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CAPACITAÇÃO DE MULHERES EM ASSENTAMENTOS RURAIS DE SOSSEGO/PB NA PERSPECTIVA DA ECONOMIA SOLIDÁRIA

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Academic year: 2021

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CAPACITAÇÃO DE MULHERES EM ASSENTAMENTOS RURAIS DE

SOSSEGO/PB NA PERSPECTIVA DA ECONOMIA SOLIDÁRIA

Hortência L. F. Magalhães1, Taline S. S. dos Santos1, Hugo S. F. G. Mirô1, Dennis R. S. Feitosa1, Manoel D. Ferreira Neto1,Crislene R. S. Morais1, Angela M. C. Ramalho1

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Incubadora Universitária de Empreendimentos Econômicos e Solidários Universidade Federal de Campina Grande

Av. Aprígio Veloso, 882, Bodocongó – Campina Grande-PB incubadoraufcg@yahoo.com.br

RESUMO

A economia solidária consiste na aplicabilidade de conceitos associativistas e cooperativistas no processo produtivo, contrapondo-se a lógica capitalista de exploração da força de trabalho. Desse modo, para acompanhar e incrementar o processo de formação de um empreendimento econômico e solidário sugiram as Incubadoras Econômicas Solidárias, que auxiliam e dão suporte para o desenvolvimento e a continuidade dos empreendimentos econômicos. A Incubadora Universitária de Empreendimentos Econômicos e Solidários (IUEES-UFCG), desenvolve um projeto objetivando a implementação de um empreendimento junto a um grupo de mulheres dos assentamentos rurais São Luís, Padre Assis, Santo Antônio e Sombrio situados no Município de Sossego/PB, visando a sensibilização, mobilização e capacitação das mulheres envolvidas no respectivo projeto. Assim sendo, através da sensibilização e capacitação foram realizados cursos, oficinas e palestras utilizando uma metodologia adequada buscando a assimilação dos conteúdos pelas mulheres, público alvo do projeto. Desse modo, durante o processo de capacitação constatou-se a aceitabilidade no que concerne a implementação de um empreendimento econômico solidário no lócus social, contribuindo de sobremaneira para o desenvolvimento local do território, na busca da inserção econômica e social das mulheres assentadas.

Palavras-Chave: Mulheres, Assentamentos Rurais, Capacitação, Economia solidária.

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1. INTRODUÇÃO

A economia solidária consiste na aplicabilidade de conceitos associativistas e cooperativistas no processo produtivo, contrapondo-se a lógica capitalista de exploração da força de trabalho. Na perspectiva de Senaes (2006 apud WELLEN, 2008) a economia solidária é um “conjunto de atividades econômicas – de produção,

distribuição, consumo e crédito – organizados e realizados solidariamente por

trabalhadores e trabalhadoras sob a forma coletiva e autogestionária”.

Já para o teórico Singer (2002) a economia solidária foi inventada por operários, nos primórdios do capitalismo industrial, como resposta à pobreza e ao desemprego resultante da difusão “desregulamentada” das máquinas-ferramenta e do motor a vapor, no início do século XIX.

O fenômeno da economia solidária guarda semelhanças com a economia camponesa. Em primeiro lugar, porque as relações sociais de produção desenvolvidas nos empreendimentos econômicos solidários são distintas da forma assalariada. Muito embora, também aqui, os formatos jurídicos e os graus de inovação no conteúdo das relações sejam variáveis e sujeitos à reversão, as práticas de autogestão e cooperação dão a esses empreendimentos uma natureza singular, pois modificam o princípio e a finalidade da extração do trabalho excedente. O maior interesse e motivação dos associados, o emprego, mutuamente acordado, da maior capacidade de trabalho disponível, a divisão dos benefícios segundo o aporte em trabalho, são fatos relacionados com a cooperação, no sentido de acionar ou favorecer um maior rendimento do trabalho associado (GAIGER, 2003).

Afim de que se haja um acompanhamento do processo de formação de um empreendimento até que este possa se autogerir completamente, sugiram as Incubadoras de Economia Solidária, que auxiliam e dão todo o suporte para o desenvolvimento e a continuidade dos empreendimentos solidários.

