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ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DE BENZODIAZEPÍNICOS

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ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DE BENZODIAZEPÍNICOS

1- Menandes Alves de Souza Neto1

2- Gisele Almeida Amaral2

RESUMO

Atualmente, existem medicamentos capazes de atuar sobre a ansiedade e a tensão. Estes são denominados ansiolíticos, ou seja, os benzodiazepínicos. Eles possuem nomes químicos que geralmente terminam pelo sufixo pam. Há uma grande quantidade da comercialização dos benzodiazepínicos, mesmo considerando que esses ansiolíticos tenham sua venda controlada através do receituário de controle especial tanto nas drogarias quanto nas farmácias de manipulação. Neste artigo de revisão cientifica estaremos abordando este tema.

Palavras-chave: benzodiazepínicos, ansiolíticos, consumo, sexo, ansiedade,

tensão.

ABSTRACT

Currently, there are drugs that act on the anxiety and tension. These are known as benzodiazepines, or benzodiazepines. They have chemical names that usually end in the suffix pam. There are a lot of marketing of benzodiazepines, even considering that these anxiolytics have their sale controlled by special control prescription drug stores as well in pharmacies. In this review we will be addressing the scientific theme.

Keywords: benzodiazepines, anxiolytics, consumption, sex, anxiety, tension.

INTRODUÇÃO

A vida moderna, o corre-corre do dia a dia faz com que as pessoas tenham muitas tensões, cobranças e preocupações, as quais provocam desconforto emocional, causando stress e ansiedade. Tais motivos levaram ao aumento do consumo de drogas ansiolíticas e benzodiazepínicas. Este Trabalho visa comparar o consumo de benzodiazepínicos entre drogarias e farmácias de manipulação na cidade de Goiânia no ano de 2003.

1

Professor Me. Faculdades Unidas do Vale do Araguaia 2

Professora Esp. Faculdades Unidas do Vale do Araguaia

Interdisciplin

ar

o=UNIVAR, ou, email=roziner@univar.edu.br, c=BR Date: 2009.12.09 11:03:51 -02'00'

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Em termos biológicos, a ansiedade pode ser considerada como forma particular de inibição comportamental que ocorre em resposta a acontecimentos ambientais que são novos, não gratificantes ou punitivos. Muitas vezes a ansiedade está associada a certos tipos de patologias como hipertensão, asma, hipertireoidismo, distúrbios do pânico, câncer, podendo causar desconforto grave ao paciente (SILVA, 1998).

Os agentes ansiolíticos estão entre as substâncias prescritas com maior freqüência e utilizadas regularmente por mais de dez por cento da população na maioria dos países desenvolvidos.

Os ansiolíticos surgiram em 1950, com o meprobamato, que praticamente desapareceu após a descoberta do clorodiazepoxido, em 1950. A partir daí, segui-se uma série de derivados que se mostraram muito eficientes no controle da ansiedade, insônias e certos distúrbios epiléticos. A benzodiazepina, sintetizada na década de 50, tem mais de 2000 derivados. Existem 19 substâncias comercializadas no Brasil, com mais de 250 nomes comerciais. O meprobamato foi sendo abandonado e as benzodiazepinas dominam completamente os tratamentos farmacológicos das neuroses e das formas de ansiedade. Além da grande eficiência terapêutica, mostraram-se drogas muito seguras. Têm uso terapêutico como ansiolítico, hipnótico e síndrome de dependência do álcool. O crescimento do seu consumo foi vertiginoso entre 1960 e 1980 e estima-se que cerca de 10% da população adulta dos países desenvolvidos faz uso de diazepínicos, regular ou esporadicamente (CEBRID, 2004)

Classificação Farmacológica

Segundo SILVA (1998) os fármacos disponíveis no arsenal terapêutico contra a ansiedade podem ser classificados em:

Benzodiazepínicos – a classe mais importante utilizada no tratamento dos estados de ansiedade de insônia;

Agonistas dos receptores 5-HT – recentemente introduzidos mostrando atividade ansiolítica com pouca sedação.

Barbitúricos – na atualidade são em grande parte obsoletos como agentes ansiolíticos/sedativos, embora sejam algumas vezes prescritos.

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Antagonistas dos receptores ß-adrenérgicos – utilizados principalmente para reduzir os sintomas físicos de ansiedade (tremor, palpitação etc), nenhum efeito sobre o componente afetivo.

