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Aproximações entre o Jornalismo Cultural e a Religião no jornal (budista) Brasil Seikyo 1

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Aproximações entre o Jornalismo Cultural e a Religião no jornal (budista) Brasil

Seikyo1

Carlos Eduardo BERTIN2

Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, SP

RESUMO

Este estudo tem por objetivo analisar como a arte e a cultura são abordadas pelo jornal

Brasil Seikyo, periódico da Associação Brasil Soka Gakkai Internacional (BSGI). Por

meio de uma pesquisa exploratória, tendo o corpus estabelecido através de uma amostra aleatória das publicações sobre arte e cultura, buscou-se observar os enfoques dado pelo jornal para essas duas áreas e a partir da leitura do material formular as hipóteses que serão utilizadas em trabalho futuro. Com base no material analisado, foi possível levantar quatro hipóteses: a) a arte e a cultura são abordadas pela perspectiva humanista, b) arte e cultura são ferramentas para a construção de uma cultura de paz, c) arte e cultura são atrativos para cooptação de novos adeptos ao movimento budista da BSGI, d) os textos sobre a arte e a cultura servem como instrumentos de suporte para a compreensão dos princípios do budismo.

Palavras-chave: Jornalismo Cultural; Mídia e Religião, Arte e Cultura, Brasil Seikyo INTRODUÇÃO

Torna-se cada vez mais crescente a produção acadêmica voltada aos estudos das mídias e suas relações com o campo religioso. Embora seja uma área em expansão, observam-se poucos trabalhos destinados à compreensão do budismo e a vinculação que este possui com os veículos de comunicação. Do mesmo modo, nota-se que o próprio budismo ocupa pequeno espaço no atual cenário religioso brasileiro e os veículos de comunicação pouco noticiam fatos sobre essa religião.

Buscando trazer novas contribuições para as pesquisadas destinadas à temática “Comunicação e Religião”, o presente estudo, baseado no projeto de pesquisa do mestrado em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) deste autor, tem por objetivo analisar como a arte e a cultura (duas temáticas presentes nas editorias de Cultura dos veículos de comunicação, campo que compreende o Jornalismo Cultural) são abordadas pelo jornal Brasil Seikyo, principal veículo de comunicação da Associação Brasil Soka Gakkai Internacional (BSGI), filial da Soka

1 Trabalho apresentado no GP Comunicação e Religião, XVIII Encontro dos Grupos de Pesquisas em

Comunicação, evento componente do 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.

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Jornalista e Mestrando em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo. E-mail: dudsbertin@gmail.com.

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Gakkai Internacional (SGI)3, Organização Não Governamental (ONG) filiada à Organização das Nações Unidas (ONU) e fundamentada nos princípios do Budismo de Nichiren Daishonin. Sendo assim, este estudo possibilita, além de novas reflexões à temática “Mídia e Religião”, novos olhares também para o campo do Jornalismo Cultural.

Justifica-se a realização desta pesquisa pelo fato de a BSGI ser uma organização que, além do cunho religioso, possui certa inserção no campo cultural, atuando como ONG, trazendo contribuições relevantes para a sociedade, promovendo eventos artísticos e culturais, exposições e diálogos que envolvem os diversos temas relacionados à cultura e sociedade.

Para a realização deste trabalho, buscou-se por meio de uma pesquisa exploratória (GIL, 2007) investigar as aproximações da arte e da cultura com a religião do budismo neste periódico, durante o período que compreende o ano de 1995 até o ano de 2018. O estabelecimento do corpus deste estudo foi baseado em uma amostra aleatória dos textos jornalísticos, tendo como critério apenas a escolha do material publicado que aborda essas duas temáticas. Com base na observação deste material, procurou-se, assim, formular as hipóteses da futura dissertação de mestrado.

BUDISMO NO BRASIL E A BSGI EM TERRAS BRASILEIRAS

Usarski (2013) elucida que do ponto de vista institucional e estatístico, o budismo representa apenas um pequeno segmento do campo religioso no país. Encontram-se, segundo o autor, aproximadamente 600 instituições budistas, uma quantia muito pequena, em todo o território nacional. Dentre as diversas vertentes budistas, o movimento neobudista da BSGI “começou a crescer, passando de um pequeno grupo de cerca de 150 membros vinculados à colônia japonesa nos anos 60 ao ramo mais forte no campo do budismo brasileiro” (USARSKI, 2013, p. 91). Atualmente, a BSGI conta hoje com cerca de 200 mil famílias associadas, espalhadas pelas várias regiões do país e com forte aceitação da população sem descendência asiática.

