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SEMANA 2. EIXO TEMÁTICO: Conhecer. TEMA/TÓPICO: Objetividade e verdade/ Metodologia Científica e Teoria do Conhecimento.

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Academic year: 2021

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SEMANA 2

EIXO TEMÁTICO:

Conhecer.

TEMA/TÓPICO:

Objetividade e verdade/ Metodologia Científica e Teoria do Conhecimento.

HABILIDADE (DE):

Distinguir as diferentes teorias de conhecimento. Relacionar realidade e verdade. Relacionar fato e verdade, experiência e percepção.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:

Tipos de conhecimento.

TEMA: Tipos de conhecimento Olá, estudante!

Vamos dar continuidade nessa semana, abordando as teorias do conhecimento, que nos conduzem a uma melhor compreensão do ser no mundo e suas diversas formas de pensar e raciocinar. O conhecer é o ato de entender, compreender, apreender algo por meio da experiência ou do raciocínio. O conhe-cimento fascina a humanidade desde a antiguidade, quando o ser humano passou a pensar os modos como pode conhecer a verdade. Vamos juntos?!

A palavra “conhecimento” tem origem no latim, da palavra cognoscere, que significa “ato de conhecer”. Conhecer, no latim, também advém do mesmo radical “gno”, presente na língua latina e no grego antigo, da palavra “gnose”, que significa conhecimento, ou “gnóstico”, que é aquele que conhece. O conheci-mento é possível apenas ao ser humano. Os animais desenvolvem mecanismos de aprendizagem por meio da experiência prática e da repetição de experiências. Porém o conhecimento complexo, racional, somente é apreendido pelo ser humano. Isso ocorre porque o conhecimento estruturado que desen-volvemos só pode ser elaborado, organizado, codificado e decodificado pela linguagem, e por nossos mecanismos racionais (linguagem e raciocínio são elementos necessariamente interligados, sendo im-possível determinar qual tenha surgido primeiro no ser humano, visto que há uma interdependência entre ambos - Vygotsky)

Tipos de conhecimento

Desde que desenvolvemos a linguagem, o ser humano busca mecanismos para conhecer e estabelecer relações entre o mundo e as suas experiências com ele, tentando desmistificar e entender a complexi-dade da existência. Por isso, desenvolvemos, ao longo de mais ou menos dez milênios, variadas formas de entender o mundo, o que atesta a existência de diversos tipos diferentes de conhecimento. Vejamos alguns deles:

Conhecimento empírico ou do senso comum

É um dos tipos mais abrangentes do conhecimento humano, pois se baseia nas vivências particulares e sociais, compartilhadas por meio de trocas de experiências e das relações hereditárias. Parte da sabe-doria popular e da manifestação de opiniões, ligado à formação cultural. Intimamente manifestado por crenças, o conhecimento de senso comum não procura embasamento para afirmar com certeza algo, pois, não utiliza de validação ou método para atestar a veracidade e o seu sentido lógico racional.

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Conhecimento Teológico

É o tipo de conhecimento que também habita a sociedade e os modos particulares da vida humana, vis-to que o ser humano busca a religião desde o início para explicar aquilo que é, até o momenvis-to, inexplicá-vel. Podemos estabelecer duas marcas dentro do registro acerca do conhecimento teológico. Uma é a religião em si, que o ser humano busca como forma de conforto e explicação do “sobrenatural”; e a outra é o registro da Teologia, enquanto um ramo do saber científico que tenta criar uma estrutura de fatos e elementos que compõem as religiões. O conhecimento teológico, enquanto religião, está baseado na fé pessoal que as pessoas manifestam e em elementos da própria religião, como escritos sagrados, práticas, rituais, dogmas, crenças etc.

Conhecimento Filosófico

A Filosofia surgiu como um conjunto de saberes necessários para questionar e, às vezes, complemen-tar o conhecimento fornecido pelo senso comum e pela religião. A Filosofia é uma forma de estabelecer normas para a obtenção de um tipo de conhecimento mais seguro, assim como a ciência, mas não po-demos dizer que o conhecimento científico acontece da mesma forma que o conhecimento filosófico. A Filosofia, nesse sentido, é como a “mãe” de todas as ciências, pois ela foi a primeira forma de conhe-cimento que buscou uma maneira de conhecer as coisas com mais segurança, a partir do uso da razão, e com princípios lógicos sistematizados.

Conhecimento Científico

Esse tipo de conhecimento, por sua vez, deve ser rigorosamente testado e verificado, o que lhe garante maior veracidade. Isso faz com que busquemos a ciência para determinar formas válidas e corretas de pensamento, para que não caiamos no erro com facilidade. É tarefa do cientista, sobretudo dos que trabalham com as ciências naturais, observar fenômenos, identificar problemas, formular hipóteses, testar para verificar as hipóteses formuladas, formular deduções e concluir a sua tarefa por meio da formulação de teorias.