O potencial de abuso dos benzodiazepínicos, culminando com a produção da síndrome de dependência é um fenômeno clínico relativamente recente. Foi somente a partir de meados dos anos 70 – quando os primeiros estudos clínicos evidenciaram o desenvolvimento de dependência e sintomas de abstinência em doses terapêuticas – que se passou a considerar o risco dos benzodiazepínicos para induzirem abuso ou dependência. Mesmo assim, durante algum tempo considerava-se a própria dependência como uma complicação rara. Nessa época, o diazepam tornou-se, em pouco tempo, o benzodiazepínico mais vendido dentro da classe dos sedativos, hipnóticos e ansiolíticos, chegando a liderar o ranking das medicações mais prescritas nos Estados Unidos entre 1972 a 1983 (CASTRO e LARANJEIRA, 2000).

Muito desta relutância em aceitar o potencial de abuso dos benzodiazepínicos deve-se ao perfil benigno dos seus efeitos adversos, tornando-o uma droga segura em relação aos barbitúricos e outros sedativos hipnóticos. No começo dos anos 80, quando se demonstrou que 50% dos usuários crônicos de benzodiazepínicos (acima de 12 meses) evoluíam com uma síndrome de abstinência, esta visão ‘complacente’ dos benzodiazepínicos alterou-se acentuadamente.

Para CASTRO e LARANJEIRA (2000), as principais vantagens dos benzodiazepínicos, quando comparados aos antigos sedativos hipnóticos eram: menor potencial letal para depressão respiratória e do SNC; menor potencial para induzir tolerância e dependência; Maior margem de segurança dos efeitos sedativos e ansiolíticos

Partindo para uma caracterização dos usuários, estima-se que 1,6% da população adulta é usuária crônica de benzodiazepínicos, principalmente os pacientes do sexo feminino, acima de 50 anos e apresentando problemas clínicos crônicos, tais como transtornos de ansiedade (HANSON, 1995, p.119 ).

Os indivíduos que abusam de benzodiazepínicos, geralmente o fazem para lidar com as reações, por exemplo, ao estresse devido ao luto, desemprego, etc. Com a expectativa de que tais medicações podem ajudá-los a resolver os seus próprios problemas, ou então, simplesmente busca do estado

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motivacional para a realização de suas atividades cotidianas. “Quando os

pacientes adquirem tolerância a algum desses efeitos tendem a procurar um médico com o objetivo de persuadi-lo a prescrever um benzodiazepínico, ou então, compram de forma ilegal a medicação” (CASTRO e LARANJEIRA, 2000,

p.256).

Durante nossa rotina de trabalho nos chamou a atenção a grande quantidade de benzodiazepínicos dispensados, o que despertou nosso interesse por esta classe de medicamentos.

Para esses mesmos autores, os usuários crônicos de benzodiazepínicos são classificados em 4 tipos principais:

Usuários Médicos: são os usuários que são medicados com

benzodiazepínicos por indicação médica, como é o caso dos pacientes portadores de doenças músculo-esqueléticas assim como espasmos musculares e neurológicos, como, por exemplo, epilepsia. Os usuários médicos raramente desenvolvem abuso ou dependência dos benzodiazepínicos, quando comparados aqueles com insônia ou estados ansiosos.

Uma possível explicação para esta observação clínica é a menor prevalência de características de personalidade e sintomas psiquiátricos entre os pacientes que são medicados por razões médicas. Além disso, existe muita controvérsia se a prescrição de benzodiazepínicos para determinadas condições médicas, particularmente as doenças músculo-esqueléticas é efetiva.

Usuários diurnos: são os usuários que fazem uso de benzodiazepínicos por indicação psiquiátrica, tais como: ansiedade crônica, como transtornos fóbicos. Clinicamente, os pacientes caracterizam-se por serem mais jovens, não manifestando doenças físicas e uso dos benzodiazepínicos por curto período de tempo.

Usuários Noturnos: são os usuários caracterizados pela presença de alterações crônicas do sono. Estima-se que 15% dos idosos fazem uso de algum hipnótico para tratar a insônia. É o grupo predominante dentre os quatro tipos de usuários de benzodiazepínicos. Os pacientes caracterizam-se por serem idosos, predominantemente do sexo feminino, sendo comum a presença de doenças físicas e estado depressivo crônico. Costumam tomar baixas doses dos benzodiazepínicos, entretanto, são os usuários que mais relutam em tratar-se, quando desenvolvem dependência. Porém, quando se submetem a alguma

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intervenção psico-social, como terapia de relaxamento que, costumam aceitar o tratamento para descontinuar ou reduzir o uso de benzodiazepínico.

