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Noções e Funções. de Administração Geral/Pública

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Academic year: 2021

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Noções e Funções

de Administração Geral/Pública

Sumário

1. Noções de Administração ... 4 1.1 Abordagens da Administração ... 4 1.1.1 Abordagem Clássica ... 4

1.1.1.1 Administração Científica (Taylor) ... 5

1.1.1.2 Teoria Clássica da Administração (Fayol) ... 16

1.1.2 Abordagem Burocrática ... 26

1.1.3 Abordagem Sistêmica... 31

1.2 Evolução da Administração Pública no Brasil após 1930 ... 37

1.2.1 Modelo Burocrático (1930 – 1995) ... 41

1.2.2 Modelo Gerencial (1990 – atual) ... 46

1.2.3 Reformas Administrativas ... 49

1.2.3.1 1ª Reforma – Burocrática – Era Vargas ... 49

1.2.3.2 2ª Reforma – Militar – Decreto de Lei 200/67 ... 50

1.2.3.3 3ª Reforma – Gerencial – PDRAE ... 52

1.3 Princípios e Sistemas da Administração Pública Federal ... 56

1.3.1 Princípios... 56 1.3.2 Sistemas Sociais ... 58 2. Processos Administrativos ... 62 2.1 Funções da Administração ... 62 2.1.1 Planejamento ... 62 2.1.2 Organização ... 63 2.1.3 Direção ... 65 2.1.4 Controle ... 67 2.2 Estruturas da Administração ... 72 2.3 Cultura Organizacional ... 87

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Olá jovens Guerreiros e Guerreiras!

Sou o prof. Rener Gregório! Esta apostila é um resumo de Administração Geral e Pública. O curso possui uma ordem didática de assuntos, de modo que o aluno possa construir seu conhecimento gradativamente. Essa apostila, juntamente com as videoaulas, completa o material didático que será usado utilizado para o seu aprendizado. Esse método pedagógico permite uma série de vantagens ao aprendizado do aluno: tornar o estudo mais lúdico e menos cansativo, testando o conhecimento teórico e conhecendo como cada assunto é cobrado em provas de concursos públicos.

Antes de começarmos, deixo aqui um breve resumo do meu currículo: Graduado em Ciências Biológicas, pela UnilesteMG.

MBA em Gestão Empresarial, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Mestrado em Gestão Contemporânea das Organizações, pela Fundação Dom Cabral (FDC).

Consultor Organizacional.

Autor de artigos científicos em revistas internacionais e pesquisador em diversos projetos na UFMG e UnB.

Qualquer dúvida, favor entrar em contato. renergregorio@gmail.com

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1. Noções de Administração

1.1 Abordagens da Administração

1.1.1 Abordagem Clássica

No despontar do século XX, dois engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos pioneiros a respeito da Administração. Um era americano, Frederick Winslow Taylor, e iniciou a chamada Escola da Administração Científica, preocupada em aumentar a eficiência da indústria por meio da racionalização do trabalho do operário. O outro era europeu, Henri Fayol, e desenvolveu a chamada Teoria Clássica, preocupada em aumentar a eficiência da empresa por meio de sua organização e da aplicação de princípios gerais da Administração em bases científicas. Muito embora ambos não tenham se comunicado entre si e tenham partido de pontos de vista diferentes e mesmo opostos, o certo é que suas idéias constituem as bases da chamada Abordagem Clássica da Administração, cujos postulados dominaram as quatro primeiras décadas do século XX no panorama administrativo das organizações. Em função dessas duas correntes, a Abordagem Clássica da Administração é desdobrada em duas orientações diferentes e, até certo ponto, opostas entre si, mas que se complementam com relativa coerência.

As origens da Abordagem Clássica da Administração remontam as conseqüências geradas pela Revolução Industrial e podem ser resumidas em dois fatores:

1. O crescimento acelerado e desorganizado das empresas,

ocasionando uma gradativa complexidade em sua administração e exigindo uma abordagem científica e mais apurada que substituísse o empirismo e a improvisação até então dominantes. O aumento do tamanho das empresas leva à substituição das teorias de caráter totalizante e global - como vimos no capítulo anterior - por teorias micro-industriais de alcance médio e parcial - como veremos nos próximos capítulos. Com a grande empresa com dimensões mais amplas surgem as condições iniciais de planejamento da produção, reduzindo a improvisação.

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2. A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações, no sentido de se obter o melhor rendimento possível dos recursos e fazer face à concorrência e à competição que se avolumavam entre as empresas. Para isso, é necessário evitar o desperdício e economizar mão-de-obra. Surge a divisão de trabalho entre aqueles que pensam (gerentes) e os que executam (trabalhadores).

1.1.1.1 Administração Científica (Taylor)

A Escola da Administração Científica, desenvolvida nos Estados Unidos, a partir dos trabalhos de Fredercik Taylor (1856-1915). Henry Ford (18631947) costuma ser incluído entre eles pela aplicação desses princípios em seus negócios. A preocupação básica era aumentar a produtividade da empresa por meio do aumento de eficiência no nível operacional, isto é, no nível dos operários. Daí a ênfase na análise e na divisão do trabalho do operário, uma vez que as tarefas do cargo e o ocupante constituem a unidade fundamental da organização. Nesse sentido, a abordagem da Administração Científica é uma abordagem de baixo para cima (do operário para o supervisor e gerente) e das partes (operário e seus cargos) para o todo (organização empresarial). Predominava a atenção para o método de trabalho, para os movimentos necessários à execução de uma tarefa, para o tempo padrão determinado para sua execução. Esse cuidado analítico e detalhista permitia a especialização do operário e o reagrupamento de movimentos, operações, tarefas, cargos etc., que constituem a chamada Organização Racional do Trabalho (ORT).

A ênfase nas tarefas é a principal característica da Administração

Científica.O nome Administração Científica é devido à tentativa de aplicação

dos métodos da ciência aos problemas da Administração a fim de aumentar a eficiência industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da Administração são a observação e a mensuração. A preocupação original foi eliminar o fantasma do desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias e elevar os níveis de produtividade por meio da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial.

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1. O objetivo da Administração é pagar salários melhores e reduzir custos

unitários de produção.

2. Para realizar tal objetivo, a Administração deve aplicar métodos científicos de

pesquisa e experimentos para formular princípios e estabelecer processos padronizados que permitam o controle das operações fabris.

3. Os empregados devem ser cientificamente selecionados e colocados em seus

postos com condições de trabalho adequadas para que as normas possam ser cumpridas.

4. Os empregados devem ser cientificamente treinados para aperfeiçoar suas

aptidões e executar uma tarefa para que a produção normal seja cumprida.

5. A Administração precisa criar uma atmosfera de íntima e cordial cooperação

com os trabalhadores para garantir a permanência desse ambiente psicológico. Para Taylor, as indústrias de sua época padeciam de três males:

1. Vadiagem sistemática dos operários, que reduziam a produção acerca de um

terço da que seria normal, para evitar a redução das tarifas de salários pela gerência.

2. Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo

necessário para sua realização.

