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Traduçao de Graça Salgueiro

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Academic year: 2021

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     Traduçao de Graça Salgueiro

    A conferência do comissionado de paz, Sergio Jaramillo, na Universidade de Harvard em Massachussets na semana anterior, deixa muitas luzes para compreender o que na realidade os terroristas das FARC impõem aos mudos de De la Calle em Havana, em que pese o suspeito e estranho mecanismo de silêncio governamental frente às cataratas diárias de propaganda política dos bandidos, com a cumplicidade da ditadura cubana e dos governos da ALBA.

    Os mudos negociadores do governo sabem e se deixam submeter ao arbítrio das FARC, porque em Cuba não se negocia a paz, senão uma imperdoável cessão de legitimidade, com o argumento do acordo para terminar o conflito.

    Obviamente, esta figura dialética é um habilidoso estratagema comunista, imposto pelo médico Mauricio do Bloco Oriental a Enriquito Santos, e aos primeiros mudos que foram a Havana para ouvir e aprovar a agenda que as FARC lhes ditaram, para iniciar a farsa que já completa 17 meses sem nada favorável para a Colômbia e muitas vantagens

político-estratégicas para as FARC que gravitam sobre um Plano Estratégico enfrentado à politicagem re-eleicionista de Santos e seus silenciosos mensageiros em Cuba. Entretanto, a Colômbia que é a vítima, está desinformada e ninguém sabe nada do que diariamente os terroristas impõem.

    Em Harvard, Jaramillo reconheceu tacitamente a vantagem que as FARC ganharam ao aceitar que depois do enorme desgaste da dignidade nacional em Havana, o governo

colombiano se sentará nas regiões para ouvir imposições coordenadas pelos blocos e frentes das FARC, de acordo com os documentos programáticos do grupo terrorista, o trabalho político organizacional que as milícias bolivarianas e o Partido Comunista Clandestino fazem, durante a suposta fase de transição na qual os delegados do governo chegarão desarmados sem

presença de tropas nem justiça, com a tarefa de legitimar as zonas liberadas.

    Territórios de regime coletivo sem presença do Estado Central, similares aos que desde 1947 o Partido Comunista Colombiano, com as auto-defesas revolucionárias, ou os que encaixaram Tirofijo e Ciro Trujillo em Marquetalia e que depois fortaleceram em El Pato, El Guayabero, El Ariari, Viotá, Yacopí, Cimitarra, Guaviare, El Caguán, El Putumayo, El Cauca,

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etc., os comunistas armados e desarmados durante várias décadas.

    É o que em outra ocasião se chamou a transição: uma terceira fase depois da assinatura do acordo final, na qual se inicia um diálogo nos territórios para discutir entre todos como desenvolver e pôr em prática o que se acordou em Havana.

    Depois, Jaramillo reconheceu que Santos só se interessa pela re-eleição, pois não é importante que os bandidos das FARC continuem armados nessas regiões, onde contam com sua base sócio-política. Jaramillo ou é cínico ou é estúpido ao asseverar:  “Que as guerrilhas deixem as armas, é certamente uma condição incontornável da transição. Porém, não é a

principal”

    Para completar a submissão ante as FARC, Jaramillo asseverou: “Se requer a energia da paz para pôr em marcha as transformações que mantiveram o conflito vivo”

    Quer dizer, as FARC que ao longo de cinco décadas de criminalidade mórbida contra a Colômbia se caracterizaram pela barbárie, o terrorismo comunista e depois o narco-terrorismo e o narco-tráfico, são as que dizem e decidem como se deve governar a Colômbia, devido à inaptidão de tipos como Santos e Jaramillo, que ocuparam cargos públicos para outros fins distintos de governar.

    Em seguida, Jaramillo reafirmou com suas palavras que estava em Harvard cumprindo a ordem de procurar cenários internacionais de propaganda para o “pacifista” Santos, para sua re-eleição e, evidentemente, levando a corrente às FARC, para que não o repreendam mais em Cuba nem se deteriore o projeto re-eleicionista de Santos.

