excessiva de sua energia de adaptação para o enfrentamento das solicitações de seu meio ambiente profissional, solicitações estas que ultrapassam as capacidades atuais, físicas ou psíquicas, deste indivíduo.

Quando se estuda a Psicodinâmica do Trabalho é possível entender o que Dejours (1994), trata a respeito do trabalho e das relações predominantes neste ambiente quando diz que as relações interpessoais ganham o centro das atenções. A ideia central é que o sujeito no trabalho está permanentemente buscando melhores formas para trabalhar. Na medida em que ele contribui para a realização do trabalho, qualquer que seja o produto, este espera que seja reconhecido.

Para Palácios, Duarte e Câmara (2002), o atendimento ao público em agências bancárias é verificado como fonte de variabilidade, devido às diferenças interpessoais existentes entre clientes e prestadores de serviços, no atendimento ao público, em instituições bancárias, o cliente muito idoso e o de nível socioeconômico muito baixo, demoram em entender o que é solicitado e são lentos para assinar um documento ou digitar a senha. Ainda para os autores, essas alterações no temperamento, variáveis de pessoa para pessoa, indica a variação no processo de atendimento, o tempo e a metodologia empregada.

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Para Palácios, Duarte e Câmara (2002), no ambiente bancário, as agressões por parte de clientes, formam um cenário não tão incomum, e influem diretamente sobre o desempenho no trabalho, principalmente nas funções onde o contato com o cliente é feito de forma direta. As relações entre a equipe, que poderiam ajudar a minimizar os efeitos do estresse no ambiente organizacional, no contexto bancário, devido à escassez de pessoal e o intenso fluxo de trabalho, acabam não tendo espaço para se desenvolver.

O estudo brasileiro, publicado no ano de 2007, pela Universidades de Estácio de Sá e Salgado Filho, no Rio de Janeiro intitulado Escala para avaliação de estressores ambientais no contexto off-shore oil (EACOS), baseado no modelo teórico de Cooper, Cooper e Eaker (1988), e nos instrumentos desenvolvidos por Sutherland e Cooper (1996) e por Chen, Won e Yu (2001), chegou ao resultado em que as situações estressoras percebidas como mais influentes na pesquisa diante da ótica dos funcionários pesquisados, estão dispostas a seguir.

Situação estressora

Temer que o relacionamento com o meu(s) filho(s) seja prejudicado em virtude de eu ficar longo tempo embarcado.

Sentir dificuldades em desempenhar meu papel na família quando estou trabalhando em alto mar.

Ter que resolver problemas ao voltar para casa.

Reconhecer que minha esposa é infeliz porque trabalho em plataforma.

Sofrer o risco de meu casamento ou relacionamento amoroso acabar por que trabalho embarcado.

Deixar minha esposa ou companheira enfrentando sozinha as dificuldades em casa, enquanto eu estou fora trabalhando.

Fonte: Pesquisa intitulada “Escala para a avaliação de estressores ambientais no contexto Off-Shore Oil (eacos)”, 2007.

Fig. 01: Fator Interface Trabalho Família.

2.2 A família como fonte de estresse

Segundo Coelho (2004), a velha família, onde o pai e marido exerciam atividade remunerada para prover o sustento da família enquanto a mulher e os filhos adaptavam-se ao seu projeto profissional cedeu lugar a projetos de carreira individuais, com interesses e riscos de incompatibilidade. Revela ainda que a entrada da mulher no mercado contribuiu de maneira significante para o aumento da população economicamente ativa, por outro lado contribuiu para uma nova organização da estrutura familiar, mais instável e diversificada, entrando em cena famílias com um só adulto, famílias com pessoas do mesmo sexo, com ou sem filhos. As famílias com maiores níveis de qualificações e rendimentos apresentam menor disponibilidade para terem filhos.

O problema está em situar a questão universal da subordinação da mulher ao homem onde de fato ela se encontra, ou seja, nas relações sociais entre homens e mulheres e não nas mulheres como uma categoria a parte (...). Está nas pretensas formas de organização e de convívio, isto é, de exploração e dominação criadas, mantidas e atualizadas pelas sociedades que, através dos tempos, legitima a ‘superioridade’ e a consequente dominação dos homens sobre as mulheres (...), (VIEZZER, 1989, p. 111).

