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AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA SOBRE HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA MAYARA AMORIM PEREIRA TERESINA-PI

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0 AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA SOBRE

HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA

MAYARA AMORIM PEREIRA

2018 TERESINA-PI

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1 AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA SOBRE

HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA

MAYARA AMORIM PEREIRA

2018 TERESINA-PI

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina do Centro Universitário UNINOVAFAPI como requisito parcial para obtenção do título de graduado em Medicina.

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FICHA CATALOGRÁFICA

P436a Pereira, Mayara Amorim.

Avaliação do conhecimento dos acadêmicos de medicina sobre hiperplasia prostática benigna / Mayara Amorim Pereira. – Teresina: Uninovafapi, 2018.

Orientador : Prof. Me. João Luiz Vieira Ribeiro; Centro Universitário UNINOVAFAPI, 2018.

20. p.; il. 23cm.

Monografia (Graduação em Medicina) – Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, 2018.

1. Conhecimento. 2. HPB. 3. Próstata. 4. Urologia.

I.Título. II. Ribeiro, João Luiz Vieira.

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4 Avaliação do conhecimento dos acadêmicos de medicina sobre hiperplasia prostática

benigna

Evaluation of the medical students' knowledge about benign prostatic hyperplasia Evaluación del conocimiento de los académicos de medicina sobre hiperplasia prostática

benigna Mayara Amorim Pereira1; João Luiz Vieira Ribeiro2.

RESUMO

A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) é uma das causas de urgências urológicas, doença que prejudica a qualidade de vida do homem e pode ter complicações, até óbito. O objetivo do estudo foi avaliar o conhecimento dos acadêmicos de medicina acerca da condução da HPB. Trata-se de estudo transversal de natureza quantitativa realizado no Centro Universitário, Teresina-PI (2017), aprovado no Comitê de Ética do Uninovafapi (73834517.1.0000.5210), fundamentado em 112 questionários aplicados nos 6º, 7º e 8 º períodos. Os dados correlacionados pela estatística de Spearman’s. A maioria de 103 participantes obtiveram conhecimento satisfatório sobre o tema, mostrando a relevância das disciplinas básicas e clínicas iniciais. Sem correlação significativa entre período e número de acertos, a média 8. Descritores: Conhecimento; HPB; Próstata; Urologia.

ABSTRACT

Benign Prostatic Hyperplasia (BPH) is one of the causes of urologic urgencies, a disease that impairs the quality of life of the man and can have complications, even death. The objective of the study was to evaluate the medical scholars' knowledge about the conduction of BPH. This is a cross-sectional study of a quantitative nature carried out at the University Center, Teresina-PI (2017), approved by the Ethics Committee of Uninovafapi (73834517.1.0000.5210), based on 112 questionnaires applied in the 6th, 7th and 8th periods. The data correlated by Spearman's statistics. The majority of 103 participants obtained satisfactory knowledge on the subject, showing the relevance of the basic and initial clinical disciplines. No significant correlation between period and number of hits, the mean 8.

Descriptors: Knowledge; HPB; Prostate; Urology.

1Graduanda em Medicina no Centro de Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí – UNINOVAFAPI. Teresina-PI, Endereço: Rua Vitorino Orthiges Fernandes, 6123-Uruguai CEP: 64073-505| Teresina-Piauí | Contato: mayaraamorim17@gmail.com.

2Cirugião Torácico. Especialista em Bioética. Cursando doutorado em Direito. Docente do curso de graduação em medicina da Universidade Estadual do Piauí-UESPI. Teresina-PI, Endereço: R.João Cabral, 2231-Pirajá CEP: 64002-150 e do UNINOVAFAPI. Teresina-PI, Endereço: Rua Vitorino Orthiges Fernandes, 6123-Uruguai CEP: 64073-505| Teresina-Piauí | |Contato: jlvribeiro@yahoo.com

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4 RESUMEN

La Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) es una de las causas de urgencias urológicas, enfermedad que perjudica la calidad de vida del hombre y puede tener complicaciones, hasta la muerte. El objetivo del estudio fue evaluar el conocimiento de los académicos de medicina acerca de la conducción de la HPB. Se trata de un estudio transversal de naturaleza cuantitativa realizado en el Centro Universitario, Teresina-PI (2017), aprobado en el Comité de Ética del Uninovafapi (73834517.1.0000.5210), fundamentado en 112 cuestionarios aplicados en los 6º, 7º y 8º períodos. Los datos correlacionados por la estadística de Spearman's. La mayoría de 103 participantes obtuvieron conocimiento satisfactorio sobre el tema, mostrando la relevancia de las disciplinas básicas y clínicas iniciales. Sin correlación significativa entre el período y el número de aciertos, la media 8.

Descriptores: Conocimiento; HPB; Próstata; Urología.

INTRODUÇÃO

A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) é definida pela proliferação de células epiteliais e estromais na zona de transição da próstata que resulta em um aumento volumétrico da próstata. Os sintomas miccionais costumam se manifestar, geralmente a partir dos 45 anos de idade, com prejuízos à qualidade de vida do indivíduo acometido, estima-se que afeta 50% dos homens a partir dos 50 anos de idade e 90% daqueles a partir dos 80 anos. A HPB pode se apresentar através de sintomas denominados irritativos: nictúria, polaciúria, urgência miccional, dor suprapúbica, desconforto uretral ou então os obstrutivos, a saber: esforço miccional, jato urinário fraco ou entrecortado, hesitação, demora em iniciar a miccção, gotejamento terminal, sensação de esvaziamento vesical incompleto, incontinência paradoxal e também pode ocorrer a forma mista, quando estão associados (SROUGI et al., 2008).

Tendo em vista, o aumento da longevidade do homem observado em análises demográficas, incluindo a população brasileira, aspectos relacionados à Hiperplasia Prostática Benigna serão cada vez mais relevantes, do ponto de vista epidemiológico, por ser o tumor benigno mais comum no homem e principal causa de obstrução urológica. É sabido que a maioria dos homens tendem a negligenciar os cuidados preventivos, e a procura por atendimento médico ocorre, principalmente, nos quadros mais complicados da HPB (CLARO, 2012).

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5 A cronicidade da situação com estiramento progressivo, insidioso e aditivo do resíduo vesical que se mantém e aumenta a cada ciclo miccional, ao longo dos anos contribuem para o surgimento de outras enfermidades, a exemplo de infecção do trato urinário de repetição, com possibilidade de agravar ainda mais os sintomas dolorosos e miccionais e também se manifestam ás vezes isoladamente, febre, calafrios, toxemia decorrentes da infecção disseminada que ascendeu pelas vias urinárias com invasão do rim e pelve renal (LOPES, TAJRA, 2008).

