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Análise das características empreendedoras dos criadores de empresas de base tecnológica instaladas na incubadora CELTA/SC

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Análise das características empreendedoras dos criadores de empresas

de base tecnológica instaladas na incubadora CELTA/SC

Rosimere Alves de Bona Porton (FACVEST) rosimere@sle.br André Andrade Longaray (FURG) longaray@bol.com.br

Resumo

Quais são os pontos fortes e fracos nas características empreendedoras do criador de empresa de base tecnológica em incubadora? Essa foi à pergunta que instigou a elaboração deste artigo. Trata-se de um estudo exploratório, do tipo levantamento ou survey, cuja população compreende as empresas instaladas na incubadora de base tecnológica, denominada Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas – CELTA, localizada em Florianópolis/SC. A amostra constituiu-se de 14 empresas, selecionadas por acessibilidade. O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário, com perguntas abertas e fechadas. A abordagem metodológica usada para análise e interpretação dos dados foi mista, ou seja, de natureza qualitativa (análise documental) e quantitativa (análise estatística). Como resultado da pesquisa, constatou-se que as características empreendedoras do criador de empresa de base tecnológica são: possuir experiência profissional, ter perfil inovador, ser ator de mudança, ter visão de negócio, persistência, capacidade de aprendizagem, autoconfiança, ser ávido por informações e valorizar o trabalho em equipe.

Palavras-chave: Características, Empreendedores, Incubadoras de Base Tecnológica.

1. Introdução

As idéias formam a base intelectual de toda atividade humana, e a maioria das empresas inicia sua história com uma boa idéia central. Neste sentido, Degen (1989, p. 5) menciona que “a maioria das empresas é iniciada por um ou mais empreendedores que acumulam recursos financeiros e técnicos para iniciar um empreendimento e vencer as barreiras à entrada no negócio escolhido.”

É importante reconhecer que a existência de indivíduos conhecidos como empreendedores é a condição básica para o surgimento de novos empreendimentos. Estes são agentes responsáveis pelo desencadeamento e condução dos processos de criação de unidades produtivas. Desse modo, a figura do empreendedor reveste-se de importância na criação e recriação de negócios, precisa estar atento às oportunidades do mercado e de saber aproveitá-las.

Para Dornelas (2001), a decisão de tornar-se empreendedor ocorre devido a fatores externos, ambientais e sociais, a aptidões pessoais, ou a um somatório de todos esses fatores, que são críticos para o surgimento e o crescimento de uma nova empresa. O processo inicia-se quando um evento gerador desses fatores possibilita o início de um novo negócio.

O incentivo e o estímulo à geração de um novo negócio por parte da incubadora servem como fonte de apoio a novos empreendimentos. Pois, é na incubadora que o empreendedor vai encontrar a infra-estrutura necessária e suporte de uma equipe técnica para consultoria de que precisa. Isto independe do tipo de incubadora de empresas, se for de base tecnológica, tradicional ou mista.

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risco do empreendedor, e estimula a inovação tecnológica. Assim, a incubação de empresas é um mecanismo relevante para dar sustentabilidade durante as primeiras fases de existência, quando a sua situação é mais frágil e vulnerável, tanto em relação aos fatores externos, como em relação a erros internos. Desta forma, identifica-se como seus principais objetivos ter empresas mais fortes, sustentáveis e reduzir o índice de mortalidade.

Na concepção de Smilor (1987, p. 146 apud FURTADO, 1995, p. 25), a incubadora “procura unir efetivamente talentos, tecnologia, capital e conhecimento para alanvacar o talento empreendedor, acelerar a comercialização de tecnologia e encorajar o desenvolvimento de novas empresas”.

Com base nesses aspectos, observa-se que cabe à incubadora articular-se para elaborar e criar uma rede de apoio ao projeto de negócios do empreendedor. Através de um arranjo institucional, com entidades públicas e privadas, procura promover a sustentação e ajuda ao sucesso de novos empreendimentos. Além disso, promove a ampliação da rede de relacionamentos do empreendedor, o que favorece o sucesso em longo prazo.

