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AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO MICROBIANA DO AEROSSOL DA ALTA ROTAÇÃO NO AMBIENTE ODONTOLÓGICO

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AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO MICROBIANA DO AEROSSOL

DA ALTA ROTAÇÃO NO AMBIENTE ODONTOLÓGICO

Élide Paes de Camargo

Faculdade de Odontologia Centro de Ciências da Vida Email:elidecamargo@yahoo.com.br

Sérgio Luiz Pinheiro

Grupo de Pesquisa: Dentística M. Invasiva Centro de Ciências da Vida

Email: slpinho@puc-campinas.edu.br

Resumo: o objetivo do presente trabalho foi estudar a influência da associação da clorexidina na água do reservatório para o controle dessa contami-nação. Métodos: Foi avaliada a contaminação micro-biana causada pelo aerossol da alta rotação e a via-bilidade da utilização de digluconato de clorexidina para redução dessa: Grupo 1 (Controle): 100% de água no reservatório do equipamento odontológico; Grupo 2 (Experimental): água do reservatório con-tendo 0,5% de clorexidina; Grupo 3 (Experimental): água do reservatório contendo 1,0% de clorexidina. Foram realizadas 10 coletas de aerossol de cada grupo: placas de ágar sangue foram colocadas na testa do paciente e dentista, na altura do nariz e no ombro do paciente. Amostras de 1 ml do conteúdo do reservatório do equipamento odontológico foram reti-radas antes e depois da utilização da alta rotação. Os resultados obtidos em unidades formadoras de colô-nias por mililitro foram transformados em escores e as comparações entre o total de bactérias viáveis foram feitas utilizando o teste estatístico de Kruskal-Wallis. Resultados: A adição de 0,5% e 1% de clore-xidina na água do reservatório acarretou redução significante da contaminação microbiana gerada no ambiente odontológico. Significância Clínica: A adi-ção de 0.5% de clorexidina na água do reservatório do equipamento odontológico está indicada com o objetivo de controlar a contaminação microbiana ge-rada no ambiente odontológico

.

Palavras-chave: Aerossol, Equipamento

Odontológi-co, Clorexidina.

Área do Conhecimento: Ciências da Saúde –

Odon-tologia.

1. INTRODUÇÃO

A cavidade bucal, por condições apropriadas de temperatura, pH, aeração, restos alimentares, presença de células descamadas possibilitam a proli-feração de microrganismos. Muitas condutas clínicas do cirurgião-dentista favorecem a contaminação do ambiente de trabalho, tal como o emprego da alta rotação que resulta na formação de partículas que

ficam suspensas no ar. O presente trabalho teve co-mo objetivo evidenciar a presença de microrganis-mos nas aspersões originadas de preparos cavitários durante o emprego da alta rotação. Foram colocadas placas de ágar sangue no ombro direito do profissio-nal para verificação do efeito da alta rotação em três momentos: Grupo I: antes do uso; Grupo II: utilização da alta rotação e Grupo III: bochecho com clorexidina a 0,12% previamente a ação da alta rotação. Para isso, doze pacientes graduandos da Faculdade de Odontologia de Araraquara foram selecionados. Co-mo resultado observou-se que o uso da alta rotação aumentou a contaminação ambiental no consultório; a utilização do bochecho diminuiu a microbiota ambi-ente residual. Concluiu-se que o cirurgião-dentista e auxiliar estão sujeitos à contaminação proveniente do paciente após a ação da alta rotação [1].

Revisão de literatura sobre as bactérias do ar na Clínica Odontológica foi realizada [2]. As bactérias que foram encontradas apresentam menos de 5 µm e essas partículas pequenas podem causar proble-mas respiratórios, uma vez que entram em contato com olhos, mucosas, pele e ficam aderidas na roupa e cabelos. São normalmente encontradas no queixo do paciente e rosto do profissional. As clínicas que não tem manutenção do ar condicionado são mais propícias à concentração de fungos que podem cau-sar hipersensibilidade e alergias, sendo, portanto, o ar condicionado um meio de transmissão de micror-ganismos. Foram encontrados nos reservatórios de água e cavidade oral predominantemente

Strepto-coccus, Bacillus ssp, Staphylococcus spp, Mycobac-terium tuberculosis e Legionella, mostrando que não

há diferença na concentração antes e durante os procedimentos. Concluiu-se que a concentração de bactérias depende do local, do dia e do paciente ou profissional estarem infectados. Para reduzirem as bactérias deve se fazer uma manutenção do ar, lâm-padas e principalmente, antissepsia da cavidade oral.