As necropsias de homens na oitava década de vida revelam alterações hiperplásicas em mais de 90 % dos indivíduos. A gravidade dos enfermos com HPB tornou-se preocupante após ocorrência de muitos óbitos sem a adequada intervenção, até 1990, a situação evoluía para casos de choque séptico resultantes de urossepse devido à ausência de diagnósticos precoces. (NETTO, RODRIGUES, 2007).

A próstata normal de um homem adulto pesa cerca de 20 g e está localizada inferiormente à bexiga, atravessada em toda sua extensão pela parte prostática da uretra. Em virtude de estar situada, anteriormente ao reto, a próstata é palpável, in vivo, pelo toque retal, um exame físico importante para o diagnóstico de afecção da próstata. É um órgão constituído de tecido glandular arranjado em ácinos e dutos e um componente de estroma fibromuscular, contendo músculo liso e tecido conjuntivo (DANGELO, FATTINI, 2007).

Através do conhecimento da anatomia da próstata saudável, o estudante de medicina pode compreender as manifestações clínicas apresentadas pelo paciente quando o órgão apresenta alterações e pensar nos possíveis diagnósticos diferenciais. O volume alterado permite um maior grau de suspeição sobre a HPB, principalmente quando aliado aos sinais precoces da doença (SROUGI, CURY, 2006)

A observação não implica necessariamente ausência de tratamento. Medidas comportamentais não- farmacológicas poderiam ajudar de forma significativa na melhora dos sintomas leves, como a redução da ingestão hídrica noturna, a redução do consumo de cafeína e seus derivados, limitando a ingestão de alimentos contendo sal e pimenta, moderando a ingestão alcoólica e a prática regular de esportes (NARDI et al., 2014)

Existe a necessidade de avaliação clínica e laboratorial para o correto diagnóstico e exclusão de outras patologias. Condutas adequadas em quadros clínicos de urgências urológicas, pela cronicidade da HPB, permitem além do alívio rápido dos sintomas, a melhora do prognóstico da problemática em curso, que se negligenciada pode levar a óbitos. Há relatos de casos de pacientes assintomáticos antes da admissão no serviço de emergência, mesmo

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6 com aumento da próstata, com volume maior que 500 g e que apresentaram hematúria macroscópica de forma súbita, insuficiência renal aguda, com níveis de creatinina de 1,9 mg/dl, ureia de 64 mg/dl, hemorragia classe três, além de choque hipovolêmico, com necessidade de transfusão sanguínea urgente. (WROCLAWSKI et al., 2014).

A origem real do desconforto sentido com esse problema deve ser informada ao paciente, pois situações desagradáveis no cotidiano podem transformar um ato fisiológico em fardo com repercussões psíquicas, apesar de uma das hipóteses ser uma patologia benigna, o quadro clínico não está isento de riscos e complicações com a progressão da doença, que exige cuidados, o seguimento das recomendações médicas, além de realização dos exames solicitados. O empoderamento em saúde permite à população masculina ter maior autonomia a fim de contribuir para a melhoria da própria qualidade de vida.

É sabido que a maioria dos pacientes que freqüenta os ambulatórios/consultórios é constituída pelos denominados pacientes funcionais ou pscossomatizados e pelos portadores de afecções crônicas. Esta clientela majoritária, pela complexidade e subjetividade dos sofrimentos, somente pode ser aliviada adequadamente por médicos equipados com elevada cultura humanística, para isso é essencial a existência também na grade curricular de matérias como história da medicina, psicologia, tudo permeado pelo cimento da ética médica e da bioética para sua construção. A incorporação de conceitos éticos às normas profissionais é fundamental para edificar de forma justa e humanística a medicina (GODOY et al. 2014).

A graduação em medicina permite ao estudante obter conhecimento de uma variedade de disciplinas que trazem subsídios para o entendimento da Hiperplasia Prostática Benigna desde sua forma anatômica, a fisiopatologia, as manifestações clínicas que facilitam a compreensão da conduta clínica e terapêutica adequada para cada paciente com o intuito de melhor servir a sociedade no alívio e na cura dos sofrimentos e elevação da qualidade de vida, o que possibilita agregar ao futuro profissional um alicerce para um raciocínio clínico, essencial principalmente em relação aos sinais precoces da doença para evitar um prognóstico desfavorável.

Os estudantes de medicina têm um importante papel como multiplicadores de conhecimento junto à população leiga. Esses indivíduos que se encontram imersos na área da saúde tem sido alvo de pesquisas nos últimos anos, devido à importância que esses futuros profissionais apresentam no processo de aprimoramento do Sistema Único de Saúde (SUS) (FERNANDES et al. 2014).

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7 Na sociedade em rede, o conhecimento é o meio para desenvolvimento das diferentes formas humanas de atividade, neste contexto, o professor é muito mais um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua própria formação. O aluno precisa construir e reconstruir conhecimento a partir do que faz e os trabalhos científicos são aliados nesse processo (ROVER; CARVALHO, 2010).

Sabe-se que o conteúdo já é ministrado na graduação e é essencial para o futuro exercício da profissão de médico. No entanto, apesar da importância do tema para a sociedade contemporânea, não foram encontradas pesquisas atualizadas que indiquem a quantidade de homens com a Hiperplasia Prostática Benigna no Brasil e nem trabalhos sobre o conhecimento dos acadêmicos de medicina acerca da HPB. Esse problema de saúde pública ganhou maior visibilidade também para a população em geral, após o presidente da república apresentar um episódio de dor aguda e dificuldade ao urinar na manhã do dia 25 de outubro de 2017, enquanto ocorria votação decisiva para o futuro da nação, com grande repercussão na mídia mundial.

Tendo em vista, que após a conclusão do curso, o médico vai diagnosticar mais casos precocemente, prevenir agravos ao reduzir a quantidade de urgências urológicas, e contribuir com a diminuição das despesas do SUS, por serem evitadas futuras complicações, a condução adequada em relação à HPB foi questionada neste trabalho inédito.

