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DAS FÁBRICAS À ESCOLA: ANÁLISE DAS RELAÇÕES DE TRABALHO SOB A PERSPECTIVA DOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO EM FRANCA.

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DAS FÁBRICAS À ESCOLA: ANÁLISE DAS RELAÇÕES DE TRABALHO SOB A PERSPECTIVA DOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO EM FRANCA.

SOARES, Maísa Stefani1

PIVESSO, Letícia Pasquini2

BARBOSA, Aldovano Dantas³

Eixo Temático: 10 - Desenvolvimento humano, relações de trabalho e políticas públicas

RESUMO

O propósito desse artigo é explanar as perspectivas de trabalho advindas de estudantes de uma escola pública de Franca através da observação da prática docente e discente dentro do ambiente escolar, sobretudo do período noturno, e estabelecer um debate a cerca das relações de trabalho que permeiam o ideário construtivo e reflexivo da demanda na escola e ensino público brasileiro. Sendo assim, através da análise de conjuntura social e política na comunidade envolta a escola e na visão relacionada ao acesso à informação, tem-se a problemática que o traz o paradoxo entre trabalho e educação, e a construção cada vez mais presente entre o jovem da escola pública sobre a questão do trabalho em detrimento as perspectivas de futuro, direcionadas a recortes de classe presente na formação desigual da sociedade brasileira e que se reflexionam no abandono da escola e posteriormente ao acesso à universidade.

Palavras-Chave: Relações de trabalho, Ensino Médio, Escola Pública.

1

FCHS – Unesp Franca. Graduanda em História. maisa.stsoares@gmail.com

2

FCHS – Unesp Franca. Graduanda em História. leticia.pivesso@gmail.com

³

Secretaria Estadual de Educação – Professor. FCHS – Unesp Franca – Doutorando.

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1. INTRODUÇÃO

Primordialmente é necessária a explicativa de que este artigo se propõe a expor e trazer as devidas problemáticas sobre duas perspectivas da relação entre trabalho e educação, sendo os eixos a perspectiva discente em relação escola e trabalho, e a discussão sobre a relação teórica a respeito da proletarização dos professores.

Antes de tudo é necessário entender sobre um viés da história regional de Franca e a relação com o mercado, para assim traçar um parâmetro de relação e influência dentro do ambiente escolar. A relação entre trabalho e educação, é uma relação de identidade, os homens aprendiam como trabalhar, trabalhando, lidando com a natureza e relacionando-se uns com os outros, assim, educavam-se e educavam novas gerações. (SAVIANI, 2007, p.174)

A intenção não é ser reducionista e considerar como “trabalho” apenas o setor calçadista francano, mas este recorte em específico foi direcionado ao entendimento empírico de que uma grande quantidade de alunos trabalhadores são advindos de famílias que possuem algum vínculo com o setor calçadista em questão, ou vínculo empregatício com o mesmo, sendo principalmente relacionado às fábricas de pequeno porte, as chamadas “bancas de pesponto”.

Em Franca, nas indústrias do sapato são empregados mais de 22 mil operários3, o trabalho não se baseia em alta tecnologia de produção e uma das características mais presentes entre a produção é o serviço terceirizado, através da montagem de pequenas bancas, geralmente de cunho familiar que vendem os seus serviços para as grandes empresas, estas que trabalham com o processo de exportação, são aproximadamente 2 mil prestadores de serviço e um número de trabalhadores não quantificado. Esse processo de terceirização se construiu na cidade em 1990 como um movimento de reestruturação produtiva, que acompanhou todo o processo de estrutural da terceirização que culminou no trabalho informal e familiar. (NAVARRO, 2003, p. 35)

Dado o breve contexto industrial da cidade passaremos agora a associar todo esse viés relacionado ao mercado para estruturar a reflexão diante da estrutura escolar na cidade.

