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RESUMO NÃO TÉCNICO DO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO PARQUE EÓLICO DE MARVILA II SÃO MAMEDE ENEÓLICA, S.A.

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RESUMO NÃO TÉCNICO DO

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO PARQUE EÓLICO DE MARVILA II – SÃO MAMEDE

ENEÓLICA, S.A.

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RESUMO NÃO TÉCNICO DO

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO PARQUE EÓLICO DE MARVILA II – SÃO MAMEDE Ref. t2014.2084.2.2 RNT Revisão 2 ENEÓLICA, S.A. 27.02.2015

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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ... 1

2 LOCALIZAÇÃO DO PROJETO ... 3

3 PRINCIPAIS COMPONENTES ... 5

4 PRINCIPAIS AÇÕES DO PROJETO, HORIZONTE E CALENDARIZAÇÃO ... 13

5 CARATERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO ... 17

6 IMPACTES NEGATIVOS E MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO ... 23

7 IMPACTES POSITIVOS ... 31

8 PLANOS DE MONITORIZAÇÃO ... 33

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1 INTRODUÇÃO

A empresa ENEÓLICA – Energias Renováveis e Ambiente, S.A., cuja atividade consiste na promoção, construção e exploração de parques eólicos, pretende construir e explorar o Parque Eólico de Marvila II – São Mamede, constituído por dez (10) aerogeradores, aos quais estão associadas infraestruturas complementares de distribuição elétrica, cujo objetivo é o aproveitamento de energia eólica para produção de eletricidade, a partir de uma fonte renovável, o vento.

A energia produzida no parque eólico será transportada até à subestação mediante uma linha elétrica interna e valas de cabos subterrâneos. A interligação do parque eólico será feita na Subestação de Fátima (EDP), definida como ponto de recetor da Rede Nacional de Distribuição pela Direção Geral de Energia e Geologia.

O Estudo de Impacte Ambiental do Parque Eólico de Marvila II – São Mamede foi elaborado de acordo com a legislação portuguesa em vigor, nomeadamente com o disposto no Decreto-lei n.º 151-B/2013, de 31 de Outubro, e transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2011/92/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de dezembro de 2011, relativa à avaliação dos efeitos de determinados projetos públicos e privados no ambiente (codificação da Diretiva n.º 85/337/CEE, do Conselho de 27 de junho de 1985).

Segundo o diploma referido, o projeto em estudo é enquadrável na alínea i), do número 3 do Anexo II do referido diploma (Aproveitamento da energia eólica para produção de eletricidade), situando-se parcialmente em área sensível integrada na Rede Natura 20001 e localiza-se a uma

distância inferior a 2 km de outros parques similares. A área sensível atrás referida está integrada no sítio denominado “Serra de Aire e Candeeiros” com o código PTCON0015.

O projeto do Parque Eólico de Marvila II – São Mamede apresenta-se em fase de Estudo Prévio.

Neste contexto, a STRIX - Ambiente e Inovação, Lda. realizou para o promotor do projeto, a empresa ENEÓLICA – S.A., o Estudo de Impacte Ambiental do Parque Eólico de Marvila II – São Mamede situado no concelho da Batalha, freguesia de São Mamede e concelho de Ourém, freguesia de Fátima.

1 (A Rede Natura 2000 é uma rede ecológica do espaço Comunitário resultante da aplicação das Directivas

79/409/CEE (Directiva Aves) e 92/43/CEE (Directiva Habitats), e tem por ”objectivo contribuir para assegurar a biodiversidade através da conservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens no território europeu dos Estados-membros).

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1.1 Antecedentes do projeto

O projeto do Parque Eólico de Marvila II foi inicialmente sujeito a AIA noutra localização alternativa de localização, situada na Serra de Aire, na área do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.

O EIA do projeto relativo à localização proposta para a área do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros foi apresentado em fase de estudo prévio, sendo a autoridade de AIA a Agência Portuguesa do Ambiente e a entidade licenciadora a Direção-Geral de Energia e Geologia. O procedimento de AIA anterior (n.º 2367) decorreu de acordo com a legislação em vigor na altura (Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro).

Para decisão sobre o local mais adequado ao desenvolvimento deste projeto, em fase estudo prévio, foi elaborado um estudo de impacte ambiental, tendo sido submetido a procedimento de AIA (nº 2367) em 23 de Setembro de 2010. No seguimento do ofício da APA com a referência 57/2011/AIA2367/GAIA a Comissão de Avaliação propôs a Desconformidade do EIA, no parecer anexo ao referido ofício.

De acordo com o referido parecer foi proposta a desconformidade, e o consecutivo encerramento do processo, por:

“O correcto enquadramento do Projeto com os IGT em vigor no território a afectar, e a respectiva análise, é imprescindível e pode, à partida, determinar a inviabilidade da construção do Projecto, dada a sua perceptível incompatibilidade com o POPNSAC, já que viola o disposto no art. 13º da RCM n.º 57/2010, de 12 de Agosto, que interdita a instalação de parques eólicos em áreas de Regime de Proteção Parcial do Tipo I.”

No âmbito da audiência prévia à proposta de desconformidade a ENEÓLICA apresentou uma pronúncia sobre o parecer da CA enviada em ofício com a referência CEE0003/11 em 01/02/2010.

Em resposta ao ofício anterior, a Comissão de Avaliação analisou a referida pronúncia, através do Oficio com referência 227/2011/AIA2367/GAIA de 01/03/2011, tendo mantido a decisão anterior e declarado a desconformidade do EIA, encerrando o processo de AIA.

As principais diferenças entre o projeto anterior (processo AIA n.º 2367) e o atual incluem a localização, o potencial eólico e disposição dos elementos do projeto.

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2 LOCALIZAÇÃO DO PROJETO

O parque eólico localiza-se aproximadamente a cerca de 2 km a Sudeste da localidade de São Mamede, sede de freguesia, concelho da Batalha. Na Figura 1 pode observar-se a inserção geográfica do projeto do Parque Eólico de Marvila II.

Figura 1 — Enquadramento regional da área em estudo

Em anexo é apresentada cartografia em A3 com a implantação do parque eólico, subestação, acessos e ramais aéreos da linha elétrica interna e linha aérea de interligação.

O Parque Eólico de Marvila II – São Mamede é constituído por 10 aerogeradores, encontrando-se localmente a Sudeste da localidade de São Mamede, a Sudoeste de Fátima e Norte de Mira de Aire, numa zona de cabeços compreendida entre a autoestrada A1 de Norte e Sul e o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros de Oeste a Sudeste e os parques eólicos de Chão Falcão I e II a

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Noroeste, ao longo de aproximadamente 5 km de extensão total, entre as cotas 457 e 517 m de altitude e com uma orientação Norte-Sul.

O projeto prevê uma ocupação superficial correspondente às fundações dos aerogeradores, plataformas de montagem, estaleiro, subestação, acessos a criar, acessos a beneficiar (ao longo dos quais se irá dispor a vala de cabos).

As áreas afetadas pelos elementos do projeto (10 aerogeradores propostos) são as seguintes:

 Fundações dos aerogeradores: 2 550 m2

 Plataformas de montagem 11 250 m2  Acessos a criar: 10 825 m2  Acessos a beneficiar: 20 206,5 m2  Valas de cabos: 5 574 m2;  Subestação: 1 300 m2;  Estaleiro 1 500 m2  Total: 53 205,5 m2

O objetivo do empreendimento em análise será a produção de energia elétrica dado que o local selecionado apresenta um potencial eólico razoável, o que permitirá atingir uma boa produção anual.

A energia produzida será integralmente introduzida na rede elétrica de distribuição de acordo com a legislação vigente, prevendo-se que a produção anual estimada seja de 65,0 GWh/ano.