Poli-usuários de Drogas: são usuários que engloba um pequeno grupo de pacientes, que fazem uso caótico e ilícito de outras drogas como, opióides, psico-estimulantes.

Segundo CASTRO e LARANJEIRA (2000), os usuários de benzodiazepínicos caracterizam-se pelos seguintes dados clínicos

- Pacientes mais jovens;

- Uso de altas doses diárias de benzodiazepínicos; - Maior exposição aos benzodiazepínicos;

- Presença de vários problemas psico-sociais e clínicos causados pelo abuso de drogas ilícitas.

Todos os benzodiazepínicos são capazes de estimular os mecanismos no nosso cérebro que normalmente combatem estados de tensão e ansiedade. Assim, quando, devido às tensões do dia-a-dia ou por causas mais sérias, determinadas áreas do nosso cérebro funcionam exageradamente resultando num estado de ansiedade, os benzodiazepínicos exercem um efeito contrário isto é, inibem os mecanismos que estavam hiperfuncionantes e a pessoa fica mais tranqüila como que desligada do meio ambiente e dos estímulos internos (CEBRID, 2004).

Os benzodiazepínicos possuem grande margem de segurança, sendo raro os casos de morte por ‘overdose’. Entretanto, isso fez com que muitos médicos prescrevessem de forma abusiva os benzodiazepínicos, principalmente os de ação mais curta, tais como, o diazepam, o alprazolam e o lorazepam, acreditando que se tratavam de uma classe de medicação desprovida de risco de induzir dependência. O uso prolongado de altas doses de benzodiazepínicos para tratar transtornos psiquiátricos primários (estados ansiosos e alterações do sono, principalmente as queixas de insônia), que compreendem períodos acima de quatro a seis semanas, pode levar ao desenvolvimento de tolerância, abstinência e conseqüentemente dependência, particularmente quando se prescreve doses elevadas de benzodiazepínicos de alta potência e de meia-vida curta, como o midazolam, lorazepam, alprazolam (CEBRID, 2004).

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Análise e Caracterização dos Benzodiazepínicos

Existem medicamentos que são capazes de atuar sobre a ansiedade e tensão. Atualmente, estes tipos de medicamentos são denominados de ansiolíticos, ou seja, que ‘destroem’ (lise) a ansiedade. Estas drogas foram chamadas de tranqüilizantes, destinados às pessoas em estado de estresse, tensão e ansiedade (CEBRID, 2004).

Dessa forma quando falamos em ansiolíticos estamos falando, praticamente, dos Benzodiazepínicos. De longe, os Benzodiazepínicos são as drogas mais usadas em todo mundo. Estes têm nomes químicos que geralmente terminam pelo sufixo pam (BALLONE, 2004).

Os atuais problemas de saúde pública, referentes ao abuso dos benzodiazepínicos, podem ser devido ao abuso nas indicações desses medicamentos.

Legalmente, os medicamentos são divididos em duas categorias: os que dependem de prescrição (receita) para compra e os de venda livre. Os medicamentos de receita obrigatória – considerados seguros para uso apenas sob supervisão médica – podem ser fornecidos somente mediante uma receita por escrito de um profissional habilitado como, por exemplo, médicos.

Os benzodiazepínicos são controlados pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – sendo que drogarias e farmácias de manipulação só podem vendê-los mediante receita especial do médico que fica retida para posterior controle (ANVISA, 1998). Para melhores esclarecimentos ver anexo 1 e 2.

O diagnóstico de pacientes estudados em experiências clínicas controladas com benzodiazepínicos correspondentes a distúrbios de ansiedade generalizada em que se considera uma classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), ou seja: ansiedade persistente generalizada manifestada por sintomas das seguintes categorias:

Tensão motora: instabilidade, agitação, nervosismo, tremores, tensão,

mialgias, fatigabilidade, incapacidade para relaxar, contração muscular da pálpebra, testa enrugada, face extenuada, desassossego, sobressalto, diplopia.

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Hiperatividade do sistema nervoso autônomo: sudorese,

palpitações, taquicardia, frio, mãos frias e pegajosas, boca seca, tontura, delírio, parestesias (formigamento das mãos ou pés), distúrbios estomacais, acessos de calor ou frio, micção freqüente, diarréia, desconforto epigástrico, nó na garganta, rubor, palidez, pulso e respiração muito rápidos em repouso.

