A ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL FRENTE AO CUIDADO INTEGRAL EM HEMODINÂMICA: RELATO DE CASO
Apresentadora: Izamara Rostirolla¹; Orientador: Rodrigo Casarin²; Autora: Clay Rita Aguiar Machado³; Autora: Marieli Jaeger de Andrade4;
Autora: Viviane Gallon Mendonça5
Resumo: o presente artigo têm por finalidade a discussão da funcionalidade da equipe multiprofissional, em um hospital de alta complexidade situada na cidade de Passo Fundo, norte do Rio Grande do Sul, no setor da Hemodinâmica. A extrema importância que a equipe de residência multiprofissional assume objetivando o melhor desenvolvimento não somente de atividades prática, nas habilidades assistenciais, mas também sob o ponto de vista gerencial e educativo que também é de encargo da residência multiprofissional.
Palavras-chaves: Hemodinâmica. Equipe multiprofissional. Cuidado.
Introdução
Hemodinâmica é uma palavra originária do grego haima (sangue) e dynamis (força), significando, portanto, o estudo dos movimentos do sangue e dos fatores que neles intervêm
¹Acadêmica de Enfermagem pela Universidade de Passo Fundo – Passo Fundo.
Fritz Bleichroeder, que introduziu um cateter em veias e artérias de cães e em suas próprias veias, sem controle radiológico. Já, em 1929, Forssman, repetindo a experiência, introduziu o cateter até o átrio direito, sob controle radioscópico, caracterizando assim o primeiro cateterismo cardíaco. Com o aperfeiçoamento, o estudo e o desenvolvimento das técnicas de intervenção, por Sones e Judkins, realizou-se, em 1977, a primeira Angioplastia Coronária Transluminal Percutânea (ACTP), por Andreas R. Gruntzig, na Europa. No Brasil, os primeiros exames em hemodinâmicas iniciaram-se em 1966, sendo a primeira ACTP realizada em Curitiba/PR, em 1979 (LINCH, 2010).
Nesse contexto, pode-se perceber que as Unidades de Hemodinâmica – UHDs são recentes, tanto como um serviço de apoio para diversas áreas da medicina, e também para a atuação do enfermeiro. Além disso, unidades reinventam-se em constante avanço científico e tecnológico, o que tem contribuído para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor de saúde. Para atender as demandas dos serviços de hemodinâmica, tem se exigido do enfermeiro um perfil motivado a aperfeiçoar conhecimentos e habilidade para enfrentar constantes mudanças (LINCH, 2010).
Os avanços da ciência e da tecnologia têm resultado em desenvolvimento de novas técnicas de investigação e tratamento de doenças nas diferentes áreas da saúde. A partir desses avanços busca-se minimizar custos, assegurar a efetividade dos procedimentos e garantir a segurança dos pacientes. As UHDs são exemplos de serviços que dispõem de alta tecnologia para a realização de procedimentos menos invasivos, principalmente, nas áreas de cardiologia, radiologia e neurologia (LINCH, 2011).
Quanto ao ambiente, é uma unidade fechada, com iluminação artificial, sons e ruídos característicos dos equipamentos, e ainda emprega radiação ionizante na realização dos procedimentos (LINCH, 2011).
Estudos relatam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a pacientes críticos causam maior desgaste e consequente estresse da equipe, devido aos ruídos característicos, à alta tecnologia, aos cuidados complexos a pacientes em estado agudo ou crítico, ao contato com a morte e situações de emergência (LINCH, 2011).
No HC o serviço de Hemodinâmica, foi implementado no ano de 2007, com capacidade para atender pacientes de diversas especialidades. No ano de 2016, o setor passar por algumas ampliações de sua estrutura física, para o melhor atendimento dos pacientes e também devido à alta demanda de procedimentos.
O setor além de ser um prestador de serviços de saúde, em que atuam diversos profissionais, também é um espaço para aprendizagem, onde estudantes das diversas áreas podem ter a oportunidade de interagir na busca de conhecimento. Neste espaço, atuam residentes do Programa de Residência Multiprofissional em cardiologia e os demais residentes das diversas áreas da saúde.
No Brasil, a modalidade de ensino denominada Residência consolidou-se como especialização na área da saúde, com o intuito de promover mudanças na formação dos profissionais em relação ao modelo médico-assistencial. O Ministério da Saúde propõe a estratégia da modalidade de Pós-Graduação - Lato Sensu com os programas de Residência Multiprofissional em Saúde voltados para a educação em serviço destinada às demais áreas de saúde (SILVA et al., 2015).
A elaboração do Programa de Residência Multiprofissional em Cardiologia, foi dada pela UPF juntamente com o Hospital da Cidade e a Prefeitura Municipal de Passo Fundo, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, iniciando em março de 2014.