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3 PRINCIPAIS COMPONENTES

3.1 Parque Eólico

O parque eólico em análise é constituído pelos seguintes componentes:

 10 aerogeradores de 2 MW, que incluem as respetivas torres, nacela e rotores de três;

 Postos de transformação;

 Valas de cabos subterrâneos;

 Acessos internos e externos;

 Linha aérea interna de ligação entre aerogeradores;

 Subestação.

Cada aerogerador é constituído por uma turbina, um multiplicador e um gerador elétrico situados no alto de uma torre de acesso com 100 m de altura, montado sobre um maciço de betão armado.

A turbina tem um rotor de 100 m de diâmetro Figura 2. O rotor está constituído por três pás construídas em resinas de poliéster reforçado com fibra de vidro

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Figura 2 – Aspeto Geral do Aerogerador (esquema)

A implantação das várias torres é feita no extremo de plataformas localizadas ao longo do alinhamento da via de serviço e acessos, aproveitando as estruturas existentes, melhorando as suas características de circulação e pontualmente criando novos acessos quando necessário.

A turbina monta-se sobre uma base tubular troncocónica galvanizada/metalizada e pintada de branco, que aloja no seu interior, a unidade de controlo do sistema.

100 m 100 m 150 m

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As vias de serviço, que irão permitir o acesso na área do empreendimento, e as plataformas destinadas ao suporte dos aerogeradores, são constituídas por pavimentos com fundações diretas.

A implantação dos aerogeradores é feita com o auxílio de uma grua colocada numa plataforma edificada para o efeito, que elevará as peças que constituem a torre tubular e, finalmente, a turbina (rotor e nacela) do aerogerador previamente montada em terra com todos os seus componentes mecânicos.

A segurança do sistema é assegurada pela utilização de equipamento rigorosamente selecionado, cujas especificações cumprem os parâmetros de segurança estabelecidos internacionalmente. Adicionalmente, são delineados rigorosos programas de vigilância e controle de forma a detetar atempadamente qualquer anomalia.

Relativamente aos acessos ao local do projeto considera-se que os caminhos existentes são adequados tendo em vista as ações de construção a realizar (ver mapa em anexo). Na área de implantação do projeto serão beneficiados alguns troços dos caminhos de acesso a utilizar, sendo criados acessos internos pontuais aos aerogeradores nas zonas de cumeada.

3.2 Alternativas de projeto

No âmbito da análise das soluções alternativas foram consideradas alternativas ao nível da configuração do parque.

Ao nível da configuração do parque eólico as alternativas a seguir apresentadas correspondem a uma solução base de dez (10) aerogeradores - Solução Base – e de uma solução alternativa composta por seis (6) posições suplementares – Solução Alternativa – de localização dos aerogeradores. Em Resumo, qualquer uma das localizações dos aerogeradores da solução base pode ser substituída por uma qualquer das seis posições da solução alternativa.

De acordo com as plantas de localização 1:25 000, as alternativas consideradas resumem-se nas duas opções seguintes:

Solução Base

A solução base contempla a implantação de 10 Aerogeradores do tipo (100 m de altura e 100 m de diâmetro do rotor) de 2 MW de potência – ver mapa 1.2 em anexo. Nesta solução a linha elétrica interna é composta por um ramal aéreo, entre postes elétricos próximos dos aerogeradores 2 e o 3.

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É proposta a construção de uma subestação entre os aerogeradores 8 e 9, e a implantação do estaleiro na área anteriormente ocupada pelo estaleiro associado à construção do parque eólico de Marvila I (existente).

Figura 3 - Área proposta para a localização (solução base) do estaleiro

Solução Alternativa

A solução alternativa contempla 6 aerogeradores alternativos do tipo (100 m de altura e 100 m de diâmetro do rotor) de 2 MW de potência – ver mapa 1.2 em anexo.

Qualquer uma das posições destes aerogeradores alternativos poder ser uma alternativa a qualquer uma das 10 posições dos 10 aerogeradores da solução base, caso uma dessas posições venha a revelar-se inviável do posto de vista ambiental.

A solução alternativa contempla ainda a construção da subestação junto à subestação existente de Marvila I, de geometria simétrica, e a implantação do estaleiro numa área anteriormente ocupada por um campo de futebol (localizada a Este da localidade de Casal do Vieira).

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Figura 4 – Área proposta para localização alternativa do estaleiro

Figura 5 - Acesso existente (a melhorar) à localização alternativa proposta para o estaleiro

Figura 6 – Área proposta para localização alternativa da subestação (geometria simétrica à subestação de PE Marvila I existente – na foto)

A solução alternativa contempla cinco ramais aéreos internos (ligação aos aerogeradores alternativos e subestação alternativa), cujas extensões se indicam de seguida:

a) A ligação entre postes elétricos próximos do aerogerador 4 e o aerogerador alternativo F (881,75 metros);

b) A ligação entre postes elétricos próximos do aerogerador 2 e o aerogerador alternativo B (928,52 metros);

c) A ligação entre postes elétricos próximos do aerogerador 2 e o aerogerador alternativo C (1 278,46metros), em que uma parte do traçado é comum com a ligação entre o aerogerador 2 e o aerogerador alternativo B;

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d) a ligação um poste elétrico próximo do aerogerador 8 e a subestação alternativa (1 412,40 metros);

e) a ligação de um poste elétrico próximo do aerogerador 10 e a subestação alternativa (1 913,71 metros).

Alternativa Nula

Alternativa de não construção do parque eólico.

Introdução da energia produzida na rede do Serviço Público

Associada à solução base é proposta a construção de uma linha de interligação (ramal com cerca de 800 m a 60 kV), a partir da subestação do parque eólico e que ligará à linha elétrica de interligação de 60 kV existente (que interliga atualmente o parque eólico de Marvila I e que tem capacidade para interligar o futuro parque eólico de Marvila II) num ponto da freguesia de Fátima, concelho de Ourém.

A alternativa proposta para introdução da energia produzida na rede do serviço público implica a construção de uma linha aérea dupla em média tensão com o comprimento linear aproximado de 1 050 metros. Esta linha sairá da subestação alternativa, a construir simetricamente à subestação existente do parque eólico de Marvila I, aproximadamente em linha reta até coincidir com o caminho existente, que interliga a estrada principal do Pessegueiro com os aerogeradores T9 e T8. Nesse ponto, a linha será dividida em dois ramais aéreos simples com o mesmo nível de tensão.

Nesta solução alternativa a introdução da energia produzida na rede do serviço público será realizada através da linha existente (60 kV), a partir da subestação alternativa (simétrica à subestação existente) que liga o PE de Marvila I (existente) à subestação de Fátima

Comparação entre caraterísticas da solução base e solução alternativa

Na tabela abaixo são apresentadas as principais diferenças entre a solução base e a solução alternativa.

Tabela 1 – Principais diferenças entre a solução base e a solução alternativa

Projeto atual (solução proposta) Projeto atual (solução alternativa) Concelhos Batalha (São Mamede); Ourém (Fátima) Batalha (São Mamede)

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Projeto atual (solução proposta) Projeto atual (solução alternativa) (freguesias)

Áreas sensíveis

Não aplicável SIC PTCON0015 – Serras de Aire e Candeeiros (aerogeradores alternativos E e F);

Aerogeradores 10 aerogeradores (2,0 MW cada)

Torre – 100 m; diâmetro pás – 100 m; Fundação (cada) – 255 m2; plataforma de

montagem (cada) – 25 x 45 m

Posto de

transformação Exterior

Subestação Subestação entre os aerogeradores propostos T8 e T9.

