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POTENCIAL DE COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS NA ÁREA DE MANEJO DA RESERVA EXTRATIVISTA TAPAJÓS ARAPIUNS

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Academic year: 2020

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Potencial de comercialização de

produtos florestais não madeireiros na

área de manejo da reserva extrativista

Tapajós Arapiuns Pará

Andrea Araújo da Silva1;

Lizandra Elizeário dos Santos2;

Girlene da Silva Cruz3;

Renato Bezerra da Silva Ribeiro4;

João Ricardo Vasconcelos Gama5;

1 Graduada em Engenharia florestal; E-mail: florestalandrea@gmail.com;

2 Mestranda em Ciências Florestais na Universidade Federal Rural da Amazônia; E-mail: lizandraeliziari@hotmail.com; 3 Mestranda em Engenharia Florestal na Universidade do Estado de Santa Catarina; E-mail: girlene.lenecruz@gmailemail.com; 4 Professor Assistente da Universidade Federal do Oeste do Pará; E-mail: florestalrenatoribeiro@gmail.com;

5 Professor Assistente da Universidade federal o Oeste do Pará; E-mail: jrvgams@gmail.com;

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial de produtos florestais não madeireiros de espécies arbóreas em uma área na Resex Tapajós Arapiuns (RTA). Foram lançadas 202 par-celas de 30m x 250m de forma sistemática, totalizando uma amostra de 151,50 ha. Foram inventariadas todas as árvores com DAP ≥ 10 cm. Foi realizado análise de agrupamento e, posteriormente, foi realizada a análise dos parâmetros fitossociológicos. A valoração dos produtos foi obtida por meio de pesquisa de preços nas feiras livres de Santarém-PA. Após análise de agrupamento, identificou-se a divisão da área em três grupos, sendo que o gru-po três se destacou gru-por apresentar 321 indivíduos nas 72 parcelas corresgru-pondendo a uma densidade total de 5,79 árv.ha-1, distribuídas em 10 famílias botânicas. As espécies que ob-tiveram os melhores números de frequência absoluta foram Tetragastris altissima (59,7%),

Bertholletia excelsa (44,4%), e Dipteryx odorata (27,8), compondo as três espécies mais

pre-sentes nas parcelas. O valor monetário dos produtos ficou estimado em R$ 229.068,00 com destaque para Copaifera reticulata. Os resultados demostraram que a área apresenta poten-cial de uso para muitas das espécies no estudo, porém destaca a necessidade de conserva-ção desses recursos e a continuidade de estudos que abordem aspectos conservacionistas.

Palavras-chave: Unidade de conservação. Parâmetros fitossociológicos. Amazônia.

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Potential for the commercialization

of non-wood products in the area

of management of the extra-plastic

reserve Tapajós Arapiuns Pará

ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the potential of non-timber forest products of tree species in an area in the Resex Tapajos Arapiuns. A total of 202 plots of 30m x 250m were systematically recorded, totaling a sample of 151.50ha. We inventoried all trees with DBH ≥ 10 cm. A cluster analysis was carried out and an analysis of the phytosociological parameters was performed. We obtained the valuation of the products was by means of price research in the Santarem, Para State free fairs. The cluster analysis identified the division of the area into three groups, and group three stood out for presenting 321 individuals in 72 plots corresponding to a total density of 5.79 tree. ha-1, distributed in 10 botanical families. The species that obtained the best absolute numbers were Tetragastris altissima (59.7%), Bertholletia excelsa (44.4%) and Dipteryx odorata (27.8), making up the three most present species in the plots. The monetary value of the products was estimated at R $ 229,068.00, especially Copaifera reticulata. The results showed that the area has potential for use in many of the species in the study, but emphasizes the need for conservation of these resources and the continuity of studies that address conservation aspects.

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1 INTRODUÇÃO

Manejar a floresta para obtenção de Pro-dutos Florestais Não Madeireiros (PFNMs) é um grande desafio, pois isto implica na manutenção da diversidade biológica de es-pécies animais e vegetais, atentando para o desenvolvimento de métodos e atividades econômicas que não provoquem desequi-líbrio ecológico, buscando sempre alcançar um desenvolvimento em bases realmente sustentáveis (MACHADO, 2008).