3. Falta de uniformidade das técnicas e dos métodos de trabalho.

Administração como Ciência

A improvisação deve ceder lugar ao planejamento e o empirismo à ciência: a Ciência da Administração. Os elementos de aplicação da Administração Científica nos padrões de produção são: padronização de máquinas e ferramentas, métodos e rotinas para execução de tarefas e prêmios de produção para incentivar a produtividade O principal objetivo da Administração é assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado.

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A tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT), e possui as seguintes características:

1. Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos

Permite a racionalização do método de trabalho do operário e a fixação dos tempos-padrão para execução das tarefas. Isso gera outras vantagens, tais como:

- Eliminação do desperdício, de esforço humano e dos movimentos inúteis; - Racionalização da seleção e adaptação dos operários à tarefa;

- Facilidade no treinamento dos operários e melhoria da eficiência e rendimento da produção pela especialização das atividades;

- Distribuição uniforme do trabalho para que não haja períodos de falta ou excesso de trabalho;

- Definição de métodos e estabelecimento de normas para a execução do trabalho.

- Estabelecer uma base uniforme para salários eqüitativos e prêmios de produção.

2. Estudo da fadiga humana

O estudo dos movimentos humanos baseia-se na anatomia e fisiologia humana, e tem uma tripla finalidade:

-Evitar movimentos inúteis na execução de uma tarefa.

- Execução econômica dos movimentos úteis do ponto de vista fisiológico.

- Seriação apropriada aos movimentos (princípios de economia de movimentos).

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A análise do trabalho e o estudo dos tempos e movimentos provocou a reestruturação das operações, eliminando os movimentos desnecessários e economizando energia e tempo. Uma das decorrências do estudo dos tempos e movimentos foi a divisão do trabalho e a especialização do operário a fim de elevar sua produtividade. Com isso, cada operário passou a ser especializado na execução de uma única tarefa para ajustar- se aos padrões descritos e às normas de desempenho definidas pelo método.

PS.: Surgimento da linha de montagem

4. Desenho de cargos e de tarefas

A primeira tentativa de definir e estabelecer racionalmente cargos e tarefas aconteceu com a Administração Científica. Tarefa é toda atividade executada por uma pessoa no seu trabalho dentro da organização. A tarefa constitui a menor unidade possível dentro da divisão do trabalho em uma organização. Cargo é o conjunto de tarefas executadas de maneira cíclica ou repetitiva. Desenhar um cargo é especificar seu conteúdo (tarefas), os métodos de executar as tarefas e as relações com os demais cargos existentes. O desenho de cargos é a maneira pela qual um cargo é criado e projetado e combinado com outros cargos para a execução das tarefas. A simplificação no desenho dos cargos permite as seguintes vantagens:

- Admissão de empregados com qualificações mínimas e salários menores, reduzindo os custos de produção.

- Minimização dos custos de treinamento.

- Redução de erros na execução, diminuindo os refugos e rejeições.

- Facilidade de supervisão, permitindo que cada supervisor controle um número maior de subordinados.

- Aumento da eficiência do trabalhor, permitindo maior produtividade.

PS.: A rotinização do trabalho

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Uma vez analisado o trabalho, racionalizadas as tarefas e padronizado o tempo para sua execução, selecionado cientificamente o operário e treinado de acordo com o método preestabelecido, resta fazer com que o operário colabore com a empresa e trabalhe dentro dos padrões de tempo previstos. Para obter essa colaboração do operário, Taylor e seus seguidores desenvolveram planos de incentivos salariais e de prêmios de produção. A idéia básica era a de que a remuneração baseada no tempo (salário mensal, diário ou por hora) não estimula ninguém a trabalhar mais e deve ser substituída por remuneração baseada na produção de cada operário (salário por peça, por exemplo): o operário que produz pouco ganha pouco e o que produz mais, ganha na proporção de sua produção. Esse estímulo salarial adicional para que os operários ultrapassem o tempo-padrão é o prêmio de produção.

6. Conceito de homo economicus

A Administração Científica baseou-se no conceito de homo economicus, isto é, toda pessoa é influenciada exclusivamente por recompensas salariais, econômicas e materiais. Em outros termos, o homem procura o trabalho não porque gosta dele, mas como um meio de ganhar a vida por meio do salário que o trabalho proporciona. O homem é motivado a trabalhar pelo medo da fome e pela necessidade de dinheiro para viver. Assim, as recompensas salariais e os prêmios de produção (e o salário baseado na produção) influenciam os esforços individuais do trabalho, fazendo com que o trabalhador desenvolva o máximo de produção de que é fisicamente capaz para obter um ganho maior.

7. Condições ambientais de trabalho

Verificou-se que a eficiência depende não somente do método de trabalho e do incentivo salarial, mas também de um conjunto de condições de trabalho que garantam o bem-estar físico do trabalhador e diminuam a fadiga. As condições de trabalho que mais preocuparam a Administração Científica foram:

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- Adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho e de equipamentos de produção para minimizar o esforço do operador e a perda de tempo na execução da tarefa.

- Arranjo físico das máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo da produção.

- Melhoria do ambiente físico de trabalho de maneira que o ruído, a ventilação, a iluminação e o conforto no trabalho não reduzam a eficiência do trabalhador. - Projeto de instrumentos e equipamentos especiais, como transportadores, seguidores, contadores e utensílios para reduzir movimentos inúteis

PS.: Conforto e produtividade andam de mãos dadas

8. Padronização de métodos e de máquinas

A organização racional do trabalho não se preocupou somente com a análise do trabalho, estudo dos tempos e movimentos, fadiga do operário, divisão do trabalho e especialização do operário e com os planos de incentivos salariais. Foi mais além e passou a se preocupar também com a padronização dos

métodos, processos, máquinas, equipamentos, ferramentas, instrumentos de trabalho, matérias- primas e componentes, no intuito

de reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo e, daí, eliminar o desperdício e aumentar a eficiência.

9. Supervisão funcional

A especialização do operário deve ser acompanhada da especialização do supervisor. Taylor era contrário à centralização da autoridade e propunha a chamada supervisão funcional, que nada mais é do que a existência de

diversos supervisores, cada qual especializado em determinada área e que

tem autoridade funcional (relativa somente a sua especialidade) sobre os mesmos subordinados. Para Taylor o tipo de organização por excelência é a organização funcional, ou seja, dividir o trabalho de maneira que cada homem, desde o assistente até o superintendente, tenha de executar a menor variedade possível de funções. A característica mais marcante da administração funcional

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consiste no fato de que cada operário, em lugar de se pôr em contato direto com a administração em um único ponto, isto é, por intermédio de seu chefe de turma, recebe orientação e ordens diárias de vários encarregados diferentes, cada um dos quais desempenhando sua própria função particular.

Essa concepção funcional de supervisão trouxe muitas críticas, pois se argumenta que um operário não pode subordinar-se a dois ou mais chefes. Apesar disso, foi uma revolução e uma previsão notável, visto a complexidade que surgia nos problemas administrativos e empresariais.

