Audiência Pública
Comissão Especial PEC 287/2016
Câmara dos Deputados
Brasília, 16 de março de 2017
Eduardo Fagnani
Professor do Instituto de Economia da Unicamp
Reforma da Previdência:
Fortalecimento da
Acesso
Versão digital
www.anfip.org.br
www.dieese.org.br
www.plataformapoliticasocial.com
Eduardo Fagnani 3Os dois documentos são um convite dos autores para um debate amplo,
plural e democrático, mobilizados em defesa da cidadania conquistada com
a promulgação da Constituição de 1988.
Dirigem-se a toda classe trabalhadora; aos sindicatos, associações e
movimentos sociais que se mobilizam em defesa da Previdência e da
Seguridade Social; às entidades de representação profissional e
empresarial comprometidas com o aperfeiçoamento das regras da
Previdência e Assistência Social; aos partidos e parlamentares que
irão discutir a reforma da Previdência na sociedade e no Congresso
Nacional; e por fim, ao governo que é autor da Proposta de Emenda
Constitucional n. 287/2016
ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO
1. O CONTEXTO MAIS AMPLA DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA 2. PREMISSA QUESTIONÁVEL: A QUESTÃO DO “DÉFICIT” 3. PREMISSA QUESTIONÁVEL: O FATALISMO DEMOGRÁFICO
4. COMO GARANTIR O EQUILÍBRIO FINANCEIRO NO LONGO PRAZO?
4.1. Aspectos relacionados à Previdência e à Seguridade Social.
4.2. Aspectos relacionados a política macroeconômica.
1. O CONTEXTO MAIS AMPLA DA REFORMA DA
PREVIDÊNCIA
Austeridade econômica e Estado Social
Ajuste fiscal ou mudança do modelo de
sociedade pactuado em 1988?
Eduardo Fagnani 7
O questionável consenso de que
o desajuste fiscal é provocado
BRASIL E PAÍSES SELECIONADOS
Fontes:
Estatísticas da OCDE. Gasto Social (SOCX). Somente gasto público direto. Base de Datos de Inversión Social (Cepal) Gasto Social do Governo Central (2002-2015) (Secretaria do Tesouro Nacional/SIAFI/DISOR)
0 5 10 15 20 25 30 35 % d o PIB Países 2015 2000 1990
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional (2016)
A Constituição de 1988 representa um marco no processo de construção do Estado de bem-estar brasileiro.
Pela primeira vez em mais de 500 anos, os trabalhadores rurais passaram a ter os mesmos direitos previdenciários que os
trabalhadores urbanos; e com quarenta anos de atraso em relação aos países desenvolvidos foi instituído o programa Seguro-Desemprego. Em 1988, também foi introduzido o piso de aposentadoria equivalente ao salário mínimo para evitar a corrosão real dos benefícios, como ocorria na ditadura militar.
E, a partir de 1996, com a regulamentação da Lei Orgânica da
Assistência Social (Loas), deu-se início à implantação do programa de Benefícios de Prestação Continuada (BPC), destinado aos portadores de deficiência e pessoas idosas, com 65 anos ou mais, com elevada vulnerabilidade social (renda per capita igual ou inferior a ¼ de salário mínimo).
Em suma, o gasto social no Brasil não é ponto fora da curva do
cenário internacional e reflete fenômeno global associado ao avanço do processo democrático em sociedades industrializadas.