Os PFNMs ocupam lugar significativo na economia rural e regional em diversos paí-ses, além de proporcionar às comunidades rurais importantes recursos para a sua sub-sistência. O interesse das organizações não governamentais, institutos de pesquisa, dentre outros, tem aumentado nos últimos tempos, proporcionando novas informa-ções sobre a importância de tais produtos no contexto socioeconômico das popula-ções, além dos efeitos sobre a conservação e o manejo das florestas (ALMEIDA, 2010). Um fator importante a mencionar nesse contexto é a ausência de legislação no âm-bito federal que compete às particularidades dos PFNMs de maneira ampla e satisfató-ria, estabelecendo procedimentos relativos á implementação de planos de manejo, atentando-se aos controles de exploração/ colheita, transporte, armazenamento e co-mercialização de produtos e subprodutos não madeireiros (MACHADO, 2008).

A Instrução Normativa nº 5, de 11 de de-zembro de 2006, que dispõe sobre os pro-cedimentos técnicos para elaboração,

apre-sentação, execução e avaliação técnica de Planos de Manejo Florestal Sustentável na Amazônia, não aborda os PFNMs de for-ma consistente e satisfatória (MACHADO, 2008). Acredita-se que uma das maiores di-ficuldades na elaboração de legislação para esta temática esteja voltada especificamente para as diferenças entre as formas de mane-jo, definindo os procedimentos apropriados para cada espécie, tipos ou grupos de uso. Uma legislação federal específica para os PFNM poderia ser o ideal, porém cada esta-do estaria responsável por estabelecer suas próprias regulamentações sobre o manejo destes produtos, disciplinando o seu uso, atentando-se ao não comprometimento com a regeneração natural e sobrevivên-cia das espécies. Um exemplo a citar no Estado do Pará é a Instrução Normativa nº 009/2013, que dispõe sobre a criação da Declaração Ambiental e sobre o Relatório Ambiental Anual, como atos autorizativos e instrumentos simplificados de controle das atividades de manejo, extração e pro-dução de palmito e frutos da espécie açaí, realizados em florestas nativas de várzeas por populações agroextrativistas no Estado do Pará (SEMA, 2014).

Cada produto extrativo possui suas carac-terísticas próprias, com especificidade dife-rente quanto à regeneração, ao ciclo de ex-tração, beneficiamento, mercado, estoque, organização social e econômica em que está inserido, esses são considerados como entra-ves para realizar a generalização sobre os pro-dutos não madeireiros (GUERRA et al. 2009).

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Nesse contexto, destaca-se a Reserva Extra-tivista Tapajós-Arapiuns, criada pelo Decre-to presidencial s/n publicado em 09 de se-tembro de 1998, com uma área de 647.610 ha, com 72 comunidades, totalizando mais de 3.000 moradores. A reserva é utilizada pelas populações tradicionais, cuja subsis-tência baseia-se no extrativismo, objetivan-do proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, assegurando o uso sus-tentável dos recursos naturais da Unidade (IBAMA, 2014).

A utilização dos PFNM nesta Resex bene-ficia diretamente as famílias envolvidas, onde o extrativismo é uma prática constan-te. Atualmente os moradores desenvolvem seis cadeias produtivas em suas atividades, tais como produção familiar, extração do leite da seringa para confecção da manta ecológica, turismo comunitário, artesana-tos, criação de abelhas sem ferrão, criação de peixe e, por fim, o uso de alguns produ-tos florestais não madeireiros. No entanto, vem sendo estudada a possibilidade de im-plementação do manejo florestal madeirei-ro dentmadeirei-ro da reserva.

Dessa forma, nota-se a importância dos PFNMs na vida de muitas comunidades rurais. Além disso, é importante mencio-nar que os setores econômicos de muitas comunidades ficaram aquecidos, devido à crescente valoração e exploração destes produtos. Fielder et al. (2008) afirmam que apesar de todo o potencial, faltam pesqui-sas sobre o manejo para a maioria dos pro-dutos não madeireiros, elaboração de prá-ticas e técnicas adequadas que possam ser

usadas, proporcionando o aumento de pro-dução, sem colocar em risco o equilíbrio ambiental do ecossistema manejado. Atre-lado a isso, além da falta de investimentos em pesquisa, outro desafio é a dificuldade em quantificar, mensurar e agregar valores nesses produtos de modo que venham inte-grar o capital na análise econômica em que os métodos de valoração desempenham importante papel (GUERRA et al. 2009). Por apresentar diversas formas de utiliza-ção, os PFNMs são elementos significativos da economia rural e regional em diversos países, proporcionando às comunidades rurais importantes recursos para sua sub-sistência, como remédios, alimentos, além de serem fonte de renda e abrigo. Levando isso em consideração, este estudo teve por objetivo avaliar o potencial de produtos florestais não madeireiros de espécies arbó-reas na área de manejo florestal da Resex Tapajós Arapiuns.