O objetivo do presente trabalho foi estudar a influência da associação da clorexidina na água do reservatório para o controle dessa contaminação.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PUC-Campinas (protocolo nº. 107/07). Foi avaliada a contaminação microbiana causada pelo aerossol da alta rotação e a viabilidade da utilização de digluconato de clorexidina (Siphar-ma, Campinas, Brasil) para redução dessa.

Procedimentos Clínicos - Coletas das Amostras Para as coletas do aerossol da alta rotação e avaliação da viabilidade do uso de clorexidina (Si-pharma, Campinas, Brasil) 3 grupos foram estudados de acordo com o conteúdo do reservatório do equi-pamento odontológico:

-Grupo 1 (Controle): 100% de água no reservatório do equipamento odontológico;

-Grupo 2 (Experimental): água do reservatório con-tendo 0,5% de clorexidina;

-Grupo 3 (Experimental): água do reservatório con-tendo 1,0% de clorexidina.

Foram realizadas 10 coletas de aerossol de cada grupo. Para a realização destas, placas de Agar sangue (Labcenter, Campinas, Brasil) foram coloca-das na testa do paciente e do dentista, na altura do nariz e no ombro do paciente. Estas placas foram abertas por 1 minuto durante a utilização da alta ro-tação em procedimentos odontológicos clínicos. A-lém das coletas da testa do paciente e do dentista, nariz e ombro do paciente, foram retiradas amostras de 1 ml do conteúdo do reservatório do equipamento odontológico antes e depois da utilização da alta ro-tação utilizando pipetas descartáveis (Labcenter, Campinas, SP, Brasil). Essas amostras foram inseri-das no BHI (Acumedia Manufacturers, Inc. Lansing, Michigan). Todas as coletas foram realizadas com autorização dos pacientes através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Processamento microbiológico

Todas as amostras foram homogeneizadas em um agitador de tubos (Vortex-Wizard, Porto Ale-gre, Brasil) durante 30 segundos e semeadas em placas de ágar sangue (Labcenter, Campinas, Brasil) pelo método de esfregaço no fluxo laminar (Veco - Campinas, SP, Brasil).

Condições de cultivo

As placas foram incubadas em anaerobiose obtida por meio de envelopes (Anaerobac-Probac do Brasil, São Paulo, Brasil). O ambiente gerado conti-nha 85% de nitrogênio (N2), 10% de dióxido de

car-bono (CO2) e de 5% hidrogênio (H2). As amostras

foram mantidas em estufa (Nova Técnica, São Paulo, Brasil) a 37º C por 5 dias. As unidades formadoras de colônias foram quantificadas utilizando o contador de colônias manual (Phoenix, Araraquara, SP, Bra-sil).

Confecção dos meios de cultura

Brain Heart Infusion (BHI)

Trinta e sete gramas de pó do BHI (Acume-dia Manufacturers, Inc. Lansing, Michigan) foram dis-pensados em 1 litro de água destilada por 1 minuto para dissolução completa do pó. A seguir, o BHI foi autoclavado a 121°C por 15 minutos.

Placas de ágar sangue

Agar sangue foi adicionado em 1 litro de á-gua destilada até dissolução completa. A esteriliza-ção foi feita em autoclave a 121°C por 15 minutos. Após o resfriamento a 45-50°C, foi adicionado 5% de sangue desfibrinado de carneiro (Biotério Boa Vista, Valinhos, SP, Brasil).

