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Centro Escolar EB1/JI de S. Cipriano Município de Resende. Convivendo com a realidade da desertificação das suas freguesias, a Câmara

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Academic year: 2021

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1 Centro Escolar EB1/JI de S. Cipriano Município de Resende

Memória Descritiva e Justificativa

Introdução

Convivendo com a realidade da desertificação das suas freguesias, a Câmara Municipal de Resende foi obrigada a reestruturar a sua rede de escolas, principalmente aquelas se encontram afastadas da sede de concelho. Neste contexto, surge a proposta para a construção do futuro centro escolar EB1/JI de são S. Cipriano, localizado numa das freguesias onde os valores populacionais apresentam taxas mais elevadas.

O projecto deste futuro equipamento envolve necessariamente, a reabilitação do edifício escolar existente bem como a construção de dois novos edifícios adjacentes.

Conceito de Intervenção

A presença de um edifício escolar do Plano dos Centenários marca e revela desde logo a condição para a construção da ideia da proposta. A presença física e identitária do corpo existente perpendicular à principal via de acesso, sugere as principais linhas orientadoras do projecto dos novos corpos quer a nível formal como funcional.

Valorizar o conjunto edificado (existente e novo) e caracterizar os espaços exteriores através da fragmentação volumétrica, são claramente pretensões desta intervenção que pretende de igual forma, trabalhar os corpos desenhados especificamente para o lugar, promovendo a difícil interacção entre o que é artificial (edificado) e natural (terreno acidentado).

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Implantação

A intervenção proposta resulta numa implantação de reduzido impacto, fragmentada e definida pela disposição de duas volumetrias perpendiculares à via de acesso principal e paralelas ao edifício existente a reabilitar.

O acesso principal, localizado à cota mais elevada do terreno, encontra-se definido formalmente por um corpo transversal à implantação predominante, permitindo dessa forma colmatar o desnível natural da topografia com o encosto das novas volumetrias ao terreno.

Esta proposta transversal, quer no nível do piso -02 como no nível do piso -01, permite optimizar as circulações, distribuições e áreas de permanência em toda a extensão edificada, relacionando-se directamente com a orientação solar promovendo conforto e qualidade espacial interna.

Programa

A reflexão sobre o programa e a necessidade de fragmentar o edifício em volumes, conduziu a uma organização dos espaços de ensino (JI+1C) em 8 salas repartidas por 2 núcleos, correspondendo a cada núcleo um volume autónomo.

A distribuição programática pelas distintas volumetrias permite num segundo sentindo balizar e controlar o espaço de recreio, tornando dessa forma possível o acesso controlado às restantes áreas por parte da comunidade local (centro de recursos e refeitório / polivalente) fomentando e potenciando dessa forma a interacção social desejada e intrínseca ao projecto.

O edifício típico do Plano dos Centenários actualmente, caracterizado como um objecto isolado, sem ligações a outros graus de ensino e sem espaços adequados às práticas pedagógicas educativas actuais, é reformulado e destinado a comportar, nomeadamente as salas: de direcção, psicólogia e posto de primeiros socorros, associação de pais e encarregados de educação e atendimento, bem como as salas de trabalho de professores e educadores, instalação sanitária e um arrumo (ver quadro de áreas em anexo).

No seguimento da lógica de implantação, a volumetria do pré-escolar é composta por apenas um piso. Esta reúne os espaços de ensino, as salas de actividades e vestíbulos das crianças, a sala repouso, as instalações sanitárias, a sala de educadores e um arrumo (ver quadro de áreas em anexo).

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A volumetria do 1º ciclo organiza-se essencialmente em dois pisos: no piso 00 (piso de entrada) localizam-se o átrio que comunica com o espaço de ensino (salas de ensino, música, inglês e informárica), o espaço de centro de recursos (biblioteca, audioteca, cineteca, videoteca e informática), as instalações sanitárias M/F e arrecadação de material didáctico (ver quadro de áreas em anexo).

No piso -01 localizam-se as 4 salas de aula, as instalações sanitárias M/F, de deficientes, a arrecadação de material didáctico assim como o acesso ao recreio exterior.

No piso -02 encontramos a volumetria que comunica com as duas volumetrias de ensino, e que se estende transversalmente sobre o terreno, na mesma organizam-se os espaços de apoio geral (como o refeitório os seus espaços anexos) e o espaço de recreio coberto (ver quadro de áreas em anexo).