2. PREMISSA QUESTIONÁVEL:
Contrapontos ao discurso sobre o “déficit” na
previdência
Aposentadoria por idade 38% Saúde/doenças 28% Família/crianças 8% Invalidez 7% Pensões 6% Custos administrativos 3% Outras despesas 1% Outros benefícios 9%
FIGURA 4 - PROTEÇÃO SOCIAL NA OCDE (EU-28) - ESTRUTURA DA DESPESA 2012 (EM %)
Fonte: Eurostat
13
2012 Fonte: Eurostat 75,6 63,2 51,9 51,1 47,9 47,4 47,3 45,0 44,7 43,2 38,0 35,8 35,4 34,9 33,6 19,1 11,5 25,1 36,5 28,9 35,3 34,6 28,3 32,3 25,7 42,0 39,9 36,5 32,0 41,5 34,5 30,9 8,0 8,1 9,6 12,7 14,9 12,5 15,2 18,0 23,3 12,4 19,8 26,0 20,1 20,3 30,3 36,5 4,8 3,6 1,9 7,4 2,0 5,5 9,2 4,7 6,3 2,4 2,3 1,7 12,5 3,3 1,6 13,5 0% 20% 40% 60% 80% 100% Dinamarca Irlanda Suécia Reino Unido Itália Finlândia Portugal Europa dos 15 Luxemburgo Espanha Bélgica Áustria Grécia França Alemanha Países Baixos Em % do Total P a is e s
Eduardo Fagnani 15
FIGURA 3 – FONTES DE RECEITA DA PROTEÇÃO SOCIAL NA OCDE (EU-15) (EM % DO PIB) 2012 FONTE: EUROSTAT 28,2 16,2 15,5 14,5 14,5 14,1 13,5 13,4 11,7 11,7 11,3 11,3 10,8 10,6 10,3 6,5 4,3 11,4 11,3 10,7 8,2 5,6 9,7 8,0 13,9 12,3 10,2 6,5 10,5 10,8 10,6 10,5 3,0 3,0 4,1 4,5 3,6 1,8 5,4 4,3 6,8 6,1 6,4 5,9 3,1 7,7 9,3 12,4 1,8 1,8 0,6 2,1 1,4 2,6 1,1 4,0 1,6 4,6 0 10 20 30 40 Dinamarca Suécia Finlândia Itália Reino Unido Irlanda Europa dos 15 Portugal França Bélgica Grécia Luxemburgo Espanha Áustria Alemanha Países Baixos % do PIB P aí se s
Esse modelo inspirou a instituição do Orçamento da Seguridade Social estabelecido pelo artigo 195 da Constituição de 1988.
O artigo 194
estabelece que a Seguridade Social é integrada pelos setores da previdência, saúde, assistência social e seguro-desemprego.O artigo 195
estabeleceu o Orçamento da Seguridade Social, integrado pelas seguintes fontes principais:• Receitas da Contribuição previdenciária para o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) pagas pelos empregados e pelas empresas;
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das Empresas (CSLL);
• Contribuição Social Para o Financiamento da Seguridade Social COFINS); • Contribuição para o PIS/PASEP para financiar o Programa do Seguro –
Desemprego
• Receitas das contribuições sobre concurso de prognósticos e Receitas próprias de todos os órgãos e entidades que participam desse Orçamento.
17
Eduardo Fagnani
FIGURA 4 – SUPERAVIT DA SEGURIDADE SOCIAL (EM MILHÕES CORRENTES)
2007-2015.
Fonte: ANFIP in Análise da Seguridade Social 2015. 72,0 64,3 32,2 53,9 75,8 82,8 76,4 55,6 11,3 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
R$ AnosSe a Previdência é parte da Seguridade Social; e se
o Orçamento da Seguridade Social é superavitário;
então, de onde vem o suposto déficit?
O déficit vem da não contabilização da contribuição
do governo como receita da Previdência.
Como falar em ”déficit” de R$ 85 bilhões (2015) se
nenhum centavos dos R$ 260 bilhões arrecadados
pela COFINS e CSLL foi aplicado na Previdência?
Para o MPAS, desde 1989 a Previdência não faz
parte da Seguridade Social.
PREVIDÊNCIA: REFORMAR PARA EXCLUIR? 19
Um rombo federal. Entrevista com Jáder Barbalho.
Veja, 31/5/1989.
