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Aidar renuncia, e contratos do
São Paulo podem ser devassados
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T E R Ç A - F E I R A , 1 3 D E O U T U B R O D E 2 0 1 5
€ 7,5 mi
por ano pagará a Emirates
Airlines pelo patrocínio ao alemão
Hamburgo até junho de 2019
N Ú M E R O D O D I A
E D I Ç Ã O • 3 5 9
Encurralado e isolado politica-mente após denúncia de cobran-ça de propina feita pelo ex-vice--presidente Ataíde Gil Guerreiro, Carlos Miguel Aidar decidiu dei-xar a presidência do São Paulo.
A renúncia será confirmada na noite de hoje, em reunião com o conselho do clube, que então convocará novas eleições para a presidência, em até 30 dias.
A saída de Aidar poderá gerar uma devassa sobre os negócios feitos pelo São Paulo no último ano, quando ele esteve à frente do clube. Além de um pente fino sobre negociações de jogadores, o contrato de fornecimento de material esportivo com a Under Armour deverá passar por análise.
Na última semana, Gil Guerreiro mostrou alguns documentos ao conselho do São Paulo mostran-do que a Under Armour teria feito um acordo para pagar R$ 6 mi-lhões, em parcelas semestrais de R$ 500 mil, à empresa TML Foco, de propriedade de Cinira Matura-na, namorada do presidente.
A denúncia gera nova crise em relação ao contrato de material esportivo firmado pelo clube.
Em dezembro de 2014, a Má-quina do Esporte revelou que o São Paulo chegou a fechar com a Puma, mas o acordo foi desfeito por divergências em relação a um pagamento de comissão a Cinira. A própria fabricante afirmou que se recusou a pagar pela comissão, alegando que não ocorrera qual-quer intermediação no acordo.
Meses depois, o São Paulo anunciou acordo com a Under Armour, que substituiu a Penalty após o término do Paulistão.
Além da polêmica da comissão a Cinira, o acordo com a Under Armour sofre questionamento por uma comissão de R$ 18 milhões que ainda não foi paga para a empresa Far East, de Hong Kong, que teria intermediado o negócio. Em e-mail, Ataíde Gil Guerreiro disse ter gravação de Aidar con-firmando que o negócio teria sido feito por Douglas Schwartzmann, vice-presidente de marketing, e que seria um meio de o dirigente receber propina pelo contrato.
Todas as partes não se pronun-ciaram sobre as acusações feitas por Guerreiro até o momento. POR REDAÇÃO
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Após crise de 2013, Corinthians fecha
acordo para rede de lanchonetes
POR REDAÇÃO
Após três anos, o Corinthians finalmente anun-ciou um acordo para implementar uma rede de lanchonetes com a marca do clube. O negócio foi fechado com a SportFood, que já atende Vas-co, Bahia, Palmeiras, Grêmio, Cruzeiro e Santos.
Em 2013, um acordo até então inédito foi feito pelo então diretor de marketing do clube, Ivan Marques. Nele, o Corinthians criaria a primeira rede de fast food com a marca de um clube no Brasil, em parceria com os principais franqueado-res do mercado, sócios da rede Bom Grilê, que emprestariam a experiência em formar uma rede de restaurantes em shopping para o Corinthians. O acordo, na ocasião, foi vetado pelo presiden-te Mario Gobbi, que não via vantagem financeira para o clube no negócio. A situação fez Marques pedir para deixar o departamento de marketing.
Agora, o Corinthians usa a SportFood para ter
a rede. Até agora, porém, a empresa não fez mais do que duas lojas do Grêmio, clube com o qual ela tem o mais antigo relacionamento.