PS.: A divisão do trabalho e especialização da supervisão

Princípios da Administração Científica de Taylor

A preocupação de racionalizar, padronizar e prescrever normas de conduta ao administrador levou a pensar princípios que pudessem ser aplicados a todas as situações possíveis, dentre eles os principais são os seguintes:

1. Princípio de planejamento. Substituir no trabalho o critério individual do operário, a improvisação e a atuação empírico-prática, por métodos baseados em procedimentos científicos.

2. Princípio de preparo. Selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado. Preparar máquinas e equipamentos em um arranjo físico e disposição racional.

3. Princípio do controle. Controlar o trabalho para se certificar de que está sendo executado de acordo com os métodos estabelecidos e segundo o plano previsto. A gerência deve cooperar com os trabalhadores para que a execução seja a melhor possível.

4. Princípio da execução. Distribuir atribuições e responsabilidades para que a execução do trabalho seja disciplinada.

Princípios básicos de Ford

Provavelmente, o mais conhecido de todos os precursores da Administração Científica, Henry Ford (1863-1947) iniciou sua vida como

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mecânico. Projetou um modelo de carro e em 1899 fundou sua primeira fábrica de automóveis, que logo depois foi fechada. Sem desanimar, fundou, em 1903, a empresa Ford, popularizando um produto antes artesanal e destinado a milionários. Passou a vender carros a preços populares, com assistência técnica garantida, revolucionando a estratégia comercial da época. Entre 1905 e 1910, Ford promoveu a grande inovação do século XX: a produção em massa. Embora não tenha inventado o automóvel nem mesmo a linha de montagem, Ford inovou na organização do trabalho: a produção de maior número de

produtos acabados com a maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível. E essa inovação teve maior impacto sobre a maneira de viver

do homem do que muitas das maiores invenções do passado da humanidade. Para obter um esquema caracterizado pela aceleração da produção por meio de um trabalho ritmado, coordenado e econômico, Ford adotou três princípios básicos:

1. Intensificação. Diminuir o tempo de duração com a utilização imediata dos equipamentos e matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado. 2. Economicidade. Reduzir ao mínimo o volume do estoque da matéria-prima em transformação, fazendo com que o automóvel fosse pago à empresa antes de vencido o prazo de pagamento dos salários e da matéria-prima adquirida.

3. Produtividade. Aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio da especialização e da linha de montagem. O operário ganha mais e o empresário tem maior produção.

Críticas da Administração Científica

A obra de Taylor é susceptível a crítica, que não diminuem o mérito dos pioneiros desbravadores da nascente Teoria da Administração. As principais críticas à Administração Científica são as seguintes:

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1. Mecanicismo da administração científica

A Administração Científica restringiu-se às tarefas e aos fatores diretamente relacionados com o cargo e a função do operário. Embora a organização seja constituída de pessoas, deu-se pouca atenção ao elemento humano e concebeu-se a organização como "um arranjo rígido e estático de peças", ou concebeu-seja, como uma máquina: assim como construímos uma máquina como um conjunto de peças e especificações também construímos uma organização de acordo com um projeto.

2. Superespecialização do operário

A Administração Científica preconizava a especialização do operário por meio da divisão e da subdivisão de toda operação em seus elementos constitutivos. Essas formas de organização de tarefas privam os operários da satisfação no trabalho, e, o que é pior, viola a dignidade humana.

3. Visão microscópica do homem

A partir de sua concepção negativista do homem, na qual as pessoas são preguiçosas e ineficientes, Taylor enfatiza o papel monocrático do administrador. A atribuição de impor padrões e forçar a cooperação compete exclusivamente à gerência. Isso implica na proliferação do trabalho desqualificado que coexiste com uma estrutura administrativa monocrática, alienante, na qual a principal virtude é a obediência às ordens.

4. Ausência de comprovação científica

Foram utilizadas pouquíssimas pesquisas e experimentações científicas para comprovar suas teses. Seu método é empírico e concreto, no qual o conhecimento é alcançado pela evidência e não pela abstração: baseia-se em

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dados singulares e observáveis pelo analista de tempos e movimentos relacionados com o como e não com o porquê da ação do operário.

5. Abordagem incompleta da organização

A Administração Científica é incompleta, parcial e inacabada, por se limitar apenas aos aspectos formais da organização, omitindo a organização informal e os aspectos humanos da organização. Essa perspectiva incompleta ignora a vida social interna dos participantes da organização. As pessoas são tomadas como indivíduos isolados e arranjados de acordo com suas habilidades pessoais e com as demandas da tarefa a ser executada.

6. Limitação do campo de aplicação

A Administração Científica também ficou restrita aos problemas de produção na fábrica, não considerando os demais aspectos da vida da organização, como financeiros, comerciais, logísticos etc. Além disso, o desenho de cargos e tarefas retrata suas concepções a respeito da natureza humana e se fundamenta em uma expectativa de estabilidade e previsibilidade das operações da organização.

7. Abordagem prescritiva e normativa

Essa abordagem prescritiva e normativa padroniza situações para poder prescrever a maneira como elas deverão ser administradas. É uma abordagem com receitas antecipadas, soluções enlatadas e princípios normativos que regem o como fazer as coisas dentro das organizações. Essa perspectiva visualiza a organização como ela deveria funcionar ao invés de explicar seu funcionamento. 8. Abordagem de sistema fechado

A Administração Científica visualiza as organizações como se elas existissem no vácuo ou como se fossem entidades autônomas, absolutas e hermeticamente fechadas a qualquer influência vinda de fora delas. É uma abordagem de sistema fechado, que visualiza somente aquilo que acontece dentro de uma

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organização, sem levar em conta o meio ambiente em que ela está situada, vendo tudo o que acontece sob o ponto de vista de algumas variáveis mais importantes apenas, omitindo- se outras cuja influência não seja bem conhecida no conjunto.

Resumo

A Administração Científica - iniciada por Taylor e seus seguidores - constitui a primeira teoria administrativa. A preocupação em criar uma Ciência da Administração começou com a experiência concreta e imediata do

trabalho de operários e com a ênfase nas tarefas. No primeiro período de

sua obra, Taylor voltou-se para a racionalização do trabalho dos

operários, estendendo-se no segundo período à definição de princípios de

Administração aplicáveis a todas as situações da empresa. A organização racional do trabalho se fundamenta na análise do trabalho operário, no estudo

dos tempos e movimentos, na fragmentação das tarefas e na especialização

do trabalhador. Buscava-se a eliminação do desperdício, da ociosidade

operária e a redução dos custos de produção. A forma de obter a

colaboração dos operários foi o apelo aos planos de incentivos salariais e de

prêmios de produção, com base no tempo padrão (eficiência = 100%) e na

convicção de que o salário constitui a única fonte de motivação para o trabalhador (homem econômico). O desenho de cargos e tarefas enfatiza o

trabalho simples e repetitivo das linhas de produção e montagem, a padronização e as condições de trabalho que assegurassem a eficiência.