Subestação junto à subestação existente de Marvila I, de geometria simétrica. Estaleiro Área – 1 500 m2 (área anteriormente

ocupada pelo estaleiro associado à construção do parque eólico de Marvila I)

Área – 1 500 m2 (e a implantação do estaleiro

numa área anteriormente ocupada por um campo de futebol - localizada a Este da

localidade de Casal do Vieira)

Ponto de

interligação

Ligação num apoio da linha existente (60 kV) na freguesia de Fátima, que liga o PE de Marvila I (existente) à subestação de

Fátima. Será construído um ramal (60 kV) a partir da subestação proposta para

o parque eólico.

Ligação através da linha existente (60 kV), a partir da subestação alternativa (simétrica à subestação existente) que liga o PE de Marvila

I (existente) à subestação de Fátima

Linha elétrica Linha elétrica de interligação do projeto ao apoio da linha (60 kV); Tensão – 60

kV; Extensão – 800 m. Linhas aéreas internas; Extensão – 775

m; Tensão – 20 kV

Linhas aéreas internas; Tensão – 20 Kv; Extensão:

a) ligação T 4 e o aerogerador F (881,75 metros);

b) ligação entre postes elétricos próximos do T2 e aerogerador B (928,52 metros);

c) ligação entre postes elétricos próximos do T2 e o aerogerador alternativo C (1 278,46 metros), em que uma parte do traçado é comum com a ligação entre o aerogerador 2 e o aerogerador alternativo B.

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A solução alternativa em termos de projeto representa uma maior ocupação e dispersão espacial, associada a uma maior extensão de linhas aéreas internas, acessos a construir e valas e cabos.

3.3 Potencial eólico

A energia eólica resulta do aproveitamento da energia cinética do ar, que se desloca por efeito das diferenças de pressão atmosférica entre áreas distintas. Estas diferenças de pressão são de origem térmica e estão relacionadas com a energia solar e com processos de aquecimento de massas de ar, continentais e/ou marítimas.

O aproveitamento do potencial eólico processa-se a partir da recuperação da energia do vento, sob a forma de energia mecânica, no veio principal da turbina sendo a potência transferida, posteriormente, desse veio ao gerador elétrico através de uma caixa de velocidades. Durante o funcionamento, o aerogerador é posicionado de modo a que o plano das pás fique perpendicular à direção predominante do vento.

Na área destinada para implantação do Parque Eólico de Marvila II – São Mamede foi efetuada uma campanha de medição das características do regime de vento local, com registos obtidos por anemómetros e cataventos instalados em mastros anemométricos, através de um sistema de aquisição de dados com o intuito de se avaliar, de uma forma fiável o potencial eólico do local em estudo.

Após o tratamento e interpretação dos registos obtidos foi possível observar o rumo de vento e velocidades médias para o local.

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4 PRINCIPAIS AÇÕES DO PROJETO, HORIZONTE E CALENDARIZAÇÃO

As ações de projeto referidas seguidamente dizem respeito às duas principais fases consideradas, designadamente a fase de construção e a fase de exploração do Parque Eólico de Marvila II – São Mamede.

O período estimado para a fase de construção do parque eólico é de cerca de nove meses.

Figura 7 — Etapas da edificação dos aerogeradores

7

8

9

6

5

4

3

2

1

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Período de construção

Para este parque eólico prevê-se um tempo de construção de cerca de nove meses, até à entrada em pleno funcionamento de todo o equipamento. Durante a construção ter-se-á em conta um ligeiro aumento do trânsito no local da mesma. Durante a noite não é de prever qualquer impacte proveniente de uma aumento do ruído, visto os trabalhos de construção estarem limitados ao normal período diurno de trabalho.

Descrição Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Execução dos acessos interiores (75 dias)

Execução das fundações dos aerogeradores (60 dias) Execução das plataformas de montagem (35 dias) Execução das valas de cabos de média tensão (25 dias) Construção da subestação e edifício de comando (70 dias) Instalações elétricas da subestação (15 dias)

Comissionamento das instalações elétricas (15 dias) Montagem mecânica dos aerogeradores (60 dias) Recuperação paisagística (35 dias)

Instalações elétricas dos aerogeradores (60 dias) Comissionamento dos aerogeradores (60 dias) Testes e ensaios (25 dias)

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

As principais ações durante a fase de construção consistirão na:

 Beneficiação de caminhos de acesso aos aerogeradores a instalar

 Construção de acessos pontuais entre os caminhos de acesso ao parque eólico e o local de implantação dos aerogeradores, nas zonas de cumeada;

 Construção de plataformas de montagem dos aerogeradores e respetivas fundações em forma de sapatas planas de betão armado;

 Construção dos postos de transformação dos aerogeradores

 Construção de ramais aéreos da linha elétrica interna de ligação entre aerogeradores e a atual subestação do Parque Eólico de Marvila I, já existente.

 Colocação de valas de cabos subterrâneos ao longo de alguns acessos do parque eólico;

 Montagem e comissionamento dos aerogeradores.

No que respeita aos materiais sobrantes, é previsível que os mesmos sejam depositados no aterro de resíduos não perigosos de Leiria (Resilei).

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Sempre que possível, serão utilizadas as vias rápidas/autoestradas para o transporte das cargas. Neste caso, o fluxo rodoviário associado aos transportes para a construção do projeto, irão efetuar o seguinte percurso:

 Saída 8 da A1 – Fátima, tomam a direção Minde/Santarém, pela N360. Aproximadamente 11km de circulação, entrarão no caminho rural que serviu de acesso à construção dos parques Marvila e Chão Falcão III, até ao cruzamento com a estrada da Giestiera, junto ao PE Marvila, na localidade do Pessegueiro. Aí entrarão nos acessos florestais que irão ser beneficiados para acesso aos aerogeradores.

É previsível que sejam utilizados o seguinte número de camiões:

 Gruas:

o 1 Grua de lagartas – aprox. 20 camiões de transporte o 1 Grua de rodadas – máx. 14 camiões de transporte

 Equipamentos auxiliares

o 2 camiões de transporte

 Fundações dos aerogeradores (1 dia por aerogerador) o 50 Camiões betoneira

o 1 Camião transporte de ferro

 Transportes dos aerogeradores (2 dias por aerogerador): o Torre: 4 camiões de transporte especial

o Nacelle: 1 camião de transporte especial

o Hub: 1 camião de transporte (por cada 2 aerogeradores) o Pás: 3 camiões de transporte especial

o Contentor: 1 camião de transporte

Fase de exploração

Esta fase refere-se ao tempo de vida útil e de concessão da exploração do parque, que será de pelo menos 20 anos. O funcionamento do parque será totalmente automatizado apenas sendo necessárias algumas operações esporádicas de manutenção com visitas curtas ao local.

Assim, durante a exploração do empreendimento serão levadas a cabo as seguintes ações:

 Funcionamento dos aerogeradores;

 Ligação à rede nacional de distribuição de energia elétrica;

 Produção de energia elétrica;

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 Planos de monitorização.

Fase de desativação

A desativação do projeto é da responsabilidade do proponente que reporá as condições iniciais do local aquando da sua implantação. Esta atividade terá uma duração de quatro meses, e incluirá a remoção dos aerogeradores e de todas as instalações associadas, bem como a remoção total das fundações e a reposição da situação anterior à instalação do parque eólico.

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5 CARATERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

A área do parque eólico situa-se no Centro de Portugal Continental, região NUT II, Região Centro, e na sub-região NUT III do Pinhal Litoral, e do ponto de vista geomorfológico na unidade territorial denominada por “Litoral”. A referida área encontra-se localmente a Sudeste de Fátima (sede de freguesia) e a Nordeste de Mira de Aire (sede de freguesia), numa zona de planalto e cabeços compreendidos entre a autoestrada nacional A1, de Sul a Norte, e o parque natural das Serras de Aire e Candeeiros, de Sul a Oeste, ao longo de aproximadamente 5 km de extensão, entre as cotas 457 e 517 de altitude e com uma orientação Sul-Norte.