Quanto à forma do convívio familiar, Girardi (2005) diz que, não há mais possibilidade se ignorar as diferentes formas atuais de se viver em família, para tanto, novas codificações civil em vigor desde o ano de 2003, embasadas em novos valores constitucionais prescrevem o direito da pluralidade e liberdade quanto à organização familiar, isto é, pode-se verificar uma diversidade de maneiras de se viver em família, aspectos diferentes do cotidiano

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familiar levam ao fato de que cada família construa para si uma realidade diferente. Ainda para o mesmo autor, as "famílias" enfrentam e lidam com problemas trazidos pelo meio ambiente e a cultura de nossa época: a influência da escola, dos meios de comunicação de massa e dos apelos da sociedade de consumo.

Ao tratar dos relacionamentos familiares e o poder dos membros no ambiente familiar Duvall e Miller (apud Stanhope 1999), destaca que em todas as famílias, independentemente da classificação social, cada integrante da família ocupa determinada posição ou tem determinado estatuto, como por exemplo, marido, mulher, filho ou irmão, seguindo orientações segundo o desenvolvimento de papéis. Este papel trata-se de expectativas de comportamento, de obrigações e de direitos que respondem a sua posição na família ou no grupo social.

Segundo Lipp e Malagris (2001), por estressores externos entende-se qualquer situação ou estímulo externo ao organismo, potencialmente capaz de desencadear reações de estresse, como ameaças concretas do cotidiano, fatores como morte de ente querido, separação conjugal, promoção profissional, dentre outros, são descritos como indutores de estresse e pontuados de acordo com sua gravidade.

Os chamados eventos de vida estressores têm sido classificados em dependentes e independentes. Os estressores dependentes são aqueles em que há participação do sujeito, sendo assim, depende da maneira com que o sujeito se comporta nas relações interpessoais, no meio e o seu comportamento.

Os eventos estressores independentes, como o próprio termo diz, representam os eventos que estão fora do controle do ser, independe de sua participação, como a morte de um familiar, doença ou saída de um filho de casa.

Para Robbins (1998), as causas e os efeitos do estresse dependem do momento em que se vive, em determinados momentos, certas situações tornam-se mais relevantes por apresentarem maior nível potenciador do estresse. Ainda segundo o autor, algumas das fontes para o estresse advindas do estressor família, são situações como o cônjuge que trabalha de mais ou de menos, interesses diferentes, exigências dos filhos, divórcio, morte de pessoas queridas, parentes, relacionamentos problemáticos, férias/feriado, além de várias outras situações causadoras do estresse no indivíduo, e que são originárias do estressor externo família, mudanças consideráveis normais na vida, como um novo emprego, casamento, o nascimento de um filho, um acidente, podem desencadear respostas de estresse nos indivíduos expostos. Segundo Silva (2006), para a Organização Mundial da Saúde, o estresse é uma “epidemia global”, uma vez que as exigências são cada vez mais constantes.

De modo geral, as interações negativas entre trabalho e família têm recebido especial atenção dos pesquisadores. Tentativas de equilibrar demandas advindas do trabalho e da família podem provocar consequências negativas no âmbito familiar e profissional (THOMPSON e WALKER, 1989; CARNET, 1993). Assim, pode-se compreender a preocupação com a investigação de como se dão os impactos negativos de uma esfera sobre outra e os efeitos sobre o indivíduo, sua família e seu ambiente de trabalho.

Segundo Perry-Jenkins, Repetti e Crouter (2000), estudos que se preocuparam em investigar os impactos da família sobre o trabalho sugerem que relações familiares conturbadas e estresse relacionado à vida conjugal tendem a se relacionar positivamente com absenteísmo e negativamente com o desempenho no trabalho. Frone, Yardley e Markel. (1997) e Mac Ewen e Barling (1994) investigaram a relação entre conflitos de família com trabalho e comportamentos organizacionais. Os resultados mostraram que quando acontecimentos e demandas familiares começam a interferir nas demandas do trabalho e entrar em conflito com elas, o desempenho no trabalho tende a diminuir (FRONE; YARDLEY; MARKEL 1997) e o desgaste no trabalho a aumentar (MAC EWEN; BARLING, 1994).