“A generalização da compreensão da relevância social da escola deve se em boa parte à aceitação da sua especial eficácia para o desenvolvimento de uma ordem cultural mais consentânea com a modernidade. Ela mostrou-se mais adequada que

3

O artigo de referência foi escrito no ano de 2003, onde os dados obtidos através das estatísticas do Sindicato dos Sapateiros de Franca descreviam 17 mil operários. No ano de 2016 de acordo com as informações já são 22.458 trabalhadores em registro. Franca representa 7,5 % do total de empregos do Brasil 47,3 do total de empregos do estado de São Paulo. Dados disponíveis em: <http://www.sindifranca.org.br/estatisticas.html> Acesso: jul, 2016.

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qualquer outra instituição às exigências de formação requeridas por uma sociedade cada vez mais marcada por uma dinâmica econômica capitalista e/ou por uma burocracia administrativa cada vez mais controladora e sofisticada; ela revelou-se especialmente interessante às configurações político-ideológicas [...] (FERREIRA, 2005, p. 179)

Há vários bairros na cidade de Franca que se caracterizam por serem bairros industriais, onde em grande parte são compostos por fábricas, sendo elas de grande porte e pequeno porte. As escolas observadas se situam em sua grande maioria nesses bairros, onde a dinâmica se volta em parte, ou por vezes exclusivamente, a dinâmica de trabalho, como no caso na Zona Leste da cidade. Dentre as relações de trabalho observadas temos dois tipos viés que se relacionam na figura do professor e do estudante trabalhador, sendo necessário o estabelecimento da conjuntura de dados mais gerais inicialmente. No que tange aos professores a maioria é advinda de universidades particulares, em suma, eram uma parcela dos estudantes universitários que se dividiam entre a universidade e o trabalho, mais da metade dos professores em alguma parte da vivência trabalharam no setor calçadista. No que se relaciona aos estudantes a divisão do horário responde em parte a questão, as salas do ensino médio em grande maioria são localizados no período noturno e quase todos os alunos trabalham, novamente, mais da metade são advindos do setor calçadista.

Todo esse parâmetro nos dá a escola como um viés de estudo das relações de trabalho, pois elas estão presentes dentro do ambiente escolar, não somente porque boa parte dos estudantes advindos das escolas públicas fazem parte da parcela de trabalhadores, mas em suma, o debate se abrange a medida que a própria educação se volta a relação com a produção capitalista, a escola, então, é o reflexo dessa sociedade voltada ao mercado de trabalho.

“O que o homem é, é-o pelo trabalho. A essência do homem é um feito humano. É um trabalho que se desenvolve, se aprofunda e se complexifica ao longo do tempo: é um processo histórico.” (SAVIANI, 2007, p.174)

O desenvolvimento da produção conduziu a divisão do trabalho, a partir desse momento, se configurou a classe dos proprietários e não proprietários, o trabalho como sendo a essência do homem, logo, o homem não poderia viver sem trabalhar. Com o advento da propriedade privada, a classe dos não proprietários pôde, então, viver sem trabalhar. Tendo em vista a relação direta com a institucionalização da educação, sendo a sociedade dividida em classes, possibilitou-se a diferença da educação para aqueles que se configuravam na classe dominada que possuía terras e que dispunha de tempo para um tipo de educação; e na

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classe dominada, não proprietária de terras, que possuía uma educação voltada ao trabalho. (SAVIANI, 2007, p. 155).

2. DESENVOLVIMENTO

A racionalização do ensino promoveu uma espécie de organização escolar voltada a semelhanças com os processos de produção, a forma com que o Estado desenvolve o controle sobre trabalhador é análoga ao processo de burocratização do ensino, portanto, sendo “profissionais” os professores adquirem um viés para o Estado como proletários. Na análise da resistência em função dos interesses individuais e coletivos, se tem uma linha de estudos que se direciona ao sentido da chamada proletarização dos professores, pois a partir desse ponto, se pode igualar os professores aos operários, seguindo uma desqualificação semelhante. (CONTRETAS, 2002, p. 38)

O contexto pós- Regime Militar, no processo que envolve toda análise dos professores como “proletariado”, segundo Bittar e Ferreira Junior (2006, p.1162), permeou todo o contexto que se sucedeu no período se relacionou não apenas ao empobrecimento econômico, mas também intrínseco ao sentindo de problematização cultural. Em um contexto geral, os professores de décadas anteriores eram, em sua maioria, mulheres e de classes mais altas da sociedade. Esse contexto muda a partir das políticas desenvolvidas no período da Ditadura Militar.

