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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ELOÍSA HINKEL LETÍCIA ANDRADE CABRAL

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ELOÍSA HINKEL

LETÍCIA ANDRADE CABRAL

NBR 15575 PARTE 6:

AVALIAÇÃO DO SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA QUENTE NA FASE DE PÓS-ENTREGA DA OBRA

Palhoça 2020

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ELOÍSA HINKEL

LETÍCIA ANDRADE CABRAL

NBR 15575 PARTE 6:

AVALIAÇÃO DO SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA QUENTE NA FASE DE PÓS-ENTREGA DA OBRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. José Humberto Dias de Toledo, MSc.

Palhoça 2020

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ELOÍSA HINKEL

LETÍCIA ANDRADE CABRAL

NBR 15575 PARTE 6:

AVALIAÇÃO DO SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA QUENTE NA FASE DE PÓS-ENTREGA DA OBRA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil e aprovado em sua forma final pelo Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 16 de novembro de 2020.

______________________________________________________ Professor e orientador José Humberto Dias de Toledo, MSc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Carlos Roberto Bavaresco, MSc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Engenheiro Civil Marco Antônio Mello

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Dedicamos este trabalho aos nossos pais, familiares e amigos, pelo apoio e cuidado que nos deu força para seguir, e a todos os colegas de curso, que contribuíram para o nosso crescimento e aprendizagem.

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AGRADECIMENTOS

A Ele, que serviu como alicerce para nos mantermos confiantes de nosso estudo, guiadas pela tua luz divina, e conduzidas pela tua proteção.

Aqueles que compreenderam nossas inseguranças, e despertaram nossa coragem. Aqueles que nos incentivaram a persistir em nossos sonhos, e compartilharam esperança para torná-los reais. A todo amor que recebemos durante a vida, agradecemos por nossas famílias.

Ao professor José Humberto Dias de Toledo, pelo suporte perene e confiança depositada nas alunas, partilhando seus ensinamentos e direcionando sua orientação ao nosso trabalho.

A todos os professores que percorreram uma longa jornada de aprendizado e companheirismo ao nosso lado, prestando a assistência sempre que solicitada, contribuindo para o nosso sucesso acadêmico.

A todos que participaram das pesquisas, pela colaboração e disponibilidade no processo de obtenção de dados.

Aos amigos e colegas de faculdade, que contribuíram para a conquista, direta ou indiretamente, e foram essenciais para que pudéssemos alcançá-la.

Aos amigos e colegas de estágio, por todo conhecimento compartilhado, e em especial nossos chefes, que ofereceram a oportunidade de adentrarmos no ramo da construção civil.

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“Tenha a coragem para seguir seu coração e sua intuição. Eles de alguma forma já sabem o que você realmente quer se tornar. Tudo o mais é secundário.” (Steve Jobs)

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RESUMO

O Sistema Predial de Água Quente (SPAQ) se destaca, dentre todos os Sistemas Prediais Hidráulicos e Sanitários (SPHS), por desempenhar suas funções no que se refere à garantia do conforto e da higiene aos seres humanos mediante as atividades rotineiras e essenciais. Não somente as falhas na execução como também os erros de projeto e defeitos de fabricação, a interação dos usuários com o sistema em questão pode ser admitida como uma causadora de patologias. À vista disso, reconheceu-se a necessidade da existência de mais estudos relacionados a essa temática, uma vez que essas pesquisas contribuiriam com o aperfeiçoamento dos critérios de inspeção e manutenção do SPAQ, assegurando a satisfação dos usuários e os níveis de desempenho preconizados pela ABNT NBR 15575. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa foi verificar as atividades das construtoras quanto à eficiência do SPAQ, exclusivamente na fase de pós-entrega de edificações da Grande Florianópolis, e analisar a conduta dos usuários e as intervenções realizadas no sistema em imóveis da mesma região, com relação ao cumprimento dos preceitos estabelecidos na parte seis da norma de desempenho. Desta forma, realizou-se um estudo de caso de cunho qualitativo por meio da elaboração e aplicação de questionários específicos direcionados às construtoras e aos síndicos, estes representando os usuários das edificações selecionadas, a fim de atender os objetivos da pesquisa. Sendo assim, o desfecho obtido aponta que poderiam ser minorados os problemas diante das manutenções do SPAQ se todas as construtoras da região analisada fornecessem a documentação que a norma prescreve, considerando que os usuários teriam condições de conservar o sistema e não realizar intervenções que comprometam sua vida útil.

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ABSTRACT

The Hot Water System (HWS) stands out, among all Hydraulic and Sanitary Building Systems (HSBS), by performing its functions regarding the guarantee of comfort and hygiene to human beings in their essential routine activities. Not only executional failures as well as design errors and manufacturing defects, the interaction between users and system might can be admitted as one of the causes of pathologies. In view of this, the need for the existence of more studies regarding this thematic was recognized, since these researches would contribute with the improvement of the preservation and maintenance regulations for the HWS, ensuring user satisfaction and performance levels recommended by ABNT NBR 15575. Therefore, the objective of this study was to verify construction companies activities regarding the efficiency of their edifices hot water system, exclusively in the post-delivery phase of buildings in Florianopolis surroundings, and to analyze the conduct of users and system interventions on constructions in the same region, with respect on compliance of the precepts established in part six of the performance standard. Thus, a qualitative case study was carried out through the elaboration and application of specific questionnaires directed to construction companies and condominium managers, representing the selected buildings users, in order to meet this research objectives. Therefore, the obtained outcome points out that the HWS problems can be reduced by maintenances if all the construction companies from the analyzed region provided the documentation that the standard prescribes, considering that the users would be able to preserve the system and not carry out interventions that could compromise its lifespan.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Porte das construtoras ... 35

Gráfico 2 - Público alvo das construtoras ... 36

Gráfico 3 - Assistência na fase de pós-entrega das obras ... 37

Gráfico 4 - Problemas relatados às empresas ... 38

Gráfico 5 - Avaliação na fase de pós-entrega das obras ... 39

Gráfico 6 - Faixa etária dos síndicos ... 42

Gráfico 7 - Tempo de atuação dos síndicos ... 43

Gráfico 8 - Faixa etária dos condôminos ... 44

Gráfico 9 - Idade das edificações ... 45

Gráfico 10 - Frequência de manutenções no SPAQ ... 48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quantidade e caracterização dos empregados ... 35

Tabela 2 - Características contidas no Manual do Proprietário de cada construtora 40 Tabela 3 - Características do Projeto Alterado ou Complementado de cada construtora ... 40

Tabela 4 - Experiência anterior ao cargo de administrador condominial ... 43

Tabela 5 - Prazo de garantia e principais problemas da edificação ... 46

Tabela 6 - Assistência da construtora após o prazo de garantia ... 47

Tabela 7 - Sistemas de aquecimento de água ... 47

Tabela 8 - Marca e/ou modelo do aquecedor de água ... 48

Tabela 9 - Maiores insatisfações dos condôminos sobre SPAQ ... 49

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CBIC Construção Brasileira da Indústria Civil

CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia ICC Indústria da Construção Civil

NBR Norma Técnica PB Projeto Básico PE Projeto Executivo PIB Produto Interno Bruto

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SPAQ Sistema Predial de Água Quente

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO ... 15 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ... 15 1.3 JUSTIFICATIVA... 15 1.4 OBJETIVOS ... 16 1.4.1 Objetivo Geral ... 16 1.4.2 Objetivos Específicos ... 16 1.5 METODOLOGIA ... 17 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 20