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Em estudo realizado por Canôas, em 1997, intitulado “o olhar feminino sobre 2010”, onde várias mulheres foram entrevistadas, com o objetivo de realizar uma prospecção sob a ótica feminina da situação das mulheres em 2010, verificou-se que, para as mulheres, a família continua sendo a base, o local onde elas têm mais poder nas relações sociais. Ainda Canôas (1997), nos revela que se percebe que a família é o habitat por excelência da mulher, onde ela busca desenvolver com maior eficiência possível a reprodução da vida cotidiana. Para essas mulheres, no entanto, a família vai além das características consanguíneas, são “considerada família” as pessoas mais próximas, com as quais desenvolvem relações afetivas de cumplicidade, uma família “afetiva”.

Para Canôas (1997), trabalhar fora de casa passou a ser uma aspiração e necessidade para as mulheres que descendem de uma primeira geração, onde elas aprenderam a administrar somente o trabalho doméstico, ou atividades ligadas a crianças, ou doentes. Muitas mulheres romperam casamentos, brigaram com familiares para mostrar que não estavam tão despreparadas como imaginado.

Indivíduos adultos deparam-se com situações potenciadoras de estresse como a criação dos filhos, o relacionamento conjugal, relações interpessoais e necessidade de manutenção do emprego. Diante dessa realidade, a relação entre o estressor família e o trabalho torna-se alvo de pesquisas da área, entre alguns autores pesquisadores, o conflito entre papéis dessas duas dimensões pode ser considerada como um estressor organizacional, considerando-se os estressores organizacionais como a demanda por adaptação ao ambiente e a relação entre trabalho e família pode ser vista como variáveis situacionais que influenciam o estresse no trabalho, ou ocupacional.

3 Metodologia

O estudo foi realizado mediante pesquisa de campo, que segundo Demo (2000), caracteriza-se pela pesquisa dedicada ao tratamento da "face empírica e fatual da realidade; produz e analisa dados, procedendo sempre pela via do controle empírico e fatual". Ainda para Demo (1994), a valorização desse tipo de pesquisa é pela possibilidade que oferece de maior concretude às argumentações, por mais tênue que possa ser a base fatual.

Caracteriza-se desta forma como uma pesquisa exploratória, conforme Gil (1999) o qual refere que uma pesquisa pode ser considerada de natureza exploratória, quando envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram, ou têm experiências práticas com o problema pesquisado.

O objetivo desse tipo de estudo segundo Gil (1999) é procurar padrões, ideias ou hipóteses. As técnicas tipicamente utilizadas para a pesquisa exploratória são estudos de caso, observações ou análises históricas, e seus resultados fornecem geralmente dados qualitativos ou quantitativos. A pesquisa exploratória avaliou quais teorias ou conceitos existentes podem ser aplicados a um determinado problema ou se novas teorias e conceitos devem ser desenvolvidos.

O universo da pesquisa se constituiu de 07 (sete) bancos privados situados em Dourados-MS, excluindo os bancos com capital público e cooperativas de crédito.

A população foi constituída de 04 (quatro) agências, de 04 (quatro) bancos privados dentre as sete agências existentes no município de Dourados. Segundo Baruffi (2004), a população é a descrição dos sujeitos que serão pesquisados e do processo de amostragem, caso esse venha a ser usado. A população é constituída de todos os sujeitos aos quais os resultados podem ser generalizados.

Na figura 02, pode-se ter maior compreensão a respeito do número de agências pesquisadas, o número de funcionários no total, número de mulheres que trabalham na agência e por fim, o número de mulheres que atuam na agência na função de atendimento a pessoa física.

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Agência AG. 01 AG. 02 AG. 03 AG. 04 TOTAL

Nº total de funcionários 13 14 30 16 73

Nº de mulheres 05 07 14 10 39

Nº de mulheres que

atendem a pessoa física 03 06 10 05 24

Total 21 27 54 31 133

Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

Fig. 02: Quadro de Funcionários nas Agências Pesquisadas.

Os dados foram coletados mediante a aplicação de um questionário estruturado com questões fechadas, dividido em duas partes. A primeira parte identificou o perfil das mulheres, a segunda parte do questionário, apresentou diversas situações estressoras tratadas pelo modelo utilizado como passíveis de maior influência no trabalho dessas trabalhadoras. A pesquisa deu-se por meio de perguntas a respeito do cotidiano, profissional e familiar, aspectos pessoais familiares, observações a respeito de possíveis sintomas de estresse, comportamento organizacional perante necessidades em atender as demandas familiares, emergências e do comportamento organizacional dentro da equipe de trabalho.