Expectativa apreensiva: ansiedade, preocupação, medo, reflexão e

pressentimento do infortúnio para si mesmo ou para outros.

Vigilância e vigília: estado de hiperalerta que resulta em distração,

dificuldade de concentração, insônia, sensibilidade extrema, irritabilidade e impaciência.

Ressalta também as manifestações relacionadas à ansiedade e tensão tais como:

- distúrbios funcionais cardiovasculares e respiratórios, tais como: pseudo-angina do peito, ansiedade precordial, taquicardia, hipertensão psicogênica, dispnéia, hiperventilação;

- distúrbios funcionais gastrintestinais, como: síndrome de cólon irritável, colite ulcerativa, dor epigástrica, espasmos, distensão abdominal e diarréia;

- distúrbios funcionais geniturinários, como: bexiga irritável, freqüência urinária alterada; e outros distúrbios psicossomáticos, tais como: cefaléia e dermatoses psicogênicas;

Os efeitos colaterais dos fármacos são, sintomas moderados, transitórios e que ocorrem em decorrência de dose diária elevada ou sensibilidade individual, ocorre sonolência, hipotonia muscular, amnésia anterograda (descrita essencialmente com os benzodiazepínicos injetáveis), sensação de embriagamento, fadiga, cefaléia, vertigens, constipação. ‘Rash’ e prurido podem ocorrer, em decorrência de sensibilidade individual. Estes efeitos colaterais podem ser observados muito raramente, assim como a elevação das transaminases e da fosfatase alcalina, assim como icterícia. Têm sido descritas reações paradoxais, tais como, excitação aguda, ansiedade, distúrbios do sono e alucinações.

Pode-se observar alguma perda de eficácia a hipnóticos após uso repetido por algumas semanas (ROCHE, 2004).

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cutânea, inchaço ou queda da pressão podem ocorrer em indivíduos suscetíveis.

Dependência: O uso de benzodiazepínicos e similares pode levar à

dependência física e psíquica. O risco de dependência aumenta com a dose e duração do tratamento; história prévia de dependência ou abuso de álcool ou outras substâncias agravam este risco. A ocorrência de síndrome de abstinência é provável naqueles pacientes que desenvolveram dependência e interrompam o uso abruptamente. Portanto, a descontinuidade do remédio deve ser feita sob orientação médica. A síndrome de abstinência se caracteriza por cefaléia, dores musculares, ansiedade extrema, tensão, inquietação, confusão e irritabilidade. Nos casos severos, os seguintes sintomas podem ocorrer: desrealização, despersonalização, adormecimento e formigamento de extremidades, hipersensibilidade à luz, ruído ou contato físico, alucinações e crises convulsivas.

Efeito rebote: Consiste de uma síndrome transitória, na qual os

sintomas que levaram à indicação de tratamento com o benzodiazepínico ou similar, reaparecem em grau mais elevado quando da interrupção do uso. Podem estar presentes ainda os sintomas de mudanças de humor, ansiedade e inquietação. Mesmo quando utilizado por relativo período de tempo, a interrupção do uso pode levar a uma redução transitória do sono, ou mesmo ao ressurgimento de sintomas semelhantes aos que levaram ao tratamento, só que em menor escala.

Amnésia: Os benzodiazepínicos podem induzir amnésia anterógrada.

Onde ocorre mais freqüentemente nas primeiras horas após a ingestão do produto, e portanto, para diminuir o risco de sua ocorrência, deve-se assegurar a possibilidade de o paciente poder desfrutar de 7 a 8 horas para dormir de modo ininterrupto após a administração.

Reações psiquiátricas paradoxais: Reações como inquietação,

agitação, irritabilidade, agressividade e mais raramente de delírios, furor, pesadelos, alucinações, psicose, comportamento inadequado e outros transtornos do comportamento podem ocorrer associados ao uso de benzodiazepínicos. Caso isto ocorra, o uso da medicação deve ser interrompido. Estas reações são mais prováveis em pacientes idosos.

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Depressão: A depressão preexistente pode irromper com

sintomatologia nítida durante o uso de benzodiazepínicos.

Dirigir veículos e operar máquinas: A sedação, amnésia, distúrbios

da atenção e o comprometimento da função muscular são efeitos que podem ser observados e que comprometem a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas. Se vier a ocorrer insuficiente duração do sono, é provável que o prejuízo da atenção seja ainda mais grave (CEBRID, 2004).