Verificou-se que não adiantava racionalizar o trabalho do operário se o

supervisor, o chefe, o gerente, o diretor continuavam a trabalhar dentro do mesmo empirismo anterior. Para envolver os escalões mais elevados, passaram a se preocupar com os princípios de administração capazes de balizar o comportamento dos gerentes e chefes. Contudo, inúmeras críticas são feitas

à Administração Científica: o mecanicismo de sua abordagem que lhe

garante o nome de teoria da máquina, a superespecialização que robotiza o operário, a visão microscópica do homem tomado isoladamente e como um apêndice da maquinaria industrial, a ausência de qualquer comprovação científica de suas afirmações e princípios, a abordagem incompleta envolvendo

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apenas a organização formal, a limitação do campo de aplicação à fábrica, omitindo o restante da vida de uma empresa, a

abordagem prescritiva, normativa e típica de sistema fechado são inúmeras dessas críticas. Contudo, essas limitações e restrições não apagam o fato de que a Administração Científica foi o primeiro passo na busca de uma teoria administrativa, um passo pioneiro e irreversível, e teve na luta contra o desperdício de tempo, esforço, capacidade instalada e energia uma de suas principais bandeiras.

1.1.1.2 Teoria Clássica da Administração (Fayol)

A Teoria Clássica foi uma corrente desenvolvida na França, com os trabalhos pioneiros de Henry Fayol (1841-1925). A preocupação básica era

aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos componentes da organização (departamentos) e de suas inter-relações estruturais. Daí a ênfase na anatomia (estrutura) e na

fisiologia (funcionamento) da organização. Nesse sentido, a abordagem da Corrente Anatômica e Fisiologista é uma abordagem inversa à da Administração Científica: de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo (organização) para as suas partes componentes (departamentos). Predominava a atenção para a estrutura organizacional, para os elementos da Administração, os princípios gerais da Administração e a departamentalização. Esse cuidado com a síntese e com a visão global permitia a melhor maneira de subdividir a empresa sob a centralização de um chefe principal. A ênfase na estrutura é a

sua principal característica.

Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções, a saber:

1. Funções técnicas, relacionadas com a produção de bens ou de serviços da

empresa.

2. Funções comerciais, relacionadas com compra, venda e permutação. 3. Funções financeiras, relacionadas com procura e gerência de capitais. 4. Funções de segurança, relacionadas com proteção e preservação dos bens

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5. Funções contábeis, relacionadas com inventários, registros, balanços,

custos e estatísticas.

6. Funções administrativas, relacionadas com a integração de cúpula das

outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções da empresa, pairando sempre acima delas.

Para Fayol nenhuma das cinco funções essenciais precedentes tem

o encargo de formular o programa de ação geral da empresa, de

constituir o seu corpo social, de coordenar os esforços e de harmonizar os atos. Essas atribuições constituem outra função, designada pelo nome de Administração, conforme demonstrado na figura abaixo.

Fayol define o ato de administrar como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. A função administrativa não se concentra exclusivamente no topo da empresa, nem é privilégio dos diretores, mas é distribuída proporcionalmente entre os níveis hierárquicos. As funções administrativas desempenhadas por diretor, gerente, chefe e supervisor envolvem os elementos da Administração, isto é, as funções do administrador, a saber:

1. Prever. Visualizar o futuro e traçar o programa de ação.

2. Organizar. Constituir o duplo organismo material e social da empresa. 3. Comandar. Dirigir e orientar o pessoal.

4. Coordenar. Ligar, unir, harmonizar todos os atos e esforços coletivos.

Funções Administrativas

Funções

Técnicas Comerciais Funções Financeiras Funções Funções de Segurança Contábeis Funções Prever

Organizar Comandar Coordenar Controlar

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5. Controlar. Verificar que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas

e as ordens dadas.

Princípios de Administração para Fayol

Os 14 Princípios Gerais de Administração são universais e maleáveis e adaptam-se a qualquer tempo, lugar ou circunstância, sendo eles:

1. Divisão do trabalho. Consiste na especialização das tarefas e das pessoas

para aumentar a eficiência.

2. Autoridade e responsabilidade. Autoridade é o direito de dar ordens e o

poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma conseqüência natural da autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si.

3. Disciplina. Depende de obediência, aplicação, energia, comportamento e

respeito aos acordos estabelecidos.

4. Unidade de comando. Cada empregado deve receber ordens de apenas

um superior.

5. Unidade de direção. Uma cabeça e um plano para cada conjunto de

atividades que tenham o mesmo objetivo.

6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais. Os interesses

gerais da empresa devem sobrepor- se aos interesses particulares das pessoas.

7. Remuneração do pessoal. Deve haver justa e garantida satisfação para os

empregados e para a organização em termos de retribuição.

8. Centralização. Refere-se à concentração da autoridade no topo da

hierarquia da organização.

9. Cadeia escalar. É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao

mais baixo em função do princípio do comando.

10. Ordem. Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem

material e humana.

11. Eqüidade. Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal.

12. Estabilidade do pessoal. A rotatividade do pessoal é prejudicial para a

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13. Iniciativa. A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o

seu sucesso.

14. Espírito de equipe. A harmonia e a união entre as pessoas são grandes

forças para a organização.

Teoria da Administração

Os autores clássicos pretendem criar uma teoria da administração baseada em divisão do trabalho, especialização, coordenação e atividades de linha e de staff.

1. Administração como ciência

O ponto de partida dos autores da Teoria Clássica é o estudo científico da Administração, substituindo o empirismo e a improvisação por técnicas científicas. Pretendia-se elaborar uma Ciência da Administração. Fayol defendia a necessidade de um ensino organizado e metódico da Administração, de caráter geral para formar administradores. Em sua época, essa idéia era uma novidade. 2. Teoria da organização

A Teoria Clássica concebe a organização como se fosse uma estrutura, influenciada pelas concepções antigas de organização (como a organização militar e a eclesiástica) tradicionais, rígidas e hierarquizadas. Embora tenha contribuído para tirar a organização industrial da confusão inicial que enfrentava em decorrência da Revolução Industrial, a Teoria Clássica pouco avançou em termos de uma teoria da organização. Para Fayol, a organização abrange o estabelecimento da estrutura e da forma, sendo, portanto, estática e limitada. Daí a importância que assume a coordenação. A preocupação com a organização em termos de estrutura, forma e disposição das partes que a constituem, além do inter-relacionamento entre essas partes, marca a essência da Teoria Clássica.

A estrutura organizacional constitui uma cadeia de comando, ou seja, uma linha de autoridade que interliga as posições da organização e define quem se subordina a quem. A estrutura organizacional é analisada de cima para baixo

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(da direção para a execução) e do todo para as partes (da síntese para a análise), ao contrário da abordagem da Administração Científica.

3. Divisão do trabalho e especialização

A organização se caracteriza por uma divisão do trabalho claramente definida. A divisão do trabalho constitui a base da organização; na verdade, é a própria razão da organização. A divisão do trabalho conduz à especialização e à diferenciação das tarefas, ou seja, à heterogeneidade. A idéia era a de que as organizações com maior divisão do trabalho seriam mais eficientes do que aquelas com pouca divisão do trabalho. Enquanto a Administração Científica se preocupava com a divisão do trabalho no nível do operário, fragmentando as tarefas desse, a Teoria Clássica se preocupava com a divisão no nível dos órgãos que compõem a organização, isto é, com os departamentos, divisões, seções, unidades etc. Para a Teoria Clássica, a divisão do trabalho pode dar-se em duas direções, a saber: a) Vertical, segundo os níveis de autoridade e responsabilidade, definindo os escalões da organização que detêm diferentes níveis de autoridade. A autoridade aumenta na medida em que se sobe na hierarquia da organização. b)Horizontal, em que no mesmo nível hierárquico cada departamento ou seção passa a ser responsável por uma atividade específica e própria. A divisão do trabalho no sentido horizontal que assegura homogeneidade e equilíbrio é chamada departamentalização.