As formas do conhecer

Ao longo da história da filosofia, vários pensadores apresentaram diferentes teorias sobre o modo como o ser humano conhece e as formas de se conhecer. Na Antiguidade, com Platão, admite-se a existência de apenas dois graus para o conhecimento: o sensível e o inteligível. O conhecimento sen-sível, causado por dados oriundos dos sentidos do corpo (visão, tato, olfato, audição e paladar) era tido como inferior e enganoso, enquanto o inteligível (pensamento) era racional e superior. Já para Aristó-teles, outro filósofo da época, o conhecimento estabelece uma mistura de graus diferentes, que deve passar, necessariamente, pelo conhecimento sensível para que desperte na pessoa uma informação e uma interpretação.

As propostas destes dois pensadores influenciaram todo o debate sobre o conhecimento feito por filó-sofos posteriores. Estes debates deram origem ao campo da Filosofia chamado Epistemologia, que se ocupa do problema do saber. “Episteme” vem do grego e significa conhecimento e “Logos”, de onde -lo-gia, significa estudo. Assim, a epistemologia é o estudo do conhecimento, de suas fontes e de como ocorre sua aquisição. Outra área que surge como resultado destes debates é a Filosofia da Ciência, que busca problematizar a questão do método e do conhecimento científico, proporcionando avanços para utilização da própria ciência.

Se considerarmos as questões históricas dentro da Filosofia da Ciência, temos o momento, na Moder-nidade, em que Galileu Galilei, pela primeira vez, dedicou-se a explicar a necessidade de se atingir um método para alcançar um conhecimento científico. Porém, o embate acerca do conhecimento que mais

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Racionalismo

Essa corrente de pensamento, defendia que a razão é a origem ou a fonte de todo conhecimento segu-ro, que o conhecimento é puramente racional e intelectual, não sendo necessariamente afetado pelo meio externo. Seus principais representantes foram Gottfried Leibniz, Baruch de Espinosa e René Des-cartes. Vamos apresentá-los brevemente para você.

René Descartes (1596 – 1650), foi o representante mais importante do racionalismo europeu. Para ele, o conhecimento verdadeiro é única e exclusivamente obra de nossos raciocínios, e por isso devemos desconfiar de qualquer tipo de conhecimento advindo dos sentidos do corpo, pois estes podem facil-mente nos enganar.

(…) Vários juízos apressados nos impedem agora de alcançar o conhecimento da verdade, e, de tal manei-ra nos tornam confiantes, que não há sinal aparente de que deles nós possamos libertar se não tomarmos a iniciativa de duvidar, uma vez na vida, de todas as coisas em que encontrarmos a mínima suspeita de incerteza (DESCARTES, René. Princípios da filosofia. 4. ed. Lisboa: Guimarães, 1989. p. 51).

Segundo Descartes, não se deve confiar nas crenças e nas tradições, pois nelas as ideias e as concep-ções não passam pelo crivo da razão e da reflexão criteriosa, não sendo submetidas a uma investigação racional. Quem duvida, cogita e questiona, é um ser que pensa e, portanto, existe como ser pensante. O fundamento do conhecimento verdadeiro está aí, no pensamento. É esta a interpretação da famosa frase “Cogito ergo sum”, popularmente traduzida como “Penso, logo existo”, de Descartes.

Descartes declara que entre as coisas criadas por Deus (ideia de perfeição), há antes de tudo, a subs-tância pensante e a subssubs-tância extensa. Esta distinção é a base de uma forma de interpretação chama-da dualismo. Tochama-das as coisas chama-da natureza são substâncias extensas. E a substância pensante é o ser humano, sua mente, sua alma.

Resta-me apenas examinar como recebi de Deus esta ideia. Porque nem a tirei dos sentidos, nem ela chegou nunca a mim contra a minha expectativa, como costuma acontecer com as ideias das coisas sensíveis, quando estas oferecem ou parecem oferecer-se, aos órgãos externos dos sentidos; nem também a inventei, porque de nenhum modo posso tirar-lhe nada ou acrescentar-lhe nada. Assim, só resta que ela me seja inata, do mesmo modo como também me é inata a ideia de mim próprio. E certamente, não é de admirar que Deus, criando-me, tenha posto em mim esta ideia, para que fosse como a marca do artista impressa na sua obra (DESCARTES, René. Meditações sobre a filosofia

pri-meira. Coimbra: Almedina, 1992.p.162-163).

Já o filósofo Baruch de Espinosa (1632-1677) também um racionalista, influenciado por Descartes, acreditava que só era possível obter qualquer conhecimento verdadeiro através de procedimentos ra-cionais.