De acordo com Leite (2000, p. 211), o fenômeno do empreendedorismo, em empresas de base tecnológica, envolve: “introdução de um novo produto ou serviço no mercado; desenvolvimento de uma nova tecnologia; descoberta de uma nova fonte de suprimento de algum recurso ou expansão dos já existentes; abertura de um novo mercado; e reorganizar um empreendimento já existente”.

O empreendedor tem idéias criativas e inovadoras, seu propósito principal é torná-la real. A fim de tornar concreta a iniciativa empresarial do empreendedor, é necessário que o criador de empresa de base tecnológica, via incubadora, participe efetivamente desde o momento da criação da empresa.

Degen (1989) alerta que o empreendedor precisa ter consciência da necessidade do aprendizado sobre o negócio. O empreendedor, ao iniciar um negócio, deve saber como vender a idéia e isso significa conhecer quem são seus clientes potenciais. Se a idéia tem viabilidade de venda, certamente vale a pena investir no negócio.

A essência na atividade de empreender é a identificação e aproveitamento das oportunidades. O empreendedor percebe a importância do processo de aprendizagem como contínuo, pois é através dele que pode identificar as oportunidades.

Para que todo esse processo de aproveitamento de oportunidades possa se concretizar, faz-se essencial o papel da incubadora, que é o de oferecer estímulos, apoio e acompanhamento, de forma a permitir o aumento da capacidade produtiva e a conseqüente diversificação de produtos e serviços, além de possibilitar uma profissionalização das empresas. Daí a importância de estimular ações que geram ambientes de inovação e empreendedores.

2. Incubadoras de empresas

O papel da incubadora é concentrar esforços para a geração de pequenas empresas, tecnologicamente dinâmicas, dando condições essenciais à sobrevivência destas no período de incubação, principalmente no que se refere ao apoio gerencial, tecnológico e de comercialização.

Entende-se o nascimento de uma unidade produtiva como sendo a fase que requer maior atenção e motivação para o empreendedor conseguir superar os obstáculos que irão surgir. Sendo assim, a incubadora é um mecanismo útil para estimular o surgimento e a consolidação de empresas. Amparadas em um espaço físico, com infra-estrutura técnica e operacional, as idéias inovadoras dos futuros empresários são transformadas em novos produtos ou processos.

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Na perspectiva do Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br), a tipologia da incubadora depende do tipo de empresa que abriga. Num primeiro instante, buscam-se as peculiaridades das incubadoras de base tecnológica. Esta é a incubadora que abriga empresas cujos produtos, processos ou serviços são gerados a partir de resultados de pesquisas aplicadas, e nos quais a tecnologia representa alto valor agregado.

Medeiros et al. (1992) relatam que a incubadora de empresa é um núcleo que abriga, usualmente, microempresas de base tecnológica, aquelas que têm no conhecimento seu principal insumo de produção. É uma denominação do espaço físico especialmente configurado para transformar idéias em produtos, processos ou serviços. Trata-se de um espaço comum, subdividido em módulos, que comumente tem localização próxima a universidades ou institutos de pesquisa, com o objetivo de que as empresas possam usufruir dessas instituições, laboratórios e pessoas.

Sobre as incubadoras de empresas dos setores tradicionais, o Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br) expõe que é a incubadora que abriga empresas ligadas aos setores tradicionais da economia, as quais detém tecnologia largamente difundida e queiram agregar valor aos seus produtos, processos ou serviços por meio de um incremento no nível tecnológico que empregam. Devem estar comprometidas com a absorção ou o desenvolvimento de novas tecnologias.

O ponto de destaque das incubadoras tradicionais é o fato de incubar empresas de diversos segmentos da economia não ligados aqueles de base tecnológica. Cabe destacar que, mesmo sendo uma incubadora tradicional, a empresa incubada precisa ter um diferencial, uma inovação.

Conforme o Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br), a incubadora de tipologia mista abriga empresas que combinam os dois tipos descritos. Assim, parte-se do pressuposto que o aporte de recursos disponíveis por esta incubadora tem que oferecer condições ideais para a criação e o desenvolvimento de novos negócios, tanto de base tecnológica, como tradicional.