“O problema do déficit da previdência social está sendo gerado por fatores externos à previdência social. Do COFINS a que a Previdência teria direito, só foi
repassado 0,32%.O que a Secretaria de Planejamento argumenta é que esse dinheiro foi repassado
para outros setores do governo que compõem o conjunto da seguridade social – que abrange o ministério da Saúde e até mesmo os pensionistas da União. Além disso, outra fonte de renda, a
Contribuição Social sobre os Lucros das empresas (CSLL reduziu-se ao meio. De um
total de três bilhões, a Previdência só recebeu 1,5 bilhão de cruzados novos.”.
Perguntado pelo jornalista se seria “ético transferir dinheiro da Previdência para pagar
pensionistas da União”, como fez o então ministro do Planejamento João Batista de Abreu, o ministro retrucou e voltou a admitir a inconstitucionalidade das ações do governo do
qual fazia parte:
“Não vou discutir ética. Não interessa o conflito meu com o João Batista. As conversas com ele têm sido amigáveis. O grande problema do ministro do Planejamento é que ele tem vários déficits para administrar. Na hora que eu pedir para ele mandar o COFINS para Previdência, ele pode chegar e perguntar: ´Como é que eu vou pagar os pensionistas
da União?` (...) Todo mundo deve ser pago com o dinheiro da seguridade social,
Nova “Contabilidade Criativa” República
“Déficit” da Seguridade Social?
O RPPS é parte da Seguridade?
Desprezo pela Constituição da República
O importante posicionamento da OAB Nacional
As inconsistências do “modelo” de
projeção atuarial” do governo brasileiro
21
6,4 4,3 8,8 5,4 4,5 3,7 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 1 9 9 5 1 9 9 7 1 9 9 9 2 0 0 1 2 0 0 3 2 0 0 5 2 0 0 7 2 0 0 9 2 0 1 1 2 0 1 3 2 0 1 5 % DO PI B BRASIL, 1995/2015
PIB - Crescimento efetivo (média 2,62%a.a) PIB - Crescimento de 1% a.a.
PIB - Crescimento de 3,5% a.a. PIB - Crescimento de 4,5% a.a. PIB - Crescimento de 5,5% a.a.
3. PREMISSAS QUESTIONÁVEIS
:
O impacto da demografia nas finanças da
Previdência
•
A longevidade é desejável
•
O envelhecimento não é o fim do mundo
•
Muitas nações enfrentaram sem destruir o sistema
de proteção social
23
HÁ ALTERNATIVAS
O problema não é a demografia, e sim a ausência de projeto de
desenvolvimento para o país.
A experiência internacional dos fundos soberanos financeiros
baseados em receitas de petróleo e gás
Mudar a incidência dos impostos, da base salarial
para a taxação sobre a renda e riqueza financeiras
.
Limites do indicador “Razão de dependência de Idosos”
1. Somente o trabalhador financia a previdência?
2. É um indicador apropriado para o século 21?
4. COMO GARANTIR O EQUILÍBRIO FINANCEIRO
NO LONGO PRAZO?
4.1. Aspectos relacionados à Previdência e
à Seguridade Social.