As comunicações verticais entre os diversos níveis (JI e 1C) estão asseguradas por três conjuntos de escadas e um elevador, localizados em pontos estratégicos dos edifícios, tornando fluida a circulação interna.

Esta organização funcional e programática teve a clara intenção de organizar os diferentes núcleos espaciais, permitindo estabelecer regras e lógica de funcionamento, tornando a leitura dos espaços de fácil compreensão.

Materialidade

O objectivo da materialização dos corpos actua no contexto do conceito da proposta: limitar a variedade de materiais, simplificar os meios expressivos e dotar o essencial em consonância com a geometria, permitindo o equilíbrio, coerência e racionalidade pretendidos.

Nos edifícios a construir, o sistema estrutural é definido pelo uso de pilares e lajes em betão e paredes de alvenaria de tijolo cerâmico vazado.

Os vãos exteriores serão concretizados em alumínio com acabamento a forja antracite e serão protegidos por estores exteriores de rolo em PVC microperfurado, permitindo o controlo da luz natural.

As coberturas existentes caracterizam-se por coberturas planas visitáveis e não visitáveis em gravilha branca com granulometria < 50mm rematadas por um rufo de zinco a envolver a platibanda.

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No edifício a reabilitar, apesar de se pretender manter o seu sistema estrutural original, serão adoptadas soluções de isolamento térmico na cobertura através do uso do painel sanduíche e da telha base.

No que diz respeito ao interior das volumetrias a construir, as áreas de circulação serão caracterizadas pelo uso da marmorite polida, revestimento contínuo que resolve pavimentos e lambrins a uma altura de 210cm. As paredes, acima do lambrim, serão pintadas à cor branca bem como os tectos, uniformizando e simplificando visualmente os canais de circulação.

As instalações sanitárias serão revestidas no seu pavimento com mosaico cerâmico dim: 10x10x0,8cm e no seu lambrim à altura de 210cm com mosaico cerâmico vidrado (cores a definir) dim: 10x10x0,5cm.

As salas de aula bem como as salas de actividades serão executadas em pavimento vinílico compacto flexível reforçado com fibra de vidro e identificadas através da cor. Os tectos serão em gesso cartonado pintado. Os vãos interiores, portas e painéis fixos, serão realizados em MDF de alta densidade.

Arranjos exteriores

A intervenção nos espaços exteriores reuniu dois princípios: a intenção de não desvirtuar a morfologia do lugar, minimizando os movimentos de terra e criar acessos francos ao edifício, pedonais ou automóvel. O principal acesso ao centro escolar é feito através de uma rampa, assim como o acesso automóvel para estacionamento e cargas e descargas, que se realiza a uma cota inferior.

As áreas de recreio envolventes serão pavimentadas: em bloco de betão vibro-prensado de dupla camada, em betão vibro-vibro-prensado de mono camada, betuminoso com pintura e gravilhas naturais com resinas endurecedoras (campo de jogos) e pavimento amortizante em borracha de acabamento contínuo (parque infantil do pré-escolar). Existirão ainda espaços ajardinados nos quais poderão ser usados para actividades pedagógicas.

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Conclusão

O projecto resulta numa proposta baseada na relação visual, quer sobre a paisagem através da implantação, quer sobre as volumetrias através da sucessão de planos transparentes.

A estratégia do projecto engloba também, a preocupação em criar um equipamento no qual, através da sua estrutura programática permita a integração e interacção da população residente no seio da comunidade escolar, permitindo o usufruto de serviços e actividades inexistentes na freguesia.

O edifício do Plano dos Centenários impôs à proposta uma cuidada atenção, relativamente ao resultado da comunhão entre o existente e o por construir. A atitude tomada quanto à sua intervenção foi, valorizar a sua leitura, preservando os elementos construtivos que o caracterizam e nos contam a sua história, de forma a guardar a memória do seu passado.

Para respeitar as diferentes funções exigidas pelo programa e mediante uma área de terreno bastante restrita, foi preciso racionalizar ao máximo as áreas programáticas, tarefa somente possível através do uso polivalente dos espaços, principalmente em áreas que exigiam maior dimensão.

Esta racionalização espacial fora imprescindível para a libertação do espaço exterior e que se mostrou essencial, para que a proposta mantivesse um impacto sereno e integrado na paisagem.

Resende, 15 de Setembro de 2010

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