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A SGI é uma organização não-governamental (ONG) filiada às Nações Unidas e está presente em 192 países e territórios com mais de 12 milhões de associados. Foi fundada por Daisaku Ikeda em 26 de janeiro de 1975, na Ilha de Guam (SCIUTO, 2012, p. 22).

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A BSGI é a representante brasileira da SGI e foi fundada em 1960 pelo líder budista Daisaku Ikeda, na cidade de São Paulo. Esta organização fundamenta-se nos princípios budistas do monge Nichiren Daishonin e tem como eixo orientador os ideais de paz, cultura e educação (SCIUTO, 2012). A BSGI atua em duas esferas principais: no campo religioso e como ONG. Em relação ao campo religioso, a organização promove atividades relacionadas ao exercício da fé do budismo em casas de membros, sedes regionais e centros culturais espalhados pelo país. A prática do budismo se baseia praticamente: na oração (Nam-Myoho-Rengue-Kyo4), na propagação (Shakubuku5), na relação de mestre e discípulo (Relação de vida, onde ambos atuam pela mesma causa),

Kosen-Rufu (Paz mundial), Revolução Humana (Mudança interior) e na participação de

atividades. Como ONG, possui coordenadorias que realizam atividades culturais e educacionais tanto para os associados da instituição como para a sociedade em geral. Sciuto (2012, p. 19) elucida que a coordenadoria cultural engloba diversos departamentos: departamento artístico, departamento de cientistas, de saúde, de profissionais e executivos, de juristas, de comunicação, de estudos filosóficos, além da Orquestra Filarmônica do Humanismo Ikeda (OFBHI) e dos corais. Por sua vez, a coordenadoria educacional embasa seus trabalhos nas propostas educacionais do educador japonês e fundador da Soka Gakkai Tsunessaburo Makiguti, enfatizando que o aluno deve-se sentir feliz em seu processo de aprendizagem e que a educação existe com o propósito de desenvolver o ilimitado potencial.

ALGUMAS OBSERVAÇÕES DA SGI/BSGI COM O CAMPO DA CULTURA Em seu site institucional, a BSGI se apresenta à sociedade como uma organização que atua em prol da paz, da cultura e da educação, tendo como base os ideais humanísticos do budismo e da Cultura de Paz (BSGI/SA). Ademais, como explica Sciuto (2012), o líder da SGI, Daisaku Ikeda6, trouxe contribuições para o campo das artes e da cultura fundando o Museu Literário Victor Hugo, em Paris, o

4 Mantra budista recitado pelos membros em suas orações diárias. Nam significa devotar. Myoho, lei

mística que permeia todo o universo. Rengue, a flor de lótus que simboliza a lei de causa e efeito. Kyo, as funções protetoras do universo.

5 Ato de ensinar e converter alguém ao budismo.

6 Daisaku Ikeda é líder da SGI, economista, poeta laureado do mundo, escritor e recebeu mais de 500

títulos em reconhecimento pela sua atuação em prol da paz. É sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 1992, ocupando a cadeira nº14. Desde 1983 envia um documento intitulado Proposta de Paz à ONU.

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Museu de arte Fuji, a Associação de Concertos Min-On7 e o Instituto de Filosofia Oriental em Tóquio, além de a BSGI contar com diversos grupos artísticos que têm como premissa a valorização do ser humano (BSGI/AS). Esses grupos se dividem em bandas musicais, grupos de dança e de teatro, corais e orquestras, sendo eles: Taiyo Ongakutai8, (TO), Nova Era Kotekitai9 (NEK), Grupo de dança Taiga, Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), Coral Esperança do Mundo (CEM), Grupo Soka Yusou Daiko (departamento de Taiko), Banda musical Girassol, Grupo de dança Fukushi, Coral Lírio e Coral Uirapuru.