O estudo aqui apresentado teve como objetivo avaliar o conhecimento dos acadêmicos de medicina a partir do 3º ano de curso sobre a Hiperplasia Prostática Benigna. Com o objetivo específico de descrever o conhecimento acerca da condução em relação à Hiperplasia Prostática Benigna entre os alunos do 6º, 7º e 8º período pelas respostas do questionário proposto que possui situações clínicas sobre o tema.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo do tipo transversal de natureza quantitativa. A pesquisa foi realizada fora dos horários das atividades acadêmicas em local reservado, nos dias 6, 9 e 10 de outubro de 2017, após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do UNINOVAFAPI com o número do CAAE 73834517.1.0000.5210 para garantir a todos os envolvidos os referenciais da bioética previstos na resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde que rege os princípios da pesquisa envolvendo seres humanos.

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8 Essa Instituição de Ensino Superior credenciada pela Portaria MEC nº 1.130 de 11/09/2012, originada da Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí – NOVAFAPI localizado à Rua Vitorino Orthiges Fernandes 6123, Bairro Uruguai, Teresina-Piauí, CEP-64.073-505 iniciou suas atividades acadêmicas em 12 de fevereiro de 2001. O Centro Universitário Uninovafapi obteve autorização pelo MEC para oferta do curso de Medicina presencial em 9 de julho de 2004 e tem como proposta a preparação do Médico através de uma formação generalista, humanista, ética, crítica e reflexiva a fim de que esse futuro profissional seja capacitado a atuar, pautado em princícios éticos e no processo de saúde-doença, em seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, na perspectiva da integridade da assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano. Único curso de medicina do Piauí avaliado pelo ENADE de 2016 que entrou no ranking divulgado pelo MEC dos melhores curso de Medicina do Brasil. O Uninovafapi apresenta, atualmente, 20 cursos em diversas áreas ofertados na modalidade presencial e a distância.

Estavam matriculados 210 discentes no 6º, 7º e 8º período do curso de medicina. O tamanho da amostra (n) inicialmente foi calculado com uma margem de erro de 5,5 % (E) com um nível de confiança de 95% (z = 1,96) em o valor do parâmetro de 0,50 (P = 0,5; Q = 1 – P). Nestas condições, de acordo com a fórmula do cálculo da amostra para uma população finita, objetivou-se aplicar a pesquisa com 126 acadêmicos: 41 estudantes do 6º período, 43 do 7º e 42 do 8º período, essa quantidade era proporcional ao número de alunos matriculados nos respectivos períodos. A seleção dos alunos por período ocorreu por meio de uma amostragem não probabilística do tipo intencional. Os alunos foram listados a responderem o questionário e realizado um sorteio.

Foram considerados critérios de inclusão os 112 acadêmicos de medicina do 6º, 7º e 8º período do Uninovafapi matriculados no período de 2017.2 selecionados aleatoriamente que responderam o questionário da pesquisa por completo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido- TCLE (Anexo A). Foram excluídos os acadêmicos de medicina do Uninovafapi do 6º e 8º período que assinaram o TCLE, mas não responderam o questionário da pesquisa de forma completa ou marcaram mais de uma alternativa.

O questionário (apêndice A) semiestruturado foi elaborado pelos próprios pesquisadores possui 10 questões fechadas atualizadas sobre a condução acerca da Hiperplasia Prostática Benigna. Os alunos receberam orientações para não consultarem livros

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9 ou meios eletrônicos durante a realização do teste em local reservado e foram monitorados pela pesquisadora que realizou a coleta dos dados. O questionário também possui uma introdução explicativa e dez perguntas objetivas que foram respondidas pelos alunos com duas opções: a letra A se refere ao código que significa sim para a afirmativa e a letra B se refere à resposta não. O tempo de resposta foi de aproximadamente 15 minutos. Para obter 1 ponto em cada questão, o código B deveria estar na 1ª, 2ª, 3ª, 5ª e 7ª questão e o código A na 4ª, 6ª, 8ª, 9ª e 10ª questão.

Para classificar a variável conhecimento, as respostas referentes às questões do instrumento de coleta de dados seguiram as diretrizes urologia da Associação Médica Brasileira (AMB), juntamente com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). (NARDI et al., 2014).

Foi atribuído um valor máximo de 1 ponto para cada resposta correta e zero para respostas erradas. O total de pontos foi 10 que correspondeu a 100%, equivalente ao acerto das 10 questões que possuem o mesmo peso 1. Posteriormente, foi aplicada uma escala categorizando-o em intervalos percentuais de 2 classes: insatisfatório de 10 a 60% (1 a 6 pontos); e satisfatório de 70 a 100% (7 a 10 pontos) de acertos, entende-se por satisfatório como sinônimo de rendimento suficiente, que foi alcançado o resultado esperado

A análise estatística consta de um estudo estatístico descritivo através das freqüências absolutas (nº) e relativa (%) e aplicação de um teste de comparação de proporções para verificar a evolução percentual do conhecimento apresentado pelos acadêmicos do 6º, 7º e 8º período. Para estimar percentuais de acertos foram construídos intervalos de 95 % de confiança, a margem de erro foi de 6,4 para a amostra alcançada de 112 acadêmicos. O coeficiente de correlação não paramétrico de Spearman’s foi usado para correlacionar o período do curso com o número de acertos. Os dados colhidos na pesquisa foram processados na planilha EXCEL e no programa IBM (SPSS) version 20.0. Os resultados são apresentados na forma gráfica e tabulados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Mais da metade obtiveram o conceito de rendimento satisfatório correspondente ao acerto entre 7 até 10 questões por 103 acadêmicos (92%), enquanto apenas 9 (8%) receberam a classificação de insatisfatório.

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10 Apesar de não ser uma doença rara, não há trabalhos anteriores a esse que investigue a sapiciência dos estudantes de medicina acerca de situações clínicas sobre a HPB, não sendo possível a comparação dos resultados com outras pesquisas

Tabela 1-Frequência absoluta e relativa de acertos dos acadêmicos de medicina do UNINOVAFAPI sobre a condução da hiperplasia prostática benigna por pergunta do questionário. Teresina (PI), 2017.

Pergunta N (%)

Conforme a tabela 1, nenhuma pergunta foi acertada por todos os participantes, embora a maioria apta a reconhecer o problema e encaminhar ao especialista. A 1ª questão buscava descobrir se os estudantes tinham a habilidade de interpretar o aumento do volume da próstata descrito de 40 gramas como um sinal de alarme, 73% foram bem-sucedidos ao escolherem que nesse caso não eram recomendadas somente as mudanças no estilo de vida.