25
Organizar a Seguridade segundo
ordena a Constituição da
República
Exigir que as receitas da
Seguridade Social sejam
Enfrentar a questão da DRU
Enfrentar a questão das renúncias
tributárias que incidem sobre o
Eduardo Fagnani 29
FIGURA 2 – DRU: CAPTURA DE RECEITAS DA SEGURIDADE (EM R$ BILHÕES NOMINAIS E % DO PIB)
2005-2015
Fonte: Relatório Resumido de Execução Orçamentária – RREO/STN
32 34 39 40 39 46 50 55 60 60 61 1,5% 1,4% 1,4% 1,3% 1,2% 1,2% 1,2% 1,1% 1,1% 1,1% 1,0% 0,0% 0,2% 0,4% 0,6% 0,8% 1,0% 1,2% 1,4% 1,6% 0 10 20 30 40 50 60 70 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 % do P IB R $ Anos
(EM R$ MILHÕES CORRENTES) ANOS SELECIONADOS
Fonte: Receita Federal, Ministério da Fazenda. Demonstrativo dos Gastos Tributários. PLOA (projeções) e Relatório de Bases Efetivas. 18686 67354 157647 0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000 160000 180000 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 R$ Anos
Eduardo Fagnani 31
Alterar a forma de contabilizar as renúncias
tributárias nas contas da Previdência
Extinguir as desonerações patronais sobre a folha
de pagamento
Rever as isenções previdenciárias para entidades
filantrópicas
Agronegócios: fim das isenções e maior
Reforçar a fiscalização e a
gestão financeira e
Eduardo Fagnani 33
FIGURA 5 – DÍVIDA ATIVA – DÉBITOS PREVIDENCIÁRIOS (EM MILHÕES CORRENTES)
2011-2015 FONTE: ANFIP (2106). 183.295 251.215 349.551 R$ 2.525 (1,36%) R$ 3.818 (1,5%) R$ 1.127 (0,32%) 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 400.000 2011 2013 2015 M ilh õ e s co rr e n te s Anos
Combate à sonegação, pela melhoria
da fiscalização e da inspeção do
35
Eduardo Fagnani
FIGURA 6 – RGPS - ESTIMATIVA DE RECEITA SONEGADA PELA NÃO FISCALIZAÇÃO (EMPREGOS SEM CARTEIRA)
(EM BILHÕES DE 2015) 2015
Fonte: FILGUEIRAS e KREIN (2016).
41,6
5,7
46,8
R$
Tipo de contrato de trabalho
Empregados no Setor Privado
Empregados Domésticos
ARRECADAÇÃO PELO MAIOR RIGOR NA FUISCALIZAÇÃO (EM BILHÕES DE 2015)
2015
Fonte: KREIN e FILGUEIRAS (2016)
5,0
8,8
17,0
13,043,8
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 R $ Bi lh õ e sSalários não pagos ou "pagamento por fora" Acidentes de Trabalho e Benefícios Acidentários
Acidentes de Trabalho cadastrados como Doença Comum Ocultação de Acidentes, Riscos e FAP
4. COMO GARANTIR O EQUILÍBRIO FINANCEIRO
NO LONGO PRAZO?
(continuação)
4.2. Aspectos relacionados à política
macroeconômica.
37
A importância do crescimento
econômico
Ajustar para crescer ou crescer
para ajustar?
Potencializar as receitas pela
inclusão dos trabalhadores
Eduardo Fagnani 39
Gráfico 1: PIB real do Brasil, evolução trimestral
Fonte: IBGE – Sistema de Contas Trimestrais. Evolução do PIB real, média de 2004 = 100. Elaboração ANFIP e Fundação ANFIP (ANFIP 2015)
Saldo de contratações de empregados com vínculo formal de emprego (em mil) 2000 a 2016
Fonte: CAGED (MTE). *Saldo de contratações até setembro de 2016.
658 591 958 869 1768 1549 1519 1911 1666 1325 2657 2109 1326 1058 565 -1425 -718 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 -3.000 -2.000 -1.000 0 1.000 2.000 3.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016*
Eduardo Fagnani 41
Taxa de Desemprego (%) - 2002 a 2015
Fonte: Pesquisa Mensal de Emprego (IBGE).