Mesmo assim, a previsão ambiciosa é de que 130 unidades sejam abertas no sistema de franquias com o Corinthians. O in-vestimento inicial é de R$ 400 mil. “É uma
oportu-nidade para estarmos ainda mais próximos dos nossos torcedores. Tenho certeza que a marca e o relacionamento com os corintianos serão forta-lecidos e, de quebra, ainda teremos uma impor-tante fonte de receita”, disse Gustavo Herbetta, superintendente de marketing do Corinthians.
repórter da Máquina do Esporte POR PRISCILA BERTOZZI Repórter da Máquina do Esporte
Neymar e Lionel Messi são as
prin-cipais revelações do futebol mundial
na última década. Por mais que
te-nham seus desempenhos
questiona-dos aqui ou acolá, ninguém nega o
talento dos dois jovens de 23 e 28
anos, respectivamente. O brasileiro
no celeiro de craques do Santos e o
argentino na base do Barcelona, na
Espanha, já davam mostras desde os
primeiros chutes a gol de que o
ho-rizonte seria vitorioso e afortunado.
Com milhões, bilhões,
inimaginá-veis “lhões” a contabilizar, o
dinhei-ro deveria, desde o marco zedinhei-ro, ser
profissionalmente administrado. A
conta bancária está atrelada à fama,
involuntariamente. E o sucesso
in-terfere diretamente na imagem do
atleta. Um escândalo de evasão
fis-cal, sonegação, ameaça de prisão e
outras acusações do gênero poderia
arranhar de forma irreversível as
duas carreiras vitoriosas em campo.
Não, não são poucos os casos de
atletas envolvidos em casos desse
tipo, infelizmente. E Neymar e
Mes-si, como muitos outros no passado,
não sairão maculados dos processos.
Ninguém será preso e, se houver
multa, já será feita Justiça. Atletas
são blindados, quando deveriam ser
exemplos. Desde o berço do
espor-te, a sensação de impunidade e
sobe-rania guia quem deveria primar, por
origem, a humildade.
Ostentar uma Ferrari quando se
tem dinheiro retido pelo fisco, como
fez Neymar, deveria ter causado um
alarde muito maior do que causou.
As acusações que recaem sobre
Messi, também. Em tempos de crise
de ética no futebol, os dois só
com-provam a tese de que o esporte pode
ser corrupto em qualquer esfera.
Atletas deveriam ser exemplo
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O futebol é o esporte mais popular do Brasil, mas isso não significa necessariamente que, entre os patrocinadores, ele é quem dará a melhor entrega. Foi isso que a Texaco concluiu após deixar a bola e ir para a Stock Car, onde atua nos últimos dois anos.
À Máquina do Esporte, o coor-denador de marketing da Che-vron, Danilo Sad, explicou por que resolveu sair do futebol em 2013, após patrocinar o Botafogo.
“Foi um período bacana, mas é um modelo que se esgotou; não tínhamos as ativações que gosta-ríamos. Até porque as ações esta-vam restritas ao Rio de Janeiro”.
Até 2009, a Texaco mantinha patrocínio no automobilismo, mas a estratégia mudou quando a parte da empresa responsável
por combustíveis foi comprada pela Ipiranga. Com uma linha de produtos voltada exclusivamente aos lubrificantes, a companhia apostou na Havoline exposta na barra da camisa do Botafogo.
Na Stock Car, em 2014, a em-presa escolheu Allam Khodair para fazer ações envolvendo o público interno e externo, entre consumidores finais e distribuido-res. Reuniões com funcionários, ações sociais, volta rápida com clientes, relacionamento nos bas-tidores das corridas, entre outras ações, foram usadas pela Texaco.
Na “Corrida do Milhão”, pro-moveu um “Dia de Milionário” com um cliente, com todos os luxos que o nome sugere.
Neste ano, as ações foram re-forçadas graças ao centenário da
empresa no Brasil. Khodair mu-dou seu número de competição no meio da temporada, ao adotar o “100”, reforçando a efeméride.
A Texaco diz que viu maior valor ao apostar em relacionamento em vez de exposição da marca, algo raro no mercado brasileiro.
“Não tenho a mesma exposi-ção, mas com um pouco mais de criatividade, os resultados são muito mais significativos”, diz. POR DUDA LOPES
Em centenário, Texaco troca
futebol por ativação na Stock
LeBron James trocou proteínas por carboidrato. Mas não foi em sua dieta, e sim em seus contratos comerciais. O maior astro da NBA atual encerrou vínculo com o McDonald’s e será o novo embaixa-dor de outra rede de fast food, a Blaze Pizza.