A principal via de acesso ao parque eólico é feita a partir autoestrada A1, tomando a saída 8 para Fátima. Na rotunda Sul tomar a saída para a N360 na direção Minde/Santarém. Ao quilómetro 10,9 tomar à direita a estrada de acesso a Marvila I e localidade do Pessegueiro até chegar ao cruzamento com a estrada para a Giesteira, rua Nossa Senhora de Fátima.

No cruzamento com a estrada da Giesteira, vira-se à esquerda, continuando até chegar ao início da localidade Casal do Vieira, virando à direita no cruzamento com a rua da Espinheira. Daqui segue-se por um caminho municipal até ao núcleo constituído pelos aerogeradores 4 a 10.

O acesso aos aerogeradores 1 a 3 é realizado tomando a rua da Espinheira e seguindo até ao cruzamento com a rua Principal (no lugar de Vale do Sobreiro). No cruzamento vira-se à direita, passando a rua Principal a designar-se por Estrada de Mira D’ Aire (Caminho Municipal 591). Seguindo pela Estrada de Mira D’ Aire, passa-se pelo lugar de Barreio Grande e vira-se à direita para a rua Principal que passa pelo lugar de Crespos. A partir desta estrada será aberto um novo acesso utilizando um caminho pedestre existente.

Os caminhos municipais existentes na área de implantação do parque eólico deverão ser beneficiados ao nível do pavimento (cobertura de tout-venant compactado). Serão criados acessos internos pontuais aos aerogeradores nas zonas de cumeada. Sempre que possível serão utilizados caminhos já existentes, procedendo-se à beneficiação destes para permitir a passagem do transporte dos componentes e posterior acesso durante a fase de exploração.

Caracterização ambiental inicial

Durante o trabalho de campo foram recenseadas 73 espécies de avifauna (42 na área do parque eólico e 31 em áreas limítrofes), às quais acrescem 32 consideradas como de ocorrência provável na área (Equipa Atlas 2008), o que perfaz um total de 105 espécies. Destas 16 possuem estatuto

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de conservação desfavorável, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (Cabral et al. 2005). Destas, 6 são consideradas Quase Ameaçadas, 7 Vulneráveis e 3 Em Perigo. As espécies com estatutos mais preocupantes são aves de rapina, o Tartaranhão-caçador e a Águia de Bonelli (ambas Em Perigo) e a Gralha-de-bico-vermelho (Em Perigo). Destaca-se também a presença de mais sete espécies de aves de rapina diurnas e uma de rapina noturna – Bufo-real – com estatuto de ameaça.

Das espécies de mamíferos com ocorrência provável na área, 10 possuem estatuto de conservação desfavorável segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal; Cabral et al. 2005): Morcego-de-ferradura-mediterrânico, Morcego-de-ferradura-mourisco e Morcego-rato-pequeno, com o estatuto Criticamente em Perigo; Morcego de Bechstein com o estatuto Em Perigo; ferradura-grande, ferradura-pequeno, Morcego-rato-grande, Morcego-de-franja e Morcego-de-peluche com o estatuto Vulnerável; e Coelho-bravo com o estatuto Quase Ameaçado.

Considera-se provável a ocorrência de 14 espécies de répteis na área de estudo, sendo que duas possuem estatuto de conservação desfavorável segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal: a Lagartixa-do-mato-ibérica com o estatuto Quase Ameaçado e a Víbora-cornuda com o estatuto Vulnerável das quais apenas foi confirmada nos trabalhos de campo a presença da Lagartixa-do-mato. Não foi possível confirmar a ocorrência de qualquer espécie de anfíbios.

No que respeita à flora, na zona de implantação do projeto congrega-se um património florístico, com a presença de espécies importantes para a conservação, tendo sido muitas delas inventariadas durante o trabalho de campo realizado, de que é exemplo o Iberis procubens ssp. microcarpa. Na área de estudo foram inventariados 12 habitats da diretiva, sendo quatro prioritários: os prados rupícolas calcários ou basófilos da Alysso-Sedion albi (6110*); os prados secos seminaturais e fáceis arbustivas em substrato calcário (Festuca-Brometalia) (importantes habitats de orquídeas) (6210*); prados de anuais (6220*); e lajes calcárias (8240*).

Do ponto de vista da paisagem, a área de estudo localiza-se na unidade de paisagem dos Maciços Calcários da Estremadura. Reconhecem-se dois tipos de revestimento, predominantemente arbóreo, e outro herbáceo-arbustivo, sendo a sua distribuição fortemente condicionada pela altimetria. Caracteriza-se por apresentar temperaturas moderadas, uma humidade relativa elevada e um acentuado período seco estival. O sistema de vistas é amplo e caracteriza-se por uma profundidade visual longínqua. O sistema de vistas que caracteriza a área de intervenção permite ler uma paisagem com muito ruído, desordenada, reconhece-se com facilidade os povoamentos e

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identifica-se uma extensão significativa do Parque Natural. Apesar de não se verificarem variações altimétricas muito significativas a topografia apresenta-se bastante ondulada.

A área em estudo apresenta-se heterogénea, apresentando vários tipos de ocupação de solo, nomeadamente: Culturas anuais associadas à culturas permanentes; Agricultura com espaços naturais e seminaturais; Florestas de resinosas; Florestas mistas; Espaços florestais degradados, cortes e novas plantações. A área de implantação do parque eólico é constituída (sendo que cada unidade encerra vários tipos de ocupação) maioritariamente por:

 Área florestal complexa, nomeadamente de pinheiro-bravo em mosaico com matos;

 Áreas de vegetação natural e seminatural, nomeadamente matos e prados onde se inserem diferentes habitats de interesse para a conservação. Esta classe de uso do solo engloba extensas áreas de afloramentos rochosos que suportam diversos valores naturais, com predominância para a vegetação protegida por lei.

No que toca ao ordenamento do território, está em vigor o Plano Diretor Municipal da Batalha, Plano Diretor Municipal de Ourém e a delimitação da REN, o Plano Regional de Ordenamento do Centro está em fase de conclusão.

Relativamente ao PDM em vigor, na Planta de Ordenamento, as classes e categorias de espaço presentes na área de estudo são:

 Concelho da Batalha: Espaços Naturais de Tipo II, Espaços Agrícolas Tipo I e tipo II e Espaços Florestais (baldios);

 Concelho de Ourém: Espaços Agroflorestais.

A Lei prevê determinadas situações que constituem servidões e restrições de utilidade pública. Na área de implantação do parque eólico encontram-se as seguintes servidões:

 Rede Natura 2000

 Reserva Ecológica Nacional;

 Reserva Agrícola Nacional;

 Regime Florestal;

 Marcos geodésicos;

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Em termos dos aspetos geológicos, a área do parque enquadra-se, geologicamente, no Maciço Calcário Estremenho. As unidades estratigráficas presentes pertencem, quase totalmente, ao jurássico com predominância de calcários pertencentes ao Dogger (jurássico médio). Na formação do Dogger, as litologias dominantes são calcárias margosas, calcários argilosos, calcários cristalinos, calcários dolomíticos, calcários detríticos, entre outros.

Com base na cartografia de solos, o parque eólico será implantado sobre do tipo solos mediterrâneos vermelhos ou amarelos de materiais calcários.

No respeita aos recursos hídricos, a área de estudo, localiza-se na bacia hidrográfica do rio Tejo. No que respeita à localização dos aerogeradores, as localizações propostas encontram-se na margem direita do Tejo, na sub-bacia do rio Zêzere.