2.1 PROCESSO PRODUTIVO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 20

2.2 SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA QUENTE ... 22

2.3 NORMAS BRASILEIRAS DE RECOMENDAÇÕES ... 23

2.3.1 NBR 15575 – “Edificações habitacionais – Desempenho” ... 23

2.3.2 ABNT NBR 7198 – “Projeto e execução de instalações prediais de água quente” ... 26

2.3.3 ABNT NBR 5674 – “Manutenção de edificações – Procedimento” ... 26

2.3.4 ABNT NBR 14037 – “Manual de operação, uso e manutenção das edificações – Conteúdo e recomendações para elaboração e apresentação” .. 27

2.3.5 Lista de Verificações ... 28

2.4 TRABALHOS CORRELATOS ... 31

3 RESULTADOS E ANÁLISES ... 33

3.1 CAMPO DE PESQUISA ... 33

3.2 MÉTODO DE PESQUISA ... 33

3.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ... 34

3.3.1 Construtoras ... 34

3.3.1.1 Caracterização ... 34

3.3.1.2 Assistência na fase de pós-entrega da obra ... 36

3.3.1.3 Problemas relatados e dificuldades na implementação do SPAQ ... 37

3.3.1.4 Aplicação da NBR 15575-6 ... 39

3.3.2 Usuário final ... 41

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3.3.2.2 Caracterização dos usuários ... 44

3.3.2.3 Caracterização das edificações ... 44

3.3.2.4 Assessoramento das construtoras ... 45

3.3.2.5 Caracterização do SPAQ das edificações ... 47

3.4 ANÁLISES DOS DADOS ... 51

3.4.1 Análises das construtoras ... 51

3.4.2 Análises do usuário final ... 53

3.5 RECOMENDAÇÕES ... 54

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 55

4.1 CONCLUSÃO ... 56

REFERÊNCIAS ... 58

APÊNDICES ... 61

APÊNDICE I – CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PESQUISA - CONSTRUTORAS ... 62

APÊNDICE II – QUESTIONÁRIO DIRECIONADO ÀS CONSTRUTORAS ... 63

APÊNDICE III – CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PESQUISA - SÍNDICOS ... 67

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13 1 INTRODUÇÃO

A ascensão da economia de uma nação caminha em paralelo ao progresso de diversos setores, especialmente a esfera industrial, simbolizada mediante ao seguimento da construção civil. Representada através de um efeito sequente, conforme um alavancado crescimento na economia de um país, de maneira generalizada, compreende-se bem como o aumento da riqueza de uma população. (Vieira, B. A.; Nogueira, L., 2018)

Como início desta conjuntura, temos a geração de empregos, e, por consequência, a ampliação na arrecadação individual. Diversos são os setores que contribuem para este desenvolvimento, principalmente aqueles que retratam elevada atuação na economia e estão conectados ao âmbito civil.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2019), cita que a construção civil foi responsável por uma arrecadação anual superior a 1 trilhão de reais no ano de 2019, cujo valor, equivale ao somatório da arrecadação de outros 70 setores econômicos. Somente este, emprega, atualmente, diretamente ou indiretamente, por volta de 13 milhões de brasileiros. Quando restrito ao plano civil, a estimativa para o ano atual é de o vínculo empregatício dispor de uma ampliação de 100.000 postos de trabalho.

O cenário retratado exclusivamente torna-se concebível por meio de práticas que estimulem esta realidade. Conforme Souza et al. (2015), a Indústria da Construção Civil (ICC) está ligada às variações do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Além disso, são encontradas fortes evidências de que os investimentos em infraestrutura influenciam diretamente na ascensão dos demais setores industriais e, portanto, contribuem de forma essencial para o crescimento do PIB. Ademais, favorece na arrecadação tributária, contribuindo para o avanço de toda a cadeia produtiva. Conforme a Federação das Indústrias do Distrito Federal (FIBRA, 2017), a categoria supracitada foi responsável por 6,2% do PIB do Brasil e caracterizou 34% do total da instância industrial nacional no ano de 2017.

Atrelado a este campo, promoveu-se uma análise de ordem qualitativa aspirando à seguridade de obras e edificações e, deste modo, desenvolveu-se uma normativa voltada aos desempenhos de edificações habitacionais. Segundo o Guia para Arquitetos na Aplicação da Norma de Desempenho ABNT NBR 15575, (2013, p.1), a ABNT NBR 15575 agregou em seu conteúdo uma extensa relação de normas

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14 já existentes, das mais diversas disciplinas e relacionadas ao tema, e estabelece ampla e solidária junção de incumbências entre os intervenientes do processo.

Para a superintendente do CCB – Centro Cerâmico do Brasil, Ana Paula Menegazzo, a norma de desempenho veio para posicionar cada agente na sua responsabilidade com o todo. De acordo com o Guia para Arquitetos na Aplicação da Norma de Desempenho ABNT NBR 15575 (2013), torna-se necessária a quebra de vários paradigmas na cultura brasileira da construção habitacional, passando por uma nova maneira de especificação e elaboração de projetos, que inclui o conhecimento do comportamento em uso dos inúmeros materiais, componentes, elementos e sistemas construtivos que compõem a edificação.

Materializando componentes que corroborem a aplicação dessa norma, a Análise dos Critérios de Atendimento à Norma de Desempenho ABNT NBR 15575 (2017, p.15), cita que existem relatórios internos de fornecedores, relatos de consultores, através de projetos que comprovem o cumprimento dessas especificações, e de projetos que atestem a assistência aos critérios e relatórios de inspeção. Assim, uma vez distribuídas as responsabilidades a incorporadores, construtores, projetistas, fornecedores e usuários, objetiva-se disseminar as exigências para atendimento aos requisitos descritos na normativa.

Frente ao tema, adentramos a importância e a marcante presença do Sistema Predial de Água Quente (SPAQ) na construção civil. De acordo com o texto técnico oferecido pela Escola Politécnica da USP (2009), o projeto dos sistemas prediais de água quente deve ser feito de forma a garantir que a água chegue em todos os pontos de consumo, sempre que necessário, na temperatura, quantidade e qualidade adequadas ao uso. Além disso, deve permitir a rastreabilidade e acessibilidade ao sistema em caso de manutenção.

Segundo Filho (2018), “cumprir o planejamento garante o funcionamento do empreendimento, atendendo às condições de saúde, segurança e salubridade”. Deste modo, impulsiona-se o estudo referente à indagação e à pesquisa do SPAQ na etapa de pós-entrega das construções.

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15 1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO

No que tange ao tema, este trabalho será uma análise do SPAQ de edificações da Grande Florianópolis na fase de pós-entrega, em relação ao cumprimento dos preceitos estabelecidos na ABNT NBR 15575.

Para melhor delimitar o campo de pesquisa, considerando a extensa gama literária proporcionada pela normativa, restringir-se-á o estudo a uma investigação voltada à eficiência de um SPAQ mediante o suporte que deve ser fornecido por parte das construtoras aos que utilizarão desse benefício posteriormente, assim como uma análise das intervenções feitas pelos usuários.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Durante a execução de edificações verticalizadas podem surgir diversos problemas relacionados ao SPAQ que comprometem seu funcionamento, tornando necessária a presença de um profissional qualificado e com experiência na área nesta etapa da construção.

No entanto, também devem existir ações de inspeção periódica e manutenção na fase de pós-entrega da obra, com o intuito de garantir o desempenho adequado deste sistema ao longo do tempo, além de reafirmar se os requisitos de projeto foram adequados e compatibilizar eventuais alterações realizadas em obra.

Dito isso, as questões investigativas dessa pesquisa são: existem atividades de avaliação e/ou assessoria nesta fase pós-entrega por parte das construtoras, conforme preconiza a normativa ABNT NBR 15575? Os usuários possuem orientação e documentação técnica que permitam a melhor utilização e preservação do SPAQ? Ademais, usufruem da plena eficiência do sistema de forma satisfatória? E, ainda no âmbito das responsabilidades do proprietário, são realizadas as inspeções periódicas e manutenções previstas nas normas bem como zelam pela vida útil desse sistema?