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Área de Estudo

Localizada na região oeste do Estado do Pará, abrangendo os municípios de Santa-rém e Aveiro, a Reserva Extrativista (Resex) Tapajós Arapiuns ocupa uma área corres-pondente a 647.610 ha, entre as coordena-das geográficas 02°20’ a 03° 40’ Sul, e 55° 00’ a 56° 00’ Oeste. O Acesso à Reserva pode ser feito por via fluvial, a partir de Santarém pelos rios Tapajós e Arapiuns (MMA, 2008). Os dados foram coletados na área destinada ao Manejo Florestal da Resex que abrange, aproximadamente, 61.908,28 ha (Figura 1).

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Figura 1: Localização da Resex Tapajós

Ara-piuns e da área destinada ao manejo florestal.

O clima da região, pela classificação de Köppen, é do tipo Am, com temperatura média anual de 26 °C. A época de chuva se estende durante os meses de novembro a julho, porém a intensidade de chuvas aumenta no trimestre de fevereiro a abril. O relevo varia de plano a suavemente on-dulado. O solo que predomina na região é Latossolo Amarelo. A vegetação predo-minante na Resex é de Floresta Ombrófila Densa, ocorrendo em 88% da área total da Unidade, sendo caracterizada por árvores de grande porte, presença de lianas lenho-sas e epífitas em abundância (MMA, 2008).

2.2 Amostragem e coleta dos dados

Foram abertas 9 faixas de inventário amos-tral em intervalos de 4 km, totalizando nove faixas, seguindo direção Leste-Oeste, e com comprimento variando de 10 km a 28 km. Com isso foram lançadas 202 parcelas de 30 m x 250 m de forma sistemática com

500 m de distância entre as parcelas, totali-zando uma amostra de 151,50 ha (Figura 2).

Figura 2: Mapa de localização das parcelas

e das faixas de inventário florestal amos-tral, Resex Tapajós Arapiuns.

Nas parcelas foram inventariadas as seguin-tes classes de tamanho (CT) e subparcelas a saber: CT 1 – 10cm ≤ DAP < 25cm, em subparcelas de 30 m x 50 m; CT 2 – 25cm ≤ DAP < 50cm em subparcelas de 30m x 100m; e CT 3 – DAP ≥ 50m nas parcelas de 30m x 250m (Figura 3).

Figura 3: Tamanho das parcelas e classes

de tamanho (CT) utilizadas no inventário florestal amostral, Resex Tapajós Arapiuns.

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2.3. Análise dos Dados

2.3.1 Capacidade produtiva de PFNM

Foi realizado uma análise de agrupamento utilizando distância euclidiana pelo méto-do de Ward com a finalidade de agrupar unidades amostrais com maior homogenei-dade para separar áreas de maior e menor produção de PFNM na Resex. Para isso, fo-ram considerados como variáveis a densi-dade e o número de espécies fornecedoras de PFNM na área. Após definição dos gru-pos, foi elaborado um mapa contendo as zonas de produção.

Após análise de agrupamento e separação das áreas de produção, foi realizado análi-se fitossociologia da área considerada mais produtiva para os PFNM. Os índices utiliza-dos na análise utiliza-dos parâmetros fitossocioló-gicos da estrutura horizontal foram: densi-dade; frequência e dominância.

Para análise da estrutura da vegetação as classes de tamanho, foram processadas conjuntamente e os parâmetros fitossocio-lógicos utilizados foram descritos por Cur-tis e Mcintosh (1951).

Para avaliar o padrão de distribuição espa-cial foi utilizado o índice de Payandeh, de-finido por:

Em que: S²= Variância de número de árvores da i-ésima espécie; Mi = média do número de árvores da i-ésima espécie por unidade de amostra. Se o valor de P for menor que

1 indica não-agrupamento ou aleatório; valor de P entre 1 e 1,5 indica tendência a agrupamento; e se o valor de P for maior que 1,5 indica agrupamento.

Com o intuito de obter conhecimento dos principais PFNMs utilizados pelas comuni-dades da Resex, foi aplicado um questioná-rio para os comunitáquestioná-rios com as seguintes perguntas: 1. Quais produtos PFNMs são uti-lizados? 2. Qual a produção anual? 3. Qual a destinação desses produtos? 4. Se vendidos, qual valor? Quem comprou? 5. Qual par-te da planta é utilizada? E para quais fins? Para a avaliação de mercado desses produ-tos, foram coletadas informações nas feiras de Santarém, como Mercadão 2000, feira da Candilha e Cohab, através de questionário com as seguintes perguntas: 1. Valor comer-cializado de cada espécie? 2. Quantidade adquirida para venda? 3. Parte da planta comercializada? 4. Origem do produto? 5. Quais as espécies mais procuradas?