Independente da sua tipologia – base tecnológica, tradicional ou mista, a idéia da criação de empresas em incubadora gera expectativas positivas com relação aos benefícios proporcionados por elas às empresas instaladas.

Esboçadas essas considerações sobre a tipologia das incubadoras, é preciso explorar a especificidade em que consiste exatamente as características empreendedoras do criador de empresa.

3. Características empreendedoras

O estudo das características empreendedoras mostra-se relevante por ser um dos principais agentes a impulsionar o surgimento de novas idéias e negócios. Ao saber quais são seus pontos fortes e fracos, o empreendedor pode trabalhar as características ausentes no seu perfil e otimizar as que ele possui. Diante disso, não se procura desenhar um protótipo, e sim busca-se características ou traços esperados do empreendedor com o intuito de delinear o perfil do empreendedor de sucesso.

Entretanto, caracterizar o que seja um empreendedor é um desafio permanente de investigação, sobretudo pela diversidade de variáveis que cercam o ambiente em que vive. As características mais freqüentemente atribuídas aos empreendedores pelos comportamentalistas, conforme Hornaday (1982), Meredith, Nelson e Neck (1982); Timmons (1978 apud FILION, 1999, p. 9) são as apresentadas no Quadro 1.

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CARACTERÍSTICAS FREQÜENTEMENTE ATRIBUÍDAS AOS EMPREENDEDORES

a) inovação m) criatividade

b) otimismo n) necessidade de realização

c) tolerância à ambigüidade e à incerteza o) sensibilidade a outros

d) liderança p) energia

e) orientação para resultados q) autoconsciência

f) iniciativa r) agressividade

g) riscos moderados s) tenacidade

h) flexibilidade t) autoconfiança

i) capacidade de aprendizagem u) tendência a confiar nas pessoas

j) independência v) originalidade

k) habilidade para conduzir situações w) envolvimento a longo prazo

l) habilidade na utilização de recursos x) dinheiro como medida de desempenho Quadro1 - Características freqüentemente atribuídas aos empreendedores

Fonte: Filion (1999, p. 9).

Os comportamentalistas elencam várias características e aptidões usualmente encontradas em empreendedores. No entanto, não existe uma forma ideal de empreendedor. A combinação em quantias e intensidades diferentes dessas características empreendedoras em uma só pessoa seria a perfeição.

As características e aptidões mais comumente encontradas em empreendedores permitem aos empreendedores em potencial e aos de fato identificarem as características que devem ser aperfeiçoadas para a obtenção do sucesso. Através da aprendizagem do autoconhecimento o indivíduo pode conseguir desenvolver sua capacidade empreendedora.

É importante salientar que empreendedores se desenvolvem, não são fabricados. É possível que algumas pessoas possuam algumas inteligências mais desenvolvidas e que se favoreçam com isso. Mas o fato concreto é que as características empreendedoras se aprendem, como tudo na vida.

Nesta perspectiva, Dornelas (2001, p. 31-32) estabelece um rol de características dos empreendedores de sucesso, conforme mostra-se no Quadro 2.

CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES DE SUCESSO

- são visionários - ficam ricos

- sabem tomar decisões - são líderes e formadores de equipes - são indivíduos que fazem a diferença - são bem relacionados (networking) - sabem explorar ao máximo as oportunidades - são organizados

- são determinados e dinâmicos - planejam, planejam, planejam...

- são dedicados - possuem conhecimento

- são otimistas e apaixonados pelo que fazem - assumem riscos calculados - são independentes e constroem o próprio destino - criam valor para a sociedade

Quadro 2 Características dos empreendedores de sucesso Fonte: Dornelas (2001, p. 31-32).

A qualificação do empreendedor como visionário deve-se ao fato de que é arquiteto do seu futuro, a visão, portanto, dá sentido de direção. A partir disto, pode-se dizer então que ele projeta, através de sua visão, onde quer chegar. Por sua vez, deve ter também capacidade para tomar decisões. Todavia, decisões nem sempre são fáceis de serem tomadas, mas o

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empreendedor deve desenvolver raciocínio rápido e agilidade de ação para por em prática sua visão.