O instrumento de pesquisa foi entregue nas agências pesquisadas, diretamente às funcionárias, sendo recolhidos após o prazo máximo estimado de 02 dias corridos. Foi recomendado que a respondente não levasse o questionário para sua casa e que não pedisse auxílio ao responder as questões. A funcionária não foi identificada no questionário, preservando sua privacidade e buscando legitimidade e sinceridade ao responder as questões.

O instrumento objetivou explicar a predominância do estressor família no contexto exposto, de mulheres que atuam no trabalho bancário. Foram entregues 24 formulários, porém apenas 15 foram respondidos e devolvidos, sendo que na AG 01 foram devolvidos 03 questionários; na AG 02, 04; na AG 03, 04 e por fim, na AG 04, 04 questionários.

Os dados foram tabulados por meio de estatística descritiva, utilizando planilha no formato Excel, para cálculo de média e análise matemática dos dados. Para Lakatos (1991), na pesquisa exploratória, não se trabalha com a manipulação de variáveis, mas com o levantamento da presença das variáveis e da sua caracterização quantitativa ou qualitativa.

4 Resultados e discussões

Após a análise dos dados, verificou-se o seguinte perfil das mulheres bancárias de Dourados: 53,33% das respondentes possuem idade entre 18 e 25 anos, 26,66% idade entre 34 e 41 anos, e 20% idade entre 26 e 33 anos; 66,66% ganham de 01 a 03 salários mínimos, 20% delas ganham entre 4 e 5 salários; 53,33% são solteiras, 46,66% são casadas; apenas 26,66% das pesquisadas disseram ter filhos, em média 1,75 filhos por funcionária; 46,66% delas vivem com seus companheiros, 33,33% vivem com seus pais, e 13,33% afirmam viver com outros; estas trabalham em média há 18 meses no cargo de atendente e 53,33% delas chegam ao local de trabalho de automóvel próprio, 20% delas utilizam-se de bicicleta e 13,33% de motocicleta, outros 13,33% afirmaram utilizar-se de outros meios para chegar às agências.

No que tange as situações estressoras que mais influem no trabalho das pesquisadas, o Figura 03, demonstra quais situações estressoras advindas do estressor externo família, obtiveram maior e menor média de notas dentre as respondentes, as notas variam numa escala de 01 para nunca interfere, a 06 para sempre interfere. As situações com maior média de nota demonstram dessa forma, um maior grau de influência sobre o trabalho. As situações estressoras foram dispostas na figura por ordem de grau de influência percebida pelas respondentes, sendo em ordem decrescente.

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A partir da análise dos dados disponíveis, as situações estressoras com maior média de nota, sendo percebidas como mais influentes no trabalho das funcionárias são “Ter que levar trabalho para casa” e “Sentir dificuldades em desempenhar meu papel na família quando estou trabalhando”, com média de notas de 3,14 e 3,12 respectivamente. Já as situações com menor média de nota, atribuídas pelas respondentes, demonstrando menor interferência no desenvolvimento de suas atividades profissionais são “Desentendimentos com vizinhos” e “Problemas escolares com os filhos”, com média de nota de 1,81 e 1,68 respectivamente. Foi possível identificar que as situações percebidas como maiores influenciadoras no desempenho das atividades profissionais estão relacionadas nas duas pesquisas, com exceção do fator TPM (tensão pré-menstrual), aplicada somente na pesquisa realizada com as mulheres trabalhadoras de bancos privados de Dourados, público-alvo do presente estudo.

Por meio da análise dos dados coletados foi possível verificar a preocupação por parte dessas mulheres trabalhadoras e também donas de casa, onde suas maiores preocupações se relacionam em não atender às demandas do trabalho, porém uma maior preocupação é analisada no âmbito familiar, onde há um medo de que além de não atender às demandas profissionais, também possam surgir problemas e dificuldades em atingir as demandas familiares, dentro do seu lar. Para Petersen (1999), a grande dificuldade das mulheres em alcançar a ascensão profissional deve-se ao fato de que a mulher não estaria dedicando tempo suficiente à família, é através da condição de esposa e de mãe que as mulheres se definem no mundo.