Na área afeta ao projeto e, no que respeita aos recursos hídricos subterrâneos, o sistema aquífero abrangido pela área de implantação dos aerogeradores na unidade hidrogeológica da Orla Ocidental é o Maciço Calcário Estremenho. É um sistema aquífero cársico, muito complexo, constituído por vários subsistemas. É difícil captar água através de furos, característica comum dos maciços cársicos, estando as captações com mais sucesso, localizadas perto das principais áreas de descarga.

O clima da região onde se insere o parque eólico, a média mensal de precipitação na região varia entre os 10 e os 170 mm, correspondendo aos meses de Julho e Novembro, respetivamente. A região apresenta invernos suaves, com temperaturas mínimas que rondam os 10ºC e verões cujas temperaturas ultrapassam os 20ºC, sendo que: as temperaturas mais elevadas são observadas no período de Junho a Setembro e as temperaturas mais baixas observadas no período que vai de Dezembro a Fevereiro; verifica-se uma concentração da precipitação na estação fria e uma quase ausência nos meses mais quentes, em que o período de maior pluviosidade é o que vai de Novembro a Janeiro e o de menor o de Julho a Agosto; os meses de Maio a Agosto são os mais ventosos com valores a aproximarem-se dos 1,5 m/s. A qualidade do ar na área e período de estudo (2005 a 2011) foi na generalidade dos dias “médio” a “bom”.

A população residente na freguesia da Batalha, concelho da Batalha e região NUT III, aumentou entre 1991 e 2001 e entre 2001 e 2011. O concelho da Batalha possui 15 805 habitantes distribuídos por 4 freguesias A freguesia de São Mamede possuía, de acordo com os censos de 2011, 3 560 habitantes

A população residente na freguesia de Fátima e concelho de Ourém, aumentou entre 1991 e 2001, tendo diminuído entre 2001 e 2011 ao nível do concelho. O concelho da Batalha possui 45

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932 habitantes distribuídos por 18 freguesias A freguesia de Fátima A freguesia de São Mamede possuía, de acordo com os censos de 2011, 11 596 habitantes

Na freguesia de São Mamede e concelho de Batalha, para o período compreendido entre 1991 e 2001, verificou-se um aumento da taxa de desemprego superior ao registado na freguesia de Fátima e Concelho de Ourém. No período compreendido entre 2001 e 2011 verificou-se em ambos os concelhos um aumento do desemprego na ordem dos 5%.

Na zona envolvente à implantação do projeto, existem fontes de ruído provenientes de atividades humanas, nomeadamente tráfego rodoviário proveniente da A1 – Autoestrada do Norte. Os recetores mais próximos encontram-se nas localidades envolventes à área de implantação do parque eólico, dispostas ao longo da rede viária existente (de intensidade de utilização reduzida), pelo que o ambiente acústico na sua envolvente apresentava-se pouco perturbado.

Relativamente ao património arqueológico foram individualizadas várias áreas dentro e fora do parque eólico onde foram previamente definidos trabalhos de prospeção e de recolha de informação bibliográfica, tendo contribuído para a identificação de 7 ocorrências patrimoniais na área de implantação do projeto.

O conjunto é formado por 6 moinhos de vento e por 1 algar, que apresentam um valor patrimonial reduzido (a maioria encontra-se em mau estado de conservação e devido à frequência destes equipamentos na região; não apresentam significados histórico, científico ou simbólicos relevantes).

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6 IMPACTES NEGATIVOS E MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO

Os impactes negativos estão, na generalidade dos casos, associados às fases de construção e exploração do parque eólico. Em vários dos casos, a adoção das medidas de minimização propostas deverá reduzir a significância desses impactes.

A implantação das plataformas de montagem e a construção dos aerogeradores poderá causar uma perturbação elevada, caso a obra decorra durante o período reprodutor (Março a Julho), afetando as espécies de aves com estatuto elevado de conservação, pouco tolerantes à perturbação antropogénica como são muitas aves de rapina e a Gralha-de-bico-vermelho. Se a construção ocorrer durante o período reprodutor esta poderá contribuir para o aumento da mortalidade de passeriformes. A presença dos aerogeradores do parque eólico poderá acarretar impactes significativos em termos de mortalidade de aves durante a fase de exploração. Este tipo de impactes poderá ter origem na colisão de aves com as diferentes estruturas dos aerogeradores. Tal como no caso dos “efeitos-barreira”, e tendo em conta a existência na zona de outros parques eólicos, a implantação do parque eólico poderá contribuir para a ocorrência de efeitos cumulativos de maior escala, ameaçando as populações de aves mais sensíveis.

Durante a fase de exploração, o funcionamento dos aerogeradores comportará apenas impactes muito reduzidos em termos de mortalidade ou destruição/degradação de habitats para as espécies de anfíbios, répteis e para as espécies de mamíferos, com exceção dos quirópteros (mortalidade relacionada com os movimentos realizados entre os abrigos importância nacional a menos de 10 km do parque eólico e os locais de alimentação), presentes na área do parque eólico.

Devido à presença da linha elétrica interna de ligação, poderão registar-se impactes de mortalidade (a colisão das aves com a linha ou com os seus apoios e a eletrocussão) que afetem os indivíduos de espécies com estatuto de conservação desfavorável, como são algumas das aves de rapina presentes na área, bem como de Gralha-de-bico-vermelho. A existência da linha elétrica interna não comportará quaisquer impactes significativos para as espécies de mamíferos, anfíbios e répteis de ocorrência regular na área.

A minimização dos impactes em termos de mortalidade de quirópteros provocados pela implantação do parque eólico poderá ser conseguida através da paragem da exploração do parque, sempre que a velocidade do vento seja menor ou igual a 5 m/s, apenas nos meses de Março a Outubro e nas primeiras cinco horas após o ocaso (períodos de maior atividade de quirópteros).

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Deverão ser adotados programas de monitorização de quirópteros e aves de rapina (pelo menos um ano antes do início da fase de construção do parque eólico, devendo decorrer pelo menos durante os primeiros três anos da fase de exploração do parque). A adoção da medida anterior poderá ainda reduzir potenciais impactes de perturbação sobre as aves existentes, provocados pela existência de um “efeito-barreira”.

No que se refere aos impactes na flora e comunidades vegetais, estes advêm das operações de desmatação, escavação e perfuração para a colocação das fundações nos habitats prioritários, uma vez que poderão existir efeitos diretos sobre as comunidades vegetais. No entanto, como está previsto que as sapatas de suporte aos aerogeradores sejam enterradas este impacte considera-se reversível através da progressiva colonização do solo que as recobrirá.

Dos impactes negativos esperados, na fase de construção, no parque eólico destacam-se os seguintes:

Paisagem – intrusão visual da circulação e trabalho da maquinaria pesada – na instalação das plataformas de montagem dos aerogeradores e na abertura das suas fundações, assim como a beneficiação e criação de acessos;

Ocupação do Solo – durante a fase de construção serão levadas a cabo ações que implicam diretamente com a ocupação do solo, nomeadamente desmatação, modelação de terrenos, terraplanagens ou construção.

Ordenamento do Território – a instalação das diversas infraestruturas e a localização, embora temporária do estaleiro, afetam a ocupação atual uma vez que implicará a ocupação de uma área de espaços naturais, agrícolas e florestais sujeita a regime florestal, aumentando as superfícies compactadas.

Considera-se, que do conjunto de posições propostas como alternativas, as correspondentes aos aerogeradores E e F são as menos favoráveis, no que diz respeito ao ordenamento do território e condicionantes.

Património – a instalação do projeto afetará indiretamente 6 sítios patrimoniais e diretamente 1 sítio patrimonial (área de incidência de projeto, e envolvente imediata) respeitantes tanto à solução base como à solução alternativa.