   “Não há possibilidade de que a Colômbia progrida de maneira equitativa e sustentada, se não resolvemos o problema do campo e esclarecemos e garantimos os direitos da

propriedade” . De passagem, Jaramillo se antecipou em reconhecer a fanfarronice das FARC de que nunca reconhecem que sua existência obedece ao interesse estratégico do Partido Comunista para tomar o poder, senão que o narco-terrorismo comunista contra a Colômbia é um conflito social, político e armado do “campesinato” contra a oligarquia defendida por tropas oficiais, ao afirmar: 

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    “Trata-se de fechar a brecha entre o mundo urbano e o mundo rural, que tem sido o cenário do conflito. Trata-se de pôr em marcha uma campanha de planejamento participativo para que entre comunidades e autoridades, se pense em características e necessidades do território... Trata-se de fazer valer os direitos e as capacidades das pessoas para que sintam como próprio o esforço da reconstrução. Há fracasso do modelo capitalista de chegar Estado... incredulidade dos camponeses frente aos programas de distintos governos” .

     Obviamente, essa reconstrução dirigida pelas FARC está em uníssono com o socialismo do século XXI. Por isso estão Maduro e os ditadores cubanos ao lado da mesa de

conversações, para que os terroristas cheguem ao poder e convertam a Colômbia em outro satélite de Cuba. Em seguida Jaramillo afirmou:  “Não se trata só de desmobilizar os grupos

armados mas de institucionalizar” .

    Porém, qual é o tipo de instituições a que se referiu Jaramillo? Sem dúvida, as instituições que convêm ao Plano Estratégico das FARC e do Foro de São Paulo: missões e organização de massas pró-comunistas e pró-terroristas como as de Maduro e Chávez na Venezuela, Correa no Equador, Evo na Bolívia, Ortega na Nicarágua e os Castro em Cuba.

    Depois Jaramillo intercedeu em favor da Comissão da Verdade pró-comunista que as FARC propõem, que de maneira suspeita coincide com o anúncio de Santos de reativar o espantalho popularesco do Conselho Nacional de Paz, que foi uma vergonha durante a administração Pastrana e o faz-me-rir de Belisario Betancur em 1984:  “Na Colômbia não haverá uma anistia geral. Tudo será feito no marco de nossas obrigações internacionais” .

    E, finalmente, utilizou o mesmo argumento propagandístico de Santos contra Uribe: “É necessário ouvir a voz das vítimas, não a dos que hoje se proclamam lutadores contra a impunidade e que ontem pouco ou nada fizeram por essas vítimas”

. Disse o presidente: 

“qualquer acordo ao qual cheguemos com as FARC, terá que ser submetido a um mecanismo de referendação”

.

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os delegados do governo Santos não são só mudos mas convidados de pedra. Que por falta de um Plano Estratégico governamental, as FARC utilizaram a experiência acumulada em conversações anteriores com outros governos e, evidentemente, aplicaram todas as argúcias que seus cúmplices comunistas lhes permitem, e a estultícia derivada da vaidade

re-eleicionista de Santos.

    De maneira muito breve e quase imperceptível Jaramillo mencionou os dois pontos acordados, e seu discurso foi mais emotivo e politiqueiro que racional ou científico. Seu objetivo e preocupação era transcender fronteiras com a imagem pacifista e a “necessária” re-eleição de seu patrão Juan Manuel Santos.

    Pareceu que por ignorância ou não se sabe se por cinismo, os delegados de Santos em Havana não querem se dar conta de que as FARC se apropriaram da argumentação das

necessárias mudanças sociais, políticas e econômicas para integrar as regiões com o país, que ao considerar como secundária a entrega ou deixação de armas ou como a chamem, os

bandidos se fortalecerão nas regiões, crescerá a guerra e talvez surgirão grupos de auto-defesa que desencadearão novas ondas da violência crônica que tem sangrado a Colômbia por décadas.

    Esta é a crua realidade do que sucedeu em Havana durante 17 meses de estéreis

conversações, materializada em uma exposição demagógica, politiqueira e sem visão de nação nem de pátria, por parte do mesmo funcionário oficial que antes foi uribista e hoje agride seu antigo amo e, inclusive de maneira errônea, dirigiu a seu bel prazer os conteúdos dos

computadores de Raúl Reyes até chegar ao vergonhoso episódio que uns magistrados com duvidoso sentimento de colombianos, ditaram o alegre conceito de que esses computadores não eram prova válida para ajuizar os bandidos de colarinho branco que aprecem lá

relacionados com as FARC.

    Então, quem pede ou quem pode pedir contas a Santos e seus representantes mudos em Havana pelos graves erros históricos, políticos e estratégicos que estão cometendo ao

legitimar as FARC?

 Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido

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Analista de assuntos estratégicos –  www.luisvillamarin.com  

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