JORNAL BRASIL SEIKYO: O VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO DA BSGI NO PAÍS

Sá Martino (2003, p. 2) constata que a utilização dos meios de comunicação tornou-se condição necessária para a existência e manutenção das religiões. Segundo o autor, mesmo as religiões que não ocupam grandes espaços na mídia hegemônica encontram em seus veículos institucionais uma maneira de divulgar atividades religiosas e professarem sua fé. Esses apontamentos colaboram para o entendimento da relação da BSGI com as mídias.

Diferente de outras instituições religiosas, como a Igreja Católica e grupos neopentecostais, que possuem espaços nos ambientes midiáticos (TV e Rádio), onde transmitem missas e cultos, a organização budista se comunica com seus associados e simpatizantes apenas por meio dos seus próprios veículos institucionais. Observou-se que dentre os seus veículos de comunicação, a BSGI tem o seu jornal impresso Brasil

Seikyo, a revista Terceira Civilização (voltada ao estudo dos fundamentos do budismo e

história da Soka Gakkai Internacional) a Rdez (destinado ao público infantil), o portal

Seikyo Post (com frases budistas, matérias sobre os princípios budistas e vídeos

institucionais) e o seu site institucional.

O Brasil Seikyo constitui-se como o principal veículo de comunicação, tendo sua primeira edição publicada no dia 3 de maio de 1965, com o nome Boletim da Nova Era. Porém, após um ano, por solicitação do líder budista da SGI, Daisaku Ikeda, o jornal passou a se chamar Brasil Seikyo. Este periódico possui formato Standard, tem 24

7 Arte para o povo 8

Banda musical masculina Sol

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páginas e está em sua 2426ª edição. Sua circulação é semanal e a entrega é realizada por meio de voluntários, todos associados à BSGI (BRASIL SEIKYO, 2015, p.14). Em edição comemorativa aos 50 anos do jornal, consta que o Brasil Seikyo tem como missão divulgar os ideais da SGI/BSGI, as orientações do líder budista Daisaku Ikeda, ser o manual da fé dos praticantes do budismo de Nichiren Daishonin, ser um manual de estudo do budismo e apresentar o budismo com clareza à sociedade.

Murayama (2014, p.49) esclarece que os textos do jornal Brasil Seikyo se apresentam em diversos formatos: discursos, ensaios e romances de Daisaku Ikeda, além de reportagens e notícias das atividades da BSGI, produzidas pela equipe de redação do jornal ou por colaboradores espalhados em diversas regiões do país.

O jornal caracteriza-se, principalmente, como um instrumento de formação espiritual dos associados da BSGI, praticantes do budismo de Nichiren Daishonin, pois traz em suas páginas os escritos (goshos) do Buda que são estudados por fiéis em diversas localidades do país e publicações para iniciantes sobre temas relacionados aos ideais da instituição, à prática budista e sobre os feitos do seu líder e principal referência. Porém, o periódico também publica matérias sobre temas do cotidiano nacional, sobre cultura, arte, educação, meio ambiente e diversos assuntos que merecem reflexão no atual contexto social.

Segundo Murayama (2014), o jornal tinha como propósito inicial servir como meio de comunicação entre os associados da instituição e promover a propagação do budismo entre os brasileiros. Em sua dissertação de mestrado10 realizada no programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da PUC-SP, argumenta que a instituição, ao longo de sua história, sempre enfatizou a importância de trazer novos adeptos ao movimento budista. Sendo assim, o periódico foi e é um instrumento de cooptação de novos praticantes do budismo no Brasil. Observa-se nas publicações do Brasil Seikyo que as conversões são destacadas nas notícias e reportagens e ressalta-se nos editoriais a relevância da prática de propagação (shakubuku) do budismo no país.

Ao longo dos seus 53 anos de história, as publicações do Brasil Seikyo buscaram enfatizar as atividades da organização na sociedade brasileira, como apresentações dos grupos artísticos em eventos culturais, o projeto Makiguchi11 e as Propostas de Paz12

10 Ver nas referências bibliográficas

11 Projeto de alfabetização de adultos em 40 horas 12

Todos os anos, desde 1983, Daisaku Ikeda envia à ONU a Proposta de Paz propondo soluções para problemas que afligem o mundo.

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enviadas por Daisaku Ikeda à ONU. Durante esse período, também foram publicados os diálogos do líder budista com personalidades e intelectuais de renome mundial. Entre esses diálogos, destacam-se os realizados com a ativista do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, Rosa Parks, com o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, com o historiador britânico, Arnold Toynbee, com o ex-presidente de Cuba Fidel Castro, com ex-presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Austregésilo de Athayde, entre outros.