Esse programa é concebido dentro dos princípios e diretrizes do SUS, tendo como prioridade a realidade local e regional diante do atendimento de saúde. Neste sentido, o trabalho, a capacitação e a atuação com práticas interdisciplinares e multiprofissionais,
¹Acadêmica de Enfermagem pela Universidade de Passo Fundo – Passo Fundo.
buscam o cuidado integral à saúde das pessoas, visando a melhoria na qualidade de vida e de saúde da população.
Objetivo
Relatar sobre a atuação da equipe multiprofissional em busca de uma assistência norteada no processo de trabalho conjunto, envolvendo todos os atores no transcorrer da internação hospitalar numa UHD.
Metodologia
Trata-se de um relato de caso, vivenciado no setor de hemodinâmica de um hospital de grande porte e de alta complexidade em cardiologia, no transcorrer do estágio curricular final para a obtenção da graduação em enfermagem, relativo ao período de agosto a novembro de 2016. Tendo como sujeito e cenário a residência multiprofissional e o serviço de hemodinâmica, respectivamente.
As orientações aos pacientes e familiares são fornecidas por profissionais da residência multiprofissional na área de concentração em cardiologia, que atuam em um hospital de grande porte na região norte do Rio Grande do Sul, sendo eles, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e farmacêuticos.
O cenário estudado apresenta a intensa transformação nas rotinas de trabalho, tendo em vista a abordagem multidisciplinar sendo agregada ao atendimento das diversas faces do cuidado.
A produção do cuidado, passa pelo envolvimento dos profissionais em todos os momentos da internação, e a enfermagem apresenta-se como elo importante neste plano terapêutico interdisciplinar.
As discussões de caso entre a equipe multiprofissional se tornam momentos de suma importância para os relatos e as trocas dos diversos saberes, aperfeiçoando o desenvolvimento de práticas compartilhadas e elaborando planos de cuidado integral e interdisciplinar.
As informações ofertadas na alta hospitalar visam uma verbalização de fácil entendimento aos pacientes e familiares, sempre entendo o contexto social de cada indivíduo. Corroborando, Marques, 2014, mostra que o déficit de informações fornecidas sobre as medicações que o paciente deve utilizar ou continuar utilizando na alta hospitalar pode levar à interrupção ou inadequação da terapia farmacológica podendo resultar em complicações e sofrimentos adicionais ao paciente.
Este novo modelo de trabalho apresenta mudanças na organização e nos processos de trabalho exigindo dos profissionais maior comunicação e melhor relacionamento para propiciar uma assistência com maior qualidade para o paciente como um todo. Assim, as novas práticas de saúde e o aprimoramento da gestão do cuidado implicam no envolvimento da equipe multiprofissional no reconhecimento do paciente como ator principal e propiciando um clima favorável para o cuidado integral(MERHY, 2002).
¹Acadêmica de Enfermagem pela Universidade de Passo Fundo – Passo Fundo.
Conclusão
A partir do presente artigo, podemos concluir a importância que a equipe multiprofissional possui, não somente para o melhor desempenho e desenvolvimento do setor como um todo, mas também diante às orientações que são prestadas na assistência ao paciente submetido a procedimentos, visando o bem estar do paciente e o tratando de forma única.
Assim, o trabalho da equipe multiprofissional no setor, na abordagem do processo saúde-doença, possui uma extrema e fundamental relevância na construção de melhorias frente ao paciente e os demais membros da equipe.
Referências
SILVA, Jaqueline Calegari; CONTIM, Divanice; OHL, Rosali Isabel Barduchi; CHAVAGLIA, Suzel Regina Ribeiro; AMARAL, Eliana Maria Scarelli. Percepção dos residentes sobre sua atuação no programa de residência multiprofissional. Acta Paul Enfermagem. 2015; 28(2):132-8.
LINCH, Graciele Fernanda da Costa; GUIDO, Laura de Azevedo. Estresse de enfermeiros em unidade de hemodinâmica no Rio Grande do Sul, Brasil. Rev. Gaúcha Enfermagem (Online) vol.32 no.1. Porto Alegre. Mar. 2011.
LINCH, Graciele Fernanda da Costa; GUIDO, Laura de Azevedo; SOUZA, Simone Fantin. Enfermeiros em unidade de hemodinâmica no Rio Grande do Sul: perfil e satisfação profissional. Texto contexto – enferm. vol.19 no.3. Florianópolis. July/Sept. 2010
MARQUES, Liete de Fátima Gouveia; ROMANO-LIEBER, Nicolina Silvana. Estratégias para a segurança do paciente no processo de uso de medicamentos após alta hospitalar. Physis [online]. 2014, vol.24, n.2, pp. 401-420. ISSN 1809-4481.
MERHY EE. Saúde: a cartografia do trabalho vivo. São Paulo (SP): Hucitec; 2002. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, agosto, 2008.