Para a valoração das espécies foi utilizada a seguinte equação (GAMA, 2004):

Em que: VMPFNM = valor monetário dos PFNMs da i-ésima espécie comercializada, em R$ UMF-1 (Unidade de Manejo

Flores-tal); PSi = produtividade média da i-ésima espécie que produz PFNM, em unidade de medida; NAi = número de árvores da i-ési-ma espécie que produz PFNM (DAP ≥ 30

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cm), em árv. UMF-1; PC

i = preço de comercialização do PFNM da i-ésima espécie na

flores-ta, em R$ por unidade de medida.

A tabulação e processamento dos dados foram realizados por meio dos softwares

Excel 2010 e o R Studio 3.2.2 (DEVELOPMENT CORE TEAM, 2011).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram divididas 202 parcelas em três grupos distintos de densidade e número de espécies; a divisão dos grupos a partir da linha de “fenon” traçada pelo próprio programa Plata-forma R Studio foi feita a partir de uma análise do banco de dados, para melhor definir grupos homogêneos e facilitar a escolha da área de extração dos produtos florestais não madeireiros (Figura 4).

Figura 4: Dendrograma com 202 unidades amostrais, considerando número de

ocorrên-cia de espécies fornecedora de PFNM e densidade dos indivíduos com DAP ≥ 10 cm.

Após a divisão da área, o grupo 3 se destacou por apresentar 321 indivíduos nas 72 par-celas correspondendo a uma densidade total de 5,79 árv.ha-¹, distribuídas em 10

famí-lias botânicas. A família Fabaceaee destacou com maior número de espécies apresentando quatro no total, seguida Euphorbiaceae e Lecythidaceae com duas espécies cada. As demais famílias, Apocynaceae, Burseraceae, Caryocaraceae, Connaraceae, Humiriaceae, Lauraceae e

Moraceae apresentaram uma espécie cada. Em estudos realizados por Almeida et al. (2012),

no município de Santarém-PA e Guimarães e Carim (2008), assim como estudos de Ferra-ro Junio MonteiFerra-ro (2014), na Floresta Estadual do Amapá, apontam a Fabaceae como uma das famílias com maior número de espécies não madeireiras.

Na região de Moju-PA, Almeida et al (2012) ostrou que, a família Fabaceae obteve uma marcante presença, e concluiu que esse fato poderia estar associado às ações antrópicas que

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provocam aberturas de clareiras, proporcionando condições ótimas para o desenvolvimen-to de espécies dessa família que, provavelmente, apresenta alta plasticidade ecofisiológica. A família Burseraceae se destacou com maior número de indivíduos (110), seguida da

Lecythidaceae (63) e Fabaceae (44) apresentando, juntas, um percentual de 58% dos

in-divíduos. Para Ferraro Junio Monteiro (2014), a Lecythidaceae foi a segunda família com maior representatividade em seu estudo, uma vez que, segundo Stern e Molinari (2013), a família em questão alça sua maior expressão nas florestas de terra firme da Amazônia e a presença de muitas espécies dessa família pode ser considerada como indicadora de florestas preservadas.

As espécies que compõe o grupo três são: Tetragastris altissima (Aubl.) Swart (Breu branco),

Bertholletia excelsa Bonpl. (Castanha do Pará), Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. (Cumarú), Endopleura uchi (Huber) Cuatrec. (Uxi liso), Dalbergia monetaria L.f. (Verônica), Aspidosper-ma carapanauba Pichon (Carapanaúba), Aniba canelilla (Kunth) Mez (Preciosa), Caryocar villosum (Aubl.) Pers (Piquiá), Croton cajucara Benth. (Sacaca), Copaifera reticulata Ducke

(Copaíba), Hevea brasiliensis (Willd. ex A. Juss.) Müll. Arg. (Seringueira), Lecythis pisonis Cambess. (Sapucaia), Diplotropis sp. (Sucupira), Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J.W.Grimes (Barbatimão), Brosimum parinarioides Ducke. (Amapá doce) (Tabela 1).

