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INOVAÇÃO E FLEXIBILIDADE

John Hewko

Secretário-geral do Rotary International

17 de janeiro de 2019

Boa tarde a todos. Sejam bem-vindos à sexta sessão plenária desta excelente Assembleia Internacional.

Esta Assembleia tem uma relevância especial, pois é a primeira em que rotaractianos foram convidados a participar e estão aqui conosco. Por isso, quero parabenizar o presidente Barry por colocar tanta ênfase nestes jovens e ressaltar o quanto eles contribuem à nossa organização. Quero saudar também o presidente eleito Mark por sua iniciativa de convidar 60 rotaractianos para esta Assembleia.

Hoje, tenho o privilégio de falar sobre inovação e flexibilidade no Rotary. Estas são duas palavras frequentes quando pensamos em qualquer organização que esteja se adaptando a um mundo em rápida transformação. O que essas palavras significam para o Rotary? Eu gostaria de começar com a descrição de alguém que vocês podem facilmente

conhecer. Um jovem sozinho em uma cidade grande. Um jovem à procura de amizades, de conexões com outros profissionais, em busca de uma missão compartilhada,

independentemente de raça ou credo, status social ou nacionalidade. Um jovem que quer causar impacto, mas não sabe por onde começar. Este homem era Paul Harris, o fundador do Rotary.

Em 1905, quando plantou a semente para esta grande organização que conhecemos hoje, Paul tinha só 36 anos de idade. Hoje, ele não se qualificaria como rotaractiano porque estava acima da idade limite, mas ele certamente tinha um espírito jovem de inovação que devemos cultivar. Para aquele grupo de quatro amigos que formaram o primeiro Rotary Club, o de Chicago, “o Rotary era como um oásis no deserto”.

Hoje, depois de mais de um século, vocês – nossos rotaractianos – são uma geração que tem seus próprios desafios, seus próprios desertos, em um mundo de crescentes

levantes sociais e políticos.

Muitos de vocês se formaram durante uma depressão econômica global e talvez tiveram que lutar para conseguir o primeiro emprego ou pagar empréstimos estudantis. Muitos de vocês testemunharam a crescente desigualdade social e polarização política. Alguns de vocês possivelmente ficaram desencantados com práticas de negócios que não

atendem a seus altos padrões éticos. Mas eu não quero que vocês percam a esperança — porque desejamos que o Rotary seja o seu oásis no deserto.

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Isto se aplica não apenas aos 60 rotaractianos aqui presentes, mas também aos milhares deles ao redor do mundo.

No entanto, para que este oásis seja atraente, o Rotary precisa mudar.

Essa mudança é possível porque já estivemos nesta situação. Quando o Rotary foi fundado, o ambiente em Chicago não era tão diferente daquele que muitos de vocês querem mudar.

Paul Harris conheceu a luta entre as forças pela mudança social positiva e a

agressividade de uma cidade em rápido crescimento. Chicago era um lugar de fortes contrastes entre uma riqueza desconcertante, pobreza extrema e alto desemprego. Inovadores como Paul, em busca de amizades e conexões de negócios, começaram a dar uma guinada nas coisas. O que começou com o companheirismo de quatro pessoas se transformou em uma grande e próspera organização de serviços humanitários.

O seu envolvimento contínuo, e o de todos os rotaractianos do mundo, possibilitará que vocês causem impacto ainda maior. Isso os ajudará a implementar as mudanças

necessárias para levar o Rotary a novos patamares.

Agora, quero dirigir-me aos governadores eleitos. Seus mandatos no próximo ano rotário serão especiais porque este é o ano em que o nosso novo Plano Estratégico será colocado em prática. A base fundamental do Plano é usar a inovação e a flexibilidade para levar o Rotary a um futuro ainda mais promissor.

Eu gostaria de pedir que levantem a mão aqueles que tinham menos de 30 anos de idade quando se afiliaram ao Rotary.

Vejo que o presidente eleito Mark levantou a mão. O Mark ingressou no Rotary aos 25 anos, foi presidente de clube aos 30 e governador de distrito aos 34. Na verdade, todos os presidentes do RI nas últimas três décadas, com exceção de três, entraram no Rotary em seus 20 ou 30 anos de idade.

Então, acho que está claro que o mito de que o Rotary não pode ser o lugar para os jovens imprimirem sua marca no mundo é apenas isso — um mito. Se formos realmente sérios sobre o crescimento do Rotary e quisermos atrair novos associados de todas as áreas demográficas, precisaremos inovar.