No caso específico da Paraíba, a Incubadora Universitária de Empreendimentos Econômicos e Solidários (IUEES-UFCG), em funcionamento desde dezembro de 2008, já desenvolve vários processos de incubação, para ilustrar citamos a experiência do Projeto com grupo de mulheres dos assentamentos rurais São Luís, Padre Assis, Santo

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Antônio e Sombrio situados no Município de Sossego/PB, que tem como principal objetivo a capacitação destas mulheres para o desenvolvimento de atividades econômicas contribuindo assim para geração de trabalho e renda.

Portanto, o estudo visa através da sensibilização e da capacitação de mulheres nos assentamentos do Município de Sossego/PB, estimular o trabalho coletivo das mulheres dos assentamentos a partir de suas habilidades e potencialidades locais, beneficiando os assentamentos rurais, através do estimulo da autonomia financeira e de uma melhor qualidade de vida, proporcionando assim um desenvolvimento local do território.

2. OBJETIVOS

Sensibilizar e capacitar às mulheres nos assentamentos rurais São Luís, Padre Assis, Santo Antônio e Sombrio do Município de Sossego/PB para usos de tecnologias sociais, visando o desenvolvimento de atividades econômicas que contribuem para geração de trabalho e renda.

3. METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida constou de atividades em etapas distintas: Sensibilização, Mobilização e Capacitação das mulheres assentadas. Para a realização das etapas previstas contou-se com uma equipe executora de caráter multi e interdisciplinar, formada por docentes e discentes da Universidade Federal de Campina Grande, Universidade Federal da Paraíba e Universidade Estadual da Paraíba.

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4 a) Processo de Sensibilização e Mobilização

As experiências mostram que o sucesso de projetos sociais envolvendo comunidades é resultante das relações interpessoais que se constrói ao longo do desenvolvimento das atividades, logo, é de fundamental importância à realização de ações que visem à sensibilização/mobilização do grupo. Assim, no primeiro momento a

equipe executora apresentou o projeto as comunidades dos assentamentos São Luís,

Padre Assis, Santo Antônio e Sombrio, do município de Sossego/PB, bem como ao poder público local, movimentos sociais, sindicatos e ONGs, objetivando sensibilizar, mobilizar e estabelecer parcerias.

Foram realizadas oficinas com objetivo de levantar e confirmar dados buscando mapear a realidade socioeconômica destas comunidades no que se refere ao uso e vivência do espaço. As oficinas foram realizadas com os diferentes grupos, cada encontro teve duração de 4h, com metodologia e técnicas adequadas de trabalhos em grupo.

b) Capacitação

Após identificação das habilidades das mulheres e das potencialidades locais, foram realizadas oficinas, cursos e palestras, que contribuíram para o desenvolvimento socioeconômico das assentadas. As capacitações acontecerão nos assentamentos, sendo iniciadas com mini-cursos abordando temas como: Cooperativismo, Associativismo, Economia Solidária entre outros cursos (técnicos) que foram definidos em função das habilidades e potencialidades identificadas em de cada assentamento.

O material didático utilizado nas palestras, seminários e mini-cursos foram preparados de modo a valorizar os saberes empíricos dos atores sociais – mulheres assentadas, estimulando-as a se perceberem como capazes de promover mudanças sociais como construtoras da história.

Na elaboração do material didático, bem como na ministração dos cursos, palestras e oficinas, os discentes envolvidos tiveram uma participação fundamental, o que contribuiu sobremaneira para adequação da relação teoria-prática no

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estabelecimento de um diálogo profícuo e permanente com a sociedade, considerando ainda a relevância da participação para a formação profissional específica.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na etapa de sensibilização e mobilização do projeto foram realizadas diversas atividades que serão elencadas abaixo.

Foram estabelecidas parcerias entre a Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, comunidade local, movimentos sociais e o poder público municipal, objetivando contribuir para o desenvolvimento de atividades econômicas e geração de trabalho e renda para o grupo de mulheres dos assentamentos rurais São Luís, Padre Assis, Santo Antônio e Sombrio, do município de Sossego/PB.