No caso de uso de diazepínicos durante a gravidez, foi detectado em vários estudos o risco de malformações congênitas associadas com tranqüilizantes menores assim como por exemplo o Diazepam dentre outros, durante o primeiro trimestre de gravidez (CEBRID, 2004).

Podem ocorrer algumas reações adversas, assim como, sonolência durante o dia, embotamento emocional, atenção prejudicada, cansaço, dor de cabeça, tontura, fraqueza muscular, ataxia ou visão dupla. Quando vistos, estes fenômenos ocorrem predominantemente no início do tratamento e geralmente desaparecem com a administração contínua. Outros efeitos adversos como gastrintestinais, mudanças na libido ou reações de pele têm sido descritos ocasionalmente.

Os benzodiazepínicos estão contra-indicados no tratamento de pacientes com insuficiência hepática severa, pois podem desencadear encefalopatia. Não são indicados para tratamento primário de doenças psiquiátricas. Além disso não devem ser utilizados isoladamente para o tratamento de depressão ou ansiedade associada à doença depressiva devido ao risco de suicídio potencial destes pacientes. Seu uso deve ser feito com extrema cautela em pacientes com história prévia de abuso de álcool e/ou outras drogas.

No caso de gravidez e lactação o diazepam e seus metabólitos atravessam a barreira placentária e atingem o leite materno. E também a administração contínua de benzodiazepínicos durante a gravidez pode originar hipotensão, diminuição da função respiratória e hipotermia no recém nascido.

No caso da presença de doença hepática ou renal, síndrome cerebral crônica ou glaucoma de ângulo fechado, os pacientes devem ser cuidadosamente monitorizados e se necessário à dose desse medicamento deve ser reduzida.

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No tratamento da miastenia, a administração de benzodiazepínicos, só deve ser feita sob rigorosa vigilância médica. Nos casos de depressão: antes de tratar um estado ansioso associado à instabilidade emocional, deve-se assegurar que o paciente não sofre de depressão que requeira tratamento específico ou complementar. Em pessoas idosas, a prudência se impõe neste caso, e deve se diminuir a posologia. O risco de agravação da insuficiência respiratória impõe prudência e redução da posologia. A suspensão brusca do tratamento com benzodiazepínicos pode levar a uma síndrome de privação, o qual pode ter como sintomas: alterações menores: irritabilidade, ansiedade, mialgias, tremores, insônia de rebote e pesadelos, náuseas, vômitos; excepcionalmente, alterações maiores: convulsões isoladas, estado de mal mioclônico com síndrome confusional, podem aparecer após alguns dias, e são geralmente precedidos por sintomas menores.

Pode ocorrer dependência quando da terapia com benzodiazepínicos. O risco é mais evidente em pacientes em uso prolongado, altas dosagens e particularmente em pacientes predispostos, com história de alcoolismo, abuso de drogas, forte personalidade ou outros distúrbios psiquiátricos graves.

Assim no sentido de minimizar o risco de dependência, os benzodiazepínicos só devem ser prescritos após cuidadosa avaliação quanto à indicação e devem ser administrados por período de tempo o mais curto possível. A continuação do tratamento, quando necessário, deve ser acompanhado, já que a duração prolongada do tratamento só é justificada após cuidadosa avaliação dos riscos e benefícios.

Em indivíduos normais e pacientes, a interrupção do tratamento com benzodiazepínicos depois de várias semanas ou meses provoca aumento nos sistemas de ansiedade, juntamente com humor e vertigem. Os benzodiazepínicos de ação curta causam efeitos de abstinência mais abruptos.

Em virtude dos sintomas físicos de abstinência, os pacientes têm dificuldades em abandonar o uso de benzodiazepínicos, todavia, a dependência psicológica grave, como a que ocorre prontamente com muitas drogas que levam ao abuso não é um problema significativo.

No manejo da superdosagem dos diazepínicos, deve-se levar em conta que na maioria dos casos, várias substâncias são geralmente ingeridas. Após uma ingestão exagerada de benzodiazepínicos, a primeira providência é a

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indução de vômitos (se o paciente se encontra consciente), ou lavagem gástrica com proteção das vias aéreas contra a aspiração, em pacientes desacordados. Se o esvaziamento gástrico não for eficaz, deve-se ministrar carvão ativado para reduzir a absorção.