As espécies que se destacaram com maior número de indivíduos foram Breu branco (110), seguido da Castanha do pará (50), Cumarú e Uxi liso com 26 indivíduos cada. A espécie Breu branco se destacou em estudo de Stem e Molonari (2013) no estado do Amazo-nas por ser mais abundante dentre as espécies estudadas. Tetragastris altissima apresentou maior densidade absoluta de 3,14 árv.ha-¹, representando 21,39% do total, o que pode ser

explicado pelo estudo realizado por Costa (2006), em que afirma que essa espécie possui grande habilidade competitiva. Os demais indivíduos apresentaram menos de 1 árv.ha-¹.

O valor mais expressivo de dominância foi observado na espécie Bertholletia excelsa com 0,25% seguido da espécie Caryocar villosum, com 0,14% de dominância (Tabela 1).

Tabela 1: Parâmetros fitos sociológicos em ordem decrescente de valor de importância

economicamente ampliado, Resex Tapajós Arapiuns.

Nome Vulgar Nome Científico Família DA FA DoA VIEA

Breu branco Tetragastris altissima (Aubl.) Swart Burseraceae 3,14 59,72 0,11 35,7 Castanha do

Pará Bertholletia excelsa Bonpl. Lecythidaceae 0,48 44,44 0,25 14

Cumarú Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. Fabaceae 0,37 27,78 0,08 7,7 Piquiá Caryocar villosum (Aubl.) Pers Caryocaraceae 0,19 26,39 0,14 7,3 Uxi liso Endopleura uchi (Huber) Cuatrec. Humiriaceae 0,32 20,83 0,06 6,2 Carapanaúba Aspidosperma carapanauba Pichon Apocynaceae 0,24 22,22 0,08 6,2 Sapucaia Lecythis pisonis Cambess. Lecythidaceae 0,11 18,06 0,06 4

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53 Verônica Dalbergia monetaria L.f. Connaraceae 0,25 12,5 0,01 3,9

Preciosa Aniba canelilla (Kunth) Mez Lauraceae 0,2 11,11 0,01 3,5 Copaíba Copaifera reticulata Ducke Fabaceae 0,13 15,28 0,04 3,5 Sacaca Croton cajucara Benth. Euphorbiaceae 0,15 5,56 0,01 2,4 Seringueira Hevea brasiliensis (Willd. ex A. Juss.)

Müll.Arg. Euphorbiaceae 0,12 8,33 0,01 2,4

Sucupira Diplotropis sp. Fabaceae 0,07 2,78 0 1,4

Amapá doce Brosimum parinarioides Ducke Moraceae 0,01 2,78 0,01 1 Barbatimão Abarema cochliacarpos (Gomes)

Barneby & J.W.Grimes Fabaceae 0,02 1,39 0 0,7

Em que: DA = densidade absoluta, em árv. ha-¹; FA = frequência absoluta, em percentagem; DoA = dominância

absoluta, em m².ha-¹; VIEA = valor de importância economicamente ampliado.

As espécies que obtiveram os melhores números de frequência absoluta foram Tetragastris

altissima (59,7%), Bertholletia excelsa (44,4%), e Dipteryx odorata (27,8), representando

as-sim 21%, 16% e 10% do total respectivamente, compondo as três espécies mais presentes nas parcelas. Dentre as espécies analisadas, as que obtiveram maiores índices VIEA fo-ram: Tetragastris altissima (35,7%), seguida de Bertholletia excelsa (14,0%), Dipteryx odorata (7,7%) e Caryocar villosum (7,3%), que juntas representaram 65% dos valores totais dos parâmetros fitossociológicos analisados.

Considerando os resultados de densidade absoluta e frequência absoluta, Pinheiro (2011) obteve resultado semelhante em seu estudo, onde a espécie Tetragastris altissima se desta-cou com maiores valores nos parâmetros fitossociológicos.

3.2 Grupos de Uso

Segundo Gama et al. (2007), a avaliação do potencial florestal de um ecossistema ba-seia-se, principalmente, nas informações sobre o valor desses produtos para a sociedade, principalmente para as populações tradicionais. Na área inventariada, todas as 17 espécies apresentaram pelo menos um único uso. As que se destacaram com maiores alternativas de uso com comunitários da Resex foram, Dipteryx odorata, Caryocar villosum, Lecythis

piso-nis e Aniba canelilla. De acordo com informações de Almeida et al. (2012), em seu estudo

na região de Santarém-PA, a espécie Caryocar villosum também se destacou apresentando cinco tipos de usos.