12,5 12,4 13,1 10,8 10,4 10,2 8,5 8,9 7,3 6,4 6,0 5,8 4,8 6,4 0 5 10 15 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Em %
Resultado do RGPS, urbano
(R$ bilhões nominais e % do PIB)
Fonte: MTPS. -13,6 -13,6 -12,5 -1,3 1,6 8,4 20,5 24,5 24,3 25,3 5,1 -0,6% -0,6% -0,5% 0,0% 0,0% 0,2% 0,5% 0,5% 0,5% 0,4% 0,1% -1,2% -1,0% -0,8% -0,6% -0,4% -0,2% 0,0% 0,2% 0,4% 0,6% 0,8% 1,0% 1,2% -30 -20 -10 0 10 20 30 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 EM % EM R$
RGPS- CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS (EMPREGADOR E TRABALHADOR) Taxa de crescimento real anual (2001-2016)
Elaboração: Denise Gentil
PREVIDÊNCIA: REFORMAR PARA EXCLUIR? 43
1,8 3,4 4,0 6,3 9,4 10,4 8,8 9,9 6,8 10,0 8,9 6,9 4,7 2,8 -6,2 -3,8 -8,0 -6,0 -4,0 -2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 % Anos
Recompor a capacidade financeira
do Estado: maior equidade na
distribuição dos custos do ajuste
Eduardo Fagnani 45
FIGURA 13 – GASTOS FEDERAIS DIRETOS COM JUROS E PREVIDÊNCIA (R$ BILHÕES CORRENTES)
(205-2015) BRASIL
Fonte: Banco Central.
158 162 502 145 165 436 0 100 200 300 400 500 600 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 RS Anos
Juros
Previdência
(2007-2016) / BRASIL
* Valores até novembro/2016. Fonte: Banco Central.
206 198 233 38 232 164 675 163 166 171 195 237 214 249 502 45 36 43 43 36 41 50 57
86
0 100 200 300 400 500 600 700 800 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016* R$ Anos Variação da DBGG Juros nominaisEduardo Fagnani 47
Recompor a capacidade
financeira do Estado: maior
equidade na distribuição dos
custos do ajuste
2. Revisar as renúncias
tributárias
FIGURA 1 – DESONERAÇÕES TRIBUTÁRIAS TOTAIS E SOBRE A SEGURIDADE SOCIAL
(EM R$ MILHÕES CORRENTES) – 2009-2015 ANO DESONERAÇÃO TOTAL* % PIB* DESONERAÇÕES DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS TOTAL DAS DESONERAÇÕES DE RECEITAS DA SEGURIDADE SOCIAL % PIB Contribuição Previdência Social Cofins CSLL PIS-Pasep 2009 116.098 3,65 17.905 29.418 6.087 5.651 59.061 1,85 2010 113.861 3,60 18.183 33.883 8.333 6.955 67.354 2,02 2011 152.406 3,68 21.156 34.618 5.830 6.542 68.146 1,75 2012 182.410 4,15 24.412 41.376 6.976 8.145 80.909 1,78 2013 225.630 4,66 33.743 46.142 8.788 9.060 97.733 1,97 2014 253.902 4,92 57.012 58.510 9.301 11.639 136.462 2,60 2015 282.437 4,93 62.519 70.538 10.490 14.100 157.647 2,75
Fonte: Receita Federal (Ministério da Fazenda). Demonstrativos de gastos tributários. PLOA (projeções) e Relatório de Bases Efetivas.
Eduardo Fagnani 49
Recompor a capacidade financeira do
Estado: maior equidade na distribuição
dos custos do ajuste
3. Combater a sonegação de
impostos
– 2015 TRIBUTO CARGA TRIBUTÁRIA (R$MILHÕES) % DO TOTAL % DO PIB INDICADOR DE SONEGAÇÃO ESTIMADO (% DO TRIBUTO) SONEGAÇÃO ESTIMADA (R$MILHÕES) % PIB TOTAL 1.951.452 100,00% 33,10% 23,20% 452.968 7,70% IR (1) 322.101 16,50% 5,50% 28,10% 90.621 1,50% IPI 49.266 2,50% 0,80% 33,40% 16.434 0,30% IOF 34.693 1,80% 0,60% 16,60% 5.742 0,10% II 39.015 2,00% 0,70% 24,80% 9.687 0,20% CONTR. PREVID. 371.814 19,10% 6,30% 27,80% 103.178 1,70% COFINS 201.673 10,30% 3,40% 22,10% 44.630 0,80% CSLL 61.382 3,10% 1,00% 24,90% 15.278 0,30% PIS-PASEP 53.781 2,80% 0,90% 22,10% 11.902 0,20% FGTS (2) 113.529 5,80% 1,90% 27,80% 31.504 0,50% ICMS (3) 406.978 20,90% 6,90% 27,10% 110.454 1,90% ISS (4) 54.110 2,80% 0,90% 25,00% 13.538 0,20% OUTROS (5) 243.109 12,50% 4,10% (-) (-) (-) Fonte: SINPROFAZ. Sonegação no Brasil – Uma Estimativa do Desvio da Arrecadação do Exercício de 2015. Brasília. Jun. 2016.