“Em síntese: o crescimento econômico acelerado do capitalismo brasileiro durante a ditadura militar impôs uma política educacional que se materializou, em linhas gerais, nas reformas de 1968 e de 1971, cujos efeitos engendraram uma nova categoria docente e, por conseguinte, no exercício da profissão em parâmetros distintos dos anteriores.” (BITTAR e FERREIRA. JUNIOR, 2006 , p. 1169)

O arrocho salarial foi uma das políticas mais predominantes no período, onde se situou diretamente a relação que o os professores possuíam com o trabalho, foi conduzido pela queda do padrão de vida na categoria dos professores e foi ganhando consciência política, essa “consciência” é a relacionada com a própria categoria no âmbito do trabalho. Esse processo para Miguel Arroyo (apud BITTAR e FERREIRA JUNIOR, 2006, p.1169) foi onde se configurou a visão dos professores como trabalhadores e inseridos dentro da perspectiva mercantil, análoga à forma dos operários das fábricas.

Não cabe aqui, especificamente, delongar sobre as condições de trabalho atuais sob as quais são submetidos os professores, esse breve histórico se relaciona com o processo que

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aqui adotamos como “proletarização” dos professores, e nos serve de embasamento para entender a escola como um reflexo da estrutura mercantil e tecnicista, e que acrescenta a discussão do presente artigo à medida que nos adiciona duas principais questões: a educação/escola tem qual objetivo perante o Estado/Sociedade, e, em uma análise comparativa, seria a escola um espelho das fábricas?

A primeira questão se encontra no sentido que o Estado em si, desenvolve-se para os fins específicos da sua demanda, sendo assim, a estrutura da escola, como já apontada por Saviani (2007, p. 144) tem como propósito aquilo que a sociedade constituída procura, portanto, em uma sociedade voltada ao capitalismo e ao fim de “crescimento econômico” ela serve a um propósito voltado ao mercado de trabalho.

A questão de o ambiente escolar ser um “espelho” das fábricas é bem mais complexa do que aparenta ser, em um primeiro momento, dada a generalização da resposta anterior, se a sociedade se volta ao capital e necessita de demanda de trabalho, a perspectiva é de que, em suma, parte da educação se volta à construção de meios para esse fator, haja vista, a resposta se volta a uma afirmativa, a de que escola se assemelha em muito com um ambiente fabril.

Mas talvez seja necessário um complemento à segunda questão feita anteriormente, essa semelhança com as fábricas se volta a dois contextos elencados, a proletarização dos professores e o estudante trabalhador. Duas realidades que se somam em uma única e que constroem a escola. A escola é um reflexo das demandas sociais, incluindo as problemáticas diversas relacionadas às desigualdades sociais, muitas vezes servindo para a manutenção das mesmas na divisão de classes. (BITTERCOURT, 2009, p. 27)

Atualmente as principais discussões voltadas à educação dentro do ambiente escolar e entre dos docentes, se situam em grande parte nas políticas de desvalorização do ensino público, nos problemas relacionados à inclusão direcionada ao interesse por parte dos discentes. Isso se conclui porque de fato, dentre toda a estrutura já citada, se tem a construção da escola voltada a uma realidade político-ideológica, que se encontra distante da realidade social de professores e alunos, a escola permanece intacta enquanto a sociedade se estrutura-se em mudanças.

Voltando ao encaixe regional a medida das exposições teóricas elencadas e ao levantamento de questões empíricas advindas dos discentes da escola, se tem toda essa perspectiva intrínseca as suas próprias perspectivas de futuro. Analisando toda a conjuntura ao qual o ambiente é estruturado, essas perspectivas são produzidas através das demandas e necessidades dos estudantes.