Por substância compreendo aquilo que existe em si mesmo e que por si mesmo é concebido, isto é, aquilo cujo conceito não exige o conceito de outra coisa da qual deva ser formado.

Por Deus compreendo um ente absolutamente infinito, isto é, uma substância que consiste em in-finitos atributos, cada um dos quais exprime uma essência eterna e infinita (ESPINOSA, Baruch de.

Ética. 3. Ed. Belo Horizonte. Autêntica, 2010. P.13).

Espinosa compreendia que todas as coisas que existem participam da composição daquilo que é Deus, que é equivalente à sua ideia de Natureza. O ser humano, por este motivo, é parte dessa Substância, ou seja, é parte da ordem divina. Se tudo é manifestação de Deus, se nada existe a não ser Deus (manifes-tado por todas as coisas que existem), significa que todas as coisas, sejam concretas, sejam abstratas, são modos diferentes de uma mesma Substância. Este modelo de pensamento, diferente do dualismo de Descartes, é chamado de monista.

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Outro marcante filósofo racionalista, menos radical que Espinosa, foi Gottfried W. Leibniz ( 1646-1716), que traz uma abordagem original sobre a questão do livre-arbítrio e da liberdade. Se Deus é a única substância, e a natureza, o homem e tudo o que existe, são manifestações da substância divina, então precisamos perguntar: o indivíduo é mesmo livre para agir? Existe de fato o livre-arbítrio?

“Entendo por razão, não a faculdade de raciocinar, que pode ser bem ou mal utilizada, mas o encadeamento das verdades que só pode produzir verdades, e uma verdade não pode ser contrária a outra.“ — Gottfried Wilhelm Leibniz

PARA SABER MAIS:

Descartes e o Racionalismo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=A1PmZ3LtAjg> Acesso em: 13 jun. 2021.

Filosofia - O conhecimento Científico. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=OJk-WGX9QVh8> e <https://mundoeducacao.uol.com.br/>. Acesso em: 13 jun. 2021.

REFERÊNCIAS:

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. Ed.São Paulo: Ática, 2014.

MELANI, Ricardo. Diálogos: primeiros estudos em filosofia. Ed.São Paulo: Moderna, 2016.

ATIVIDADES

1 - Leia o trecho a seguir: “(…) é quase impossível que nossos juízos sejam tão puros e tão sólidos como teriam sido se tivéssemos tido inteiro uso de nossa razão desde a hora de nosso nascimento, e se tivéssemos sido conduzidos sempre por ela” (DESCARTES, René. Discurso do Método. São Paulo: Martins Fontes. 1996, p. 17).

A razão cartesiana inaugurou, na modernidade, uma forma de se pensar a partir de uma linguagem ra-cionalista, inspirada em modelos matemáticos. Esse modelo racional pretendia servir como guia para o conhecimento da realidade. Sobre o método cartesiano, é correto afirmar que:

a) Tem sua formulação mais bem acabada na obra “Crítica da Razão Pura”.

b) Consistia em colocar o mundo, a realidade, “entre parênteses”, operando assim em uma “redução fenomenológica”.

c) Foi duramente combatido pelos filósofos contemporâneos a Descartes, não tendo assim exerci-do influência em nenhuma geração posterior.

d) Consistia em duvidar de tudo e, a partir da dúvida, reconduzir o pensamento à possibilidade da realidade, processo que se sintetiza na frase: “penso, logo existo”.

e) Nenhuma das alternativas anteriores.

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3 - Baruch Spinoza nasceu em Amsterdã em 1632, filho de imigrantes judeus de origem hispano-portuguesa. Por ser considerado um livre pensador e crítico do pensamento religioso da sua época, no dia 27 de julho de 1656, os anciãos judaicos de Amsterdã proferiram uma condenação a ele. Spinoza escreveu a sua principal obra, Ética, demonstrada segundo o método geométrico, publicada após a sua morte. Esta que revela sua concepção de sistema filosófico, bem como seu uso do método geométrico para demonstração das verdades que buscava.

Considerando as ideias de Spinoza, leia as afirmativas abaixo:

I. O Deus não é um Deus pessoal, religioso, mas um princípio metafísico. II. Spinoza era considerado um panteísta.

III. Deus não está fora nem dentro do universo, ele é o próprio universo.

IV. O livre-arbítrio existe, uma vez que Deus se identifica com a natureza universal, sendo assim, tudo o que há é necessário.

A partir destas afirmativas, assinale a alternativa que contenha a(s) afirmativa(s) CORRETA(S): a) III; IV.

b) IV. c) I; II. d) I; III. e) II.

Referências

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