Análise estatística

Os resultados obtidos em unidades formado-ras de colônias por mililitro foram transformados em escores da seguinte maneira: 0 ufc/ml: escore 0; 1-100 ufc/ml: escore 1; 101-200 ufc/ml: escore 2; 201-300 ufc/ml: escore 3; 301-400 ufc/ml: escore 4; 401-500 ufc/ml: escore 5; 501-600 ufc/ml: escore 6; 601-700 ufc/ml: escore 7; 701-800 ufc/ml: escore 8; 801-900 ufc/ml: escore 9; 901-1000 ufc/ml: escore 10; > 1000 ufc/ml (incontáveis): escore 11.

A análise estatística foi realizada utilizando o Programa Biostat 4.0. As comparações entre o total de bactérias viáveis do aerossol gerado pelos equi-pamentos que continham somente água no reserva-tório com os que continham 0,5% ou 1% de clorexi-dina foram feitas utilizando o teste estatístico de Kruskal-Wallis.

3. RESULTADOS

Aplicando a análise estatística de Kruskal-Wallis, foi possível observar aumento significativo da contaminação microbiana na água do reservatório após a sua utilização. O nariz do paciente é a região mais sujeita a contaminação microbiana durante a utilização do equipamento odontológico (Tabela 1).

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Tabela 1. Médias aritméticas, desvios padrão e teste estatístico de Kruskal-Wallis da contaminação dos escores das unidades formadoras de colônias antes e após a utilização da água do reservatório – grupo 1 (100% água) A D TD 0.50 (0.52)a 1.10 (0.31)b 0.70 (0.48) 1 TP N O 1.00 (0.00)1 1.60 (0.51)b,2 1.20 (0.42)

Letras ou números diferentes: diferenças estatistica-mente significantes (p<0.05)

Legendas:

A: Coleta de 1ml do conteúdo do reservatório antes do uso da alta rotação

D: Coleta de 1ml do conteúdo do reservatório depois do uso da alta rotação

TD: Coleta do aerossol com placa de Agar sangue na testa do dentista

TP: Coleta do aerossol com placa de Agar sangue na testa do paciente

N: Coleta do aerossol com placa de Agar sangue na altura do nariz do paciente

O: Coleta do aerossol com placa de Agar sangue no ombro do paciente

Aplicando a análise estatística de Kruskal-Wallis, foi possível observar ausência de diferenças significantes entre as regiões analisadas com mínimo crescimento microbiano (Tabela 2).

Tabela 2. Médias aritméticas, desvios padrão e teste estatístico de Kruskal-Wallis da contaminação dos escores das unidades formadoras de colônias antes e após a utilização da água do reservatório – grupo 2 (0,5% de clorexidina)

A D TD

0.00 (0.00)a 0.00 (0.00)a 0.00 (0.00)a

TP N O

0.10 (0.31)a 0.00 (0.00)a 0.30 (0.48)a

Letras iguais: ausência de diferenças estatisticamen-te significanestatisticamen-te (p>0.05)

Legendas:

A: Coleta de 1ml do conteúdo do reservatório antes do uso da alta rotação

D: Coleta de 1ml do conteúdo do reservatório depois do uso da alta rotação

TD: Coleta do aerossol com placa de Agar sangue na testa do dentista

TP: Coleta do aerossol com placa de Agar sangue na testa do paciente

N: Coleta do aerossol com placa de Agar sangue na altura do nariz do paciente

O: Coleta do aerossol com placa de Agar sangue no ombro do paciente

A redução microbiana com a adição de 1,0% de clorexidina na água do reservatório foi semelhante aquela obtida com a associação de 0,5% de clorexi-dina (Tabela 3).

Tabela 3. Médias aritméticas, desvios padrão e teste estatístico de Kruskal-Wallis da contaminação dos escores das unidades formadoras de colônias antes e após a utilização da água do reservatório – grupo 3 (1,0% de clorexidina)

A D TD

0.00 (0.00)a 0.00 (0.00)a 0.30 (0.48)a

TP N O

0.30 (0.48)a 0.60 (0.51)a 0.30 (0.48)a

Letras iguais: ausência de diferenças estatisticamen-te significanestatisticamen-te (p>0.05)

Legendas:

A: Coleta de 1ml do conteúdo do reservatório antes do uso da alta rotação

D: Coleta de 1ml do conteúdo do reservatório depois do uso da alta rotação

TD: Coleta do aerossol com placa de Agar sangue na testa do dentista

TP: Coleta do aerossol com placa de Agar sangue na testa do paciente

N: Coleta do aerossol com placa de Agar sangue na altura do nariz do paciente

O: Coleta do aerossol com placa de Agar sangue no ombro do paciente

4. DISCUSSÃO

A alta rotação, ao ser acionada deixa aeros-sol disperso pelo ar, contendo bactérias circulantes. Essas observações concordam com a literatura [3] que relatou que o aerossol disperso pelo ar contem vários agentes patogênicos que sobrevivem em su-perfícies por longo período de tempo e se tornam reservatórios de infecção. O aerossol, além da saliva, pode ter também sangue e bactérias suspensos no ar produzindo contaminação passível de aspiração pelo paciente e pelo profissional. Foi observada a presença de hemoglobina em amostras coletadas dos aerossóis gerado durante procedimentos dentá-rios, resultando na possibilidade de transmissão de vírus de hepatite B, vírus de hepatite C e HIV entre profissional e paciente.

O uso da alta rotação aumenta a contamina-ção do consultório dentário e tanto o cirurgião

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dentis-ta, como seus auxiliares, estão sujeitos à contamina-ção transmitida pelo paciente [1]. Concordando com essas afirmações, outro trabalho [4] relatou existên-cia de contaminação tanto nos aerossóis, quanto na água dos reservatórios e que medidas devem ser tomadas para prevenir a contaminação, como o uso de desinfetantes químicos, barreiras físicas e esterili-zação. Além da preocupação da contaminação do aerossol redundar em infecção cruzada no ambiente odontológico a literatura [5] relatou que a existência de contaminação bacteriana na água do reservatório ≥ a 104 ufc/ml acarreta em significante redução da resistência adesiva da resina composta.

Com base nos resultados obtidos no presen-te trabalho, houve crescimento significanpresen-te de colô-nias bacterianas nas coletas do aerossol da alta rota-ção dos equipamentos odontológicos que continham somente água na composição. Em ordem decrescen-te, o nariz do paciente apresentou maior índice de contaminação, seguido pelo ombro do paciente, testa do paciente e testa do dentista. Os resultados da presente pesquisa concordam outras pésquisas [6-7], que associaram estes aerossóis com infecções respi-ratórias, oftálmicas, infecções na pele, tuberculose, hepatite B, hepatite C e HIV. Estes resultados são de extrema importância pois, segundo outras pesquisas [5, 7, 8], essa contaminação pode oferecer risco, principalmente para pacientes imunodeprimidos.

De acordo com a literatura [2], a contamina-ção microbiana na água do equipamento odontológi-co é causada pelas bactérias que podem ficar aloja-das no lúmen da tubulação, as unidades formadoras de colônia por mL variam de 104 a 106. Esses

pes-quisadores observaram aumento do ácido teicóico na água do equipamento odontológico, confirmando o predomínio de 80% de bactérias G+ nessa região.

Outro trabalho [9] observou que a desinfec-ção com “bleach” 10%, “cavicide”, glutaraldeído 3%,

“listerine”, “peridix” e “esterilex ultra” na alta rotação

acarretaram em culturas negativas do biofilme for-mado mesmo após 18 horas da realização do proce-dimento.

Para a utilização do equipamento odontológi-co é preciso fazer desinfecção odontológi-com agente antibacte-riano nos reservatórios de água e nas tubulações [4]. Nesse estudo, foi observada contaminação microbia-na microbia-na água do reservatório antes do uso da alta rota-ção, concordando com outra pesquisa [10], que cluiu que a água do equipamento odontológico é con-taminada pelo biofilme microbiano que é formado nas tubulações pela presença de microrganismos e su-perfície sólida, constantemente banhada por líquido. O biofilme recém-formado na água do reservatório é reversível e de fácil remoção uma vez que a adesão bacteriana depende de interações hidrofóbicas e

for-ças hidrodinâmicas. O segundo estágio da adesão é a produção de polissacarídeos extracelulares que auxiliam na aderência da bactéria à superfície sólida. Esse estágio é irreversível, o biofilme apresenta-se em maturação [11].