1.3 JUSTIFICATIVA

Destaca-se a importância do SPAQ, dentre todos os Sistemas Prediais Hidráulicos e Sanitários (SPHS), devido ao fato de desempenhar suas funções no que

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16 se refere à garantia do conforto e da higiene aos seres humanos, mediante as atividades rotineiras e essenciais como, por exemplo, tomar banho.

Em se tratando das patologias nos SPHS, admitem-se como principais causas as falhas na execução bem como os erros de projeto e defeitos de fabricação. Não obstante, existem fatores decorrentes da interação dos usuários com o sistema de água quente, seja por desamparo de documentação técnica ou por faltas de manutenções e inspeções periódicas, que também devem ser levadas em consideração.

Diante dessa conjuntura, essa pesquisa motivou-se com o intuito de verificar se as construtoras cumprem, exclusivamente na fase de pós-entrega de edificações da Grande Florianópolis, as orientações previstas na ABNT NBR 15575-6, e ainda analisar a conduta dos usuários quanto às recomendações pertinentes à vida útil do SPAQ.

Portanto, destaca-se na justificativa desta pesquisa o fato de ser voltada às melhorias na função dos responsáveis pelo desempenho adequado de edificações habitacionais, colaborando com a Indústria da Construção Civil (ICC). Além disso, por reconhecer a necessidade da existência de mais estudos relacionados a essa temática, visto que estes contribuiriam para o aperfeiçoamento dos critérios de inspeção e manutenção do SPAQ, e assegurando a satisfação dos usuários e os níveis de desempenho preconizados pela normativa supramencionada.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Verificar as atividades das construtoras quanto à eficiência do SPAQ na fase de pós-entrega de edificações da Grande Florianópolis, como também analisar as intervenções dos usuários com relação ao cumprimento dos preceitos estabelecidos na ABNT NBR 15575-6.

1.4.2 Objetivos Específicos

A fim de atender o objetivo mencionado, foram adotados como objetivos específicos:

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17 • Descrever as recomendações da ABNT NBR 15575-6, na fase de

pós-entrega da obra, alusivas ao SPAQ;

• Elaborar um questionário com as construtoras e com os usuários, a fim de verificar suas atividades na fase de pós-entrega da obra e os cuidados com o SPAQ;

• Elencar os principais problemas relatados pelos usuários do SPAQ nas edificações em estudo;

• Verificar se o SPAQ implantando e os critérios relacionados ao pós-entrega da obra acerca do mesmo estão aderentes aos preceitos estabelecidos pela ABNT NBR 15575-6.

1.5 METODOLOGIA

Conforme Fonseca (2002), methodos se traduz como organização, e logos, estudo sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia configura o estudo da organização, da trajetória a ser transitada, com o objetivo de criar uma pesquisa ou um estudo, ou mesmo para se elaborar ciência. Etimologicamente, expressa o estudo dos caminhos, dos artifícios empregados para desenvolver uma pesquisa científica.

Quanto à natureza, a pesquisa se classifica como aplicada, pois de acordo com Thiollent, (2009, p.36): “concentra-se em torno dos problemas presentes nas atividades das instituições, organizações, grupos ou atores sociais. Está empenhada na elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e busca de soluções.” Deste modo, realizar-se-ão questionários, estando esses consolidados na coleta de considerações que proporcionem uma análise e que através desta, propicie um parecer a respeito do sistema.

No que se tange ao problema, trata-se de uma pesquisa qualitativa já que segundo Juliana Diana (2020), nesse tipo de abordagem, o processo funciona de forma guiada, optando por uma amostragem selecionada, em que a estratégia se concentra no entendimento e aprofundamento das declarações repassadas pelos indivíduos. Busca-se a compreensão de aspectos recolhidos mediante a dados narrativos, em que sejam coletadas particularidades oriundas de experiências individuais diante da análise e suporte fornecidos por construtoras bem com exercidas pelo usuário.

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18 Quanto aos objetivos, caracteriza-se como uma pesquisa explicativa, direcionada à identificação dos fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos (GIL, 2007). Ou seja, este tipo de pesquisa explica o porquê das coisas, por meio dos resultados oferecidos. Segundo Gil (2007, p. 43), uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descritiva, posto que a identificação de fatores que determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e detalhado.

Quanto aos procedimentos é um estudo de caso, que conforme Rauen (2006, p. 29):

A generalização naturalística ocorre quando atores externos atribuem coerência entre os resultados obtidos pelo pesquisador e as suas realidades particulares. Portanto, a generalização ocorre de caso particular para outro caso particular e, dessa, forma, ad infinitum, para todos os casos assemelhados.

O estudo fundamentar-se-á na pesquisa com sete construtoras responsáveis por imóveis residenciais multifamiliares verticais a fim de esclarecer quaisquer interrogações referentes ao SPAQ na fase de pós-entrega das obras. Ademais, estará alicerçado à ABNT NBR 15575-6, que dita instruções para viabilizar a eficiência do sistema bem como a explanação dos meios que manipulem esta resultante.

Além disto, contar-se-á com o suporte de nove síndicos de edificações habitacionais verticais que possuam diferentes sistemáticas para o aquecimento de água quente.

A pandemia provocada pelo novo coronavírus (COVID–19) inviabilizou a realização de visitas e questionários presenciais com os usuários dos empreendimentos utilizados como base para o presente estudo. Assim, com o propósito da continuidade da pesquisa de forma a priorizar e manter a seguridade dos envolvidos, a coleta de informações será estruturada por meio de um questionário direcionado aos síndicos, com o intuito de representar os usuários e manter a qualificação da pesquisa, e outro direcionado às construtoras que serão analisadas.

O documento englobará entrevistas e observações que possibilitem conduzir a um parecer qualitativo do SPAQ do empreendimento, após a entrega ao usuário.

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19 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está subdividido em quatro capítulos, dispostos em:

• Capítulo 1: Formado pela introdução, em que nesta fora apresentada a importância do setor da ICC alicerçada ao tema em questão – detentor de presença ativa na categoria; tema, em que fora explanada a problemática na esfera que conferirá a pesquisa; a justificativa, objetivos geral e específicos, divididos em analises representativas e pontuais do assunto; além da apresentação da metodologia utilizada para direcionar o estudo.

• Capítulo 2: Composto pela exposição do referencial teórico essencial para a pesquisa em questão, abordando temas descritos em:

a) Processo produtivo na Construção Civil; b) Sistema Predial de Água Quente;

c) Normas brasileiras de recomendações;

a. ABNT NBR 15575 – “Edificações habitacionais – desempenho”; b. ABNT NBR 7198 – “Projeto e execução de instalações prediais de

água quente”;

c. ABNT NBR 5674 – “Manutenção de edificações – Procedimento” d. ABNT NBR 14037 – “Manual de operação, uso e manutenção das

edificações – Conteúdo e recomendações para elaboração e apresentação”

e. Lista de Verificações; d) Trabalhos correlatos.

• Capítulo 3: Constituído pela descrição do campo e método de pesquisa, bem como dos resultados obtidos através dos questionários, e ainda, por uma análise dos dados e recomendações baseadas no referencial teórico.

• Capítulo 4: Compreendido pelas considerações finais e conclusão elaboradas após a análise dos dados obtidos na pesquisa.

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20 2 REFERENCIAL TEÓRICO

De maneira a explicar a trajetória da construção civil, elaborar-se-á um contexto que elucide de modo simplificado a seriedade do tema alicerçada aos meios que propiciaram sua ascensão. Ademais, conectará com princípios importantes que servirão como fundamento não somente para a temática, bem como para ratificar sua relevância nos dias atuais.

Assim sendo, percorrendo por uma parcela do processo produtivo na construção civil, permitir-se-á que tenha uma compreensão da transição do passado para o presente deste setor, de forma que demonstre os padrões das épocas passadas e evidencie os parâmetros atuais.