4. Coordenação

Para Fayol, a coordenação deve ser baseada em uma real comunhão de interesses. A pressuposição básica era de que quanto maior a organização e quanto maior a divisão do trabalho, tanto maior será a necessidade de coordenação, para assegurar a eficiência da organização como um todo.

5. Conceito de linha e de staft

Fayol dava preferência pela organização linear, que constitui um dos tipos mais simples de organização, baseado nos seguintes princípios:

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a. Unidade de comando ou supervisão única. Cada pessoa tem apenas um único e exclusivo chefe.

b. Unidade de direção. Todos os planos devem se integrar aos planos maiores que conduzam aos objetivos da organização.

c. Centralização da autoridade. Toda autoridade máxima de uma organização deve estar concentrada em seu topo.

d. Cadeia escalar. A autoridade deve estar disposta em uma hierarquia, isto é, em escalões hierárquicos, de maneira que todo nível hierárquico esteja subordinado ao nível hierárquico superior (autoridade de comando).

6. Organização linear

A organização linear é um tipo de estrutura organizacional que apresenta uma forma piramidal. Nela ocorre a supervisão linear (ou autoridade linear), baseada na unidade de comando e que é o oposto da supervisão funcional proposta pela Administração Científica. Fayol e seus seguidores discordam da supervisão funcional por acharem que ela constitui uma negação da unidade de comando, princípio vital para a coordenação das atividades da organização. Para que os órgãos de linha possam se dedicar exclusivamente a suas atividades especializadas, tornam-se necessários outros órgãos prestadores de serviços especializados estranhos às atividades dos órgãos de linha. Esses órgãos prestadores de serviços - denominados órgãos de staff ou de assessoria - fornecem aos órgãos de linha serviços, conselhos, recomendações, assessoria e consultoria, que esses órgãos não têm condições de prover por si próprios.

Princípios de Administração

O administrador deve obedecer às normas ou às regras de comportamento, isto é, aos princípios gerais que permitem desempenhar as funções de planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar. Daí os princípios gerais de Administração tomados como normas capazes de resolver os problemas organizacionais, conforme figura abaixo:

Princípios Gerais de Administração Divisão do Trabalho Especialização Unidade de Comando Organização

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Críticas à Teoria Clássica

1. Abordagem simplificada da organização formal

Os autores clássicos concebem a organização em termos lógicos, formais, rígidos e abstratos, sem considerar seu conteúdo psicológico e social com a devida importância. Limitam-se à organização formal, estabelecendo esquemas lógicos e preestabelecidos, segundo os quais as organizações devem ser construídas e governadas.

2. Ausência de trabalhos experimentais

Os autores da Teoria Clássica fundamentam seus conceitos na observação e no senso comum. Seu método é empírico e concreto, baseado na experiência direta e no pragmatismo e não confrontam a teoria com elementos de prova. Suas afirmações se dissolvem quando postas em experimentação.

3. Extremo racionalismo na concepção da Administração

Os autores clássicos se preocupam com a apresentação racional e lógica das suas proposições sacrificando a clareza das suas idéias. O abstracionismo e o formalismo são criticados por levarem a análise da Administração à superficialidade, à supersimplificação e à falta de realismo.

4. "Teoria da máquina"

A Teoria Clássica recebe a denominação de teoria da máquina pelo fato de considerar a organização sob o prisma do comportamento mecânico de uma

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máquina: a determinadas ações ou causas decorrem determinados efeitos ou conseqüências dentro de uma correlação determinística.

5. Abordagem incompleta da organização

Tal como aconteceu com a Administração Científica, a Teoria Clássica preocupou-se apenas com a organização formal descuidando-se da organização informal. O foco na forma e a ênfase na estrutura levaram a exageros, e não conseguiu dar um tratamento sistemático à interação entre pessoas e grupos informais, nem aos conflitos intra-organizacionais e ao processo decisório. 6. Abordagem de sistema fechado

A Teoria Clássica trata a organização como se ela fosse um sistema fechado, composto de algumas variáveis perfeitamente conhecidas e previsíveis e de alguns aspectos que são manipulados por meio de princípios gerais e universais.

Resumo

O pioneiro da Teoria Clássica, Fayol, é considerado - juntamente com Taylor - um dos fundadores da moderna Administração. Definiram as funções básicas da empresa, o conceito de Administração (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar), bem como os chamados princípios gerais de Administração como procedimentos universais a serem aplicados a qualquer tipo de organização ou empresa. Para Fayol, há uma proporcionalidade da função administrativa que se reparte proporcionalmente por todos os níveis da empresa. A Teoria Clássica formula uma Teoria da Organização, tendo por base a Administração como uma ciência.

A ênfase na estrutura visualiza a organização como uma disposição das partes (órgãos) que a constituem, sua forma e o inter-relacionamento entre essas partes. Essa teoria da organização restringe-se apenas à organização formal. Para tratar racionalmente a organização, essa deve se caracterizar por uma divisão do trabalho e correspondente especialização das partes (órgãos)

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que a constituem. A divisão do trabalho pode ser vertical (níveis de autoridade) ou horizontal (departamentalização). À medida que ocorre divisão do trabalho e especialização, deve haver coordenação para garantir a harmonia do conjunto e, conseqüentemente, a eficiência da organização. Além disso, existem órgãos de linha (autoridade linear) e órgãos de staff (autoridade de staff para prestação de serviços e consultoria). Para conceituar a Administração, os autores clássicos utilizam o conceito de elementos da Administração (ou funções do Administrador), que formam o processo administrativo.

Entretanto, as várias críticas atribuídas à Teoria Clássica: a abordagem simplificada da organização formal, deixando de lado a organização informal; a ausência de trabalhos experimentais para dar base científica a suas afirmações e princípios; o mecanicismo da abordagem que lhe valeu o nome de teoria da máquina; a abordagem incompleta da organização e a visualização da organização como se fosse um sistema fechado, são críticas válidas. Contudo, as críticas feitas à Teoria Clássica não empanam o fato de que a ela devemos as bases de moderna teoria administrativa.