A 2ª questão do questionário foi acertada por 82 % dos acadêmicos que se lembraram do papel da testosterona na etiologia dessa doença, juntamente com o aumento da idade. A etiologia da hiperplasia da próstata ocorre pelo desequilíbrio entre proliferação e morte celular (apoptose). Os androgênios induzem à proliferação e diferenciação das células prostáticas e inibem a morte celular programada. Portanto, o aumento do volume da próstata ocorre por hiperplasia e não por hipertrofia (NETTO, RODRIGUES, 2007).

Do ponto de vista histológico, a próstata possui três zonas distintas, sendo a zona de transição de importância médica, por ser o local onde se origina a maioria das Hiperplasias P.1-Peso prostático > 40 g recomenda-se só mudar o estilo de vida? (Não) 82 73,21

P.2-Idade é fator determinante?(Não) 92 82,14

P. 3-A HPB tem relação excludente com câncer de próstata?(Não) 86 76,78 P.4-São complicações retenção urinária aguda, insuficiência renal? (Sim) 109 97,32 P. 5-Cirurgia é o único tratamento em pacientes com ansiedade?(Não) 103 91,26

P.6-PSA contribui para o diagnóstico? (Sim) 106 94,64

P.7-O toque retal define tratamento? (Não) 75 66,96

P.8-Sintomas obstrutivos: hesitação, esforço e jato fraco? (Sim) 107 95,53 P.9-Finasterida inibe a progressão, pode ser usada com Doxasosina?(Sim) 92 82,14 P.10-A Tansulosina é prescrita em urgências urológicas? (Sim) 60 53,57

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11 Prostáticas Benignas. A próstata normal apresenta glândulas túbulos-alveolares formada por um epitélio cuboide ou pseudoestratificado colunar, e o estroma, constituído por elementos fibromusculares e uma matriz protéica. A HPB caracteriza-se pela proliferação de nódulos que circundam a uretra, há o aumento do número das células tanto no tecido glandular e principalmente pelo crescimento do estroma. O componente epitelial é responsável pela produção de 15% do líquido espermático, enquanto o tecido fibromuscular tem o papel de se contrair e produzir a emissão do esperma no momento da ejaculação. A Hipertrofia prostática benigna em que ocorre é o aumento do tamanho das células, ocorre em 50% dos homens com mais de 50 anos e em 95% dos homens com mais de 70 anos (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2008).

As células epiteliais produzem o antígeno prostático específico (APE) e fosfatase ácida. Ambos os tipos celulares expressam receptores dos androgênios e dependem desses hormônios para o crescimento. No interior da glândula, a enzima 5 α-redutase converte a testosterona, o androgênio circulante mais importante, em diidrotestosterona. A parte periuretral da próstata aumenta de tamanho durante a puberdade e após os 55 anos de idade, devido ao crescimento de células não- malignas na zona de transição da glândula que circunda a uretra (HAUSER et al., 2008).

A 3ª questão foi acertada por aproximadamente 77% dos alunos ao concordaram que essa patologia não pode sofrer metástase para outros órgãos e que a presença do HPB também não exclui o câncer de próstata, as duas patologias podem estar presentes e causam sintomas semelhantes, já que prejudicam a fisiologia do ato miccional ao comprimirem o canal da uretra por onde passa a urina.

O exame do toque retal é um importante aliado, juntamente com a dosagem dos níveis de PSA livre e total, para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, quando o PSA livre se apresenta menor que o PSA total, a possibilidade de ser neoplasia maligna é maior, ambas as patologias podem ocorrer na mesma faixa etária (VIEIRA et al., 2012).

A citoscopia, disponível apenas nos cuidados de saúde secundário em que se insere uma sonda por meio do pênis e do canal uretral é o exame padrão- ouro para avaliar a bexiga (CASANOVA, SOUSA, 2015).

A pergunta nº 4 sobre o conhecimento das possíveis complicações da HPB foi acertada pela maioria, e se refere também a necessidade de realizar citostomia que é a abertura cirúrgica da bexiga para a colocação de um cateter em casos de retenção urinária em região suprapúbica, utlizada principalmente após tentativas anteriores sem sucesso de

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12 sondagem vesical que resulta em lesão de uretra pelo aumento da próstata que obstrui o caminho até a bexiga. Destaca-se que apesar de 97% dos participantes acertarem essa questão, somente 53% dos estudantes responderam corretamente a 10ª pergunta sobre o tratamento medicamentoso adequado para evitar o risco de complicações e melhorar a sintomatologia do paciente em casos de urgências urológicas, o que sugere a importância de encaminhar o paciente ao urologista, nesses casos, que compete ao clínico geral.

Para reverter o quadro de retenção urinária aguda, visto clinicamente pelo abaulamento suprapúbico, durante exame físico na região abdominal, um diagnóstico diferencial com abdômen agudo também deve ser descartado, pois ambos tornam o abdômen globoso, mas as condutas médicas são diferentes, pois na HPB é necessária a sondagem vesical de alívio e não laparotomia. Entende-se por retenção urinária a súbita incapacidade de urinar, o que gera excessiva distensão vesical, 300 a 400 ml já seria suficiente para provocar isquemia, sendo essencial a drenagem de volume através de cateterização (supra púbica ou uretral), equivalente a 4% do volume retido para o alívio da tensão vesical e da dor de forma imediata. Nos casos avançados, pode haver comprometimento da função renal, devido ao aumento da pressão retrógrada, com graus variáveis de uremia (LOPES, TAJRA, 2008).

A incidência de ITU aumenta, a partir dos 50 anos, pelo alargamento da próstata que contribui para o acúmulo de urina residual, e conseqüente proliferação de bactérias, é importante investigar a ocorrência de uma possível pielonefrite aguda a fim de erradicar o patógeno, que pode ascender para as vias urinárias altas, com antimicrobianos bactericidas, como a Ciprofloxacina 500 mg, 12/ 12 h por via oral durante 7 a 14 dias ou 200 a 400 mg, 12/ 12 h, IV. Os quadros mais comuns de hematúria grave envolvem o trato urinário inferior, a próstata e a bexiga. (LOPES, TAJRA, 2008).

Das várias etiologias e sintomas clínicos associados com sintomas do trato urinário inferior, a hiperplasia prostática benigna (HPB) é considerada uma causa primária, uma das etiologias adquiridas de forma extrínseca que provocam obstrução do trato urinário inferior. A ocorrência de obstrução parcial ou crônica pode ser assintomática ou causar apenas desconforto lombar. A ausência de sintomas da obstrução faz com que, em alguns casos, o diagnóstico seja tardio com hidronefrose grave na ultrassonografia. Nas afecções bilaterais dos rins, a uremia decorrente da retenção de resíduos na insuficiência renal agrava as manifestações clínicas. É importante ressaltar que não há relação direta entre o tamanho da próstata e a intensidade dos sintomas, pacientes com grande aumento podem não ter obstrução

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13 uretral, ao passo que glândulas pouco aumentadas, mas com hipertrofia do lobo médio ou com hiperplasia estromal podem causar obstrução importante (SROUGI, CURY, 2006).