Devido às ocorrências patrimoniais referidas, a solução base apresenta posições de implantação de aerogeradores menos favoráveis (aerogeradores T2 e T7), assim como a solução alternativa (aerogerador alternativo A). É proposto o abandono das posições T7 e

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alternativo A e o reposicionamento do T2, no sentido Sudeste (aumentar a distância aos moinhos de vento em mais de 100m).

Dos impactes negativos esperados, na fase de exploração, no parque eólico destacam-se os seguintes:

Paisagem – introdução de elementos estranhos da paisagem, a extensão ocupada, a alteração do carácter e serenidade, são os pontos mais desfavoráveis, principalmente vistos de muito próximo e em conjugação com os parques eólicos já existentes e licenciados;

Ambiente sonoro - Relativamente ao fator ambiental ambiente sonoro a solução base representa um potencial impacte negativo cumulativo (com o parque eólico de Marvila I existente) e significativo devido ao previsível incumprimento do critério da incomodidade o ponto recetor 7 (de acordo com o regulamento geral do ruído).

A posição proposta para o aerogerador alternativo E, no que respeita ao ambiente sonoro, pela sua proximidade à aldeia Pia do Urso (espaço de lazer com utilização humana) e potencial impacte negativo apresenta-se como pouco favorável.

Ocupação do Solo – durante a fase de exploração, a área afeta ao parque eólico impede os usos anteriores duma forma muito localizada e de áreas de reduzida dimensão. Por outro lado, os terrenos alterados, sendo recuperados nas áreas marginais e de taludes, permitirão restabelecer o contínuo de ocupação do solo ao nível do estrato herbáceo e arbustivo;

Ordenamento do Território – na fase de exploração, o parque eólico ocupa áreas previstas de ocupação agro-florestal e altera o regime de escorrência e infiltração no solo das águas pluviais. Por outro lado, não ocorre recuperação do fundo de fertilidade dos solos. Contudo, estas interferências mostram-se pouco relevantes, pelas áreas em questão e pela possibilidade de minimização.

Condicionantes legais - pela incidência num Sítio pertencente à Rede Natura 2000 e pela incidência sobre terrenos de REN e sujeitos regime florestal.

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6.1 Medidas de Minimização

É sobre os descritores biofísicos (exemplos para a geologia e solos, ambiente sonoro e recursos hídricos) que incidem a generalidade dos impactes negativos como consequência das ações que decorrem durante a construção do parque eólico. Destas ações podem ser destacadas o normal funcionamento do estaleiro com a circulação de maquinaria e veículos afetos à obra, a operação de desmatação do terreno e a escavação das fundações para a colocação das sapatas dos aerogeradores. Muitos dos impactes considerados mais relevantes durante esta fase, referem-se, nomeadamente, aos descritores clima e qualidade do ar, ruído, património, geologia e solos, com a potencial ocorrência, respetivamente, de um possível aumento da concentração de partículas em suspensão, de um acréscimo de ruído provocado pelos trabalhos de escavação e por todas as estruturas e máquinas afetas à obra, de possíveis perdas de solo por erosão e da compactação do solo.

No entanto em sede de projeto de execução deverá ser considerado:

 Património:

o O abandono das posições T7 e aerogerador alternativo A e o reposicionamento do T2, no sentido Sudeste (aumentar a distância aos moinhos de vento em mais de 100m), em função da avaliação realizada no âmbito do fator ambiental património.

 Ambiente sonoro:

o A substituição dos aerogeradores T10 e T9 por aerogeradores alternativos (preferencialmente B, C ou D como mais favoráveis no que respeita ao ambiente sonoro) de forma a reduzir a significância do impacte previsível sobre o ponto recetor n.º 7.

Em anexo (Medidas de Minimização) são apresentadas as medidas de minimização propostas no âmbito de cada fator ambiental, para cada uma das fases do projeto (construção, exploração e desativação), quando aplicável.

Após a identificação dos impactes negativos considerados mais relevantes propôs-se, no âmbito do Estudo de Impacte Ambiental, um leque de Medidas de Prevenção e Minimização, das quais se enumeram as seguintes:

Tempo de execução da obra

Todas as ações a efetuar durante a fase de construção, nomeadamente a implantação de estaleiros, a circulação de maquinaria e pessoal afeto à obra, a preparação e desmatação do terreno, a abertura de valas, entre outras, deverão restringir-se no tempo e no espaço, ao

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estritamente necessário. Assim, o local de implantação do estaleiro deverá estar integrado, se possível, na área a afetar ao parque eólico, numa zona previamente definida evitando assim a destruição de áreas marginais.

Recuperação paisagística

Após terminada a fase de construção, todas as áreas intervencionadas deverão ser alvo de recuperação de modo a repor a situação próximo da situação de referência atual, nomeadamente, deverão ser adotadas medidas de recuperação paisagística dos estaleiros e das zonas concessionadas.

Gestão de resíduos

Neste contexto, assinala-se ainda a importância da implementação de um Plano de Gestão de Resíduos que deverá seguir as normas estipuladas na legislação em vigor de forma a preconizar a disposição final dos resíduos produzidos durante a fase de construção, tais como os resíduos provenientes da desmatação do terreno, os óleos usados provenientes dos veículos e equipamentos utilizados no decorrer da obra assim como embalagens e produtos necessários, e os resíduos decorrentes do normal funcionamento do estaleiro.

Localização de aterros ou escombreiras

Os volumes de terras resultantes dos trabalhos de escavação e aterro das valas deverão ser repostos no local, nomeadamente junto à base de cada aerogerador de uma forma homogénea. Caso não seja possível a sua reposição, deverá ser-lhes dado um destino final, em articulação com a Câmara Municipal da Batalha, não devendo ser permitida a criação de zonas de escombros.

Movimentação de maquinaria

As movimentações de maquinaria pesada devem ser limitadas ao estritamente necessário para evitar maiores perturbações da flora e vegetação presentes no local, devendo ser planeada a recuperação paisagística das possíveis áreas afetadas.

Época do ano para construção

No que respeita à fauna em geral, e em particular à avifauna, os impactes relacionados com a construção estão relacionadas essencialmente com a época durante a qual se desenvolverão os

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trabalhos. A minimização dos impactes em termos de perturbação e afastamento causados durante a fase de construção do parque eólico, sobre a avifauna poderá ser conseguida através de um adequado planeamento das intervenções. Assim, as intervenções que impliquem maior grau de perturbação deverão ser executadas fora do período reprodutor (entre Março e Junho) da maior parte das espécies.

Flora e Vegetação

Aplicam-se medidas de carácter geral, e legalmente exigíveis, para o Plano de Acompanhamento Ambiental da Obra pelo que o cumprimento estrito daquelas medidas garante a correta salvaguarda desejada para a componente ecológica vegetal. Não obstante, deverá ser condicionada a alteração do relevo e da destruição da vegetação, apenas ao mínimo indispensável para o prosseguimento dos trabalhos durante a fase de construção no caso dos restantes aerogeradores, assegurando que os habitats e espécies prioritárias não são diretamente afetados pela obra em qualquer das suas fases.

Património

Em fase de definição do projeto de execução (projeto final), deverá ser realizada nova avaliação de impactes patrimoniais, realizando um registo exaustivo dos edifícios (com valor patrimonial) existentes, assim como um registo exaustivo das cavidades cársicas (mantendo-se o localização atualmente propostas para os elementos do projeto).

A fase de construção deverá ter acompanhamento arqueológico, incluindo a fase de desmatação que deverá ser acompanhada por um arqueólogo, registando as estruturas identificadas e eventuais vestígios.