Exemplificar-se-ão os principais conceitos e aspectos relacionados ao SPAQ, compreendendo a ideia de que este sistema consiste em garantir a eficácia de uma esquematização que possibilite o alcance da água aos pontos de consumo de modo que assegure temperatura, quantidade e qualidade aos usuários. (ILHA, GONÇALVES, KAVASSAKI, 2009)

Apresentar-se-ão também normativas que comprovem a importância da análise, além de servirem como interpretação essencial para a pesquisa. Ademais, contará com trabalhos que reforçam a temática abordada e que ainda auxiliam no embasamento teórico para o estudo em questão.

2.1 PROCESSO PRODUTIVO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O processo construtivo de estruturas artificiais em uma esfera demasiadamente impactante, iniciou-se a partir do século IV a.C., ainda que, muito anterior a esta data, o homem já demonstrasse suas habilidades para a construção. (TAGLIANI, 2017)

De acordo com Simone Tagliani (2017), no princípio, os materiais mais empregados na construção civil eram aqueles encontrados de forma bruta na natureza, contudo, modelados e adaptados conforme as necessidades humanas. Inúmeros dos materiais utilizados nesta época estão presentes ainda nos dias de hoje, porém de formas remodelada e reformulada, a fim de satisfazer os incrementos e as tecnologias propostos para as novas construções.

Os conhecimentos da construção, antecedentemente, estavam alicerçados nas tradições, em regras generalizadas e na experiência adquirida com os antigos erros

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21 cometidos. No decorrer do processo evolutivo, a construção civil, assim como a maioria das indústrias, evoluiu bastante ao longo do tempo e hoje existem muitas técnicas construtivas que utilizam tecnologia de ponta aliada a uma boa gestão de recursos. Porém, ainda nos dias de hoje, é possível encontrar muitas obras utilizando processos construtivos defasados, de produção altamente artesanal e improvisada. (SANTIAGO, 2008)

Fundamentando-se na ideia apresentada anteriormente por Santiago (2008), primitivamente, corroborada até pela falta de recursos disponíveis e existentes, a ICC apresentava uma sistemática de manufatura, em que a execução se baseava em uma técnica de produção de maneira manual, ainda que se obtivesse uma divisão laboral das atividades.

No que se refere ao processo produtivo, a indústria suprarreferida caracterizava-se por, em sua maioria, mão-de-obra intensiva somada a um baixo conteúdo tecnológico. De forma a reiterar a realidade inicial deste setor, conforme MARICATO (1984) “as poucas máquinas, principalmente no subsetor edificações, servem à mão-de-obra e não o contrário como nas indústrias modernas”, na medida em que a maioria destas visam apenas a redução do esforço físico do operário, sem, contudo, substituí-lo. (ISATTO; SOUZA apud BARROS NETO, 1999)

Decorrente desse fato, aliada à fala de Eliana Anunciação Alves de Souza, no ano 2000, os altos índices de perdas e desperdícios em decorrência do processo retratavam outro aspecto do setor civil. Endossada por inúmeras exemplificações, variando desde o desperdício do material, na despreocupação do armazenamento destes, por exemplo, até as falhas no próprio gerenciamento da construção, uma vez que pouco conhecimento se tinha a respeito de especificações e normas para a execução de obras. A Mestre em Engenharia Civil enfatiza ainda que a valorização dos benefícios de uma manufatura corretamente gerenciada é essencial.

Atualmente, em se tratando da construção predial ou de infraestrutura, a racionalização e a industrialização são vetores determinantes que anseiam o crescimento da ICC. Esta que se introduz objetivando o fortalecimento do controle de qualidade, rastreabilidade e a especialização da mão-de-obra, por exemplo, e aquela que envolve otimizar a utilização da mesma e de materiais contribuindo tanto para minorar a geração de resíduos ou impacto ambientais. (BEKAERT, 2018)

Segundo o jornalista Eder Santin (2018), nas últimas três décadas, acompanhando a globalização, o leque de materiais e as tecnologias se ampliaram

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22 bastante, principalmente por meio da construção seca – que envolve a industrialização de componentes fora da obra, sistema de formas (para concreto), estruturas mistas (concreto e aço) e sistemas prediais cada vez mais sofisticados. Juntamente a incontáveis inovações, alavanca-se a necessidade de diretrizes previstas em normas que regulamentem, orientem ou instruam os critérios mínimos com o intuito de potencializar essas tecnologias.

Portanto, de maneira a reiterar a supremacia dessas normatizas no âmbito civil, relacionam-se diretrizes que ditam princípios que confiram o máximo de excelência na execução de edificações. Desta maneira, e alinhando a todos os materiais e tecnologias disponíveis no mercado, possibilita-se o oferecimento de melhores técnicas, propagadas desde a concepção do projeto, até que o resultado final apresentado seja satisfatório. Vale ressaltar a importância do seguimento através de conceitos que firmam e prescrevam recursos que resultem na preparação de um melhor empreendimento.

2.2 SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA QUENTE

Através de um procedimento que visa contribuir com o conforto térmico do usuário, a finalidade de um SPAQ, de acordo com Caroline Corrêa (2016), traduz-se na orientação da água aquecida mediante condutos até os locais para utilização. De maneira objetiva, esta técnica configura o abastecimento de água aliado à preocupação com o consumo de energia e a preocupação referente à escolha de um aquecedor.

Comumente, segundo considerações difundidas pelo texto técnico oferecido pela Escola Politécnica da USP (2009), este método é abastecido pelo reservatório superior do prédio. Além disso, como critério básico, deve ser analisada a frequência de uso da água quente e a capacidade de recuperação do sistema para que não ocorra sobrecarga. Assim, o SPAQ objetiva a distribuição em todos as localidades de consumo atestando temperatura, quantidade e qualidade aos usuários, além de que este conjunto deve possibilitar a rastreabilidade e acessibilidade quando necessária a manutenção. (ILHA, GONÇALVES, KAVASSAKI, 2009)

Quanto aos aparelhos de aquecimento de água, existem basicamente dois tipos descritos pela NBR 7198: os aquecedores instantâneos, comumente conhecidos como de passagem, e os aquecedores de acumulação. A primeira sistemática

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23 consiste em um aparelho que não exige reservatório, aquecendo a água quando ocorre a passagem desta pelo equipamento, e a segunda representa um reservatório no qual a água acumulada é aquecida em seu interior. Suas fontes energéticas são, geralmente, gás combustível, eletricidade, e energia solar.

Dentro deste contexto, destacam-se recomendações contidas em normas que administrem a elaboração de projetos e execução que adotarem esta sistemática de instalação.

2.3 NORMAS BRASILEIRAS DE RECOMENDAÇÕES

Ao evidenciar a persistência que deve ser estabelecida para o setor da construção civil, correlacionam-se às condutas a serem seguidas no decorrer deste processo. À vista disso, ativa desde meados do século XIX, surgiu a Associação Brasileiras de Normas Técnicas (ABNT), justamente com o intuito de ditar diretrizes que padronizem critérios e recomendações a respeito da concepção de edificações de maneira generalizada. Equivalente às normativas, segundo CASTILHO (2017) “a importância para a construção civil foi em justamente contribuir para que não se construa de qualquer forma, com a ausência de padrões de qualidade bem definidos e dessa forma contribuindo para estruturas frágeis e perigosas”. (CASTILHO, 2017)

Desse modo, definir padrões e universalizar os critérios de avaliação, cujas importâncias estendem-se a construir de forma consciente amparada em padrões de qualidades deliberados, fazem-se imprescindíveis para as concepções de quaisquer propriedades. Ademais, enfatizar este estudo em princípios que estejam voltados ao desempenho das edificações, de forma que também estejam fundamentados em critérios construtivos, reforça a eficácia da sistemática em questão.