A doença proliferativa benigna pode ocasionar sensação de urgência miccional, micção intermitente, diminuição do jato urinário, esvaziamento incompleto da bexiga e extravasamento após o ato de urinar. A gravidade desses sintomas pode ser quantificada com o índice de sintomas da American Urological Association (AUA). A resistência ao fluxo urinário diminui a complacência da bexiga, ocasionando noctúria, urgência e, por fim, retenção urinária. Um episódio de retenção urinária pode ser precipitado por infecção do trato urinário, tranqüilizantes, anti-histamínicos e álcool. É comum a estabilização dos sintomas com o tempo, e não ocorre obstrução (HAUSER et al., 2008).

Os quadros clínicos persistentes da HPB com sintomas de esvaziamento ou obstrutivos, resultado do efeito mecânico da próstata sobre a uretra, como interrupção do jato urinário, incontinência paradoxal, quando a urina residual se torna significativa, a urina passa a ser eliminada quase continuamente, fluxo urinário fraco, hesitação, demora em iniciar a micção, gotejamento terminal, aumenta a ocorrência das retenções urinárias agudas em conjunção com a deterioração funcional da musculatura detrusora em homens mais idosos (LOPES, TAJRA, 2008).

Em alguns pacientes, há sintomas de armazenamento ou irritativos habituais como urgência, a pressa para chegar ao sanitário predispõe a quedas no idoso, e necessidade de trocas constantes de fraldas geriátricas. A noctúria é o aumento da freqüência urinária à noite que desregula o sono saudável e impacta as atividades diurnas com alterações de humor que acarretam prejuízos ao relacionamento saudável com familiares e amigos, além de repercutir em nível profissional, pois a faixa etária atingida pela HPB também inclui homens que ainda estão no mercado de trabalho (CLARO, 2012).

A polaciúria, em que pequenas quantidades de urina são eliminadas várias vezes ao dia, em curto espaço de tempo, associada à estrangúria, sensação de queimação, dor suprapúbica, também compõem o fardo de sintomas do trato urinário inferior denominado irritativo (CASANOVA, SOUSA, 2015).

Além da insuficiência renal, são sinais e sintomas indicativos de complicações por obstrução urinária ou pelo esforço para urinar: hérnia inguinal, hemorróidas, anemia, falência vesical, ou seja, perda completa da capacidade de contração da bexiga, diminuição da libido e piora no desempenho sexual. (PORTO, 2009).

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14 Entende-se por uremia, os sintomas inespecíficos de fadiga, fraqueza e náusea, vômitos pela manhã, prurido, confusão, pericardite e coma atribuído à retenção de resíduos na insuficiência renal e que nem sempre se relacionam com o nível de uréia. A insuficiência pós – renal também chamada de nefropatia obstrutiva, implica bloqueio do fluxo urinário, dessa forma, o tratamento visa o alívio da obstrução. A obstrução prostática por hipertrofia benigna é uma das causas mais comuns de nefropatia obstrutiva. (TOY, PATLAN, 2011).

Na 6ª questão, 94% dos participantes acertaram que o exame do PSA deve ser solicitado inicialmente e a necessidade da avaliação especializada também do nefrologista para investigar sangramento de grande importância na urina A hematúria macroscópica e também microscópica sinaliza maior preocupação, geralmente, nos casos de HPB de moderada a grave.

Há diferentes causas de hematúria no adulto com origem em diferentes pontos do trato geniturinário, pode ser observada em outras urgências urológicas também, como litíase urinária, câncer de próstata, dessa forma, quando presente, exige a exclusão dessas patologias, o que implica em exames complementares (LOPES, TAJRA, 2008).

A questão 5 que questiona se a cirurgia é conduta médica de escolha como o único tratamento da HPB em casos de paciente com histórico de somatização sobre os sintomas não foi respondida corretamente por 9% dos participantes, ou seja, percentual maior do que 8 % daqueles classificados com o conhecimento insatisfatório sobre a condução da HPB, o que indica mesmo que para uma minoria, a necessidade de reforçar a importância em analisar o paciente do ponto de vista da totalidade do ser humano, pois não levaram em consideração as emoções, os aspectos psicológicos ou psiquiátricos que podem estar presentes também no contexto que precipitou esse quadro agudo.

Sabe-se que o uso de antidepressivos tricíclicos como a amitriptilina pode desencadear retenção urinária aguda, uma complicação que o medicamento para os sintomas da próstata, como a associação de dutasterida e tansulosina busca evitar, a nova terapêutica para um idoso que já use antidepressivos precisa se adequar também através da substituição da amitriptilina nesses casos por um com menos efeitos colaterais, como um inibidor da recaptação de serotonina, o escitalopram. O problema de uma patologia muitas vezes não se limita a um órgão de forma isolada, principalmente na faixa etária geriátrica que geralmente apresenta outras comorbidades e utiliza vários fármacos (polifarmácia), dessa forma, o tratamento pode não ser efetivo em indivíduos diferentes com o mesmo diagnóstico. Há maiores riscos de

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15 falha do tratamento pelas interações medicamentosas, por isso o propanolol, um beta – bloqueador, não é indicado juntamente com um alfa-bloqueador como a tansulosina.

Verificou-se em um estudo observacional recente realizado em pacientes com HPB com idade maior ou igual a 40 anos, que a manifestação clínica dessa patologia está fortemente associada a distúrbios psiquiátricos, como depressão, ansiedade e vulnerabilidade ao estresse e deficiências de atividades instrumentais durante a vida diária. Ansiedade pode estar também envolvida como um fator de risco para a gravidade e progressão. No processo de somatização, o indivíduo não consegue exprimir suas emoções e a energia psíquica é direcionada e descarregada no corpo físico, o que resulta em um problema detectável nos exames clínicos e laboratoriais. O tratamento atual para sintomas da HPB pode não melhorar totalmente se os distúrbios psiquiátricos subjacentes não são devidamente resolvidos. Esse enfoque no aspecto psicológico da doença é destacado nas pesquisas mais recentes, com a conexão entre a mente e o corpo que estão interligados (YANG et al., 2014).