Dentre os atributos elencados anteriormente, o empreendedor precisa fazer a diferença, deve ter a competência de conseguir invocar as habilidades, os talentos e os recursos necessários para concretizar uma idéia que antes era vista como abstrata. Inclui-se, também, que o empreendedor de sucesso tem como ponto chave em sua personalidade o senso apurado para detectar oportunidades.

A persistência é uma característica que faz o empreendedor continuar, apesar dos obstáculos, pois é determinado e dinâmico, além é claro de dedicado. Como também não poderia ser diferente, é apaixonado pelo que faz, pois é em seu negócio que reside sua independência, inclusive a financeira. Contudo, não quer dizer que ficar rico seja o principal fator de motivação para o empreendedor, é sim uma conseqüência.

O empreendedor bem-sucedido tem capacidade de influenciar pessoas, fazendo-as pensar e agir conforme seus objetivos. Com isso, ele constrói sua rede de relacionamentos e consegue formar uma equipe coesa. É notória sua habilidade na percepção de como alocar e obter os recursos necessários para a concretização do seu negócio. Tal fato pode ser vinculado à ocorrência do planejamento, que faz parte do processo de construção do seu empreendimento. Além disso, o empreendedor tem noção que no mundo de hoje, definido como a era do conhecimento, faz-se necessário o aprendizado contínuo. Destaca-se, ainda, que vários estudos sobre empreendedorismo conectam a figura do empreendedor com o aspecto de assumir riscos. Entretanto, vale lembrar que tal risco deve ser calculado e gerenciado por ele. Como última característica, mas não menos importante do que as anteriores, a geração de renda e riqueza social está vinculada diretamente ao surgimento de empregos e à inovação que o empreendedor proporciona à sociedade.

Há estudos que estabelecem o perfil do empreendedor como um conjunto de qualidades ou atributos relacionados com necessidades, conhecimentos, habilidades e valores. Para Lezana (2001, p.17), “necessidade é um déficit ou manifestação de um desequilíbrio, pode ser satisfeita, frustrada ou mesmo compensada”. Desse modo, as características de necessidades influenciam no comportamento do empreendedor. As que foram citadas são comumente encontradas nos empreendedores de sucesso. Entretanto, existem outras, que sofrem variação conforme os aspectos da personalidade de cada indivíduo.

Ao verificar as características de conhecimento, vale ressaltar que as pessoas devem agregar valor pelo que sabem e pelas informações que podem oferecer. Investir, gerenciar e explorar o conhecimento de cada indivíduo passou a ser o fator crítico de sucesso às organizações na era da informação.

Reportando-se ao conhecimento como elemento de agregação de valor à empresa, o empreendedor é o agente central para o sucesso do empreendimento. Assim, para que ele opere com o sucesso desejado, alguns conhecimentos são necessários. Entretanto, nota-se que serão exigidos do empreendedor conhecimentos diferenciados a cada etapa em que a empresa se encontra.

Características de habilidades abrangem conhecimentos e esquemas de percepção, pensamento, avaliação e ação, com vista em desenvolver respostas inéditas, criativas e eficazes. Portanto, o sucesso da empresa também depende das habilidades do empreendedor. No que concerne às características de valores, estas demonstram a visão de mundo que o empreendedor possui. Estes valores são repassados de geração em geração, podendo ser alterados com o passar dos anos. Ao tomar uma decisão, o empreendedor obedecerá a seus

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valores, o que torna estas características de fundamental importância para o sucesso empresarial.

4. Medologia da pesquisa

O presente trabalho caracteriza-se como um estudo exploratório, do tipo levantamento ou

survey. De acordo com Cervo e Bervian (1983, p.56), “os estudos exploratórios não elaboram

hipóteses a serem testadas no trabalho, restringindo-se a definir objetivos e buscar maiores informações sobre determinado assunto de estudo”.