De acordo com a edição nº 2279 (2015), o Brasil Seikyo mostrou as ações culturais promovidas pela BSGI/SGI, destacando-se os festivais, apresentações musicais, teatrais e artísticas em geral (BRASIL SEIKYO, 2015, p. 8), além dos ensaios, artigos sobre literatura, música, peças teatrais, artes visuais e demais expressões artísticas e culturais. Desse modo, essa organização se mostra comprometida com as questões culturais e o jornal se apresenta como um importante instrumento de divulgação dessas ações e de reflexão sobre o campo da cultura.

APROXIMAÇÕES ENTRE JORNALISMO CULTURAL E RELIGIÃO

Antes de compreender o jornalismo cultural como um importante objeto de reflexão sobre o campo artístico e cultural, torna-se necessário alguns apontamentos sobre arte e cultura.

A cultura é um termo bastante complexo e de difícil definição pela quantidade de conceitos que recebeu ao longo dos anos. Inicialmente, a cultura era entendida como o “cultivo da lavoura”, evoluindo posteriormente para “cultivo da mente” (EAGLETON, 2015). Essa forma de enxergar a cultura trazia uma concepção de que apenas os seres humanos que tinham contato com as belas artes, belas letras e dedicavam parte do seu tempo ao pensamento filosófico e outras atividades intelectuais eram vistos como cultos. Williams (1992, p. 13) rompe com essa visão ao definir a cultura como um “sistema de significações mediante o qual necessariamente (...) uma ordem social é comunicada, reproduzida e vivenciada”. Dessa maneira, não apenas as artes, mas todas as práticas sociais realizadas pelos diversos grupos, na visão do autor, podem ser consideradas culturas.

Definir a arte é uma atividade também um tanto hermético. Como questiona Caramella (1998): a arte trata-se um valor atribuído pela crítica? Há apenas um

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conceito? Ora é expressão da personalidade, ora reflexo social e o estilo um sistema de representação. Partindo da reflexão da autora, defende-se aqui que esses questionamentos colaboram para o exercício do jornalista que cobre cultura de compreender o que cada obra de arte comunica com o seu receptor, diante do contexto e da época em que se vive, entre várias outras possiblidades.

Diante dessa complexidade de termos o jornalismo cultural exerce relevante função social ao noticiar a produção dos assuntos culturais e levar o leitor à reflexão sobre a importância da arte e da cultura na sociedade e na vida dos cidadãos. Esse gênero é conceituado por Faro (2014) como a produção noticiosa e analítica de eventos de natureza artística e editorial. O jornalismo cultural, segundo o autor, ocupa um importante papel na imprensa da atualidade. Para constatação desse fato, de acordo com ele, basta observar nas bancas de revistas e sites da internet a variedade de títulos e publicações voltada à crítica das artes e da atividade cultural em geral.

Outros autores também trazem importantes contribuições para o entendimento desse objeto de reflexão do campo da cultura. Na concepção de Ventura (2015, p. 39), o jornalismo cultural é um gênero que “cumpre uma função de legitimação ao transformar estes ou aqueles fatos culturais em notícia, delimitando aquilo que merece ser transmitido, difundido, criticado e, por isso mesmo, conservado daqueles fatos que não merecem”. Para Szantó (2007, p. 36) o jornalismo cultural é uma importante ferramenta para a formação cultural do leitor, já que, segundo ele, “a maioria de nós entra em contato com as artes através do jornalismo”. No entanto, há várias críticas de acadêmicos e intelectuais ao gênero e elas baseiam-se no fato de que as editorias de cultura seguem uma lógica mercantil e publicitária, dando ênfase ao lançamento de produções culturais e notícias sobre entretenimento, vida de famosos e lazer, perdendo assim o prestígio que teve em tempos passados.

E qual é a relação do jornalismo cultural com a religião? O jornalismo cultural aproxima-se da religião a partir do momento em que a religião aparece com frequência no entretenimento e na cultura popular, como assevera Hoover (2014, p. 46). Nesse sentido, as observações em torno de notícias e reportagens sobre filmes, novelas, livros e das críticas realizadas pelas páginas das editorias de cultura sobre as produções culturais voltadas à temática religiosa possibilitam compreender que “a religião e as mídias estão convergindo no popular, no entretenimento e até em novas culturas por meio da variedade de mídias” (HOOVER, 2014, p. 51).