Nos países mais desenvolvidos, com alto índice de desenvolvimento humano (IDH), desde há muito tempo, a HPB, é considerada um importante problema em saúde pública. Pacientes com sintomas graves, com piora importante da qualidade de vida ou com repercussão significativa da HPB em relação à função renal, funcionamento vesical ou anatomia do trato urinário, devem ser submetidos a tratamento cirúrgico (CLARO, 2012).

São indicações absolutas de cirurgia na próstata: retenção urinária recorrente ou refratária, incontinência por transbordamento, infecções recorrentes do trato urinário, cálculos ou divertículos na bexiga, hematúria macroscópica devido à HPB, ou dilatação do trato urinário superior devido à HPB, com ou sem insuficiência renal. Além disso, é geralmente necessária, quando os pacientes obtiveram alívio insuficiente dos sintomas do trato urinário inferior ou do resíduo pós-miccional, após a instituição dos tratamentos conservadores ou medicamentosos (NARDI et al., 2014).

Tradicionalmente, o padrão–ouro ressecção endoscópica da próstata, realizada por via transuretral (RTUp) apresenta mais complicações do que os procedimentos minimamente invasivos, realizados sem internação do paciente, por isso essa outra opção cirúrgica foi mais realizada nos últimos anos. Da mesma forma, a fotovaporização da próstata (FVP), ou seja, a utilização do laser no tratamento da HPB, procedimento amplamente utilizado em substituição à RTUp, foi 15 % mais econômica que a ressecção endoscópica. Tão ou mais importantes que a vantagem econômica para a instituição e para o Estado, contudo, são as vantagens clínicas e sociais para a população. Os homens com HPB tratados com FVP com

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16 laser apresentam ótimos resultados, com resolução dos sintomas e exames objetivos que comprovam a desobstrução da próstata. As complicações são muito raras, e o retorno à plena atividade familiar, social, sexual e profissional é praticamente imediato (CLARO, 2012).

O procedimento de embolização das artérias da próstata foi aprovado para a realização do tratamento da Hiperplasia Prostática Benigna, recentemente, no Brasil e ainda ocorre em âmbito acadêmico, experimentalmente. Considerado de alto risco e complexidade, válida e utilizável na prática médica, pois ao bloquear o suprimento sanguíneo evita o crescimento exagerado da glândula. A indicação deverá ser precedida da avaliação de um médico urologista, que determinará qual a opção mais adequada para o tratamento da HPB em cada paciente, conforme Protocolo de Embolização de Próstata (CFM, 2016).

A 7ª pergunta permite discutir a importância do toque retal na investigação da possibilidade de uma neoplasia maligna, aproximadamente 67% dos discentes demonstraram conhecimento satisfatório sobre as características semiológicas esperadas.

O toque digital retal é o principal exame a ser feito, apesar de certa imprecisão para definir o tratamento real da próstata. A próstata normal apresenta tamanho de uma castanha, forma triangular, limites nítidos, superfície lisa, consistência muscular, sensibilidade dolorosa. Nos quadros de HPB, a glândula evidencia forma globosa, aumento simétrico da próstata, consistência fibroelástica, superfície lisa, móvel, limites precisos, sulco mediano presente, ausência de nódulos endurecidos e sensibilidade diminuída (PORTO, 2009).

A 8ª questão que cita os sintomas obstrutivos da HPB e afirma que para a confirmação do diagnóstico é necessário além das manifestações clínicas, também o resultado dos exames complementares, foi respondida corretamente por 95% dos voluntários. Essa patologia juntamente a outras afecções que também podem ocorrer na próstata são mais divulgadas na mídia em geral, principalmente, durante o conhecido‘‘novembro azul’’, mês em que se comemora o dia do homem com o objetivo primordial de conscientizar a população masculina sobre os cuidados que devem ser realizados com a própria saúde.

Tendo em vista que ainda impera um preconceito com o exame do toque retal, a população masculina sente constrangimento, na maioria das vezes, quando chegam ao serviço especializado já apresentam a forma mais complicada da doença, em busca de uma possível recuperação da saúde, em vez de procurar antes a atenção básica, para a prevenção de agravos (VIEIRA et al., 2012).

Na presença de sintomas miccionais, existe uma forte tendência, em direcionar as hipóteses diagnósticas para a HPB, responsável pela obstrução do trato de saída da bexiga. No

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17 entanto, é necessário seguir um raciocínio cuidadoso de forma a excluir as patologias que envolvem todo o aparelho urinário, envolvendo: a próstata, uretra, bexiga e os esfíncteres (CASANOVA, SOUSA, 2015).

Recomenda-se a realização de exame de urina, além de creatinina e PSA séricos, para todos os pacientes com sintomas de aumento da frequência urinária, noctúria, hesitação, urgência urinária e jato urinário fraco. A ultrassonografia também pode ser utilizada para medir o volume total da próstata e para avaliar a progressão da HPB, essas informações são relevantes para se considerar o tratamento com um inibidor da cinco alfa – redutase, ou a possibilidade de cirurgia (NARDI et al., 2014).

A 9ª questão que avalia o conhecimento do efeito do tratamento medicamentoso da HPB em evitar a progressão da doença foi acertada por 82 % dos alunos. Nas doenças proliferativas benignas, devem se ponderar os sintomas de polaciúria, infecção e potencial de obstrução contra os efeitos colaterais e as complicações do tratamento clínico ou cirúrgico. (HAUSER et al. 2008).

A finasterida (10 mg/dia VO) e dutasterida (0,5 mg /dia VO) são os dois inibidores da enzima 5 α-redutase. Esses medicamentos bloqueiam a conversão da testosterona em diidrotestosterona, diminuem o tamanho da próstata, aumentam as taxas de fluxo urinário e melhoram os sintomas. Também reduzem pela metade os níveis basais de Antígeno Prostático Específico (APE), uma consideração importante quando se usa o APE para orientar as recomendações de biópsia. Dessa forma, os pacientes tratados com finasterida por seis meses ou mais, devem ter os valores de APE duplicados para comparação com os valores normais que seriam obtidos se não fosse utilizado esse medicamento. A finasterida além de ser utilizada no tratamento da HPB também foi testada como agente preventivo do câncer de próstata em homens a partir dos 55 anos de idade no Ensaio sobre a Prevenção do Câncer de Próstata. A taxa de detecção de câncer de próstata foi de 18,4% (803 de 4364) no grupo da finasterida e de 24,4 % (1147 de 4692) no de placebo. (HAUSER et al., 2008).