Taylor Administração Científica Ênfase nas Tarefas Aumentar a eficiência da empresa por meio do aumento de eficiência ao nível operacional Fayol Teoria Clássica Ênfase na Estrutura Aumentar a eficiência da empresa por meio da

forma e disposição dos órgãos componentes da

organização e das suas inter-relações

estruturais Taylor x Fayol

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Questões de Concursos

1 – (Câmara Municipal de Mariana-MG / Técnico em Administração / 2014) Os principais teóricos da escola clássica de administração focam a sua análise no aperfeiçoamento de_______e estruturas_______da organização.

a) pessoas / externas b) pessoas / internas c) regras / externas d) regras / internas

2 – (AL-MG / Consultor Administrativo / 2014) A divisão do trabalho em tarefas padronizadas e relativamente simples é denominada de:

a) Alienação do trabalho b) Especialização em tarefas c) Divisão simples de trabalho d) Enriquecimento do trabalho

3 – (Câmara Municipal de Mariana – MG / Técnico em Administração / 2014) De acordo com Fayol, uma das funções do administrador é a de:

a) Informar

b) Orientar

c) Planejar

d) Registrar

4– (AL-MG / Consultor Administrativo / 2014) Analise as seguintes afirmativas relativas às idéias básicas da Escola Clássica de Administração no que se refere ao tema departamentalização, identificando-as com V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falas:

( ) Quanto menos dividido for o trabalho em um organização, mais eficiente será a empresa.

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( ) Quanto mais o agrupamento de tarefas em departamentos obedecer ao critério de diferenças de objetivos, mais eficiente será a empresa.

( ) Um pequeno número de subordinados para cada chefe e um alto grau de centralização das decisões;

( ) O objetivo da ação é de organizar mais as tarefas do que os homens. A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:

a) V; V; F; F b) V; F; V; F c) F; F; V; F d) F; F; V; V Gabarito 1) d 2) b 3) c 4) d

1.1.2 Abordagem Burocrática

A Teoria da Burocracia desenvolveu-se na Administração por volta da década de 1930, em função dos seguintes aspectos:

a. A fragilidade e a parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das

Relações Humanas, ambas oponentes e contraditórias, mas sem

possibilitarem uma abordagem global e integrada dos problemas organizacionais.

b. A necessidade de um modelo de organização racional capaz de caracterizar todas as variáveis envolvidas, bem como o comportamento dos membros dela participantes, e aplicável não somente à fábrica, mas a todas as formas de organização humana e principalmente às empresas.

c. O crescente tamanho e complexidade das empresas passaram a exigir modelos organizacionais mais bem-definidos. Milhares de homens e mulheres colocados em diferentes setores de produção e em diferentes níveis hierárquicos: os engenheiros e administradores no alto da pirâmide e os operários na base.

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d. O ressurgimento da Sociologia da Burocracia, criada por Max Weber, e que propõe um modelo de organização e as organizações não tardaram em tentar aplicá-lo na prática, proporcionando as bases da Teoria da Burocracia.

Burocracia e Autoridade

As relações burocráticas são tipicamente autoritárias. Os subordinados aceitam as ordens de seus superiores por admitirem a ideia de que tais ordens estão amparadas por normas e preceitos legais. Dessa maneira, a obediência não deriva de nenhuma pessoa em si, mas sim do conjunto de normas e regulamentos estabelecidos e aceitos como legítimos por todos.

Em conceito mais amplo, a própria relação do povo com seus governantes baseia-se em preceitos burocráticos. O povo aceita as leis como legítimas por acreditar que as mesmas foram elaboradas em uma espécie de cooperação entre a própria população e seus representantes políticos.

Conceito comum de burocracia e o de Weber

No senso comum, a burocracia é vista geralmente sob uma ótica pejorativa. Quando se fala em burocracia, normalmente associa-se a ideia de grande acúmulo de papeis documentais e de procedimentos vistos quase sempre como desnecessários. Na verdade, essa é a disfunção da burocracia, ou seja, um defeito no sistema burocrático, mas não é o sistema em si.

Na Teoria da burocracia de Max Weber o conceito é completamente diverso. A burocracia prima pela total eficiência da organização e, para que se alcance a eficiência, todos os detalhes formais devem ser vistos com antecedência, a fim de que não existam interferências pessoais que acabem por atrapalhar o processo.

Formalidade nas comunicações

Nas organizações burocráticas as comunicações devem ser essencialmente escritas. Todas as regras e decisões devem constar em algum documento para que possam ter validade formal. Em razão disso, quando

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deparamo-nos com procedimentos tidos como burocráticos são cobrados vários tipos de documentos e várias vias de papéis assinados. Se não estiver documentado, não há validade!

Burocracia e divisão do trabalho

Uma organização burocrática é essencialmente autoritária e

hierarquizada. Há divisão sistêmica do trabalho de forma que cada um

possui cargos e funções específicas, de competências e responsabilidades distintas. Cada membro do processo deve saber exatamente qual posição ocupa e que trabalho realiza. As atribuições administrativas são altamente especializadas e distribuídas de acordo com os fins que se pretende alcançar.

Principais características do sistema burocrático

• Autoridade

• Hierarquia e divisão do trabalho • Formalidade nos atos e comunicações • Especialização dos funcionários • Impessoalidade nas relações

Questões de Concursos

1 – (CEMIG-TELECOM / Analista de Suprimento Júnior / 2010) Escolha a alternativa que complete a lacuna do texto abaixo:

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A razão pela qual temos uma organização de trabalho hierarquizada não é somente porque as tarefas ocorrem em graus de_______diferentes.

a) Ambigüidade b) Complexidade c) Descontinuidade d) Proximidade

2 – (Câmara Municipal de Mariana – MG / Técnico em Administração / 2014) O Objetivo da burocracia é organizar a atividade humana de modo estável, para a consecução de fins organizacionais

a) Explícitos b) Implícitos c) Rotineiros d) Racionais

3 – (UFC / Assistente em Administração / 2017) Sobre o controle burocrático realizado pelas organizações é correto afirmar:

a) É um tipo de controle que torna a organização ineficiente.

b) É um tipo de controle que torna os processos repetitivos e desnecessários. c) É um tipo de controle de comportamento que surgiu com a teoria da

contingência

d) É um controle exercido sobre os indivíduos e grupos de uma organização por meio de valores, normas e padrões de comportamento.

e) É um controle realizado por um sistema de regras e procedimentos operacionais padronizados que molda e regula o comportamento de divisões, funções e indivíduos.

4 – (Câmara de Maringá – PR / Assistente Legislativo / 2017) São características da Teoria da Burocracia, também chamada de modelo burocrático, EXCETO.

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b) Cargos preenchidos por mérito c) Ênfase nas pessoas

d) Hierarquia

e) Competência técnica

5 – (UFPI / Assistente em Administração / 2017) O Modelo Burocrático ou Teoria da Burocracia surge na década de 40, e dentre outros motivos, a fragilidade das Teorias Clássicas e das Relações Humanas, sendo um de seus principais “idealizadores” Max Weber. Assim, é uma característica marcante da Teoria da Burocracia, EXCETO.

a) Apresenta um caráter racional e sistemático da divisão do trabalho.

b) As rotinas e procedimentos são padronizados com o objetivo de melhorar o desempenho.

c) A competência técnica e a meritocracia são consideradas para a escolha das pessoas.

d) A distribuição de atividades é feita de forma pessoal, devido a competência técnica.