O mecanismo de ação dos benzodiazepínicos consiste em potencializar a resposta ao GABA, facilitando a abertura dos canais de cloreto ativados pelo GABA. Eles ligam-se especificamente a um sítio de ligação ao GABA, e atuam de modo alostérico aumentando a afinidade do GABA pelo receptor (SILVA. 1998).

Os benzodiazepínicos não afetam os receptores de outros aminoácidos, como glicina ou glutamato. Por motivos desconhecidos, a potencialização da resposta neuroronal ao GABA aplicado, parece ser mais pronunciada do que a potencialização das respostas sinápticas, além disso o efeito dos benzodiazepínicos de potencialização do GABA atinge um nível máximo em baixas concentrações e fica reduzido quando se aumenta a concentração, de modo que é possível que os outros mecanismos possam contribuir para seus efeitos globais (SILVA, 1998).

Os benzodiazepínicos atuam como depressores do SNC, produzindo todos os seus níveis de depressão, desde uma leve sedação até hipnose, dependendo da dose. Calcula-se que por exemplo o clonazepam estimule os receptores de GABA (ácido gama aminobutírico) no sistema reticular ativador ascendente. Dado que o GABA é inibidor, a estimulação dos receptores aumenta a inibição e bloqueia a excitação cortical e límbica, após estimular a formação reticular do talo cerebral. (SILVA, 1998).

Segundo RANG e RITTER (2001), os efeitos mais importantes dos benzodiazepínicos são exercidos sobre o sistema nervoso central e consistem em:

Redução da ansiedade e de agressão: Os benzodiazepínicos

exercem acentuado efeito de domesticação, permitindo que os animais dependendo da espécie sejam manipulados com mais facilidade. Ou seja, os benzodiazepínicos reduzem o número de ataques por parte do animal dominante e aumenta o número de ataques dos quais são aferidos. Com exceção do alprazolam, os benzodiazepínicos não exercem efeitos antidepressivos. Por outro lado tais elementos produzem um aumento na

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irritabilidade e na agressão em certos indivíduos. Fato particularmente observado com a droga de ação ultracurta triazolam, sendo geralmente mais comum com os compostos de ação curta. Provavelmente refere-se a uma manifestação de síndrome de abstinência dos benzodiazepínicos, que ocorre com todas essas drogas, mas que é mais intensa com drogas onde sua ação desaparece em curto intervalo de tempo.

Sedação e indução do sono: Os benzodiazepínicos diminuem o

tempo para que o indivíduo atinja o sono e aumentam a duração do mesmo, sendo que este último efeito é visualizado apenas em indivíduos com ciclo de sono inferior a seis horas por noite. Porém tais efeitos costumam ter notável declínio quando os benzodiazepínicos são administrados regularmente durante um intervalo de uma a duas semanas. Qualquer agente hipnótico reduz a proporção do sono REM, enquanto os benzodiazepínicos interferem menos do que outros hipnóticos. A interrupção artificial do sono REM provoca irritabilidade e ansiedade, mesmo com a quantidade total de sono não sendo reduzida, e o sono REM perdido. Acredita-se que o sono REM desempenha alguma função, e sua redução relativamente pequena provocada pelos benzodiazepínicos constitui um ponto favorável.

Redução do tônus muscular da coordenação: Os benzodiazepínicos

reduzem o tônus muscular através de uma ação central totalmente alheia a seu efeito sedativo. Os experimentos feitos com camundongos testam a coordenação medindo-se o período de tempo durante o qual a cobaia permanece sobre um bastão de plástico horizontal em rotação lenta ou o tempo que leva para escapar do confinamento, subindo pelo interior de uma chaminé tubular. Tal desempenho em habilidades acrobáticas é afetado pelos Benzodiazepínicos e por outros sedativos, mas não fica claro se determinados fármacos apresentam seletividade nesse aspecto em outras espécies. Estudos realizados em seres humanos não conseguiram demonstrar quaisquer diferenças entre os benzodiazepínicos. Em estados de ansiedade nos seres humanos é comum o aumento do tônus muscular, sendo este característico de tal estado, podendo contribuir em quadros de mialgias e dores, incluindo cefaléia, que freqüentemente atormentam os pacientes ansiosos. Tendo em vista tais quadros pode-se avaliar que o efeito relaxante dos benzodiazepínicos

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seja clinicamente útil. O tônus muscular aparentemente pode ser reduzido sem que haja apreciável da coordenação.