Na área de estudo, Dipteryx odorata apresentou sete tipos de uso, utilizando a semente como aromatizantes e para fabricação de xaropes expectorantes no combate a gripes e resfriados. Além desses, utiliza-se ainda a folha para banhos, a madeira para fabricação de embarcações como canoas e barcos. A espécie ainda é muito utilizada pelas populações tradicionais na culinária, como por exemplo, utilizam-se do óleo para fritar peixe, prato tradicional na cultura da região.

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Os efeitos terapêuticos proporcionados por essa espécie são o motivo de sua vasta uti-lização, Bessa et al. (2001) afirmam que o Cumarú desperta grande interesse em fun-ção dos empregos a ela atribuídos na me-dicina popular. Na época de frutificação, os comunitários vendem as sementes em feiras mais próximas localizadas em Santa-rém. A venda é feita pelos próprios comuni-tários, preferencialmente com as sementes secas para agregar mais valor ao produto. De acordo com o estudo, a espécie

Caryo-car villosum teve seis tipos de usos para os

comunitários da Resex Tapajós Arapiuns, sendo utilizado principalmente como ali-mento. Resultado semelhante encontrado por Morais (2011) onde 100% dos entre-vistados em sua pesquisa relataram o maior uso do fruto também como alimento. Na Resex Tapajós Arapiuns o Piquiá é utiliza-do ainda no tratamento de assaduras de crianças e na confecção de xaropes para tratamentos internos como inflamações. É comum os comunitários utilizarem os fru-tos de Caryocar villosum para atrair caça, montando armadilhas próximos onde há ocorrência da espécie em época de frutifi-cação. Morais (2011) afirma que a polpa do fruto do Piquiá é rica em vitamina A, B, B2, B5 e cálcio, tornando uma composição nu-tricional importante na dieta alimentar das populações Amazônicas.

Outra espécie em destaque é Lecythis

piso-nis, apresentando vários usos pelos

mora-dores da Resex. Suas sementes são utiliza-das como alimento, pois são fontes ricas em proteínas e fibras. É ainda utilizada para

fins medicinais, a casca passando por um processo de cozimento ajuda no tratamen-to de diarreias, enquantratamen-to as folhas em chá ou infusão são usadas como diuréticos. Oli-veira et al. (2006) citaram usos semelhantes para a espécie, acrescentando ainda a utili-zação da sapucaia no combate a coceiras, por meio de constantes banhos feitos a par-tir das folhas da planta.

Nas comunidades da Resex é comum en-contrar artesanatos confeccionados a partir do fruto lenhoso da sapucaia, muitos utili-zam até mesmo como recipiente. Lorenzi (2002) relata que o fruto faz parte de muitas ornamentações de jardins botânicos tropi-cais e o óleo é muito utilizado na medicina popular. Por ser bem utilizada em ornamen-tações, a espécie é bem aceita no mercado local, sendo comum a prática de comércio do fruto, tanto para consumo da castanha quanto para utilização em decorações.

Aniba canelill, popularmente conhecida

como Preciosa, é amplamente distribuída no estado do Pará e Amazonas, apresen-tando diversos usos (ALMEIDA, 2010). Na Resex, a espécie apresentou quatro tipos de uso, na medicina caseira a infusão da cas-ca é utilizada para o tratamento de diarreia e estimulante do sistema nervoso. A flor juntamente com a casca e folhas são cozi-das para banhos, ainda da casca é feito chá para consumo no café da manhã e também no combate a dores abdominais. Alguns comunitários realizam o comércio da cas-ca dessa espécie em feiras mais próximas, como Mercadão 2000.

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As espécies que apresentaram menores usos na Resex foram: Diplotropis sp., Croton

caju-çara, Bertholletia excelsa, Copaifera reticulata, Tetragastris altíssima, Abarema cochliacarpos. Diplotropis sp. é amplamente utilizada para

fins medicinais no combate a sífilis e dia-betes, sua madeira é bem aceita em marce-narias e carpintarias para fabricação de mó-veis (LORENZI, 2002). Na medicina caseira, os comunitários da Resex utilizam o chá da flor de Sucupira no tratamento de dores abdominais e enxaquecas, da semente são feitas garrafadas para infecções internas e xaropes no tratamento de gripes e resfria-dos, além de artesanatos.

Popularmente conhecida como Sacaca, a espécie Croton cajuçara apresentou quatro tipos de uso no estudo. Das folhas são fei-tos banhos para mal olhado e utilizadas como aromatizante, o chá da casca serve para limpar o intestino, além de ser utili-zada para confecção de garrafadas para fins medicinais. Vieira (2011) apresenta outros usos para a espécie: na medicina popular o chá das folhas ou da casca serve para distúr-bios hepáticos, renais e redução do coleste-rol, sendo que o chá das folhas é específi-co para baixar a taxa de açúcar das pessoas acometidas de diabetes.