6.2 Planos de Monitorização

De acordo com o regime jurídico da Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), disposto no Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de 31 de Outubro, o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) deve incluir também as diretrizes de monitorização, “… identificando os parâmetros ambientais a avaliar, as fases do projeto nas quais irá ter lugar e a sua duração, bem como a periodicidade prevista para a apresentação dos relatórios de monitorização à autoridade de AIA”.

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Atendendo ao conjunto de impactes ambientais resultantes da presença do Parque Eólico de Marvila II – São Mamede, e considerando que não existe ainda, em Portugal, uma avaliação concreta dos impactes induzidos pela presença de um parque eólico, nomeadamente ao nível dos quirópteros e aves de rapinas, apresentou-se no Estudo de Impacte Ambiental, um Plano de Monitorização. Adicionalmente foram apresentados planos gerais de monitorização para a área do parque eólico e para a linha elétrica interna.

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7 IMPACTES POSITIVOS

De modo inerente à generalidade dos parques eólicos, consideram-se positivos a elegância e o movimento dos aerogeradores, a criação de uma nova referência na paisagem, o seu carácter inovador, a exaltação das forças da natureza e do aproveitamento de um recurso natural local (na continuidade da presença cultural dos moinhos de vento na paisagem rural).

Os acessos que ligam o caminho municipal aos aerogeradores propostos e os aerogeradores entre si são assegurados por caminhos de terra batida, que serão beneficiados. Tal ação constituirá um impacte direto positivo do projeto, uma vez que facilitará o acesso a uma área potencial de produção florestal, facilitando o acesso em caso de incêndio.

Como consequência da operação do parque eólico e da produção de energia elétrica a partir de uma fonte de energia renovável e não poluente, verificar-se-á um conjunto de impactes positivos fundamentalmente associados aos descritores da qualidade do ar e dos fatores socioeconómicos. Sobre a qualidade do ar verifica-se um impacte positivo muito significativo, pois envolve o aproveitamento de um recurso natural continuamente renovável, com implicações diretas na diminuição da produção de eletricidade a partir de combustíveis fósseis não renováveis, o que significa uma redução na quantidade de poluentes atmosféricos emitidos e responsáveis pelos fenómenos da chuva ácida (Ex.: óxidos de enxofre (SOx); óxidos de azoto (NOx) e do efeito de

estufa (como o dióxido de carbono — CO2).

Uma vez em fase de exploração, este empreendimento permitirá ao País diminuir a sua dependência energética a partir de energia importada e produzida à custa da queima de combustíveis fósseis em centrais termoelétricas. A produção de energia recorrendo a energias renováveis permitirá a economia de recursos não renováveis importados, e que se reverterá na retenção de divisas para o País.

Ao nível do panorama energético nacional e europeu, a implantação de projetos de energias renováveis reveste-se de particular importância. O presente projeto contribui para o cumprimento dos objetivos da Estratégia Nacional para a Energia, aprovada pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 29/2010, nomeadamente no que respeita à redução da dependência energética a partir de combustíveis fósseis, cumprimento dos compromissos em matéria de combate às alterações climáticas, aumentar a produção de energia a partir de fontes endógenas e consolidar um cluster energético no setor das energias renováveis.

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A exploração do projeto em avaliação contribuirá para a diminuição, comparativamente a meios de produção de energia elétrica convencionais, da emissão de gases com efeito de estufa, contribuindo dessa forma para os objetivos nacionais e internacionais.

A possibilidade de criação de emprego local (temporário) nas diversas fases do projeto contribuirá essencialmente para a economia familiar local.

Do ponto de vista socioeconómico, refere-se ainda que a presença do parque eólico constituirá uma fonte de rendimento para as populações locais através do pagamento de uma renda anual pelo proponente do projeto, durante os 20 anos de funcionamento do empreendimento, como consequência da ocupação dos terrenos em questão. A implantação do parque vem ainda influenciar positivamente a economia dos concelhos onde serão implantadas as infraestruturas, através do pagamento ao município de uma taxa da faturação anual do parque, o que constitui uma importante fonte de receitas, influenciando assim indiretamente a qualidade de vida das populações. É também de esperar que alguns sectores do comércio (restauração e comércio de materiais de construção, por exemplo) sejam valorizados pelo empreendimento, embora com particular incidência na fase de construção.

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8 PLANOS DE MONITORIZAÇÃO

8.1 Plano especial de monitorização de aves de rapina

Avaliar os impactes provocados pela implantação do parque eólico sobre as populações de aves de rapina existentes na área, permitindo a: i) identificação das eventuais alterações de comportamento e da utilização da área ocupada com aerogeradores e pela linha elétrica interna por aves de rapina; ii) contribuição para o estudo da utilização da área pelas diversas espécies de aves de rapina; iii) quantificação do possível efeito de vazio provocado pelo parque eólico; iv) identificação e quantificação das eventuais fatalidades por colisão com os aerogeradores; v) contribuição para a adoção de medidas adicionais de minimização dos impactes sobre as espécies, caso se revelem necessárias.

Este programa deverá iniciar-se pelo menos um ano antes do início da fase de construção do parque eólico, devendo decorrer pelo menos durante os primeiros três anos da fase de exploração do parque.

8.2 Plano especial de monitorização de quirópteros

Avaliar os impactes produzidos em termos de mortalidade e perturbação durante a fase de exploração do parque eólico sobre as populações de morcegos e a eficácia da medida de paragem dos aerogeradores na redução da mortalidade de quirópteros.

Este programa deverá iniciar-se pelo menos um ano antes do início da fase de construção do parque eólico, devendo decorrer pelo menos durante os primeiros três anos da fase de exploração do parque.

8.3 Plano geral de monitorização (PGM)

Avaliar os impactes provocados em termos de mortalidade e perturbação durante a fase de exploração do parque eólico. Paralelamente, este programa deverá monitorizar a eficácia de todas as medidas de minimização propostas para diminuir a mortalidade causada pelos aerogeradores e avaliar a possibilidade de alteração ou alargamento das medidas tomadas.

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Este programa deverá iniciar-se pelo menos seis meses antes do início das obras de construção do parque eólico e durante o período de funcionamento do parque.

8.4 Plano geral de monitorização da linha elétrica interna

Avaliar os impactes provocados em termos de mortalidade pela existência da linha elétrica interna e identificar possíveis “pontos negros” de mortalidade. Caso se justifique, o plano geral de monitorização da linha elétrica interna deverá sugerir medidas adicionais de minimização de impactes.

Este programa deverá iniciar-se a partir da implantação da linha elétrica interna e decorrer durante o período de funcionamento do parque.

8.5 Plano de monitorização da flora

Avaliar a ocorrência e estado das populações das espécies de flora prioritária na área de influência imediata do parque eólico. Deverão ser monitorizados:

 Dimensão dos efetivos na imediação das infraestruturas do parque eólico;

 Estrutura da vegetação e enquadramento fitossociológico onde se inserem;

 Acompanhamento da evolução dos efetivos;

Prospeção de núcleos das espécies na área estipulada deve desencadear previamente à fase de construção. Início da fase de monitorização em período de construção e exploração do parque eólico. Iniciada a fase de monitorização dos núcleos da espécie o estudo deve ter a duração mínima de 5 anos.

8.6 Programa de monitorização do ambiente sonoro

Pretende-se avaliar o cumprimento da legislação em vigor no que respeita aos níveis sonoros apercebidos junto dos recetores sensíveis localizados na envolvente do projeto e devidamente identificados na Declaração de Impacte Ambiental (DIA).

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Deverão ser realizadas ações de monitorização de ruído ambiente durante o primeiro ano de exploração do PEMII. Após o primeiro ano de funcionamento, as monitorizações serão realizadas quinquenalmente. O programa de monitorização poderá abranger a etapa de construção, em função de novos fatores que surjam em fase de projeto de execução.