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A educação é um instrumento de poder, porque que é formadora de pensamentos e ideologias, e age como uma fonte de reproduções de tipos ideais, como uma intensa cadeia de demandas sociais (BITTERCOURT, 2009, p.28). Sendo ela uma importante forma reprodutora da ordem capitalista. Portanto, em um propósito inicial a relação que a escola na figura dos estudantes possui com o trabalho é de atender essas demandas, nesse ponto em especial é necessário considerar o recorte dos estudantes das escolas públicas.4

É necessário dentro do campo de estudo sobre a escola contemporânea e suas demandas entender a relação que os estudantes têm com o trabalho. Sendo ele um dos principais fatores que englobam as premissas dos estudantes do ensino médio brasileiro, acima de tudo, reflexionar o quanto a relação mercadológica relacionada ao tema se sobressai sobre as relações humanas no propósito de educar. Como expressa Freire (1996, p.81.): “A liberdade do comércio não pode acima da liberdade do ser humano”.

“O discurso da globalização que fala da ética esconde, porém, que a sua é a ética do mercado e não a ética universal do ser humano, pela qual devemos lutar bravamente se optarmos, na verdade, por um mundo de gente. [...]O discurso ideológico da globalização procura disfarçar que ela vem robustecendo a riqueza de uns poucos e verticalizando a pobreza e a miséria de milhões. O sistema capitalista alcança no neoliberalismo globalizante o máximo de eficácia de sua malvadez intrínseca.” (FREIRE, 1996, p. 80)

Quando entramos em um debate que vincula diretamente na relação de trabalho em conjunto com a relação de perspectiva de futuro se torna necessário falar em acesso ao ensino superior. Isto se encontra porque em o trabalho está para o estudante trabalhador como uma questão de necessidade, como questão de manutenção e perspectiva de futuro. Isso se inclui ao acesso à universidade, não vamos inserir aqui todo o debate que se encaixa na questão do acesso ao ensino superior por parte dos estudantes das escolas públicos, visto que o assunto se torna complexo à medida que a universidade tem uma estrutura que difere do ensino básico. Mas a inserção de característica da mesma, nas perspectivas dos discentes é algo inerente à formação da educação básica no Brasil.

Uma simples observação nas escolas visitadas é necessária para se entender: a universidade não é vista como prioridade aos estudantes, porque ela não está presente no

4

Na escola analisada, a maioria dos estudantes trabalhavam para complemento da renda, os horários do período noturno, inclusive, eram mais flexíveis do que em outros períodos, no geral a tolerância para atrasos era mais ampla, as aulas geralmente começavam com cerca de 15 minutos de atraso, isso se dá porque grande parte dos alunos possuem um curto período entre trabalho e a escola.

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cotidiano dos mesmos, aqui é necessário entender que essa relação analisada é, sobretudo, da universidade pública. A universidade pública não é direcionada aos estudantes das escolas públicas, menos ainda aos alunos trabalhadores, essa afirmação pode ser retirada das estatísticas dos vestibulares. Na Fuvest, fundação que realiza o vestibular da USP, o perfil dos vestibulandos seguem as estatísticas: 60,8% dos vestibulandos cursaram todo o Ensino Médio em escolas particulares e apenas 30, 8% são advindos das escolas públicas, 72% dessa totalidade cursaram o período Diurno no Ensino Médio e 3,8% são do período noturno.5 Na Vunesp, fundação que realiza do vestibular da UNESP, 46% são advindos das escolas particulares e 38% das escolas públicas.6

Através dessas informações é possível entender o parâmetro e os paradoxos das relações entre trabalho e educação, assim como também, possibilita ampliar o debate a cerca da questão do acesso a universidade aos estudantes das escolas pública. Ao início do artigo foram elencadas que umas das características das escolas que possuem estudantes trabalhadores é que o período noturno, geralmente, é lotado, o que ao observar nas estatísticas do vestibular da Fuvest, onde a maioria cursa o período diurno e as estatísticas observadas em acesso aos estudantes a universidade, temos a conclusão de que a universidade não está dentre as perspectivas dos estudantes, porque assim como a escola, de certa forma se distancia da realidade dos mesmos.

Considerando ainda todas essas premissas de desvalorização do ensino, neste ponto, a abordagem política e ao entendimento que educar é um ato político, como expressa Paulo Freire (1996), toda a expectativa dos estudantes e dos professores na atual escola, se permeiam de resoluções pessimistas, de contextos de compensação com pesos injustos.