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JORNALISMO CULTURAL NO BRASIL SEIKYO

O jornal Brasil Seikyo assumiu um caráter baseado nos pressupostos do jornalismo, embora institucional, a partir do ano 1999. Antes disso, o periódico buscava publicar apenas mensagens, discursos proferidos em atividades da SGI no Japão, ensaios e diálogos realizados do líder da SGI Daisaku Ikeda com autoridades e intelectuais de todo o globo. Porém, nota-se que a edição 1309, publicada no dia 25 de fevereiro de 1995, traz um diálogo de Ikeda com um representante da Soka Gakkai, em que ambos entendem a cultura como uma força espiritual, um espelho que reflete a sociedade e uma ferramenta de transformação social. Mas no mesmo diálogo, os dois participantes apontam que mesmo pessoas “cultas” cometeram atrocidades nos campos de extermínio em Auschwitz ouvindo Bach, Mozart e lendo Goethe.

Nas edições dos anos seguintes (1995-1999), a temática cultural e artística foi abordada de maneira a elucidar pensamentos da filosofia budista, buscando compará-la com situações cotidianas que envolvem a prática dessa religião. Um exemplo disso é constatado em um diálogo de Ikeda com líderes da Divisão dos Jovens, publicado na edição 1468 no dia 11 de julho de 1998. Nessa publicação, o líder budista cita um conceito budista da “cerejeira, da ameixeira, do pessegueiro e damasqueiro” que cada ser humano deve viver de forma autêntica, sendo fiel a sua identidade. Nesse sentido, a arte e a cultura, segundo as palavras de Ikeda, são importantes para o florescimento da humanidade de cada pessoa e que transcendem as fronteiras nacionais e diferenças entre os indivíduos.

A partir da reformulação do Brasil Seikyo, ocorrida em 1999, o jornal passou a publicar seu material enquadrado nos gêneros e formatos do jornalismo (MARQUES DE MELO; ASSIS 2016), trazendo em todas as edições os editoriais, notícias e reportagens de atividades promovidas e realizadas pela SGI/BSGI, artigos de opinião sobre diversas temáticas, principalmente sobre assuntos relacionados ao exercício da fé no budismo, crônicas, ensaios, além das mensagens e discursos do líder Daisaku Ikeda. Além do mais, passou a ter semanalmente um caderno especial sobre alguma temática específica, como saúde, educação, direitos humanos, cultura e divisões da BSGI.

Essa reformulação no modo de se fazer o jornal possibilitou a divulgação das diversas atividades e festivais culturais promovidos pela instituição. Por meio de notícias e reportagens, observa-se que os eventos culturais publicados trazem em sua

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maioria a temática da arte e da cultura como uma ferramenta para paz. Em uma notícia sobre o “Encontro Cultural do Projeto Fênix”, publicada na edição 1517 em 31 de julho de 1999, consta:

Com o tema “A arte como um instrumento para a paz”, o evento foi aberto com uma pequena exposição retratando os problemas que afligem a humanidade, como a guerra e a violência e também apresentando a proposta de paz do presidente Ikeda deste ano, assim como os movimentos e as atividades da SGI em prol da paz, da cultura e da educação (BRASIL SEIKYO, 1999).

A matéria trata de um evento cultural realizado pela BSGI voltado não apenas aos associados da organização, mas também a simpatizantes. Diz a notícia que a atividade “por meio da dança e da arte, objetiva apresentar à sociedade os ideais da SGI e levar esperança a todas as pessoas”. Embora o evento cultural traga as temáticas da arte e da cultura como instrumentos para a paz, observa-se que essas temáticas tornam-se também ferramentas para atrair novos adeptos. Já na edição 1518, publicada em 07 de agosto de 1999, o Brasil Seikyo divulgou um caderno especial abordando o tema cultura. Em entrevista para o periódico, o artista plástico Paullo Ramos, também associado da BSGI, fala sobre as atividades realizadas pelo Departamento Artístico da instituição e da importância da arte no cotidiano das pessoas e a relação desta com o budismo de Nichiren Daishonin. Para ele, a arte, assim como a prática budista, possibilita cada um compreender a responsabilidade e grandiosidade como ser humano. No mesmo caderno, incluem-se referências de páginas da internet sobre artes, curiosidade sobre músicas, uma matéria sobre os conceitos de arte e um diálogo entre Ikeda e René Huyghe, professor do Collège de France e ex-presidente do Conselho Artístico dos Museus Nacionais da França, sobre a arte e a relação com o budismo.