2.3.1 NBR 15575 – “Edificações habitacionais – Desempenho”

Seguindo o mesmo viés de normativas que afetam os procedimentos na construção civil, de forma a acentuar as alegações mencionadas anteriormente, têm-se documentos embasados em contêm-senso ou estudo, aprovados por uma associação reconhecida, comumente chamados de Normas Técnicas (NBR), cujos objetivos, segundo a própria ABNT, compreendem:

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24 [...] estabelecer procedimentos, padronizar formas, dimensões, tipos, usos, fixar classificações ou terminologias e glossários, símbolos, marcação ou etiquetagem, embalagem, definir a maneira de medir ou determinar as características, como os métodos de ensaio. (ABNT, 2014)

Mediante isso, e de acordo com o artigo “A importância da NBR 15575 para a melhoria da qualidade das habitações brasileiras” por Carlos Alberto de Moraes Filho (2013), ao aplicar uma metodologia que direcione as construtoras a conceberem e realizarem as obras a fim de que o nível de desempenho especificado em projeto seja respondido ao longo de uma vida útil, ter-se-á um parâmetro essencial a ser enaltecido.

Assim sendo, diante da Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais, estabelecem-se os requisitos mínimos e as exigências de durabilidade, conforto e segurança em imóveis residenciais. Segundo Tecverde Construções Eficientes (2017), as regras privilegiam o consumidor e dividem responsabilidades entre fabricantes, projetistas, construtores e usuários. Antes, as normas possuíam um caráter prescritivo, agora, a norma ABNT NBR 15575 é baseada em desempenho e dividida em seis partes:

- Parte 1: Requisitos gerais;

- Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais; - Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos;

- Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas;

- Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas; - Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários.

Desta maneira, e endossada pela parte 6 da norma de desempenho, ratifica-se a importância em aprofundar-se em estudos que adentrem o assunto, com o propósito de trazer à tona as causas, sejam estas oriundas do processo de elaboração de projetos, ou até mesmo nas ações de inspeção periódica e manutenção na fase de pós-entrega da obra.

Entretanto, a fim de emergir os fatores que possam contribuir com esses indícios patológicos, faz-se necessária toda uma investigação a respeito da gama de opções que possam justificar essas ocorrências. Portanto, considerando todas as

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25 razões envolvidas neste processo de maneira cronológica, iniciava-se da verificação de projetos, posteriormente execução e, por fim, materiais ou utilização. Todavia, para a concepção de quaisquer dos itens relacionados, principalmente em se tratando da criação de projetos, é imprescindível que sejam respeitadas regras que ditam e potenciam a elaboração e concretização de edificações.

Acompanhados da utilização das diretrizes relativas ao SPAQ estabelecidas na norma de desempenho, torna-se indispensável o uso dos parâmetros contidos na ABNT NBR 7198. Estes objetivam fixar as exigências técnicas mínimas acerca da higiene, segurança, economia bem como ao conforto dos usuários, pelas quais devem ser projetadas e executadas as instalações prediais de água quente para consumo humano e temperatura máxima de 70ºC.

Segundo o redator do Sienge Tomás Lima (2018), a manutenção preventiva de edificações é fundamental tanto para garantir a segurança dos usuários quanto para valorizar o patrimônio. Assim, destaca-se a necessidade da adoção de procedimentos por parte dos proprietários e administradores de um imóvel, com os objetivos de prevenir e controlar possíveis custos oriundos de patologias. Diante disso e, de forma adjunta às normas supracitadas, torna-se crucial o conhecimento dos requisitos previstos na ABNT NBR 5674, cujo objetivo é definir os procedimentos de orientação para organização de um sistema de manutenção de edificações. Ademais, esta norma define o termo “manutenção” como:

[...] o conjunto de atividades que devem ser realizadas ao longo da vida total da edificação para conservar ou recuperar a sua capacidade funcional e de seus sistemas constituintes para atender às necessidades e segurança dos seus usuários. (NBR 5674, 1993)

Por conseguinte, e endossando a importância das inspeções desde a fase de concepção do produto até a fase de pós-entrega da obra, a norma de desempenho, em sua parte 6, apresenta uma lista de verificações que possibilitam a análise dos projetos de sistemas hidrossanitários, e ainda implicam na melhor compatibilização dos mesmos.

(27)

26 2.3.2 ABNT NBR 7198 – “Projeto e execução de instalações prediais de água

quente”

Com o propósito de complementação do assunto abordado na norma que promove orientação quanto ao desempenho da edificação, originada pouco antes dos anos 2000, a normativa brasileira voltada ao projeto e execução de instalações prediais de água quente, muito anteriormente a NBR 15575, já conduzia práticas que potencializam este sistema.

Segundo a NBR 7198, esta estabelece definições voltadas ao aquecedor de acumulação, aquecedor instantâneo, dispositivo antirretorno, dispositivo de pressurização, engate e respiro. A normativa conduz uma série de informações, gerais e específicas, vinculadas ao dimensionamento e funcionamento dos aquecedores, e aos parâmetros a serem seguidos pelos projetistas. Orientações referentes aos ramais, saídas de água, misturadores e inúmeras outras instruções que auxiliam no processo também são descritas no documento. Além disto, ainda prescrevem pressão, velocidade e demais padrões que contribuam com a máxima eficiência do sistema. (ABNT NBR 7198, 1993)

Em suma, a norma supramencionada, fracionada em 6 (seis) capítulos que prescrevem documentos complementares, definições, condições gerais, condições específicas e inspeção, direciona sua preocupação ao consumo de energia alinhado ao cuidado que permita promover a eficácia do sistema de aquecedores de água, sejam estes elétrico ou a gás, avaliando a frequência de uso de água quente somada a capacidade de recuperação do sistema para que não ocorra uma supercarga. Por estas razões, compreende-se o valor para seguimento da norma evitando futuras falhas provenientes do equipamento. (BUENO, 2017)

2.3.3 ABNT NBR 5674 – “Manutenção de edificações – Procedimento”

Dando continuidade a variados princípios que corroborem o processo que auxilia na oferta de máximo desempenho de edificações, encontra-se alicerce na norma que prescreve procedimentos que orientam a manutenção em empreendimentos. Não é suficiente fazer, todavia o “como fazer”. Desta forma, abordando uma normativa que desde 1999 instrui parâmetros que reforcem a primazia desse seguimento, segundo a própria NBR 5674, compreendendo que as edificações

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27 não conferem produtos descartáveis, uma vez que “seu desempenho atinge níveis inferiores ao exigido pelos seus usuários”:

[...] Isto exige que se tenha em conta a manutenção das edificações existentes, e mesmo as novas edificações construídas, tão logo colocadas em uso, agregam-se ao estoque de edificações a ser mantido em condições adequadas para atender as exigências dos seus usuários. (ABNT NBR 5674, 1999)

Apoiado em 15 (quinze) capítulos que percorrem etapa por etapa das manutenções, sendo estes definições, escopo da manutenção de edificações, responsabilidades, sistema de manutenção, documentação básica e registros, coleta de informações, previsão orçamentária, planejamento dos serviços de manutenção, projeto e programação dos serviços de manutenção, orçamentação dos serviços de manutenção e contratação de serviços de terceiros, a norma se ampara. E ainda, para que seja realizado de forma a cumprir com todas as partes mencionadas, a norma reforça a responsabilidade voltada ao profissional incumbido destas funções. (ABNT NBR 5674, 1999)

De maneira ampla, esta norma é uma base enriquecedora não somente a quem prestará o serviço, mas também a quem o contratará, tendo em vista que contribui com a durabilidade de um patrimônio. Assim sendo, maior a facilidade na compreensão do valor de procedimentos que preconizem conjuntos de atividades com o propósito de manter a vida útil da edificação, bem como de seus sistemas construtivos. Desta forma, promovendo segurança, habitabilidade e sustentabilidade à habitação. (GALVÃO, 2019)