A população ou universo corresponde a 36 empresas incubadas no CELTA - Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas localizada na cidade de Florianópolis, SC. Quanto à amostra, esta foi obtida por acessibilidade, tendo como critério para composição da mesma a disposição do criador de empresa em participar da pesquisa. Do universo considerado, 14 aceitaram colaborar, respondendo o instrumento de pesquisa.

No que concerne à perspectiva de da pesquisa, esta se caracteriza como sendo de corte transversal. De acordo com Richardson (1999), nesta perspectiva, os dados são coletados em um ponto no tempo, com base em uma amostra selecionada para descrever uma população nesse determinado momento. Dessa maneira, identifica-se a população relevante, escolhe-se a amostra e realiza-se a pesquisa.

Como instrumento de pesquisa, utilizou-se um questionário com questões fechadas e abertas. O questionário é, na concepção de Cervo e Bervian (1983, p.159), “a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja”. No que concerne ao tipo de perguntas do questionário, as questões abertas destinara a obter uma resposta livre, enquanto que nas questões fechadas buscou-se respostas mais precisas. As perguntas fechadas são padronizadas, de fácil aplicação e fáceis de codificar. Já as perguntas abertas, embora possibilitem recolher dados ou informações mais ricas e variadas, são codificadas e analisadas com maior grau de dificuldade (CERVO e BERVIAN, 1983).

A abordagem metodológica utilizada para a análise e interpretação dos dados foi mista, qualitativa e quantitativa. Neste sentido, de acordo com a natureza qualitativa desta pesquisa, foram identificadas as características empreendedoras dos criadores de empresa de base tecnológica em incubadora. Por sua vez, a análise quantitativa utilizada neste trabalho deu-se através da tabulação, com técnicas estatísticas de percentagem, dos dados obtidos com a aplicação de questionário, organizado através de questões fechadas.

5. Descrição e análise dos dados da amostra

Nesta seção, fazem-se a descrição e análise dos dados coletados junto aos criadores de empresas de base tecnológica, instaladas na incubadora do Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (CELTA). Assim, apresenta-se as características empreendedoras verificadas nas empresas pesquisadas versus as descritas no referencial teórico.

Pontos fortes e fracos dos empresários das EBTs instaladas no CELTA

Para saber quais são os pontos fortes e aqueles que precisam ser desenvolvidos nos empresários de EBTs, elaborou-se uma listagem com as principais características empreendedoras levantadas na literatura. Para cada uma foi solicitado que os respondentes atribuíssem uma nota de 0 à 10, sendo 0 a nota mínima e 10 a nota máxima. Essa nota era atribuída conforme a percepção deles sobre a presença da característica no seu modo de atuação na empresa.

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CARACTERÍSTICAS VALOR

MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA MODA VALOR PADRÃO DESVIO

Inovação 3 10 8,36 8 1,86 Iniciativa 8 10 9,21 10 0,89 Criatividade 3 10 8,57 10 1,91 Persistência 9 10 9,86 10 0,36 Capacidade de aprendizagem 7 10 9,14 10 0,95 Busca de oportunidades 5 10 8,43 10 1,60 Busca de informações 7 10 9,00 10 1,18 Autoconfiança 7 10 9,14 10 0,95 Persuasão 3 10 8,14 9 1,88 Redes de contato 5 10 7,14 5 1,83

Capacidade de assumir riscos moderados 5 10 7,79 7 1,31

Planejamento 6 9 7,79 8 0,80

Orientação para resultados 5 10 8,07 8 1,38

Liderança 6 10 8,29 8 1,14

Independência 3 10 7,79 8 2,01

Necessidade de realização 4 10 7,62 8 1,85

Habilidade para conduzir novas situações 7 10 7,86 8 0,86 Aspectos técnicos relacionados ao negócio 6 10 8,86 10 1,23

Resolução de problemas 7 10 8,93 10 1,27

Gestão por objetivos 6 10 8,07 8 1,38

Valorização do trabalho em equipe 7 10 9,00 9 1,04

Visionários 5 10 7,07 5 1,69

Saber tomar decisões 5 10 8,14 9 1,70

Tabela 1 - Pontos fortes e fracos dos empresários das EBTs instaladas no CELTA

Para fins de análise, como a menor média obtida foi nota 7, e a maior nota 9, considera-se que as características que atingiram nota 7 são as que necessitam ser desenvolvidas, as que alcançaram 8 estão na posição intermediária e os pontos fortes são aquelas que alcançaram uma média 9.

