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1. COMUNICAÇÃO GESTUAL

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Academic year: 2021

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Libras

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Apresentação

Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar o que você

sabe. Ensinar é lembrar os outros que eles sabem tanto quanto você. Somos,

todos, aprendizes, fazedores, professores. Richard Bach.

O que é aprender? O que é ensinar? Qual a relação entre ensino e aprendizagem?

São esses os principais questionamentos presentes nesta matéria.

Queridos alunos: vamos dar início a uma disciplina muito importante para quem

já é professor, porque lhe dá oportunidade de refletir sobre a sua prática

pedagógica e para o que ainda não o é, de entrar em contato com um campo da

ciência discriminado (que é o campo das ciências humanas) pelos que adentram

nas áreas experimentais laboratoriais, mas que nos permite um conhecimento

das teorias que regem o ensino e a aprendizagem.

Um professor que desconhece os saberes fundamentais que cercam os princípios

da aprendizagem, como poderá oferecer um ensino que dê oportunidades de

construção e produção do conhecimento de uma maneira metódica, crítica,

científica e ética?

Começaremos o estudo sobre a Didática, registrando que ela sempre existiu na

história da humanidade porque o homem sempre ensinou e aprendeu. No

entanto, a escola como uma instituição para todos só foi instituída socialmente,

como forma de transmitir o legado cultural construído pela humanidade, somente

há pouco mais de duzentos anos.

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1. COMUNICAÇÃO GESTUAL

Existem várias formas de

comunicação gestual: Português sinalizado; Libras; mímica; pantomima, alfabeto manual, comunicação total, bilinguismo e outros.

2. UNIVERSALIDADE

Ao contrário do que muitos pensam, a língua de sinais não é universal, nem mesmo a nível nacional existe uma padronização, inda mais em um país de grandes dimensões como o nosso. Em uma cidade como São Paulo podemos observar até certos "bairrismos". Grupos de surdos possuem sinais diferentes para uma mesma situação.

3. LIBRAS - LÍNGUA BRASILEIRA

DE SINAIS

LIBRAS, ou Língua Brasileira de Sinais, é a língua materna dossurdos brasileiros e, como tal, poderá ser

aprendida por qualquer pessoa interessada pela comunicação com essa comunidade. Como língua, esta é composta de todos os componentes pertinentes às línguas orais, como

gramática semântica, pragmática sintaxe e outros elementos, preenchendo, assim, os requisitos científicos para ser considerada instrumental linguístico de poder e força. Possui todos os elementos classificatórios identificáveis de uma língua e demanda de prática para seu aprendizado, como qualquer outra língua. Foi na década de 60 que as línguas de sinais foram estudadas e analisadas, passando então a ocupar um status de língua.

É uma língua viva e autônoma, reconhecida pela linguística. Pesquisas com filhos surdos de pais surdos estabelecem que a aquisição precoce da Língua de Sinais dentro do lar é um benefício e que esta aquisição contribui para o aprendizado da língua oral como Segunda língua para os surdos.

Os estudos em indivíduos surdos demonstram que a Língua de Sinais apresenta uma organização neural semelhante à língua oral, ou seja, que esta se organiza no cérebro da mesma maneira que as línguas faladas. A Língua de Sinais apresenta, por ser uma língua, um período crítico precoce para sua aquisição, considerando-se que a forma de comunicação natural é aquela para o qual o sujeito está mais bem preparado,

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levando-se em conta a noção de conforto estabelecido diante de qualquer tipo de aquisição na tenra idade.

LEI Nº 10.436, de 24 de abril de 2002.

Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.

Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços

públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.

Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.

Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como

parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente. Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.

Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da Independência e 114o da República.

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FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

4. CONSELHOS ÚTEIS NO APRENDIZADO E USO DA LIBRAS

Estude o material recebido, sempre que possível, com a presença deu ma pessoa surda.

O estudo em grupo poderá facilitar o aprendizado, bem como o estímulo individual.

Para que um sinal seja produzido corretamente, é necessário observar: configuração de mão, ponto de articulação, movimento e expressão.

Focalize o rosto do usuário da LIBRAS, não as mãos. Como usuário da LIBRAS, você aprenderá a ampliar seu campo visual.