2.3.4 ABNT NBR 14037 – “Manual de operação, uso e manutenção das edificações – Conteúdo e recomendações para elaboração e apresentação”

De maneira complementária à parcela da pesquisa que direciona sua investigação à etapa de qualificação do empreendimento no que diz respeito à pós-entrega da obra, compreende-se a urgência em enaltecer artifícios que corroborem e constituem essa fase. Deste modo, através de uma proposta voltada à regularização da forma como se devem ser elaborados os manuais de operação, do uso e da

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28 manutenção de uma edificação, fundamenta-se a ABNT NBR 14037. (ANVERSA, 2020)

Desde 2011, de maneira bastante simplista, essa normativa determina requisitos mínimos para a construção e demonstração de conteúdos a serem incluídos no manual de uso, operação e manutenção entregue pelo construtor e/ou incorporador, conforme a legislação vigente. Com isto, uma vez realizado esse protocolo, majorado seria o entendimento vindo dos usuários com o intuito de zelar pelo empreendimento, e, eventualmente, minoradas possíveis falhas na edificação, bem como, reduzindo inconformidades, menor seria a responsabilidade aos construtores. (ABNT NBR 14037, 2011)

Fabricio e Ornstein (apud ANTONIAZZI, 2012, p. 22) descrevem que “(...) durante o uso, a qualidade está associada ao desempenho da edificação, aos custos e à facilidade de manutenção (...)”. Portanto, quando se alinham suportes teóricos que desempenham auxílios práticos, atinge-se um resultado formidável. Assim sendo, de forma a acrescentar as menções anteriores, percebe-se que esse objetivo final torna-se bastante acessível quando, desde a concepção – com isso, retrata-torna-se à elaboração de projetos, atingindo até os cuidados que devem existir após a entrega da obra, ocorrem variados verificações e estudos que complementem melhores alternativas para conceber e preservar empreendimento.

2.3.5 Lista de Verificações

Para que seja possível realizar a análise de projetos de sistemas hidrossanitários, a norma de desempenho define uma listagem de verificações baseadas na ABNT NBR 13531 (1995), que compreendem desde a concepção do produto até a pós-entrega da obra, subdividida nas seguintes fases:

1. Fase A – Concepção do produto 2. Fase B – Definição do produto

3. Fase C – Identificação e solução de interfaces 4. Fase D – Projeto de detalhamento

5. Fase E – Pós-entrega dos projetos 6. Fase F – Pós-entrega da obra

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29 Pertinente à concepção do produto, a fase A compreende uma análise das condicionantes locais e consultas às concessionárias de serviços públicos, objetivando determinar as restrições e possibilidades que regem o produto imobiliário e possibilitam caracterizar o partido hidráulico como também identificar as soluções plausíveis para as edificações e as respectivas implantações.(AGESC, 2019)

Em seguida, a ABNT NBR 15575-6 apresenta a fase de verificação B relativa à definição do produto, que contempla o desenvolvimento do partido hidráulico e dos elementos da edificação habitacional, consolidando as orientações para a verificação das viabilidades física, legal e econômica, tal como possibilitar a elaboração dos projetos legais.

A fase C, por sua vez, segundo a norma de desempenho, é caracterizada como Projeto Básico (PB) e trata da identificação e solução de interfaces, compreendendo o posicionamento de dispositivos e componentes hidráulicos; a definição e leiaute de salas técnicas; o traçado de tubulações hidráulicas principais; e definição e leiaute de

shafts verticais.

No que se refere à fase D, a norma mencionada anteriormente a descreve como Projeto Executivo (PE), contemplando a execução do detalhamento de todos os elementos do imóvel e inserção dos detalhes fundamentais de produção, com o intuito de fornecer informações que permitam a perfeita caracterização das obras a serem executadas, como também a análise dos métodos construtivos, avaliação dos custos e prazos de execução.

Em se tratando da fase E, a norma de desempenho caracteriza seu conteúdo como informações documentadas do projeto e a realização correta dos trabalhos de campo, compreendendo apresentação do projeto; programa básico de acompanhamento da obra; e esclarecimento de dúvidas.

No que concerne à fase F, objeto de estudo dessa pesquisa, a etapa de pós-entrega compreende procedimentos de avaliação e/ou assessoria da obra bem como a realização de projetos de alterações. Seu conteúdo abrange análises do comportamento da edificação em uso que, segundo a ABNT NBR 15575-6 (2013), possui o intuito de: “(...) verificar e reafirmar se os condicionantes e pressupostos de projeto foram adequados e se eventuais alterações, realizadas em obra, estão compatíveis com as expectativas do empreendedor e de ocupação dos usuários.”

Com o objetivo de garantir um bom desempenho dos sistemas hidráulicos, a fase de verificação F contempla alguns itens que têm de ser apresentados como, por

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30 exemplo, o manual do proprietário. A norma supramencionada especifica que o mesmo precisa conter dados e orientações que permitam a preservação e melhor utilização desses sistemas pelos usuários, através da caracterização dos equipamentos e suas documentações técnicas como também a forma de operação e as diretrizes para manutenções preventivas. Para mais, deve existir um projeto complementado que registre as possíveis atividades desenvolvidas no imóvel decorrente de solicitações.

Existem escopos de projeto de edificações habitacionais direcionados ao atendimento da ABNT NBR 15575 que apresentam instruções para atender os variados projetos de um imóvel bem como esclarecer os critérios empregados na elaboração dos escopos de desempenho. Conforme afirma Marcos Velletri, diretor da vice-presidência de Tecnologia e Sustentabilidade do Secovi-SP (2019), “os Manuais de Escopo representam uma importante base de informações dirigida a contratantes e projetistas que buscam por qualidade no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários”.

De acordo com a dissertação Gestão do Processo de Projetos de Edificações em Instituição Federal de Ensino Superior: Estudo de Caso no Ceplan/Unb, de Sérgio Campos, baseado no Manual de Escopo de Serviços para Coordenação de Projetos (AGESC, 2010) apresentado, a atuação da coordenação de projetos na fase F designa-se à gestão da metodologia de avaliação e retroalimentação do processo de projeto, abrangendo os inúmeros agentes do empreendimento e resultando em práticas que visam a melhora em todos os níveis e atividades envolvidas. (CAMPOS, 2011)

Diante dos inúmeros critérios expostos e desenvolvidos nas normas citadas, e intensificados por uma extensa gama de estudos direcionados às fases de idealização, concepção e finalização das obras, de forma a ratificar a magnitude deste trabalho, são inúmeras as pesquisas que relatam e/ou apresentam, de formas teórica ou prática, exemplificações das técnicas construtivas, destrinchadas em relatos de falhas, bem como sugestão de melhorias.

Assim sendo, buscando por alternativas que reiterem todas as justificativas abordadas, além de trazerem à tona materiais que exponham a notoriedade do tema proposto, uma seleção de trabalhos interligados ao tema serão apresentados a seguir, de modo que, por entre as análises retratadas nas pesquisas, reforcem a importância

(32)

31 do assunto proposto como maneira de buscar-se a excelência completa em todos os estágios de uma edificação.

2.4 TRABALHOS CORRELATOS

Em virtude da seriedade do tema proposto, vários são os trabalhos que trafegam em uma linha tênue que descreva a importância do tema abordado, no mais variado leque de direcionamento da temática, bem como estudos e aplicações propostos referentes aos sistemas hidrossanitários.

Alves e Matos (2016) desenvolveram verificações fundamentadas no cumprimento da ABNT NBR 15575 direcionadas à fase de aprovação, financiamento e execução das obras na região da Grande Florianópolis.