São medicamentos presentes no RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais) 2014, o mesilato de doxazosina 2 mg e 4mg e a Finasterida 5mg, que passaram também a ser disponibilizados pelo SUS devido à importância do uso contínuo, para isso é necessário que o médico constate a necessidade para algum paciente e solicite o envio para a farmácia da unidade básica de saúde (RENAME, 2014).

A 10º e última pergunta, foi a que teve menos acertos, ressalta-se que para uma situação de urgência urológica, desencadeada pela Hiperplasia Prostática Benigna, a escolha

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18 do medicamento mais apropriado é um antagonista dos receptores alfa -1 adrenérgicos como a Tansulosina, pois há a necessidade de alívio rápido principalmente dos sintomas obstrutivos como incontinência urinária paradoxal, além dos irritativos como a disúria, noctúria (LOPES, TAJRA, 2008).

Observa-se um modesto destaque da 7ª série em relação às demais, pois foi contabilizado um maior número de acertos no questionário, deve-se ressaltar que contribuíram para essa evidência o maior número de voluntários nessa classe que respeitaram os critérios de inclusão da pesquisa, além de ser o período, em que a disciplina de urologia é ministrada (gráfico 1).

Tendo em vista que a expectativa inicial ao elaborar o projeto em que se busca comparar o conhecimento por séries é encontrar uma curva de aprendizado crescente nas séries subsequentes, com maior diferença entre as séries que já tivessem cursado a disciplina de geriatria, clínica médica e urologia, com o alcance de um ápice no 8º, último período, da comparação que está mais próximo de iniciar o internato médico (GODOY et al. 2014).

29% 35% 28% 0 5 10 15 20 25 30 35 40 6º 7º 8º Per ce n tu al d e c o n h e ci m e n to % Período

Gráfico 1 -Percentual de conhecimento satisfatorio sobre a condução da hiperplasia prostática benigna, por período do curso de medicina do UNINOVAFAPI, 2017, Teresina-PI

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19 Observa-se no gráfico 2 que no 6º período, 3 questionários foram avaliados com o conhecimento insatisfatórios sobre HPB, dentro desse grupo 1 (1 %) aluno teve 6 acertos e 2 (2%) obtiveram 5 acertos, enquanto 33 considerados satisfatórios, 4 (4 %) com nota 10. No 7º período, 4 questionários com conhecimento insatisfatório ,1 (%) com 3 acertos em um total de 10 questões, 3 (%) questionários com 6 pontos. No total, 39 acadêmicos foram classificados com o conhecimento satisfatório. No 8º período, somente 2 foram considerados com o conhecimento insatisfatório, 1(%) com 5 acertos e o outro (1%) teve 6 acertos, enquanto 31 foram considerados com o conhecimento satisfatório, acertaram 10 questões somente 3 (%). . O coeficiente de correlação não paramétrico de Spearman's também foi usado para correlacionar o período do curso com o número de acertos e constatou não haver correlação para os períodos e o percentual de acertos, com p = 0, 6667.

Ao ser realizado o teste binomial para duas proporções, foi obtido p = 0,38 ao ser comparados os respectivos períodos 6º versus 7º e também não indicou diferença significativa (p > 0,05) entre o 7º versus 8º, pois p = 0,6 ao ser analisado também os valores da amostra de 43 alunos e o resultado satisfatório de 39 questionários do 7º período em comparação aos 33 questionários da amostra com 31 resultados satisfatórios do 8º período. Dessa forma, não houve evolução percentual de conhecimento estatisticamente nesse trabalho.

0% 2% 1% 7% 12% 7% 4% 1% 0% 3% 7% 7% 16% 4% 0% 1% 1% 4% 10% 11% 3% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 18% 3 5 6 7 8 9 10

Número de questões corretas

Gráfico 2- Percentual de acertos sobre a condução da hiperplasia prostática benigna, em cada pontuação por período do curso de medicina do UNINOVAFAPI benigna, 2017, Teresina-PI

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20 Através do programa SPSS observou-se que não houve discrepância entre os valores de média de acertos entre os 3 períodos analisados que apresentaram a média 8, classificada na categoria satisfatória de conhecimento sobre a condução da HPB (gráfico 3).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível constatar que a maioria dos acadêmicos de medicina a partir do 3º ano do curso em um Centro Universitário, em Teresina-PI, possui conhecimento satisfatório sobre a condução de situações clínicas sobre a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), dessa forma, o tema é bem incluído e receptado durante a formação médica, com a média 8, mostrando a relevância das disciplinas básicas e clínicas iniciais. Não foi estabelecida com essa pesquisa correlação estatística entre o número de acertos e o período do participante.

Esse trabalho busca estimular os futuros profissionais da saúde a pesquisar cada vez mais informações atualizadas a fim de que o conhecimento possa estar em constante evolução com o decorrer da experiência clínica, além de auxiliar no aperfeiçoamento dos estudantes como agentes divulgadores de informações científicas e construtores de um atendimento de excelência para esses pacientes que já tem dificuldades em verbalizar as próprias necessidades

Média Máximo Mínimo DP

Nº de acertos 8 10 5 1 8 10 3 1 8 10 5 1 8 10 3 1

Gráfico 3 -Média, máximo, mínimo e desvio padrão do número de acertos sobre hiperplasia prostática benigna por período sobre o conhecimento dos acadêmicos de medicina.Teresina(PI), 2017

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21 de saúde, com receio de significar uma possível demonstração de fragilidade perante os outros.

A prevenção de agravos com mais diagnósticos precoces dessa patologia, a promoção da saúde possibilitam reduzir os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) e também melhorar a qualidade de vida, pois a HPB sem tratamento pode levar a um prognóstico desfavorável, principalmente quando em associação com outras comorbidades.

O tema deve ser cada vez mais discutido e novos estudos devem ser realizados a fim de contribuir para a conscientização da população masculina de que o cuidado também faz parte da própria identidade e sobre a grande importância da adesão ao tratamento.

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22 AGRADECIMENTOS

A motivação para o trabalho foi à experiência pessoal da autora com o próprio pai. Agradecimentos a Deus pela vida, pelos dons concedidos e pela força suprema que me guia, a família, ao orientador João Luiz Vieira Ribeiro, aos médicos Gerardo Vasconcelos Mesquita, Fernandina Maria Neiva Santos Fonseca, aos urologistas Luís Carlos Feitosa Tajra e Delson Castelo Branco Rocha Filho, aos professores e colegas colaborativos, aos acadêmicos que participaram dessa pesquisa e ao Centro Universitário UNINOVAFAPI.