O armador já tinha deixado claro que não pre-tendia renovar contrato com o McDonald’s, ainda mais após uma entrevista em que disse que, no início da carreira, não “levava uma alimentação totalmente saudável como um jogador necessita” ao dizer que comia os sanduíches da lanchonete.
A escolha pela rede de pizzarias foi relativamen-te natural. O jogador é dono de duas unidades da
Blaze Pizza, uma em Chicago e outra em Miami, cidade em que já atuou pelo Miami Heat. O início da relação começou em 2012, quando o jogador se tornou um dos primeiros investidores da rede.
Com esse acordo, a Blaze Pizza se incorpora ao portfólio de patrocinadores de LeBron James junto com empresas como Samsung, Coca-Cola e Nike. A decisão de encerrar vínculo com o McDonald’s foi tomada de comum acordo, segun-do comunicasegun-do oficial da rede de lanchonetes.
As relações entre o jogador e o McDonald’s tive-ram início em 2010. Historicamente, a marca sem-pre apoiou astros da liga, como Michael Jordan.
Uma das maiores estrelas do esporte mundial recebeu um pedido de prisão na quinta-feira. Lionel Messi, junto com seu pai, terá que responder por suposta fraude de € 4,1 milhões em sone-gação de impostos na Espanha. A acusação já rondava o jogador desde 2013, mas tomou maiores repercussões com a possibilidade de o atleta ficar 22 meses preso.
Mesmo que a medida pareça impensável, Messi e seu estafe terão de amenizar a crise de imagem do jogador. Hoje, ele é o segundo na lista de atletas do futebol com maior faturamento. Segundo a revista Forbes, foram US$ 22 milhões em patrocínio em 2014, com marcas como Adidas, Pepsi e Gillette. Só Cristiano Ro-naldo faturou mais do que ele.
Especializado em branding no esporte, o sócio da agência Inspire Sport Business, Eduardo Muniz, comentou a situação do argentino à Máquina do Esporte.
“Esse tipo de epi-sódio só se torna problemático se for algo muito grandioso. Se o fato se desdobrar, aí sim o jogador poderá ter pro-blemas com seus patrocinadores”.
Lionel Messi tem testado seus limi-tes de populari-dade. Caso queira
inspiração, poderá olhar para o lado. Neymar tem mostrado que um grande astro tem blindagem espessa entre parceiros e público.
Há duas semanas, o brasileiro teve bloqueados R$ 188 milhões, também por suspeita de sonega-ção de imposto. E esse não é o primeiro escândalo que envolve Neymar. Sua transferência para o Barcelona gerou inúmeros pro-cessos e acusações, o que rendeu até pedido de prisão ao
presi-dente do clube catalão.
Neymar faturou US$ 17 milhões em 2014 com contratos publicitá-rios. E, até agora, tem consegui-do manter seus acorconsegui-dos. O que é difícil é mensurar o tamanho do limite de ambos os astros. “Será problema se for recorrente. Hoje, o saldo de reputação do Messi é muito alto, a entrega é muito forte”, ponderou Muniz.
Messi ainda segue inabalável, mas a crise já ronda o argentino. POR DUDA LOPES
Pedido de prisão coloca a
credibilidade de Messi à prova
Três dos quatro grandes clubes do Rio de Janei-ro firmaram acordo com o site de compras coleti-vas Groupon para turbinar a visita a seus museus.
Flamengo, Fluminense e Botafogo lançaram promoção de visita aos seus acervos através do site de compras coletivas. Os clubes darão des-contos na compra de ingressos para a visita aos
locais. Em alguns casos, o desconto é de 60%. “Essa parceria é mais uma oportunidade de os torcedores conhecerem as exposições dos clu-bes”, afirma Bruno Paste, sócio-diretor da Futebol Tour, que coordena as visitas dos três clubes.
As visitas acontecem nas sedes dos clubes: nas Laranjeiras, em General Severiano e na Gávea.