E essa inovação precisará assumir várias formas.

Primeiramente, ela se torna um princípio fundamental no Rotary e começa com o desenvolvimento de uma cultura de mudança positiva e adaptação às necessidades de nossas novas realidades e desafios.

Em segundo lugar, a inovação também inclui tecnologias transformadoras. Podemos chamar isso de inovação sustentável — ou seja, desenvolver sempre nossos produtos para atender aos associados atuais. Estamos implementando esse conceito de

sustentabilidade da inovação por meio de três veículos tecnológicos: o Centro de

Aprendizado do Rotary, o Rotary Club Central e um programa on-line para aumento do número de associados.

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Todas essas ferramentas estão à sua disposição e muitas outras estão sendo desenvolvidas. Seu uso regular deve ser a base da nossa futura estratégia de crescimento. Assim, podemos inovar em nossa mentalidade e buscar a inovação sustentável por meio da tecnologia.

Há um terceiro tipo de inovação que devemos gerar no Rotary. É a chamada inovação disruptiva. No mundo dos negócios, refere-se a um produto ou serviço, geralmente muito simples em seu primeiro design, que cria raízes na parte inferior do mercado e, em seguida, cresce implacavelmente em popularidade até que desloca os concorrentes estabelecidos.

A inovação verdadeiramente disruptiva pode criar novos mercados. Vejam a Apple, por exemplo. Suponho que a maioria de vocês aqui tenha um smartphone. Hoje,

presumimos que sempre teremos um computador pessoal ao nosso alcance.

Quando ela entrou no setor de tecnologia, a Apple foi uma verdadeira inovadora, assim como foi o Rotary em seus primórdios na esfera de impacto social e conexão para fazer o bem. Entretanto, com o tempo, a Apple se tornou apenas mais uma empresa de

computadores superfaturada e enfrentou um futuro incerto.

A marca não reverteu seu declínio até que, com a ajuda de Steve Jobs, retornou a um caminho de inovação disruptiva. Com produtos como o primeiro iPod e iPhone, a Apple disponibilizou tecnologias transformadoras para milhões de pessoas. Hoje, a Apple é uma das empresas mais valiosas do mundo.

Menciono a Apple porque seu enorme crescimento é um testemunho de que

organizações estabelecidas podem canalizar inovações disruptivas para atingir novos mercados e objetivos.

Como disse Tusu Tusubira no início desta semana, aumentar nossa capacidade de adaptação é a base do nosso plano estratégico. Se não respondermos a um mundo em rápida transformação ao qual servimos, correremos o risco de sermos deixados para trás por uma nova geração de inovadores disruptivos.

Isso é exatamente o que aconteceu com a Kodak, que por um século foi uma das principais empresas do mundo, com uma reputação consistente de inovação e excelência. A empresa, no entanto, parou de inovar. Investiu menos em pesquisa e desenvolvimento e interpretou mal os sinais de como o mundo estava se transformando. Ela não foi capaz de se adaptar rapidamente e perdeu a visão de longo prazo. Uma das empresas mais valiosas e conhecidas do mundo, a Kodak, foi forçada a declarar falência em janeiro de 2012.

Como rotarianos, precisamos estar atentos às lições que dizem respeito a oportunidades perdidas de se adaptar e ser inovador.

Imaginem por um momento como os Rotary Clubs poderiam ser no futuro. Imaginem um clube que pode alterar seu cronograma e formato de reuniões. Um clube onde os requisitos de frequência são mais flexíveis. Um clube que oferece vários tipos de associação, ao qual os rotaractianos podem se afiliar enquanto ainda estiverem no Rotaract. Um clube no qual a mensuração da adesão às regras é substituída pela

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medição do progresso em relação às metas para melhorar a comunidade e fazer o clube crescer.

Vocês não precisam mais tentar imaginar esses clubes porque eles já existem. O Rotary Club de Invercargill NRG [Next Rotary Generation] é um clube voltado à família na Nova Zelândia, com ótimos horários e locais para reuniões. O

comparecimento é incentivado, mas não obrigatório.

O Rotary Club de Aruba colabora sistematicamente com Rotaract e Interact Clubs para assegurar uma transição tranquila do Interact, ao Rotaract e, por fim, ao Rotary. Como resultado, metade dos associados do clube são ex-rotaractianos.