A característica persistência é a que obteve um maior escore entre os entrevistados, com média de 9,86, o que significa que a mesma está presente como aspecto principal no perfil dos empresários da amostra pesquisada. Também são vistos como traços marcantes nesses respondentes as seguintes características: iniciativa, que obteve média 9,21; capacidade de aprendizagem (9,14); autoconfiança (9,14); busca de informações (9,00); e valorização do trabalho em equipe (9,00).

Em uma posição intermediária, estão as características resolução de problemas com média 8,93; aspectos técnicos relacionados ao negócio (8,86); criatividade (8,57); busca de oportunidades (8,43); inovação (8,36); liderança (8,29); persuasão (8,14); saber tomar decisões (8,14); orientação para resultados (8,07); e gestão por objetivos (8,07).

Como característica menos freqüente, identificaram-se os aspectos: habilidade para conduzir novas situações (7,86); independência (7,79); capacidade de assumir riscos moderados (7,79); planejamento (7,79); necessidade de realização (7,62); redes de contato (7,14); e visionários (7,07). Desse modo, essas características são consideradas pelos respondentes como as que precisam ser desenvolvidas.

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6. Conclusões

Este trabalho teve por objetivo verificar os pontes fortes e fracos dos empreendededores de empresa de base tecnológica de incubadora.

Na busca deste objetivo, a metodologia de pesquisa empregada no trabalho, consistiu basicamente de um estudo exploratório. Permitiu verificar quais as características empreendedoras do criador de empresa de base tecnológica de incubadora. O estudo foi viabilizado por meio da análise dos dados coletados nas empresas incubadas no CELTA de Florianópolis/SC, que compuseram a amostra por acessibilidade, num total de 14 empresas. O instrumento de pesquisa consubstanciou-se de um questionário com perguntas abertas e fechadas. Para o tratamento dos dados foi adotada uma abordagem mista, ou seja, qualitativa e quantitativa.

Com base na percepção dos empreendedores EBTs residentes no CELTA foram identificados seus pontos fortes e fracos. Analisando-se os resultados foi possível checar os seguintes pontos fortes: iniciativa, que obteve média 9,21; capacidade de aprendizagem (9,14); autoconfiança (9,14); busca de informações (9,00); e valorização do trabalho em equipe (9,00).

Visando contribuir para o processo de aperfeiçoamento dos empreendedores, foram identificados como pontos que necessitam ser desenvolvidos, os seguintes: habilidade para conduzir novas situações (7,86); independência (7,79); capacidade de assumir riscos moderados (7,79); planejamento (7,79); necessidade de realização (7,62); redes de contato (7,14); e visionários (7,07).

Referências

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983.

DEGEN, R. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo: McGraw-Hill, 1989. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando idéias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001. FILION, L. J. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos negócios. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 34, n. 2, p. 5-28, abr./jun. 1999.

FURTADO, M. A T. Fugindo do quintal: empreendedores e incubadoras de empresas de base tecnológica no Brasil. São Paulo: Mimeo, 1995.

LEITE, E. F. O fenômeno do empreendedorismo: criando riquezas. Recife: Bagaço, 2000.

LEZANA, Á. Empreendedorismo e ciclo de vida das organizações. Apostila do Curso de Especialização em empreendedorismo na Engenharia. Florianópolis: LED – UFSC, 2001.

MEDEIROS, J. A. et al. Pólos, parques e incubadoras: a busca da modernização e da competitividade. Brasília: CNPq, IBICT, SENAI, 1992.

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLÓGICA. Disponível em: <http://www.mct.gov.br>. Acesso em: 01 set. 2003.

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