Segundo os mesmos autores, todos os benzodiazepínicos exercem atividade anticonvulsivante verificada em testes realizados em animais experimentais. Tais elementos mostram-se altamente eficazes contra convulsões quimicamente induzidas, causadas pelo leptazol, pela bicuculina e por drogas semelhantes, mas sua eficácia é reduzida em relação a convulsões eletricamente induzidas. Não foram notadas alterações no estado convulsivo induzido pela estricnina em animais, com o uso de benzodiazepínicos. Tanto a bicuculina quanto a estricnina podem bloquear a ação de transmissores inibitórios do sistema nervoso central. Como os benzodiazepínicos potencializam a ação do GABA, mas não da glicina, a seletividade de sua ação anticonvulsivante é explicável. O clonazepam, em virtude de sua ação anticonvulsivante seletiva, é utilizado no tratamento de epilepsia, assim como o diazepam, que é administrado por via intravenosa para controlar convulsões potencialmente fatais no estado de mal epilético.

Os benzodiazepínicos são bem absorvidos quando administrados por via oral, produzindo, em geral, concentração plasmática máxima em cerco de uma hora. É absorvido no trato gastrintestinal. A eliminação do fármaco é lenta, pois os metabólitos ativos podem permanecer no sangue vários dias e inclusive semanas, com efeitos persistentes. O clonazepam por exemplo, é um fármaco de meia-vida intermediária.

Com exceção do lorazepam, a grande maioria dos benzodiazepínicos tem meia-vida longa, em geral entre 10 e 30 horas. Isso faz com que o equilíbrio dinâmico da droga no organismo ocorra até depois de 3 dias de uso.

Todos os benzodiazepínicos são metabolizados no fígado e, por fim, excretados na forma de conjugados de glicuronídio na urina, ou seja, eliminação renal. Variam acentuadamente na sua duração de ação e podem ser divididos, a grosso modo, em composto de ação rápida, média e prolongada. Vários são convertidos em metabólitos ativos que possuem meia-vida de cerca de 60 horas e é responsável pela tendência de muitos benzodiazepínicos a produzir efeitos cumulativos e longas ressacas quando são administrados a intervalos regulares. Os compostos de ação curta são aqueles metabolizados diretamente por conjugação com glicuronídio.

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- Ansiolíticos benzodiazepínicos disponíveis no Brasil

A seguir encontram se listados os fármacos benzodiazepínicos disponíveis em nosso país.

N. Nome Químico Nome Comercial

1 Alprazolam Apraz®, Frontal®, Tranquinal® 2 Bromozepam Brozepax®, Deptra®, Lexotan

Nervium® Novazepam®, Somalium®, Sulpan®

3 Clobazam Frisium®, Urbanil® 4 Clonazepam Rivotril®,Clonotril® 5 clordiazepóxido Psicosedin 6 cloxazolam Elum®, Olcadil®

7 Diazepam Ansilive®, Calmociteno®, Diazepam® Kiatrium®, Somaplus®, Valium® 8 lorazepam Lorium®, Lorax®, Mesmerin 9 Flunitrazepam Rohypnol®

10 Flurazepam Dalmadorm®

11 Midazolam Dormonid®

12 Nitrazepam Nitrazepol®,Sonebon®

VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BALLONE, Geraldo José Dr. Curso de Psicofarmacologia – Disponivel em: http://gballone sites.uol.com.br/cursos/fármaco2. Acesso Maio /2004

CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Departamento de Psicobiologia/ UNIFESP Disponível em E: http: //www.200.144.91.102/cebridweb/conteudo. aspx?cd=13 Acesso Abril / 2009.

HANSON, G & Venturelli, P.J. - Drugs and Society. 4nd ed. Boston, MA,USA. Jones and Bartlett Publishers, 1995. Apud Luiz André P.G. Castro e Ronaldo Laranjeira, 2000. Dependência de Benzodiazepínicos. Disponível em http: //www.uniade. org.br/doc/benzos/dependencia.pdf. Acesso Abril / 2004

RANG, H. P., DALE A. F., RITTER, J. M., Farmacologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

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ROCHE. Produtos Químicos e Farmacêuticos S/A. Disponível em http://azul.mistersite.com.br/~epuchome/def/paginas/41129.htm) Acesso Maio/ 2004.

SILVA, Penildon. Farmacologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/344_98.htm acesso em jun. de 2009

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