Alicerçado nas prerrogativas dispostas na norma supracitada, visando o melhoramento de técnicas construtivas através de um questionário investigativo oferecido a construtoras, prefeitura e financiadoras, de edificações verticais multifamiliares a fim do estudo e análise da efetivação dos itens normativos, fixou-se o objetivo do trabalho referido.

Após a investigação, relatam que, relacionado às construtoras, seria possível minorar a insatisfação dos condôminos perante os sistemas abordados se majorada a atenção direcionada aos critérios construtivos expostos na norma de desempenho; e equivalente às prefeituras e financiadoras, ratificou-se a importância de suas presenças ativas neste setor, pois possuem soberania para com a aprovação do projeto apresentado, assim como a liberação do financiamento.

Benedicto (2009) identificou e apresentou requisitos e critérios de desempenho de SPAQ em edifícios habitacionais de múltiplos pavimentos através de seu trabalho de pós-graduação direcionado ao desempenho de Sistema Predial de Água Quente (SPAQ).

O estudo descrito fundamentou-se, de maneira teórica, na aplicação em dois edifícios residências a fim de buscar por inconformidades que desrespeitem as orientações da normativa de desempenho. O estudo percorreu desde equívocos oriundos da elaboração de projetos, falhas na execução, e da falta ou inadequação no período das manutenções prediais.

A averiguação constatou a apresentação de melhorias para o desempenho da sistemática juntamente à satisfação dos moradores. Ademais, além da compreensão

(33)

32 de divergências relacionadas às peças e produtos usados nos sistemas, apontou ainda necessidade de revisão na NBR 7198 para se adequar às exigências do usuário de acordo com o transmitido pela NBR 15575.

Não obstante, elencou uma série de diretrizes que orientam a metodologia de execução de testes para as tubulações, e finalizou com a justificativa de que uma vez atendidos os requisitos e critérios de desempenho específicos para o SPAQ, segundo Benedicto (2009), é possível colaborar com a minimização de erros e minorar possíveis problemas patológicos.

De maneira a evidenciar a abordagem da temática relacionada à fase de pós-entrega de edificações, Mendes (2017) promoveu uma pesquisa voltada ao processo de análise destas obras referentes ao uso, operação e a manutenção dos mesmos.

O Estudo de Caso desenvolvido pela autora supracitada teve como parâmetro o auxílio de normativas como a NBR 15575, de maneira que se tornasse possível a investigação da etapa construtiva equivalente a pós-entrega da obra. Segundo Mendes (2017), os resultados foram conquistados mediante uma análise técnica dos laudos de inspeção predial oferecidos pelos condomínios. Estes resultaram num contra laudo, em que se concluiu responsabilidades voltadas à construção, porém, também demonstrou “casos de ausência da manutenção periódica e mau uso por parte dos condôminos”.

Ao verificar as análises desenvolvidas por Mendes (2017), diante do exposto no “Quadro 12 – Resumo das identificações apresentadas nos laudos de inspeção”, página 88, observa-se que pertencente ao grupo de casos mais críticos das áreas inspecionadas, encontra-se o sistema hidrossanitário. Ainda, ao averiguar as considerações finais apresentadas pela autora, esta reforçou a necessidade na elaboração de documentos que estejam em consonância com a NBR 15575. Ainda por cima, neste ponto, deve ser enrijecida a ligação de suportes teóricos que executam auxílios práticos para o bom funcionamento da sistemática de desempenho.

Desta forma, fundamentado nos estudos apresentados, fortifica-se a retórica da necessidade de acompanhamento, análise e orientação de uma parte crucial, hidrossanitária, seja esta proveniente da concepção a pós-entrega da obra, para o bom e eficaz funcionamento dos empreendimentos.

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33 3 RESULTADOS E ANÁLISES

Neste capítulo apresentar-se-á o campo e método de pesquisa, a exibição dos resultados obtidos através da aplicação individual de dois questionários, direcionados às construtoras e aos usuários, assim como uma análise dos dados e recomendações baseadas no referencial teórico exposto anteriormente.

3.1 CAMPO DE PESQUISA

Em concordância com a delimitação do tema desse estudo e com o intuito de verificar a aplicação da norma, a pesquisa fundamentou-se na participação de sete construtoras responsáveis por imóveis residenciais multifamiliares verticais da região da Grande Florianópolis. Complementando a análise, obteve-se o suporte de nove síndicos de edificações da mesma região e que possuem diferentes sistemáticas para o aquecimento de água.

3.2 MÉTODO DE PESQUISA

Esse estudo de caso analisou as atividades das construtoras em relação ao cumprimento dos preceitos estabelecidos na NBR 15575-6 no que se refere à eficiência do SPAQ na fase de pós-entrega de obras. Além disto, também verificou as intervenções realizadas pelos usuários nas edificações em estudo, bem como retratou os principais problemas relatados.

Elaborou-se e aplicou-se questionários específicos direcionados às construtoras e aos síndicos, a fim de atender os objetivos dessa pesquisa. Os questionários citados estão nos apêndices II e IV, respectivamente.

Para mais, foram entregues cartas de apresentação com o intuito de esclarecer a pesquisa aos entrevistados e elucidar melhor o tema abordado. Através deste documento, pretendeu-se enfatizar a garantia referente ao sigilo de todas as informações obtidas bem como da identidade dos participantes, com o propósito de atingir maior transparência nas respostas. Estas cartas estão nos apêndices I e III, respectivamente.

(35)

34 3.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Depois de realizada a coleta de dados junto às construtoras e com os síndicos de edificações selecionadas, e de posse dos mesmos, apresentar-se-ão seguidamente os resultados desta pesquisa.

3.3.1 Construtoras

Para a seleção das empresas participantes e na intenção de obter dados relevantes ao estudo, foram contatadas apenas aquelas que trabalham com a construção de edificações multifamiliares verticais que possuam sistema de aquecimento de água, de diversos padrões construtivos, e que de preferência um responsável técnico inscrito no CREA respondesse o questionário. Ao total, fez-se contato com quatorze construtoras atuantes na Grande Florianópolis.

A carta de apresentação e o questionário foram enviados por e-mail, aplicativo de mensagens instantâneas e entregues presencialmente em algumas empresas. Contudo, somente sete engenheiros responderam à pesquisa em nome das mesmas.

O questionamento elaborado é composto por doze questões, divididas em quatro partes. A primeira trata da caracterização das empresas, a segunda da assistência na fase de pós-entrega das edificações, a terceira dos problemas mais comumente relatados pelos clientes e as maiores dificuldades na implementação do SPAQ, e a quarta ao atendimento dos preceitos estabelecidos pela NBR 15575-6.

A fim de manter o sigilo esperado pelas empresas e preservar a identidade dos engenheiros participantes, as construtoras foram nomeadas com as letras de A a G.

3.3.1.1 Caracterização

A classificação quanto ao porte das construtoras foi informada pelos engenheiros através da primeira pergunta do questionário, sendo possível verificar três tipos: 42,86% são pequenas; 28,57% são médias e 28,57% são grandes. O Gráfico 1 mostra o porte de cada uma delas.

(36)

35 Gráfico 1 - Porte das construtoras

Fonte: elaboração das autoras, 2020.

Para mais, questionou-se na segunda pergunta o número de pessoas que trabalham nas empresas e os seus respectivos cargos. Essas informações podem ser verificadas na Tabela 1.

Tabela 1 - Quantidade e caracterização dos empregados

Construtora Cargos Total

A

1 engenheiro civil; 2 no setor administrativo; 1 no setor comercial; 1 diretor técnico; 1 diretor administrativo; 2 mestres de obras; 7 pedreiros; 9 carpinteiros; 3

armadores; 4 serventes; 1 guincheiro; 2 encanadores; 2 eletricistas.