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9 ANEXOS

9.1 Medidas de Minimização

Descritor Fase Medidas a implementar Fauna Construção

/Desativação

Interdição do uso de obras mais intrusivas durante o período reprodutor

Interdição de obras mais intrusivas durante os períodos suscetíveis de causar mortalidade de aves planadoras Interdição do depósito de entulhos e de intervenções nas linhas de água e margens de açudes

Exploração Sinalização adequada e balizagem de aerogeradores

Paragem dos aerogeradores em períodos de maior risco para quirópteros Medidas de proteção e afastamento de aves nas linhas elétricas internas e apoios

Paisagem Construção /Desativação

Na Fase de Construção e Desativação, de forma a garantir a integração paisagística e a valorização do projeto, deverá ser realizada a manutenção das áreas sujeitas a revestimento vegetal, de acordo com o Plano de Acompanhamento Ambiental da Obra, assegurando-se, deste modo, a preservação do coberto vegetal e a estabilização do terreno.

Deverá ser preservada toda a vegetação arbórea e arbustiva existente nas áreas não atingidas por movimentos de terra através de sinalização adequada, de modo a não ser afetada com a localização de estaleiros de obra de construção e desativação, depósitos de materiais, instalações de pessoal e outras, salvaguardando-os de possíveis “toques” com origem em maquinaria pesada, uma vez que a longo prazo poderão danificar ou mesmo matar o exemplar vegetal atingido;

A escolha do local de estaleiro de obra de construção e desativação e de depósitos provisórios deverá ser efetuada de modo a garantir a não afetação de áreas que ainda não se encontrem intervencionadas, num local afastado de linhas de água e das captações existentes para abastecimento público e fora de áreas de Reserva Agrícola Nacional e de Reserva Ecológica Nacional, e próximo de acessos já existentes, sendo garantida a recuperação do próprio local de instalação deste. Devendo, ainda, as ações construtivas e de deposição de materiais, circulação de pessoas e maquinaria, ser restringidas às áreas balizadas para o efeito - 3m no caso de plataformas e

aerogeradores;

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Descritor Fase Medidas a implementar

tempo, minimizando-se, assim, a afetação de áreas adicionais de solo e vegetação;

Deverá proceder-se à aspersão hídrica periódica das áreas onde haja movimentos de terra, circulação de veículos e de máquinas, principalmente, durante o período estival, de modo a reduzir a deposição de poeiras e de materiais diversos na vegetação e outros elementos circundantes;

Devem ser tomadas medidas para a remoção de terra viva que se situa em locais afetados pela obra de desativação com o objetivo de preservar as características da terra removida antes do início da obra. A terra viva será armazenada em pargas, localizadas nas zonas adjacentes àquelas onde posteriormente a terra será aplicada. Deverá ser executada uma sementeira de leguminosas para garantir o arejamento e a manutenção das características físico-químicas da terra;

Nas zonas onde ocorra modificação da morfologia do terreno, deverá proceder-se a uma integração natural, para que uma vez terminados os trabalhos os movimentos de terra pouco ou nada se percebam;

Os rodados dos veículos da obra têm que ser limpos de modo a não espalhar terra e lama nas estradas de acesso.

As espécies vegetais a introduzir no terreno deverão respeitar o disposto no Decreto-Lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro de 1999, devendo, sempre, optar-se por espécies de cariz autóctone possuidoras de maior valor ecológico e adaptabilidade ao local;

O material resultante das escavações não deverá ser colocado num local que venha a ser intervencionado, devendo, antes, ser colocado na área afeta à construção. Posteriormente, e por acordo com as Câmaras Municipais de Alfândega da Fé e Macedo de Cavaleiros, o material excedente resultante de escavações deverá ser removido para local adequado;

Após o término da obra, deverá ser assegurada a reposição, integração e recuperação paisagística dos principais elementos afetados, nomeadamente estruturas de transporte de água e muros tradicionais ou outros elementos de valor patrimonial e arqueológico característicos do território, através da implantação de um adequado projeto de requalificação e valorização paisagística, onde se preveja o restabelecimento da estrutura vegetal característica do local privilegiando a utilização de formas arbóreas e arbustivas autóctones ou adaptadas, mais adequadas edafo-climaticamente, de menor exigência ao nível dos recursos, logísticos e humanos, para a sua manutenção.

Ocupação do

Solo Construção A desmatação e o corte de árvores deverá ser reduzido ao mínimo indispensável quer para efeitos da construção do parque eólico, da instalação de estaleiros e outras estruturas de apoio à execução dos trabalhos; As movimentações da maquinaria devem ser limitadas ao estritamente necessário, preservando a vegetação existente no local;

Diminuir a afetação das áreas florestais de produção e proteção (pinheiro-bravo, eucalipto e sobreiro);

Replantação, após a construção, de espécies florestais existentes, de forma a compensar as áreas de corte, em zonas que não interfiram com o parque eólico;

Considerando o risco de incêndio, deverão ser tomadas as devidas precauções durante as obras de instalação e serão privilegiadas as espécies resistentes ao fogo nos trabalhos de reflorestação.

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Descritor Fase Medidas a implementar

poderão advir da manutenção de alguns acesso, em termos de infraestrutura florestal e melhoria das condições de combate a incêndios; As movimentações da maquinaria devem ser limitadas ao estritamente necessário, preservando a vegetação existente no local;

Considerando o risco de incêndio, deverão ser tomadas as devidas precauções durante as obras de desativação e serão privilegiadas as espécies resistentes ao fogo nos trabalhos de reflorestação.

Ordenamento do Território e Condicionantes

Construção Adotar uma conceção que minimize os riscos de erosão e meteorização e efetue uma correta interceção, condução e descarga atenuada de águas pluviais em linhas de drenagem naturais.

A desmatação e decapagem dos solos devem ser limitadas às áreas estritamente necessárias. Devem ser adotadas medidas de estabilização dos taludes de escavação.

Medidas de reforço:

 Implementação de um sistema de drenagem que intercete e conduza convenientemente as águas superficiais, reduzindo a energia do escoamento superficial, visando a prevenção da meteorização e erosão dos taludes;

 Medidas de proteção superficial, em particular o revestimento vegetal dos taludes de escavação minimizando a progressão dos processos erosivos e diminuindo a infiltração de água no maciço ao longo da superfície exposta do talude.

 Medidas de correção:

 Reperfilamento, de modo a obter uma geometria mais estável;

 Saneamento, remoção de blocos de solo ou rocha em condições de estabilidade precária. Cumprir as orientações do Plano de Acompanhamento ambiental da Obra.

O corte de vegetação de porte arbustivo, arbóreo, deve ser limitado ao estritamente necessário.

Os cabos elétricos que ligam os aerogeradores deverão ser instalados sempre que possível ao longo dos caminhos e em vala.

As ações construtivas e de deposição de materiais, circulação de pessoas e maquinaria, deve ser restringida às áreas balizadas para o efeito.

Desativação Recuperação do regime de infiltração e escorrência de águas pluviais, revestimento vegetal em zonas alteradas e das aptidões do solo. Em particular, a compactação de solos e recuperação de zonas de relevo alterado.

Definição da solução de acessos e outros elementos que permanecerão no terreno; Definição do destino a dar a todos os elementos retirados.

Geologia e Solos

Construção Preservação das espécies vegetais nas zonas adjacentes à área de implantação do projeto. Renaturalização do solo após a instalação do parque eólico.

Os trabalhos devem ser efetuados no menos tempo possível de modo a evitar exposição do solo, minimizando a atuação dos processos erosivos.

Referências

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