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Debatendo e construindo cultura: Consciência Negra nos bancos escolares

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Academic year: 2021

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Debatendo e construindo cultura:

Consciência Negra nos bancos escolares

Roberta Renoir Santos Fumero Orientadora Pedagógica FAETEC – Fundação de Apoio a Escola Técnica

Rio de Janeiro/ Brasil robertarenoirfumero1973@gmail.com

Natalino Gaspar Filho Docente na disciplina de História FAETEC – Fundação de Apoio a Escola Técnica

Rio de Janeiro/ Brasil Natalino.gasfilho@gmail.com

RESUMO

O presente trabalho pretende detalhar um projeto, que tem como base valorizar e debater a cultura africana ampliar no contexto escolar no Brasil. Mostraremos todo o processo de implementação e desenvolvimento do projeto junto a uma unidade de ensino (ETE Imbariê da rede FAETEC- Fundação de Apoio a Escola Técnica). Existe uma legislação recente que propõem o desenvolvimento de estudos em torno da temática negritude, cultura africana no país.

APRESENTAÇÃO

Em momento de profundas transformações no meu país, vivemos mudanças na maneira de perceber e lidar com as diferenças, isso nos variados campos, parece um exercício diário saber respeitar, valorizar os variados potenciais de cada um. No referente a cultura africana no Brasil esse é um tema que suscita constantes e profundos debates pois envolve uma série de nuances que não se restringem ou se esgotam com questão histórica.

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Tendo essa base, presente projeto vai de encontro a tentativa de aumentar as discussões sobre a questão negritude no Brasil.

Este projeto será desenvolvido na Escola Técnica Estadual Imbariê, que possui 13 turmas de 1°, 2° e 3° anos de escolaridade com cerca de 35 alunos cada uma, tendo como temática central a consciência negra junto aos bancos escolares Inicialmente acontecendo em uma unidade mas com a expectativa de levada a outras escolas,

JUSTIFICATIVA

LEI 10.639/03 E O ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA

O histórico cultural do país marca uma trajetória de grandes realizações e concepções, com referências entre diferentes vertentes culturais entre negros, brancos, índios, asiáticos e outros que dão jus ao conceito de miscigenação. Segundo dados do MEC, o Brasil está em segundo lugar no que diz respeito a grandes populações afrodescendentes (47%), perdendo apenas para a Nigéria. Pode-se dizer que a África é um continente economicamente e culturalmente rico, pois apresenta uma diversidade de riquezas minerais, como petróleo e pedras preciosas. Seus habitantes, ao contrário do outros pensam, são inteligentes, criativos e trabalhadores, porém com a colonização, as terras africanas foram dominadas e perderam cerca de 60 milhões de habitantes devido o tráfico negreiro escravo. Vários grupos pertencentes à mesma tribo com dialetos e costumes comuns foram separados, gerando um violento processo de segregação racial, na qual o africano tornou-se inferior em sua própria pátria. Porém, vários questionamentos deram vazão a uma série de críticas no que envolve o ensino da história afro. Por que o ensino da cultura afro-brasileira especificamente? E os outros povos que contribuíram para a formação da identidade nacional?

A Lei 10.639/03, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, ressalta a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira.

A instituição de ensino deve ser vista pela comunidade escolar como um lugar de atividades práticas, multidisciplinares, onde os alunos sintam-se completamente à vontade para pôr em

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prática todas as suas necessidades, incertezas, dúvidas, angústias, sugestões, projetos e muito mais, trabalhar as diferentes diversidades encontradas na instituição escolar, tendo isso como premissa é extremante relevante debatermos a história e as contribuições de povo.

O ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no Brasil sempre foi lembrado nas aulas de História com o tema da escravidão negra africana. Existe a necessidade de reflexão acerca da Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.

Uma primeira reflexão que devemos fazer é sobre a palavra escravo, que foi sempre atribuída a pessoas em determinadas condições de trabalho. Portanto, a palavra escravo não existiria sem o significado do que é o trabalho e das condições para o trabalho.

Quando nos referimos, em sala de aula, ao escravo africano, nos equivocamos, pois ninguém é escravo – as pessoas foram e são escravizadas. O termo escravo, além de naturalizar essa condição às pessoas, ou seja, trazer a ideia de que ser escravo é uma condição inerente aos seres humanos, também possui um significado preconceituoso e pejorativo, que foi sendo construído durante a história da humanidade. Além disso, nessa mesma visão, o negro africano aparece na condição de escravo submisso e passivo.