O trabalho não somente se insere na realidade da escola, mas se encaixa em um sentido de competição com a mesma, uma linha de compensação a qual a escola assume uma derrota à medida que é mais distante da realidade, logo, mais distante da finalidade nos objetivos dos estudantes, isso se dá porque estruturalmente, ela não foi feita para eles e muito menos construída por eles, e a universidade, em parte, faz parte de toda essa linha de exclusão e seletividade.

5

Estatísticas retiradas do Vestibular 2016 da FUVEST.

Disponível em:<http://www.fuvest.br/estat/qase.html?anofuv=2016>. Acesso em: Jul, 2016. 6

Estatísticas retiradas do site da Vunesp.

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Saviani (2007), ao descrever a relação entre trabalho e educação, descreveu que a partir da divisão de classes e ascensão da propriedade privada foi possível observar a classe que detinha de tempo aos estudos e a classe que necessitava trabalhar, isso em linhas gerais ao pensamento do autor, que se embasa em uma complexidade maior ao descrever a linha histórica que relaciona ao ambas as funções, essa descrição se refere à formação das sociedades primitivas, mas que espantosamente, se nos permitirmos ao um anacronismo generalizado, se encaixa na escola contemporânea.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista todas as questões abordadas, principalmente no que tange o sentido da escola na estrutura da sociedade e ao que se relaciona na função da escola perante os docentes e os discentes, é possível observar que acima de tudo, a escola permanece inerente ao contexto ideológico que se volta ao mercado, por isso as relações como a que se voltam ao trabalho são importantes ao entendimento da escola como ambiente de reprodução de um contexto histórico e político específico.

Torna-se interessante ainda observar, que a relação de trabalho no âmbito da escola, se sobressai sobre a relação humana, à medida que a escola se distancia da relação com os estudantes. Ela funciona como uma rede de grande complexidade, de vários sentidos dados as premissa da diversidade presente no meio, a escola permanece intacta as teorias tecnicistas do período militar, não compreende a estrutura real dos indivíduos, ela é de fato a reprodução da divisão da sociedade, da desigualdade social e do sentido político de desvalorização da educação que serve a uma ideologia nada adaptável.

Portanto, ao tentar entender toda a rede de problemas encarados na educação básica brasileira, tendo em vista as discussões elencadas, essa questão que envolve a análise de conjuntura mercadológica na relação presente na escola é um questionamento pertinente, a educação não terá outro objetivo além daquele que vinculado a essa demanda política, enquanto as relações de trabalho sufocarem as próprias relações humanas e ao mesmo tempo a escola será cada vez mais distante à medida que, não sendo construída e discutida pelos próprios indivíduos que a compõe, se constituindo de uma realidade não adaptável e imposta aos mesmos, permanecerá compondo todo o processo de desestruturação da educação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BITTENCOURT, C. M. F.. A escola como objeto de estudo: escola, desigualdades e diversidades. 1. Ed. Junqueira & Marin Editores, 2014. 272p .

CONTRERAS, José. A autonomia dos professores. Tradução Sandra Trabucco Velenzuela. São Paulo, Cortez, 2002.

FERREIRA JUNIOR, A. ; BITTAR, Marisa . A ditadura militar e a proletarização dos professores. Educação & Sociedade (Impresso), v. 27, p. 1159-1179, 2006.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 41 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2010. Coleção Leitura.

FREIRE, Paulo. Política e Educação. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1997.

LIBÂNEO, José C. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 27. ed. São Paulo: Edições Loyola, v.1. 160 p. 2012.

NAVARRO, V. L. . A origem da indústria de calçados de couro em Franca (SP). Estudos de História, Franca (SP), v. 6, n. 1, p. 37-54, 1999

NAVARRO, V. L. . O trabalho e a saúde do trabalhador na indústria de calçados de Franca, SP. São Paulo em Perspectiva, Sao Paulo, SP, v. 17, n. 2, p. 32-41, 2003.

SAVIANI, Dermeval. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro , v. 14, n. 40, p. 143-155, Apr. 2009 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782009000100012&lng=en&nrm=iso>. access on 09 Aug. 2016.

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