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Gabarito

1) b 2) a 3) e 4) c 5) d

1.1.3 Abordagem Sistêmica

Por volta da década de 1950, o biólogo Ludwig von Bertalanffy elaborou uma teoria interdisciplinar para transcender os problemas exclusivos de cada ciência e proporcionar princípios gerais (sejam físicos, biológicos, sociológicos, químicos etc.) e modelos gerais para todas as ciências envolvidas, de modo que as descobertas efetuadas em cada uma pudessem ser utilizadas pelas demais. Essa teoria interdisciplinar – denominada Teoria Geral dos Sistemas (TGS) - demonstra o isomorfismo das ciências, permitindo a eliminação de

suas fronteiras e o preenchimento dos espaços vazios (espaços

brancos) entre elas. A TGS é essencialmente totalizante: os sistemas não podem ser compreendidos apenas pela análise separada e exclusiva de cada uma de suas partes. A TGS se baseia na compreensão da dependência recíproca de todas as disciplinas e da necessidade de sua integração. Os vários ramos do conhecimento - até então estranhos uns aos outros pela especialização e conseqüente isolamento - passaram a tratar os seus objetivos de estudo (sejam físicos, biológicos, psíquicos, sociais, químicos etc.) como sistemas. E inclusive a Administração.

A abordagem clássica havia sido influenciada por três princípios intelectuais dominantes em quase todas as ciências no início do século passado: o reducionismo, o pensamento analítico e o mecanicismo.

a. Reducionismo. É o princípio que se baseia na crença de que todas as coisas podem ser decompostas e reduzidas em seus elementos fundamentais simples, que constituem as suas unidades indivisíveis. O reducionismo desenvolveu- se na Física (estudo dos átomos), na Química (estudo das substâncias simples), na Biologia (estudo das células), na Psicologia (estudo dos instintos e necessidades básicas), na Sociologia (indivíduos sociológicos), e na Administração (Taylorismo é um exemplo clássico do reducionismo).

(32)

b. Pensamento analítico. É utilizado pelo reducionismo para explicar as coisas ou tentar compreendê- las melhor. A análise consiste em decompor

o todo, tanto quanto possível, nas suas partes mais simples, que são mais

facilmente solucionadas ou explicadas, para, posteriormente, agregar essas soluções ou explicações parciais em uma solução ou explicação do todo. O conceito de divisão do trabalho e de especialização do operário são manifestações típicas do pensamento analítico.

c. Mecanicismo. É o princípio que se baseia na relação simples de causa-e-efeito entre dois fenômenos. Um fenômeno constitui a causa de outro fenômeno (seu efeito), quando ele é necessário e suficiente para provocá-lo. Como a causa é suficiente para o efeito, nada além dela era cogitado para explicá-lo. Essa relação utiliza o que hoje chamamos sistema fechado: o meio ambiente era subtraído na explicação das causas. Além disso, as leis de causa-efeito não prevêem as exceções. Os efeitos são totalmente determinados pelas causas em uma visão determinística das coisas.

Com o advento da Teoria Sistêmica, os princípios do reducionismo, do pensamento analítico e do mecanicismo passam a ser substituídos pelos princípios opostos do expansionismo, do pensamento sintético e da

teleologia.

a. Expansionismo. É o princípio que sustenta que todo fenômeno é parte de um fenômeno maior. O desempenho de um sistema depende de como ele se relaciona com o todo maior que o envolve e do qual faz parte. O expansionismo não nega que cada fenômeno seja constituído de partes, mas a sua ênfase reside na focalização do todo do qual aquele fenômeno faz parte. Essa transferência da visão focada nos elementos fundamentais para uma visão focada no todo denomina-se abordagem sistêmica.

b. Pensamento sintético. É o fenômeno visto como parte de um sistema maior e é explicado em termos do papel que desempenha nesse sistema maior. Os órgãos do organismo humano são explicados pelo papel que desempenham no organismo e não pelo comportamento de seus tecidos ou estruturas de organização. A abordagem sistêmica está mais interessada em juntar as coisas do que em separá-las.

(33)

c. Teleologia. É o princípio segundo o qual a causa é uma condição necessária, mas nem sempre suficiente para que surja o efeito. Em outros termos, a relação causa-efeito não é uma relação determinística ou mecanicista, mas simplesmente probabilística. Enquanto na concepção mecanicista o comportamento é explicado pela identificação de suas causas e nunca do seu efeito, na concepção teleológica o comportamento é explicado por aquilo que ele produz ou por aquilo que é seu propósito ou objetivo produzir. A relação simples de causa-e-efeito é produto de um raciocínio linear que tenta resolver problemas através de uma análise variável por variável. A lógica sistêmica procura entender as inter- relações entre as diversas variáveis a partir de uma visão de um campo dinâmico de forças que atuam entre si.

Com esses três princípios - expansionismo, pensamento

sintético e teleologia - a Teoria Geral de Sistemas (TGS) ou Abordagem

Sistêmica permitiu o surgimento da Cibernética. Foi uma verdadeira revolução no pensamento administrativo, que passou a pensar sistemicamente.

Um sistema, seja ele qual for, só tem sinergia quando o resultado da interação entre as partes é maior do que a mera soma dos componentes do sistema. Os componentes básicos de um sistema são:

• Objetivo: é a finalidade, a razão de ser do sistema;

• Entrada: obtida no meio ambiente onde o sistema está inserido, é o que alimenta o sistema;

• Processo de transformação: é a modificação feita pelo sistema no material inserido nele, podendo gerar um produto, serviço ou resultado (saída);

• Saída: é o resultado do processo de transformação, o resultado que será devolvido ao meio ambiente para influenciá-lo;

• Retroalimentação (feedback): é a re-introdução de informações geradas pelo próprio sistema como forma de avaliação do processo de transformação;

Ambiente: o meio onde o sistema está inserido;

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Um sistema pode ainda ser classificado de acordo com a sua interação com o meio, podendo ser um sistema aberto (que interage com o ambiente) ou um sistema fechado (que não interage com o meio). Neste contexto, as empresas devem ser consideradas sistemas abertos, pois necessitam da constante interação com o meio no qual estão inseridas, como forma de se obter insumos para sua entrada e oferecer o resultado de sua saída para ser absorvido e consumido pelo meio. Nenhuma empresa sobreviveria se ela se transformasse em um sistema fechado, sem qualquer tipo de interação com o meio e com outros sistemas. Desta forma, a empresa é um sistema que pode ser visto como um todo e, ao mesmo tempo, como parte de um sistema maior e mais complexo, que é o ambiente externo no qual está inserida. Com isso, a atividade de qualquer segmento de uma organização afeta a atividade de outros segmentos, em maior ou menor grau.