Em algumas edições, entre 1999 e 2001, o jornal publicou cadernos especiais sobre cultura. Nessas edições, as produções jornalísticas abordaram, além de atividades culturais da BSGI, eventos culturais ocorridos em museus, resenhas de livros (mas quase sempre enfatizando a visão budista sobre a obra), histórias de canções e peças teatrais e artigos sobre a arte e cultura no cotidiano. Em artigo assinado por Bernardo Lins, “Cultura e arte – base para o avanço no dia-a-dia”, edição 1660 do dia 01 de dezembro de 2001, o autor do texto desenvolve sua argumentação a partir dos ataques terroristas de 11 de setembro e elucida como a arte e pode contribuir para a paz pela

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influência que ela exerce. Ele cita também artistas que ao longo dos séculos, por meio de suas obras, contribuíram para as mudanças sociais, levando as pessoas a refletirem sobre diversos assuntos.

Verifica-se que “paz” é um termo muito recorrente nas publicações deste periódico. No artigo “Diálogo: sublime arte de integração entre as pessoas”, assinado pela associada da BSGI Arteruza Faria Leal e publicado em 02 de fevereiro de 2002, a autora escreve que “a arte une as pessoas em sua essência, fazendo-as compartilhar sentimentos mais profundos ou até mesmo o seu cotidiano”. A bailarina defende que arte tem a capacidade de promover diálogos e união entre os seres humanos. Citando o líder budista Daisaku Ikeda, a autora do texto registra que a arte é um importante recurso que possibilita a construção da paz na sociedade.

Em artigo publicado em 15 de junho de 2002, redigido pela associada da BSGI Bianca de Munhoz Minghett, intitulado “A filosofia da arte e a filosofia humanística de Nitiren Daishonin”, a autora do texto elucida as semelhanças da arte com os princípios do budismo. Baseando-se no conceito budista dos “dez estados de vida”, ela justifica que arte contribui para uma mudança interior do ser humano, possibilita atribuir significados ao mundo sendo inseparável dela, produz harmonia com o ambiente e eleva a condição espiritual de quem produz e de quem aprecia uma obra de arte. Nesse sentido, a arte se assemelha aos estados de “erudição” e “absorção” em que o ser humano busca o conhecimento e consegue compreender os fenômenos que o permeiam. Durante a história do jornal, observou-se grande quantidade de textos jornalísticos informando sobre as atividades promovidas pela BSGI e suas ações no campo da cultura. A notícia “arte pela paz pede ‘não’ a violência ‘não’ a violência”, do dia 28 do agosto de 2004, repercute a atividade cultural e artística realizada pela instituição que tem como foco refletir sobre a violência cotidiana e como a arte e a cultura podem propiciar a construção de uma sociedade pacífica. Constata-se no material jornalístico produzido que as manifestações artísticas apresentadas no evento abordaram questões como o racismo, a violência institucional, as armas nucleares e a desigualdade social, além de destacar os grupos da organização que se apresentaram no evento. No mesmo ano, no dia 06 de novembro, edição 1770, o Brasil Seikyo publicou um ensaio sem autoria intitulado “Arte-um veículo de transformação”, em que a arte é descrita como um meio de aprimoramento interior e realização do indivíduo.

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Em edições dos anos posteriores, como a edição 1812 de 17 de setembro de 2005, notou-se que as publicações veiculadas tiveram por objetivo relatar as atividades em que os grupos da BSGI participaram, conforme observado nas notícias “Grupos da BSGI espalham humanismo na sociedade” e “Bandas da BSGI se apresentam em desfiles cívicos pelo Brasil”. De modo semelhante, a matéria “Dança é o destaque de mais uma edição do Arte pela Paz”, da edição 1864 publicada em 21 de outubro de 2006, buscou divulgar a atividade “Arte pela Paz” promovida pela instituição. Já a matéria “Incentivo à Cultura”, edição 1841 do dia 29 de maio de 2006, evidencia as contribuições da SGI no mundo, citando o exemplo da fundação da Associação de Concertos Min On no Japão que possibilitou a apreciação de obras de arte e concertos musicais por várias camadas da população daquele país.