O processo de estabelecimento de parcerias ocorreu através da apresentação do Projeto junto a Câmara de Vereadores de Sossego, com a participação dos segmentos sociais: Departamento de Agricultura, Secretaria de Ação Social e Secretaria de Educação, todo da Prefeitura Municipal de Sossego, além da participação de representantes da Pastoral da Criança, da Câmara de Vereadores, do Clube de Mães e Pastoral da Igreja, neste encontro foi exposto o projeto para o público presente, com o objetivo de angariar o apoio desses órgãos (Figura 1).

Figura 1: Reunião para apresentação do projeto realizada na Câmara de Vereadores do Município de Sossego - PB.

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Em seguida foi realizada uma palestra com os professores da rede municipal e estadual, a pedido da Secretaria Municipal de Educação, para que houvesse um maior envolvimento dos professores com o projeto (Figura 2).

As ações de sensibilização foram iniciadas com palestras e dinâmicas de grupo, onde as mulheres envolvidas tiveram a oportunidade de interagir com a equipe executora, bem como terem os primeiros contatos para o desenvolvimento de um trabalho coletivo visando à geração de renda e a melhoria da qualidade de vida. Estas dinâmicas aconteceram após a apresentação do projeto, como forma de identificar os anseios e pretensões destas mulheres acerca do desenvolvimento do mesmo, foi possível perceber que elas sentiram-se acolhidas e encorajadas a participar das atividades propostas (Ver Figura 3).

Antes do inicio das atividades de capacitação, foi realizado um mapeamento a cerca das experiências já vivenciadas pelas mulheres envolvidas no projeto, bem como traçar o perfil socioeconômico e cultural destas.

A capacitação das mulheres compreendeu a realização dos cursos de Economia Solidária, Associativismo e Cooperativismo, e aconteceram em locais que permitiu a

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participação de pelo menos dois assentamentos, estas ações visaram melhorar as relações e a troca de experiências entre essas mulheres.

O curso de Economia Solidária teve como objetivo transmitir conhecimentos acerca dos princípios que regem a economia solidária, bem como apresentar algumas experiências já consolidadas no nosso país, visando estimulá-las a desenvolver ações nesta perspectiva (Figura 4).

Figura 3: Apresentação do projeto às mulheres dos assentamentos rurais de Padre Assis e Sombrio.

Figura 4: Capacitação das mulheres dos assentamentos rurais São Luís e Padre Assis no Curso de Extensão em Economia Solidária.

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Desse modo, para dar continuidade ao processo de capacitação do público alvo do Projeto após a realização do Curso sobre Economia Solidária, foram realizados cursos de Associativismo e Cooperativismo, objetivando apresentar as mulheres os mecanismos de organização fundamentados nos pressupostos da economia, para que através dessas informações elas possam priorizar o tipo de organização a ser implementada na perspectiva de um empreendimento econômico.

Desse modo, através destas ações o intento de transmitir as mulheres assentadas os princípios da Economia Solidária, Associativismo e Cooperativismo e seus princípios: Autogestão, Democracia, cooperação, centralização do ser humano, valorização da diversidade, emancipação, valorização do saber local, valorização da aprendizagem, justiça social na produção e cuidado com o meio ambiente.

Alcançando deste modo o resultado desejado, ou seja, capacitar o grupo de 46 mulheres dos assentamentos rurais para a implantação de um Empreendimento Econômico Solidário. Conforme os levantamentos realizados constatou-se que as mulheres conseguiram absorver de forma concisa o conteúdo programático apresentado para em um segundo momento aplicá-los a seus respectivos projetos.

5. CONCLUSÃO

A partir das ações de mobilização e capacitação das mulheres dos

assentamentos rurais, constatou-se a sensibilização destas quanto à implementação do projeto, vislumbrando a criação de empreendimentos econômicos solidários no município de Sossego - PB

Alcançados os resultados propostos no processo de capacitação, espera-se que as mulheres através dos conhecimentos sistemáticos adquiridos, sejam capazes de se organizarem em cooperativas e/ou associações na busca de um desenvolvimento social sustentável, como instrumento de promoção e inserção econômica e social das mulheres assentadas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZAMBUJA, L. R. Os Valores da Economia Solidária.Porto Alegre: Sociologias n°2, 2009.

GAIGER, L. I. G. Revista CADERNO CRH, Salvador, n. 39, p. 181-211, jul./dez. 2003. SINGER, P. A recente ressurreição da economia solidária no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

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