Eduardo Fagnani 51
Recompor a capacidade financeira do
Estado: maior equidade na distribuição
dos custos do ajuste
4. Combater a elisão fiscal
Recompor a capacidade
financeira do Estado: maior
equidade na distribuição
dos custos do ajuste
6. Reforma tributária que
enfrente a injustiça fiscal
Eduardo Fagnani 53
A superação das
inconsistências do
regime
macroeconômico e
fiscal brasileiro
55
DISPONIBILIDADES DO GOVERNO FEDERAL NO BANCO CENTRAL (EM R$ MILHÕES CORRENTES)
2006-2015
Fonte: Banco Central.
100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 700.000 800.000 900.000 1.000.000 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
57
Eduardo Fagnani
FIGURA 8 – CINCO CENÁRIOS
IMPACTO DAS TRANSFERÊNCIAS DE RENDA NA CONDIÇÃO DE EXTREMA POBREZA
(EM %, POR IDADE) 2014
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 0 2 4 6 8 101214161820222426283032343638404244464850525456586062646668707274767880 P orce nt age m %
Extrema pobreza atual
Extrema pobreza sem a previdência
Extrema pobreza sem previdência e pensão Extrema pobreza sem previdência, pensão e BPC
Idade Fonte: IBGE/Pnad.
Questão central
•
Que país temos?
•
Que país queremos?
•
Que país a reforma da Previdência
As desigualdades brasileiras na comparação
internacional.
PREVIDÊNCIA: REFORMAR PARA EXCLUIR? 59
•
As desigualdades da renda e da riqueza
•
As desigualdades do mercado de trabalho
•
As desigualdades na expectativa de vida ao nascer
•
As desigualdades na expectativa de sobrevida aos 65 anos
•
As desigualdades na "expectativa de duração da
aposentadoria”
•
As desigualdades na "probabilidade de não atingir 65 anos de
idade”
•
As desigualdades na probabilidade de "vida sem saúde"
•
As desigualdades na "expectativa de vida saudável"
•
As desigualdades na saúde
•
Aposentadoria precoce ou perda de capacidade laboral?
•
As desigualdades na educação
IDH dos municípios brasileiros
Em termos de Desenvolvimento Humano, a análise das informações do IDH dos municípios brasileiros (2010), para os 5.565 municípios
brasileiros revela que:
• 40 municípios (0,8% do total) são classificados com IDH "Muito Alto"
(patamar próximo das nações da OCDE).
• 1.989 (34% do total) municípios são classificados com IDH "Alto"
(próximo do IDH do Brasil).
• 2.230 municípios (40 % do total) são classificados com IDH "Médio"
(semelhante ao de Botsuana, Gabão, Indonésia, Uzbequistão, El
Salvador, Bolívia e Iraque, por exemplo).
• 1.367 municípios (24,6% do total) são classificados com IDH "Baixo"
(padrão verificado no Congo, Zâmbia, Gana, Quênia, Paquistão,
Angola, Tanzânia e Nigéria, por exemplo).
• 29 municípios (0,5% do total) são classificados com IDH "Muito Baixo"
(algo próximo do Senegal, Afeganistão, Etiópia e Gâmbia, por exemplo).