Entre as publicações voltadas ao campo cultural no ano de 2009, o Brasil Seikyo, na edição 1972 de 24 de janeiro, trouxe um caderno especial sobre literatura. Constavam nas matérias publicadas, os benefícios da prática da leitura, indicações de livros e experiências e impressões dos associados da BSGI com as obras da literatura mundial.

Verificou-se que do ano de 2010 até o ano de 2018 houve uma diminuição nas publicações sobre arte e cultura no periódico budista. Grande parte da produção jornalística enfatizou atividades culturais e exposições realizadas pela organização. Os textos que fogem do foco institucional procuram comparar produções culturais e as relações do cotidiano dos associados e como a prática budista se insere neste contexto. Um exemplo disso é encontrado no ensaio escrito pelo líder budista Daisaku Ikeda e publicado na edição 2259 do dia 24 de janeiro de 2015. No texto são abordadas duas obras da literatura mundial, Os Miseráveis, de Victor Hugo, e o Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, e como a vida dos protagonistas Edmund Dantés (O Conde de

Monte Cristo) e Jean Valjean (Os Miseráveis) ajuda na compreensão de alguns

fundamentos budistas. Ikeda usa a relação de Dantés com abade Faria na prisão para explicar o princípio budista da relação de mestre e discípulo. Na ocasião, o marinheiro é vítima de um complô e permanece anos no cárcere. Lá conhece Faria, de quem recebe orientações e treinamentos. Após sair da prisão, Dantés volta para se vingar dos seus inimigos e construir uma nova vida tendo como base os aprendizados que teve com o abade. Pela perspectiva budista, a obra se assemelha ao princípio da relação de mestre e discípulo a partir do momento em que Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai,

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sai da prisão13 no Japão Pós-guerra e se “vinga” das autoridades criando um movimento religioso de paz, cultura e educação, seguindo os ensinamentos do seu mestre Tsunessaburo Makiguti. Sobre Valjean, o líder da SGI compara a vida do personagem ao fundamento budista da Revolução Humana, tendo em vista que este passou a sua vida buscando torna-se um ser humano melhor e mais generoso.

Reparou-se que durante o ano de 2016 o jornal Brasil Seikyo veiculou poucas matérias sobre arte e cultura. Das poucas matérias publicadas durante todo ano, ganha destaque a notícia “Da Cultura de Violência para a Cultura de Paz”, da edição 2334 de 06 de agosto, que relata uma exposição cultural idealizada pela instituição e que visa refletir sobre as tragédias do mundo e as consequências da utilização das armas nucleares.

A partir da observação dos textos sobre arte e cultura publicados no periódico, embora sendo uma pequena amostra, entre os anos 1995 e 2016, foi possível levantar algumas hipóteses que servirão de orientação para um futuro trabalho. Sendo isso, algumas tendências foram identificadas em torno do jornalismo cultural praticado pelo Brasil Seikyo: a) a arte e a cultura são abordadas pela perspectiva humanista, b) arte e cultura são ferramentas para a construção de uma cultura de paz, c) arte e cultura são atrativos para cooptação de novos adeptos ao movimento budista da BSGI, d) os textos sobre a arte e a cultura servem como instrumentos de suporte para a compreensão dos princípios do budismo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho, por meio da pesquisa exploratória, buscou identificar as aproximações do jornalismo cultural (editoria que cobre os campos da arte e da cultura) com a religião no jornal Brasil Seikyo, pertencente à instituição budista BSGI. O corpus deste artigo foi estabelecido através de amostra aleatória dos textos publicados, entre os anos 1995 e 2016, que trazem a temática da arte e da cultura nas páginas do principal veículo de comunicação dessa organização. Sendo assim, tratando-se de uma pesquisa inicial, procurou-se observar as tendências e os enfoques dados pelo periódico sobre os

13 Os fundadores da Soka Gakkai Tsunessaburo Makiguti e Josei Toda foram presos na segunda guerra

mundial por não aceitarem o talismã Xintoísta imposto pelo governo militar da época. Na ocasião, Makiguti, presidente da organização e mestre de Josei Toda faleceu na prisão por desnutrição e Toda assume o compromisso de expandir a organização pelo Japão.