Questões de Concursos

1 – (CEGÁS / Analista de Gestão / 2017) Na Teoria de Sistemas, aqueles que apresentam intercâmbio com o ambiente que os circundam por meio de entradas e saídas, deve ser caracterizado como:

a) Sistema mutante b) Sistema fechado

c) Sistema organizacional d) Sistema aberto

2 – (FSC / Técnico de Nível Superior / 2014) Na Teoria Geral dos Sistemas, o princípio segundo o qual a causa é uma condição

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necessária, mas nem sempre suficiente ao surgimento de um efeito é o princípio: a) Da probabilidade b) Da teleologia c) Do expansionismo d) Da possibilidade contingencial e) Do pensamento sintético

3 – (AL-BA / Auditor / 2014) Dentre as teorias administrativas, uma delas se mostrou inovadora pelo fato de ter trazido à tona a idéia de que o ambiente externo possui influência direta no ambiente organizacional. Com isso, abandonou-se o antigo conceito de que a organização era um ambiente à parte do contexto social e que, apenas um aprimoramento dos processos internos garantiria o sucesso da empresa.

a) Teoria de Taylor b) Teoria Quântica c) Teoria dos Sistemas d) Teoria Comportamental e) Teoria da Burocracia

4 – (SABESP / Analista de Gestão / 2014) Seguem duas afirmações ligadas pelo conectivo explicativo “porque”:

(36)

A Escola Sistêmica, dentro das grandes teorias administrativas, define Administração como a coordenação de recursos em sistemas orgânicos e abertos, com elevada interação e interdependência entre as suas partes

PORQUE

os grandes teóricos dessa Escola percebem a necessidade de tratar da complexidade, isto é, dar conta do grande número de variáveis e suas inter-relações, que compõem e contextualizam as organizações e o ambiente onde atuam.

Neste caso,

a) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. b) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. c) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.

d) A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. e) As duas afirmações são falsas.

5 – Segundo a Teoria dos Sistemas, a organização é vista como um sistema aberto porque

a) Interage com o ambiente interno, enfatizando a eficiência e a sinergia em que o todo é maior que a soma das partes.

b) Requer produtos e feedback que são recebidos do ambiente externo e transforma produtos em insumos.

c) Apresenta relações de intercâmbio com ambiente através de entradas e saídas e, para sobreviver, deve reajustar-se às condições do meio.

d) Busca a equifinalidade de caminhos que conduzem ao mesmo resultado, aplicando idéias e métodos para assim, desenvolver uma alternativa estratégica.

e) Apresenta natureza hermética em relação a qualquer influência ambiental e um comportamento totalmente determinístico e programado.

Gabarito

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1.2 Evolução da Administração Pública no Brasil após 1930

A Administração Pública brasileira evoluiu por meio de três modelos teóricos básicos: o patrimonialista, o burocrático e o gerencial. Estas três formas se sucedem no tempo, sem que, no entanto, qualquer uma delas seja inteiramente abandonada.

Hoje, considerando a atual gestão pública brasileira, podemos concluir que o modelo predominante é o gerencial, embora ainda existam traços do patrimonialismo e fundamentos da burocracia.

Nossa análise irá partir do modelo patrimonialista, que predominou no Brasil entre 1500 e 1930; após vamos analisar o modelo burocrático, predominante até 1995; e, por fim, o gerencial, também conhecido como nova administração pública, predominante na atualidade.

Modelo Patrimonialista (1500 – 1930)

Esse modelo é originário das monarquias absolutistas européias, sendo caracterizado pelo endeusamento do governante, que passa a exercer poderes ilimitados e a utilizar o Estado como extensão de seu poder. Seus auxiliares, normalmente parentes e amigos, eram escolhidos de acordo com critérios pessoais (nepotismo) e passavam a ter status de nobreza real ou elite. A principal característica desse modelo é a ausência de distinção entre bens públicos e bens particulares, razão pela qual tudo que se encontrava em determinado território era tido como patrimônio do governante. Com isso, tudo que estava sob o domínio do poder soberano era passível de utilização pelo governante sem qualquer prestação de contas à sociedade, que era excluída de qualquer tipo de participação no governo.

As principais características da Administração Patrimonialista são:

• Não separação da Res publica x Res principis: interpermeabilidade dos

patrimônios público e privado

• Endeusamento do soberano; • Corrupção e nepotismo;

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• Ausência de carreiras administrativas;

• Cargos denominados de prebendas (atividades rentáveis de pouco ou nenhum trabalho que conferem status de elite ou nobreza real) ou

sinecuras;

No Brasil, em razão da colonização portuguesa, o modelo patrimonialismo predomina desde o ano de 1500. Seu principal marco está no ano de 1808 com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, e a conseqüente elevação do Brasil, por D. João VI, como a parte integrante do Reino Unido de Portugal. Esses acontecimentos construíram as bases do Estado nacional, com todo o aparato necessário à afirmação da soberania e ao funcionamento do autogoverno.

Com o retorno de D. João para Portugal, D. Pedro I assume o comando da nação e em 7 de setembro de 1822 declara a Independência do Brasil. Nesse momento o Brasil se torna um Estado soberano. Em 1824 o Brasil ganha sua primeira Constituição, sendo marcada pela adoção de uma estrutura estatal patrimonialista, pois, além de declarar a total irresponsabilidade do Imperador, excluí a maioria da população do direito de votar. Os artigos 3º, 10º, 98 e 99 da CF de 1824, reforçam essas características patrimonialistas, conforme demonstra abaixo:

• Art. 3º. O seu Governo é Monárquico Hereditário, Constitucional e

Representativo.

• Art. 10. Os Poderes Políticos reconhecidos pela Constituição do Império do Brasil são quatro: o Poder Legislativo, o Poder Executivo, o Poder Judicial, e o Poder Moderador.

• Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização Política, e é delegado privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da

Nação, e seu Primeiro Representante, para que incessantemente vele sobre

a manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia dos mais

Poderes Políticos.

• Art. 99. A Pessoa do Imperador é inviolável, e Sagrada: Ele não está sujeito a responsabilidade alguma.

Nesse período, o Brasil era um Estado oligárquico dominado por uma burguesia rural e políticos patrimonialistas. O poder político está concentrado

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em um estado aristocrático-burocrático. Já no ano de 1889, o Marechal

Deodoro da Fonseca proclama a República e, em 1891, passa a viger uma

nova constituição. Nesta, os Poderes foram reduzidos para três e foi

criado o Tribunal de Contas da União. Mesmo após a proclamação da

República, o Estado brasileiro continuou patrimonialista, principalmente em decorrência do coronelismo. Durante o período que antecedeu a era Vargas, vigorou a política conhecida como do café com leite, onde os cafeicultores de São Paulo e produtores de leite de Minas Gerais se revezavam no poder para atender, de forma predominante, aos seus interesses. Esse período, caracterizado pelo coronelismo, voto de cabresto e eleições ilegítimas, manteve as características do modelo patrimonialista e foi marcado pelas

oligarquias rurais no poder.

O modelo patrimonialista deixou de ser predominante a partir de 1930 com o início da Era Vargas. Nessa época a industrialização e as demandas sociais forçaram o governo brasileiro a adotar um estilo de administração capaz de responder às mudanças da sociedade. Nesse momento, onde o capitalismo e

a democracia se tornam dominantes, o mercado e a sociedade civil

passam a se distinguir do Estado, e a Administração Pública patrimonialista torna-se inaceitável.

Questões de Concursos

1 - (UFC / Assistente em Administração / 2016) Modelo de Administração Pública que parte do princípio de que é preciso combater o nepotismo e a corrupção, mas que para isso não são necessários procedimentos rígidos, e sim outros meios, como indicadores de desempenho e controle de resultados:

a) Administração Pública Gerencial b) Administração Pública Patrimonial c) Administração Pública Burocrática d) Administração Pública de Resultados

Referências

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