Bertholletia excelsa é uma das espécies mais

valiosas da floresta amazônica de terra fir-ma, utilizada como fonte de alimentação e renda por várias gerações (COSTA, 2006). Apresentando-se com 3 tipos de uso na área de estudo, a castanha do pará é usada, prin-cipalmente, para fins alimentícios, a amên-doa presente no interior da semente é rica

em proteínas vegetais com alto valor nutri-tivo, sua utilização na culinária da região é bem diversificada. Em épocas de colheita dos frutos, os comunitários aumentam a renda com a venda do produto tanto para consumo como para o artesanato.

Entre as inúmeras espécies da flora brasi-leira com ação medicinal e que apresen-tam substâncias químicas, cita-se o gênero

Copaifera, e dentre as inúmeras espécies

que compõem esse gênero está a

Copaife-ra reticulata encontCopaife-rada principalmente na

Amazônia e na região nordeste do Brasil (OLIVEIRA et al. 2006). Na área de estudo a espécie apresentou três grupos de uso, na medicina popular é amplamente utili-zada pelos comunitários para vários tipos de inflamações e age como cicatrizante e bactericida. Brito et al. (2001) relatam que a espécie se destaca em meios a tantas ou-tras que apresentam efeitos medicinais e desperta crescente interesse pelo meio mé-dico. Toda a produção extraída é utilizada e comercializada contribuindo na renda dos extrativistas.

Tetragastris altíssima, conhecida como Breu

branco, apresentou três tipos de usos na pesquisa, a resina é de grande importância para os ribeirinhos para “calafetar” cano-as, processo necessário para impedir que a água adentre na mesma durante sua utili-zação. Apresenta-se como aromatizante na realização de defumações de ambientes, e na medicina popular são feitos banhos a partir da resina da planta para acalmar as dores de estômago e melhorar a circulação do sangue, utilização semelhante a

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trada por Procópio e Secco (2008). Além desses usos, a prática do comércio da resina é bem comum na região.

Com as informações coletadas, a espécie

Abarema cochliacarpos apresentou dois tipos

de uso: a casca e as folhas são usadas para banhos no tratamento de queimaduras, o chá da casca é indicado para aliviar irrita-ções do estômago, além de possuir ativi-dade anti-inflamatória. Nos estudos de Po-zetti e Bernardi (2000), os resultados foram semelhantes, o Barbatimão possui efeito cicatrizante sobre ferimentos e escoriações cutâneas. Cita ainda que o extrato aquoso da casca tem atividade protetora da muco-sa gástrica. Esse vegetal se apresenta como promissor para o desenvolvimento de um medicamento fitoterápico, porém são ne-cessários maiores estudos que validem esse potencial farmacológico.

3.3 Mercado e valoração das espécies Não Madeireiras em Santarém-PA

Para a valoração dos produtos florestais não madeireiros, considerou-se uma área de 100 ha e uma coleta anual dos produtos. Das 15 espécies no estudo foi realizado a valo-ração de apenas 4 delas, devido á carência de informações, principalmente voltado á produtividade por árvores. As espécies utili-zadas para a valoração estão também entre aquelas que os comunitários mais utilizam, como: Copaifera reticulata, Dipteryx odorata,

Caryocar villosum e Bertholletia excelsa.

O valor monetário dos produtos florestais não madeireiros dos 211 indivíduos distri-buídos nas quatro espécies citadas acima ficou estimado em R$ 229.068,00. A

espé-cie que apresentou maior valor monetário estimado foi Copaifera reticulata com R$ 72.900,00 com 15 indivíduos consideran-do uma produção anual de 15 kg por árvore numa área de 100 ha com 27 árvores. Com base nos estudos de Shanley e Gal-vão (2005), a produção anual da Copaifera

reticulata varia de 100 mililitros a 70 litros

por árvores. Picanço (2010) destaca que a produção por indivíduo pode chegar até 50 litros. Azevedo et al. (2006) afirmam que a produção da Copaifera pode variar de acor-do com o solo, clima e a espécie.