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campos artístico e cultural em suas publicações e a partir dessa observação formular as hipóteses da futura dissertação de mestrado do autor.

Com base no material analisado, foi possível levantar algumas hipóteses de como o jornal Brasil Seikyo aborda as temáticas da arte e da cultura em suas publicações. Foram identificadas, assim, quatro tendências principais sobre a relação da arte e cultura com o periódico budista: a) a arte e a cultura são abordadas pelo jornal pela perspectiva humanista. Tal hipótese foi elaborada pelo fato de haver nos textos publicados no Brasil Seikyo que enfatizam o cultivo da alma, o cultivo do espírito, elevação da condição de vida do indivíduo, o respeito à vida e aos seres humanos e pelo humanismo ser um princípio que norteia a filosofia do budismo. Neste caso, o humanismo pode ser entendido tanto pela perspectiva do Renascimento, como pela perspectiva do budismo.

No entendimento de Burckhardt (1991), o Renascimento desfez a ideia de que o ser humano, pelo véu do tecido da fé e de preconceitos infantis, se enxergava apenas como membro de uma raça, de um povo, de um partido, de uma família ou corporação. O Renascimento, segundo o autor, possibilitou a ênfase no lado subjetivo do ser humano, sendo que este “se tornava um indivíduo espiritual e se reconhecia como tal” (BURCKHARDT, 1991, p. 81). Sendo assim, nessa época, começou a fervilhar individualidades e o veto colocado sobre a personalidade humana dissolveu-se. Com isso, personalidades começaram a se expressar por meio das artes, do pensamento e dos debates.

Pela ótica do budismo, o humanismo é entendido como o direito de cada ser humano cultivar a sua revolução humana, ou seja, mudar o seu coração positivamente, o respeito à dignidade da vida, a igualdade entre todos os seres humanos e o altruísmo entre as pessoas (BSGI/SA). Na concepção de Ikeda (2008), o humanismo pode ser compreendido como o surgimento de um indivíduo inspirado por uma experiência mística integrada à essência do seu ser. Esse indivíduo, nas palavras do autor, proporciona ao espírito humano o poder de libertar-se de um confinamento individual e se elevar ao nível de amor humanitário.

A segunda hipótese levantada é: b) a arte e a cultura são ferramentas para a construção de uma cultura de paz. Esta hipótese foi formulada pela ênfase que os textos dão sobre como a arte e a cultura podem ser instrumentos uteis para a construção de uma sociedade pacífica. Para Cabral, Gothardo e Murback (2014, p. 167), a cultura de

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paz é a “junção da ausência de violência direta, presença de justiça e desenvolvimento social que busca oferecer ao sujeito a integralidade dos seus direitos e de suas necessidades básicas e plenas como pessoa humana”. Além disso, é uma opção no sentido de “fomentar novos repertórios comportamentais e novos olhares que despertem atitudes efetivas contra a naturalização da violência” (ibidem).

Mas como a arte e a cultura podem contribuir para a consolidação de uma cultura de paz? Na visão de Faria (2013), a arte e a cultura contextualizadas em cenários que promovam a cultura de paz são importantes instrumentos na sensibilização das “pessoas para novos olhares que não a embrutecida vida cotidiana das cidades, como formação de valores, ou mesmo para despertar o interesse pela arte em grandes coletivos” (FARIA, 2013, p. 26). Já para Garcia (2013) a arte possibilita a aproximação daqueles que não participam de uma mesma cultura e serve como um processo de reconciliação entre pessoas e povos.

Outra hipótese levantada nesta pesquisa se dá pela quantidade de matérias que visam divulgar as apresentações dos grupos da BSGI ou as atividades culturais promovidas pela instituição. Dessa forma, acredita-se que: c) a arte e a cultura são instrumentos para atrair novos adeptos ao movimento budista, sendo que, segundo Murayama, a organização sempre enfatizou a importância de aumentar o seu número de membros no país. Presume-se que, com base na leitura do material, que: d) os textos sobre a arte e a cultura servem como instrumentos de suporte para a compreensão dos princípios do budismo. Essa hipótese é formulada tendo como base os textos que buscam fazer comparações e elucidações de produções culturais com princípios que embasam a prática budista.

REFERÊNCIAS

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