Situações estressoras Média de notas

Ter que levar trabalho para casa. 3,14

Sentir dificuldades em desempenhar meu papel na família quando

estou trabalhando. 3,12

Ter que resolver problemas familiares ao voltar para casa. 2,95 Temer que o relacionamento com meu(s) filho(s), seja prejudicado

em virtude do trabalho. 2,89

Não poder cuidar da minha família – não ter tempo. 2,89 Doenças na família – pai, mãe, filhos, companheiro (a), irmão (ã). 2,89 Perdas na família – pai, mãe, filhos, companheiro (a), irmão (ã). 2,83 Deixar meu companheiro enfrentando sozinho as dificuldades em

casa, enquanto estou trabalhando. 2,68

Ter que sair durante o expediente para resolver problemas

familiares. 2,58

Ter quer me submeter a constantes mudanças de ambiente (da casa

para o trabalho e vice-versa) – Trânsito, longas distâncias. 2,50

TPM – tensão pré-menstrual. 2,52

Sofrer o risco de meu casamento ou relacionamento amoroso acabar

por dificuldades no trabalho. 2,39

Divórcio ou rompimento. 2,00

Longas distâncias entre membros queridos da família – pai, mãe,

filho (s), irmão (s) companheiro (a). 2,00

Desentendimentos com vizinhos. 1,81

Problemas escolares com os filhos. 1,68

Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

Fig. 03: Demonstrativo de resultado da pesquisa aplicado nas agências pesquisadas.

5 Considerações Finais

O presente estudo teve como objetivo identificar quais situações estressoras advindas do estressor externo família mais influenciam no trabalho mediante a utilização da escala proposta pelo modelo teórico de Cooper, Cooper e Eaker (1988), e nos instrumentos

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desenvolvidos por Sutherland e Cooper (1996) e por Chen, Won e Yu (2001). Foi possível identificar que as situações estressoras que mais influem nas agências pesquisadas, diante da percepção das mulheres participantes da pesquisa estão diretamente relacionadas aos problemas advindos do relacionamento dentro do lar dessas trabalhadoras. Tais como não ter tempo para a família, ter desentendimentos com filhos e companheiro, e sentir dificuldades em desempenhar seu papel na família. As mulheres sentem cada vez mais o peso do ingresso no mercado de trabalho, a mulher sente a preocupação de não atender as expectativas familiares e domésticas.

Levando em consideração o pensamento desenvolvido por Kunda (1999), onde afirma que o estado de humor do respondente pode interferir em suas respostas, sendo assim certas situações podem ser percebidas com maior ou menor nível como estressoras. No trabalho realizado por Paschoal e Tamayo em 2005, intitulado “Impacto dos Valores Laborais e da Interferência Família – Trabalho no Estresse Ocupacional”, a interferência família-trabalho pode ter uma participação direta no processo do estresse ocupacional.

Os itens que avaliaram a interferência família-trabalho enfocaram eventos como: mudar os planos no trabalho para atender a compromissos familiares, sair mais cedo do trabalho para resolver problemas em casa e trabalhar de mau humor pensando na família. Interferências deste tipo podem comprometer o planejamento e a execução de tarefas profissionais, deixando estas suscetíveis a acontecimentos que independem da vontade do indivíduo. Tais resultados vão de encontro com o obtido no presente estudo.

A pergunta inicial “quais situações estressoras advindas do estressor externo família mais podem influenciar no desenvolvimento de atividades de funcionárias, que atuam em atividades bancárias na região de Dourados-MS?” foi respondida, após a análise dos dados, que se constatou a relação entre as situações estressoras, advindas do estressor externo família. Sendo que o resultado obtido demonstrou a validade do instrumento utilizado durante a pesquisa com os trabalhadores da plataforma de petróleo, uma vez que os resultados encontrados revela uma equivalência diante das situações estressoras que mais interferem no estresse no trabalho diante da ótica das próprias trabalhadores.

Novas pesquisas sobre os fatores estressores externos como fonte de influência no trabalho e sua relação com o estressor externo família fazem-se necessárias para que haja comparação de resultados e elementos que possam fundamentar ou ampliar o entendimento das questões encontradas no presente estudo. Pesquisas futuras poderiam também verificar se outros tipos de interação entre trabalho e família, como impactos positivos da família sobre o trabalho, estariam relacionados com o desenvolvimento de atividades profissionais.

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Referências

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