Há também os Clubes de Passaporte. Há três anos, o Distrito 5180 na Califórnia

começou a pensar em um modelo de clube que fosse atraente aos associados mais jovens que não tinham interesse nas reuniões semanais, nem podiam arcar com o pagamento de cotas.

Assim, o distrito criou um Clube de Passaporte com 20 associados em Sacramento, Califórnia. Ele se reúne apenas seis vezes por ano — sim, só seis vezes por ano — e realiza um evento social opcional em um dos meses entre as reuniões. Além da

participação obrigatória nas seis reuniões, os associados devem contribuir anualmente US$1.000 para a Fundação Rotária, ou fazer no mínimo 40 horas de trabalho

comunitários com Rotary Clubs ou outras entidades sem fins lucrativos do distrito. Em três anos, o clube mais do que triplicou — repito, triplicou — seu quadro associativo. Este modelo pode não ser para todos, mas está oferecendo um produto que jovens profissionais acham atraente. Esta abordagem está se difundindo e agora existem quase 20 Clubes de Passaporte em países como Estados Unidos, Canadá e Austrália.

Mas acho que podemos fazer ainda mais.

Podemos inovar ao mesmo tempo em que apoiamos nossos clubes existentes ou tradicionais. Eles continuarão sendo a espinha dorsal do Rotary. A nossa inovação deverá sempre refletir nossos valores fundamentais.

Mas também precisamos quebrar barreiras e expandir o Rotary formando clubes novos, pioneiros. Eles podem se tornar nosso iPod ou iPhone.

No entanto, uma estratégia de crescimento sustentável de longo prazo não aparece do nada. Ela requer ênfase persistente e contínua, e liderança em cada um dos distritos. Requer um compromisso com a inovação e a flexibilidade dos clubes, e com um melhor atendimento das necessidades específicas das nossas comunidades à medida que elas evoluem. É necessário o compromisso de incorporar rotaractianos ao Rotary.

Uma ideia interessante para os governadores eleitos seria: que tal delegar um dia da sua Conferência Distrital aos rotaractianos? E se quiserem fazer algo renovador, entreguem todo o programa da Conferência Distrital aos rotaractianos. Ou, melhor ainda, convidem rotaractianos para assumirem posições de liderança em seus distritos, permitindo que desempenhem um papel significativo como parceiros iguais no desenvolvimento e execução de projetos.

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À medida que vocês, governadores eleitos, iniciam o ano da sua liderança, eu os desafio a apoiar clubes existentes e tradicionais. E ainda mais, desafio vocês a pensar de uma maneira original e a contribuir ao crescimento do Rotary através de modelos inovadores de clubes.

Precisamos tentar novas abordagens, mas, como sabemos, mudanças podem ser árduas. É difícil para os clubes existentes que estão lutando para mudar.

Por outro lado, é muito mais fácil para um clube novo fazer as coisas de maneira diferente e adotar formatos flexíveis e outros tipos de reuniões. Na verdade, os clubes mais fáceis de se organizar são aqueles formados por ex-rotaractianos e outros alumni. Eles já conhecem o Rotary, são entusiastas do Rotary e prezam pelos nossos valores. E provavelmente estão procurando uma experiência de clube que ainda não existe. Acima de tudo, precisamos de governadores que apoiem o desenvolvimento de novos clubes e incentivem a criação de clubes inovadores.

Resumindo, há três caminhos claros para implementar as mudanças que irão propiciar o crescimento do Rotary:

• Primeiro, crescer pela inovação nos clubes existentes que querem mudar • Segundo, crescer por meio da criação de clubes novos e diferentes

• Terceiro, crescer incorporando os rotaractianos — para tratá-los como os verdadeiros parceiros e recursos extraordinários que são

O Rotary hoje encontra-se em uma encruzilhada. Temos uma escolha a fazer. Seremos como a Apple — que responde às realidades externas e inova? Ou seremos como a Kodak — que não o fez?

A escolha é sua.

Estou confiante de que através da sua liderança e da liderança de seus sucessores e milhares de rotarianos ao redor do mundo, vocês Serão a Inspiração que nos permite navegar com sucesso por essas encruzilhadas.

Estamos claramente à altura do desafio, e ao enfrentá-lo, provaremos como O Rotary

Conecta o Mundo por meio de inovação, flexibilidade e mudança criteriosa.

Referências

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