A Lei 10.639/03 propõe novas diretrizes curriculares para o estudo da história e cultura afro-brasileira e africana. Por exemplo, os professores devem ressaltar em sala de aula a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.

Com a Lei 10.639/03 também foi instituído o dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), em homenagem ao dia da morte do líder quilombola negro Zumbi dos Palmares. O dia da consciência negra é marcado pela luta contra o preconceito racial no

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Brasil. Sendo assim, como trabalhar com essa temática em sala de aula? Os livros didáticos já estão quase todos adaptados com o conteúdo da Lei 10.639/03, mas, como as ferramentas que os professores podem utilizar em sala de aula são múltiplas, podemos recorrer às iconografias (imagens), como pinturas, fotografias e produções cinematográficas.

OBJETIVO GERAL

O projeto tem como objetivo geral fomentar e ampliar o debate em torno da cultura afro-brasileira nos diversos segmentos escolares.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Possibilitar o desenvolvimento de atividades de valorização da cultura negra. - Trabalhar forma interdisciplinar diversas disciplinas e conteúdos.

METODOLOGIA

O Plano de Ação da escola é o planejamento escrito que descreve como a instituição vai endereçar seus problemas, desenvolver suas ações e traçar metas para alcançar seus objetivos. De certa forma, é um compromisso da escola com a intenção de atingir um objetivo – seja ele uma visita ao museu local para os alunos de História, um campeonato de atletismo entre as diferentes séries até uma ação para conscientizar a comunidade sobre coleta de lixo.

Tendo em vista que o mês de novembro será comemorativo a celebrar a consciência negra, o foco será voltado para discutir essas questões

Durante todo mês de novembro se propõe aos professores abordem esses temas em sala de aula, mesmo que por alguns minutos sobre a questão do negro dentro da sociedade atual. Elementos como: Desconstrução e construção da identidade negra. O negro inserido no mercado de trabalho, ou seja, quem é o NEGRO nos dias de hoje.

Para isso serão desenvolvidas várias atividades.

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➢ Desfile com os alunos representando personalidades negras.

➢ Banners informativos sobre a contribuição do negro na construção da sociedade brasileira.

➢ Debates sobre a discriminação no cotidiano do convívio escolar.

Responsáveis pela dinâmica do evento: A estrutura do projeto necessita sempre a

inserção dos professores. Em um primeiro

CLIENTELA

Docentes, discentes, responsáveis, todos os envolvidos na unidade escolar.

DURAÇÃO DO PROJETO

O projeto vem sendo desenvolvido desde 2015, cada ano vai acrescentando maior número de atividades, ganhando novas perspectivas junto a comunidade acadêmica, tanto que esse ano foi incluído como atividade permanente no calendário regular da unidade.

CULMINÂNCIA

Como mencionado anteriormente o projeto propõe inúmeras atividades durante o período de novembro. contudo que classificamos como culminância é ápice do trabalho, palestras com convidados externos, apresentações de danças e outras produções pelos alunos, oficinas. Esse ano (2018) uniremos com outra atividade cultural que é um sarau poesia apenas de autores negros.

AVALIAÇÃO

Dentro do projeto a equipe diretiva e de coordenação utilizando pequeno questionário com intuito de analisar o desenvolvimento do projeto e sugestões para melhoria do mesmo. As apresentações, os trabalhos e a participação no evento servem como avaliação do aluno, de uma maneira interdisciplinar, em varias disciplinas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A PARTICIPAÇÃO DOS NEGROS NA CONSTRUÇÃO DO BRASIL. Disponível em: <http://influencianegranobrasil.wordpress.com > .Acesso em: 04 jun. 2016.

CARNEIRO, Valdeck (ET al.) (organizadores). Movimentos instituintes em Educação: políticas e práticas. Niterói: Intertexto, 2010.

MATOS, Regiane. História e cultura afro-brasileira. Editora contexto, Nov. 2007

MORAES, Maria Célia Marcondes e MULLER, Ricardo Gaspar. Histórias e experiência: contribuições de E. P. Thompson à pesquisa em educação in: Perspective. Florianópolis/SC v.21, n.2 (2003), disponível em: www//periódicos.ufsc.br/índex.php/perspectiva/article/view/9653. Acesso em 20/03/2015.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança – um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

_______. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento e Silêncio. Estudos históricos. Memória. n 3. Rio de Janeiro: Vértice, 1983.

_________, Michael. Memória e Identidade Social. Revisão Estudos Históricos. Rio de Janeiro. Associação de Pesquisa e Documentação Histórica, v. 5, n. 1992, p.200 – 212.

Referências

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