Caso não encontre um sinal para uma determinada palavra, lembre-se deque somente a comunidade surda poderá criá-lo.

Certifique-se de que haja claridade suficiente no momento da conversa em LIBRAS.

Não tenha receio de sinalizar e errar. O erro faz parte do processo de

aprendizagem. Pode ser que em sua cidade, devido ao regionalismo, os surdos sutilizem alguns sinais diferentes para a mesma palavra. Caso isto ocorra, busque conhecê-los também com o próprio surdo.

Nem sempre você encontrará um sinal que signifique exatamente apalavra que deseja empregar. Caso isso ocorra, procure um sinal que mais se aproxime. EX.: CONFECCIONAR (FAZER - sinal em LIBRAS).

Os termos técnicos, possivelmente, não terão sinais específicos que os represente exatamente. Portanto, é recomendável digitá-lo para os urdo e tentar "interpretá-lo", até que ele, entendendo o contexto, crie o sinal correspondente.

Informe aos surdos sobre o que acontece ao seu redor.

Procure dar ao surdo o máximo de informações visuais. Ex.: campainha luminosa para início e término de qualquer atividade.

Se você quiser chamar a atenção de um surdo, procure tocá-lo no ombrose estiver próximo, ou acene com os braços se estiver distante.

O contato com a comunidade surda

é fundamental nesse processo de aprendizado da língua, pois além do grande exercício que se pode fazer,

é uma preciosa oportunidade de se conhecer também a cultura dessa comunidade.

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5. EXEMPLOS DE SINAIS

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6. ALFABETO DE LIBRAS

7. ALFABETO NUMÉRICO DE

LIBRAS

8. OS CINCO PARÂMETROS:

1. Configuração das Mãos 1. Pontos de Articulação 1. Orientação

1. Movimento

1. Expressão Facial e/ou corporal

2. SINAIS

Os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com um determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo. Estas articulações das mãos, que podem ser comparadas aos fonemas e às vezes aos morfemas, são chamadas de parâmetros.

Nas línguas de sinais podem ser encontrados os seguintes parâmetros:

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São formas das mãos, que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão predominante (mão direita para os destros), ou pelas duas mãos do emissor ou sinalizador. Os sinais APRENDER, LARANJA e ADORAR t em a mesma configuração de mão.

Mãos “S” Aprender Laranja Aprender 1. CM: “C” e “S” 2. PA: Testa 3. M: Abrir e Fechar Laranja 4. CM: “C” e “S” 5. PA: Frente à boca 6. M: Abrir e Fechar

CM: Configuração de mãos PA:Pontos de Articulação

M: Movimentos

3. PPONTO DE ARTICULAÇÃO

É o lugar onde incide a mão predominante configurada, podendo esta tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro vertical (do meio do corpo até à cabeça) e horizontal (à frente do emissor). Os sinais TRABALHAR, BRINCAR, CONSER TAR é feitos no espaço neutro e os sinais ESQUECER, APRENDER e PENSA R são feitos na testa.

4. MOVIMENTO

Os sinais podem ter um movimento ou não. Os sinais citados acima tem movimento, com exceção de PENSAR que, como os sinais AJOELHAR, EM-PÉ, não tem movimento.

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5. ORIENTAÇÃO

Os sinais podem ter uma direção e a inversão desta pode significar ideia de oposição, contrário ou concordância número-pessoal, como os sinais QUERER e QUERER-NÃO; IR e VIR.

6. EXPRESSÃO FACIAL

E/OU CORPORAL

Muitos sinais, além dos quatro parâmetros mencionados acima, em sua configuração têm como traço diferenciador também a expressão facial e/ou corporal, como os sinais ALEGRE e TRISTE. Há

sinais feitos somente com a bochecha como LADRÃO, ATO-SEXUAL.