REFERÊNCIAS

1. GODOY, M. C. et al. Avaliação do conhecimento da Ética Médica dos graduandos de medicina. Revista Brasileira de Educação Médica, v.38, n 1, p 31- 37, 2014.

2. CASANOVA, J.S.; SOUSA, A. O descortinar de um diagnóstico de hematúria: relato de caso. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, v. 31, n 3, Lisboa, junho. 2015.

3. CLARO, J.A. A experiência bem – sucedida do Centro de Referência da Saúde do Homem no tratamento da hiperplasia benigna da próstata. BIS, Boletim do Instituto de Saúde vol.14 no. 1 São Paulo, 2012.

4. CFM - Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM Nº 2.143/ 2016. Disponível em:<http: //www.portalmedico.org.br>. Acesso em: 14 de abril 2017.

5. CURY, J; SROUGI, M. Urologia básica: curso de graduação médica. um ed. Barueri-São Paulo: Manole, 2006. 105 p.

6. DANGELO, J.G. FATTINI, C.A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2007. 763 p.

7. FERNANDES, C.R.et al. Conhecimento de Estudantes de Medicina sobre o Funcionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Revista Brasileira de Educação Médica. Vol. 38 (Supl. 2), pág. 253-260, UFC, Fortaleza, 2014. 8. HAUSER, S. L.; et al. Harisson: Medicina interna. 17 ed. vol.2. Rio de Janeiro: Mc

Grow- Hill, 2008.

9. JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 523 p.

10. LOPES, R.M; TAJRA, L.C.F. Urgências em urologia. 1 ed. São Paulo: ROCCA, 2008.180 p.

(25)

23 11. NARDI A. C. et al. Diretrizes urologia- AMB. 1 ed. São Paulo: Sociedade Brasileira de

Urologia, 2014. 392 p.

12. NETTO JR, RODRIGUES N. Urologia prática. 5 ed. São Paulo: Roca, 2007 13. PORTO, C.C. Semiologia médica. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2009. 1340 p.

14. RENAME- Relação Nacional dos Medicamentos Essenciais, 2014, vol2. Disponível em: <http: //portalsaude. saude. gov.br>. Acesso em: 12 de dezembro de 2016.

15. ROVER, A.J.; CARVALHO, M. O Sujeito de conhecimento na sociedade em rede. Florianópolis: Fundação Boiteux,p. 29. 2010.

16. SROUGI, M. et al. Doenças da próstata. Revista Médica. São Paulo, v. 87, n. 3, p. 166-177, jul.-set, 2008.

17. TOY, PLATAN. Casos clínicos em medicina interna. 3 ed. Porto Alegre: AMGH, 2011. 591 p.

18. WROCLAWSKI, M. L; et al. Hiperplasia Prostática Gigante: hematúria macroscópica com choque hipovolêmico em paciente previamente assintomático.Einstein (São Paulo). São Paulo, v.13, n.3, 2015.

19. VIEIRA, C. G; et al. O homem e o câncer de próstata: prováveis reações diante de um possível diagnóstico. Revista Científica do ITPAC. Araguaína, v. 5, n. 1, pub. 3, janeiro 2012.

20. YANG, J. Y. et al. A influência da depressão, ansiedade e somatização sobre os sintomas clínicos e resposta ao tratamento em pacientes com sintomas de trato urinário inferior sintomas sugestivos de hiperplasia prostática benigna. (traduzido). Jornal Coreano Medicina e Ciência. ; v.29, n.8, p. 1145-1151, Agosto, 2014.

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24 APÊNDICE

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25 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLÓGICAS DO PIAUI- UNINOVAFAPI

APÊNDICE A- QUESTIONÁRIO nº______ AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA SOBRE HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA

Pesquisadora: Mayara Amorim Pereira

Data: Período do participante da pesquisa:

Tendo em vista que a maioria dos homens possui desatenção com a própria saúde, a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) geralmente quando é diagnosticada já está nas fases mais evoluídas da doença. Sobre essa patologia, diante das situações propostas, marque um X em A se a resposta for SIM ou um X em B se a resposta for NÃO de acordo com seus conhecimentos sobre o tema:

1. A próstata normal de um homem adulto pesa cerca de 20 g e para dimensões acima de 40 g detectadas no ultrassom abdominal recomenda-se apenas mudanças no estilo de vida?

A () SIM B () NÃO

2. Por ser o aumento da idade fator determinante para o desenvolvimento da HPB, o médico deve descartar esse diagnóstico em pacientes do sexo masculino na faixa etária dos 30 anos mesmo com a presença de infecção do trato urinário de repetição?

A () SIM B () NÃO

3. A Hiperplasia Prostática Benigna não pode sofrer metástase e sua presença exclui o câncer de próstata?

A () SIM B () NÃO

4. A HPB sem tratamento pode levar a várias complicações como retenção urinária aguda, insuficiência renal com necessidade de internação hospitalar para a realização de citostomia?

A () SIM B () NÃO

5. Quando o paciente tem histórico de depressão, ansiedade e somatização sobre os sintomas, a cirurgia é conduta médica de escolha como o único tratamento da HPB? A () SIM B () NÃO

6. O médico deve solicitar o PSA e também realizar o toque retal para investigação dos diagnósticos diferenciais da HPB quando há sinal de hematúria, sendo importante o acompanhamento com o urologista e nefrologista?

A () SIM B () NÃO

7. Nos quadros de HPB o toque retal apresenta sensibilidade diminuída, consistência fibroelástica, ausência de nódulos endurecidos. Esse exame permite que o médico defina o tratamento real da próstata?

(28)

26 8. São sintomas obstrutivos da HPB: hesitação, esforço miccional e jato fraco. Para o diagnóstico dessa patologia é necessário além das manifestações clínicas a realização de exames complementares?

A () SIM B () NÃO

9. A Doxasosina associada à Finasterida é um medicamento utilizado para alívio dos sintomas de HPB e que também permite a redução do volume da próstata após cerca de 4 meses de tratamento?

A () SIM B () NÃO

10. Na presença de sintomas irritativos como polaciúria, urgência, nictúria, o Cloridrato de Tansulosina 0,4 mg é o mais moderno alfa-1 bloqueador seletivo prescrito principalmente em casos de urgências urológicas para alívio dos sintomas sem alterar os valores do PSA? A () SIM B () NÃO

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27 ANEXO

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