36

B

1 engenheiro civil; 1 administrador; 1 auxiliar de escritório; 1 mestre de obras; 1 guincheiro; 2

armadores; 4 carpinteiros; 3 pedreiros; 2 serventes.

16

C 1 engenheiro civil; 1 estagiário; 2

D 1 engenheiro civil; 1 mestre de obras; 5 serventes; 4 pedreiros; 1 almoxarife; 10 funcionários no escritório. 22 E 1 engenheiro civil; 1 arquiteta; 3 estagiários; 22 pedreiros; 9 meios oficiais; 19 serventes. 55

F

3 engenheiros civis; 1 técnico em segurança; 1 estagiário; 7 no setor administrativo; 4 mestres de obras; 78 profissionais em obra (pedreiro, encanador, eletricista, pintor, ceramista); 26 serventes.

120

G

4 engenheiros civis, 90 profissionais em obra

(encarregados, pedreiros, serventes, encanadores e auxiliares); 15 funcionários no escritório (contabilidade, aluguel e compras).

119

(37)

36 Todas as empresas analisadas trabalham com a construção de edificações multifamiliares verticais e possuem o público alvo variado. A classe social dos seus clientes foi identificada de acordo com as respostas da terceira pergunta do questionário, onde a construtora E informou estar voltada aos clientes de classe baixa, as construtoras A, B e D aos clientes de classe média, as construtoras F e G aos clientes de classe alta, e apenas a construtora C respondeu não possuir um público alvo. Esses dados podem ser vistos no Gráfico 2.

Gráfico 2 - Público alvo das construtoras

Fonte: elaboração das autoras, 2020.

3.3.1.2 Assistência na fase de pós-entrega da obra

A segunda parte abordada na pesquisa objetivou analisar a assistência das empresas quanto às orientações estabelecidas pela NBR 15576-6, no que diz respeito à fase de pós-entrega das obras, e se iniciou questionando se existem procedimentos de assessoria para atender as reclamações dos clientes.

Diante dessa pergunta, as empresas, em sua maioria, informaram possuir um canal de atendimento para receber reclamações, com exceção da construtora C, conforme mostra o Gráfico 3. Os engenheiros também informaram que todas as reclamações passam por uma avaliação, com o intuito de verificar se a resolução é de responsabilidade da construtora e se possui cobertura pela garantia. Caso afirmativo, é agendada uma visita técnica no imóvel a fim de encontrar a melhor solução para o problema.

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37 Gráfico 3 - Assistência na fase de pós-entrega das obras

Fonte: elaboração das autoras, 2020.

Para complementar essa parte do estudo também foi questionado se existe assistência para as solicitações feitas após o prazo de garantia contratado, e todas as empresas informaram que sim, com exceção da construtora A, que esclareceu atender apenas às reclamações de simples resolução e indicar outros profissionais nos casos mais complexos.

3.3.1.3 Problemas relatados e dificuldades na implementação do SPAQ

Na terceira parte da pesquisa questionou-se se as empresas possuem preferência por algum tipo de aquecimento de água, e todas informaram construir edificações com o sistema de aquecedores a gás de passagem.

Além disso, questionou-se quais são os problemas mais comumente relatados pelos usuários na fase de pós-entrega das edificações. Como mostra o Gráfico 4, 57,14% das empresas informaram não possuir reclamações relacionadas ao SPAQ. Em contrapartida, os restantes 42,86% das empresas informaram possuir reclamações relacionadas ao valor pago na fatura de gás; às peças com eventuais defeitos de fabricação; e à instalação dos aquecedores de passagem a gás.

(39)

38 Gráfico 4 - Problemas relatados às empresas

Fonte: elaboração das autoras, 2020.

Esse sucesso na ausência de reclamações que competem às construtoras advém do controle de qualidade e desempenho sobre o SPAQ na fase de finalização da obra, segundo o depoimento do engenheiro representante da construtora F:

Por utilizar tubulação de PPR para a instalação de água quente do empreendimento e fazer consecutivos testes antes da entrega do imóvel ao cliente, não há registros de problemas relacionados ao sistema. [...] (CONSTRUTORA F, 2020)

E para concluir esta parte do estudo, elaborou-se uma questão a fim de entender quais são as maiores dificuldades encontradas pelas construtoras na implementação do SPAQ das suas edificações.

Houve uma similaridade entre as respostas das construtoras A, B, D e E, que relataram ter como maior impasse o custo da mão-de-obra qualificada e do material, tanto para implantar a infraestrutura do sistema quanto as peças de acabamento. As construtoras C e G, por sua vez, informaram não possuir dificuldades na implementação do sistema.

Por fim, a construtora F alegou ter problemas com as instalações e manutenções preventivas mal executadas pelas empresas terceirizadas contratadas pelos usuários na fase de pós-entrega da obra.

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39 3.3.1.4 Aplicação da NBR 15575-6

Esta última parte da pesquisa direcionada às construtoras teve início questionando se são realizados os projetos de “Como Construído” (as built), em consequência das mudanças que podem ocorrer nas fases anteriores ao pós-entrega das edificações, advindas de solicitações dos usuários ou de necessidades observadas durante a execução. Notou-se, após a verificação das respostas obtidas, que todas as construtoras afirmaram realizar esses projetos.

Cabe enfatizar que os desenhos as built não englobam as alterações que possam ter sido realizadas sem a autorização do projetista, que não será responsável por tais mudanças.

Prosseguindo com a pesquisa, questionou-se sobre a avaliação na fase de pós-entrega das obras, isto é, verificar se os condicionantes e pressupostos de projeto foram adequados. Conforme demonstra o Gráfico 5, todas as empresas informaram estar em conformidade nesse quesito, exceto a construtora C.

Gráfico 5 - Avaliação na fase de pós-entrega das obras

Fonte: elaboração das autoras, 2020.

As respostas de 86% dos engenheiros representantes foram semelhantes e, desse modo, a que melhor sintetiza tal questão e retrata as demais empresas é da construtora F, apresentada a seguir:

A análise das dificuldades e problemas encontrados no pós-entrega da obra leva a empresa ao aperfeiçoamento do sistema predial de água quente, objetivando reduzir as manutenções e o custo de operação. Desta forma, o

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40 projeto sempre é atualizado, buscando melhorar cada vez mais. (CONSTRUTORA F, 2020)

Seguidamente, questionou-se às empresas se elas entregam os manuais do proprietário aos clientes, e todas informaram que sim. Além disso, perguntou-se quais as características que neles podem ser observadas. A Tabela 2 mostra os resultados obtidos.

Tabela 2 - Características contidas no Manual do Proprietário de cada construtora Manual do Proprietário

Características Sim Não

Informações e orientações necessárias para a melhor utilização e preservação dos sistemas hidráulicos pelo

proprietário A, B, D, E, F e G C

Descrição das características de cada equipamento e

sistema, incluindo a documentação técnica A, B, D, E, F e G C

Forma e cuidados de operação A, B, D, E, F e G C

Orientação e programa de manutenção preventiva A, B, C, D, E, F e G Relação dos fornecedores utilizados na obra A, B, D, E, F e G C Garantias dos materiais e equipamentos utilizados na

obra A, B, D, E, F e G C

Fonte: elaboração das autoras, 2020.

Para mais, também foi perguntado se as empresas realizam a entrega dos projetos alterados ou complementados aos clientes, e apenas a construtora C informou não estar de acordo com essa questão. A Tabela 3 expõe as características que cada empresa apresenta nesses projetos.

Tabela 3 - Características do Projeto Alterado ou Complementado de cada construtora Projeto Alterado ou Complementado

Características Sim Não

Cumprimento das atividades estabelecidas

previamente A, E, F e G B, C e D

Registro das atividades desenvolvidas no empreendimento ou em decorrência dos serviços solicitados

A, B, D, E, F e G C Fonte: elaboração das autoras, 2020.

Referências

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