7. ALFABETO DE LIBRAS

O alfabeto de Libras (Língua Brasileira de Sinais) teve sua origem ainda no Império. Em 1856, o conde francês Ernest Huet desembarcou no Rio de Janeiro com o alfabeto manual francês e alguns sinais. O material trazido pelo conde, que era surdo, foi adaptado e deu origem à Libras. Este sistema foi amplamente difundido e assimilado no Brasil. No entanto, a oficialização em lei da Libras só ocorreu um século e meio depois, em abril de 2002 – nesse período, o Brasil trocou a monarquia pela república, teve seis Constituições e viveu a ditadura militar. O longo intervalo deve-se a uma decisão tomada no Congresso Mundial de Surdos, na cidade italiana de Milão em 1880. No evento, ficou decidido que a língua de sinais deveria ser abolida, ação

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que o Brasil implementou em 1881. A Libras quase mudou o nome e só voltou a vigorar em 1991, no Estado de Minas Gerais, com uma lei estadual. Só em agosto de 2001, com o Programa Nacional de Apoio à Educação do Surdo, os

primeiros 80 professores foram preparados para lecionar a língua brasileira de sinais. A regulamentação da Libras em âmbito federal só se deu em 24 de abril de 2002, com a lei nº 10.436.

8. BREVE HISTÓRICO DA

EDUCAÇÃO DOS SURDOS

A história da educação dos surdos é cheia de controvérsias e descontinuidades. A primeira notícia que temos é do século XII, quando os surdos não eram considerados humanos, não tinham direito à herança, não frequentavam nenhum meio social e eram proibidos de se casarem. Na Idade Média, com o feudalismo, os surdos começaram a ter atenção diferenciada pelo clero (Igreja), que estava muito preocupado com o que tais pessoas faziam e por que não vinham se confessar. As pessoas não iam se confessar porque não apresentavam uma língua estruturante para seu pensamento.

Mas a igreja também estava muito preocupada, pois nasciam muitos surdos

nos castelos dos nobres, devido à frequência dos casamentos consanguíneos, comuns na época, visto que a nobreza não queria dividir sua herança com outras famílias e acabavam casando-se entre primos, sobrinhas, tios e até irmãos. Como nos mosteiros da Igreja havia padres, monges e frades que utilizavam de uma língua gestual rudimentar, porque nesses ambientes existia o voto do silêncio, esses religiosos foram deslocados para esses castelos com a missão de educar os filhos surdos dos nobres em troca de grandes fortunas.

Quanto ao método utilizado na época não temos registros, mas sabe-se que alguns acreditavam que deveriam priorizar a língua falada, outros, a língua de sinais e outros, ainda, o método combinado. Em 1880, aconteceu o Congresso Mundial de Professores de Surdos em Milão, na Itália, onde foi discutido qual seria o melhor método para a educação dos surdos. Nesse congresso ficou resolvido que o melhor método era o

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oral puro, sendo proibida a utilização da língua de sinais a partir desta data.

A partir daí, as crianças surdas, muitas vezes, tinha suas mãos amarradas para trás e eram obrigadas a sentarem em cima das mãos ao irem para a escola, para que não usassem a língua de sinais. Tal opressão perdurou por mais de um século, trazendo uma série de consequências sociais e educacionais negativas. No Brasil, a primeira lei que viabiliza o uso da Língua Brasileira de Sinais como a primeira língua dos surdos foi assinada em novembro de 2002 pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso.

9. LIBRAS - SINAIS

CORES

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REFERÊNCIAS

Atividades Ilustradas em Sinais da LIBRAS. Copyright 2004 by Livraria e Editora

Revinter Ltda.

FELIPE, Tanya A. Libras em Contexto: Curso Básico: Livro do Estudante. Brasília: Ministério

da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005. 6ª Edição 188 p.: il.

Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Departamento de Educação Especial. Falando com as Mãos.

DICIONÁRIO LIBRAS.Disponível em: <http://www.dicionariolibras.com.br>. Acesso em 01

jul. 2007.

FENEIS-Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos: Disponível em

:< http://www.feneis.com.br/>Acesso em 01 jul. 2007.

INES –Instituto Nacional de Educação de Surdos: Disponível

em <http://www.ines.org.br/ >. Acesso em 01 jul. 2007.

FUNDAÇÃO CATARINENSE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Inclusão do Educando surdo

no ensino regular – Caderno de atividades. Florianópolis:FCEE, 2001.

Referências

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