Concordando com a literatura [10, 12], os re-sultados do presente trabalho constataram que o bio-filme no interior do tubo do equipamento odontológico pode acarretar em contínuo reservatório para micror-ganismos, e pacientes, dentistas e profissionais es-tão sujeitos a ser infectados por bactérias patógenas como Pseudomonas ou Legionella.

De acordo com o World Health Organization, em 80% dos casos a água é um dos principais meios de transmissão de infecções, por este motivo, é de grande importância o controle do conteúdo do reser-vatório do equipamento odontológico.

Outra pesquisa [13] apontou a importância redução do risco da contaminação dos consultórios odontológicos, por este motivo é de grande impor-tância a realização da presente pesquisa, que cons-tatou significante redução de colônias bacterianas com o uso de 25% de clorexidina 2% na água do re-servatório. O resultado de outro trabalho [14] de-monstrou que a adição de 25ml de clorexidina 0,12% na água do reservatório durante uma noite por se-mana acarretou em redução significante de bacté-rias, (200 ufc/ml) após 4 semanas, redução esta mantida após 12 semanas, atingindo valores reco-mendados pela ADA.

O presente trabalho selecionou a clorexidina como antimicrobiano, pois segundo a literatura [14], a clorexidina tem propriedades bacteriostáticas, bacte-ricidas, é lentamente liberada prevenindo multiplica-ção e aderência de microrganismos. Pesquisadores [15] afirmaram que a clorexidina é um dos agentes antibacterianos ou anti-sépticos de amplo espectro mais utilizada. É efetiva para controle da placa e gengivite, sem desenvolver organismo resistente na flora oral. Pesquisas [8, 16] descreveram a clorexidi-na como sendo um desinfetante com ampla atividade antibacteriana (gram-positivo e gram-negativo), anti-fúngico e de baixa toxicidade.

A ação da clorexidina ocorre pela inversão de polaridade na superfície da célula, causando per-da irreversível do citoplasma, inibição enzimática e precipitação das proteínas e ácidos nucléicos [17-18]. Autores [19] observaram que a atividade bactericida é influenciada pelos fatores do meio ambiente, inclu-indo pH e temperatura. Pesquisadores [20] observa-ram atividade antimicrobiana de clorexidina 2% frente à S. aureus , E. faecalis, S. sanguis, S. sobrinus, A.

naeslundii, P. gengivalis, P. endodontalis, P. intermé-dia e P. denticola.

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Acrescentando aos resultados da literatura [20], outro trabalho [21] afirmou que a clorexidina promove redução significativa de M. salivarius, po-rém, permite recolonização, especialmente quando níveis elevados de M. salivarius são detectados an-tes do tratamento. Em contrapartida, pesquisas [22-23] afirmaram também que a clorexidina é mantida na superfície oral por longo período por causa da sua lenta liberação.

Além de agentes químicos para evitar a con-taminação no ambiente odontológico causada por bactérias contidas na água do reservatório, trabalhos [24, 25, 26] afirmaram que válvulas de anti-refluxos tem sido recomendadas para impedir a contamina-ção.

De acordo com os resultados do presente trabalho e com os resultados da literatura, é possível afirmar que a contaminação do ambiente odontológi-co existe, e, é um assunto que deve ser cada vez mais discutido entre os profissionais da área odonto-lógica para procurar meios cada vez mais eficientes de prevenção a contaminação e a infecção cruzada. É também de grande importância a utilização da vál-vula anti-refluxo entre cada consulta, usar antimicro-bianos associados à água do reservatório, monitorar periodicamente a qualidade de seu conteúdo. Os profissionais de saúde devem utilizar sempre o EPI e barreiras para diminuir o risco de contaminação cru-zada no ambiente odontológico.

5. CONCLUSÃO

Foi possível observar redução microbiana significativa com a utilização de 0,5% e 1% de clore-xidina na água do reservatório.

6. REFERÊNCIAS

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