Nas feiras de Santarém-PA, Rego et al. (2011) verificaram que a copaíba apresen-tou maior renda atribuindo 25,25%, sendo um dos produtos mais vendidos. Costa et al. (2009) relatam que no município de Rio Branco no Acre, a copaíba foi a espécie que mais obteve sucesso dentro do mercado de oleaginosas nativas, tanto pelo volume co-mercializado quanto pela venda, gerando uma renda de R$ 33.499,573 em um ano. Na área de estudo, a espécie Dipteryx

odo-rata apresentou um valor monetário de R$

70.848,00 a partir da avaliação de 48 in-divíduos com uma produção de 10 kg por árvore. Carvalho (2003) afirma que uma árvore de Cumarú pode produzir de 8 a 12 kg de sementes. Porém, essa produção de frutos não é regular, em um ano há uma boa produção e no ano seguinte essa oferta é reduzida, e ainda, de quatro em quatro anos, a espécie oferece uma grande produ-ção de sementes (SILVA et al. 2013).

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57

De acordo com Gonçalves (2001), a produ-ção do Cumarú sofre oscilaprodu-ção com a inci-dência de chuvas, quando há uma maior intensidade, há uma boa colheita, che-gando de 300 a 350 kg por árvore, quando ocorre poucas chuvas a produção diminui para 30 kg/árvore.

Em 2010 nas feiras de Santarém, a semen-te de Cumarú era comercializada em média R$ 7,50 kg (GONÇALVES et al. 2012). Atu-almente, a forma mais comum de venda é em pequena quantidade (15 sementes) cor-respondendo em média 20 a 30 g no valor de R$ 3,00. No município de Monte Alegre, Rayol et al. (2013) verificaram que a espécie foi considerada a mais representativa em Sistemas Agroflorestais, sendo componente importante desse sistema. Em Santarém, a espécie foi indicada para enriquecer a vege-tação (GAMA; PINHEIRO, 2010).

Assim como as demais espécies citadas,

Caryocar villosum também se destaca com

um bom mercado na região: com uma pro-dução de 30 litros de óleo/árvore, na área de estudo, a espécie apresentou um valor mone-tário de R$ 66.000,00 a partir da valoração de 44 indivíduos. A forma de comércio mais uti-lizada pelos feirantes no Mercadão 2000 é a venda do produto fracionado. São vendidos frascos contendo de 30 a 100 mL, nos valores de R$ 2,00 e R$ 5,00 respectivamente.

De acordo com Almeida (2010), nas feiras de Santarém, o litro do óleo do Piquiá che-gou a ser comercializado no valor de R$ 22,22, sendo um dos produtos mais rentá-veis no estudo. No presente estudo, o valor de comercialização do produto nas feiras

está R$ 50,00 por litro, destacando-se como uma das espécies mais importantes utili-zadas pelos comunitários da Resex e com mercado promissor devido aos seus compo-nentes, utilizados na medicina popular. Estudos sobre valoração realizados por Pi-nheiro (2011) na região do Baixo Tapajós, no estado do Pará, de produtos florestais madeireiro e não madeireiro, a espécie

Ber-tholletia excelsa apresentou valor monetário

de R$ 630,00 em uma área de 80 ha com 14 indivíduos, valor inferior ao encontrado neste estudo, que apresentou um valor mo-netário de R$ 19.320,00, com 92 indivíduos com uma produção anual de 15 kg por árvo-re em uma áárvo-rea de 100 ha. Essa difeárvo-rença se deu provavelmente pela diferença do tama-nho da área, do número de indivíduos, e o valor de venda do produto serem inferiores. Segundo Shanley e Galvão (2005), a produ-ção média anual de uma castanheira é em torno de 29 ouriços, contendo, aproxima-damente, 16 castanhas cada. De modo ge-ral, uma árvore produz, por ano, em torno de 470 sementes que equivale a 4 kg de cas-tanhas. Tonini et al. (2008), em estudos na região do Acre, constataram uma produção média por árvore de 5,4 kg de sementes. Essa variação de produção acontece devi-do à produção de ouriço variar tanto entre árvores como entre anos. Almeida (2010) afirma que esse comportamento ocorre devido a autoecologia da espécie, apresen-tando alta produção em um ano, e baixa produção no ano seguinte. Quanto à co-mercialização, nas pesquisas realizadas nas feiras de Santarém, a espécie atingiu o valor

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de R$ 14,00 kg. Santos et al. (2002) afirmam que na região do Acre o preço mais ocorrente na época da safra foi de R$ 3,50 por lata que representa em média 10 kg de castanha. Das 15 espécies, apenas duas não foram constatadas nas feiras na realização da pesquisa de mercado, entre elas, Endopleura uchi e Hevea brasiliensis. E apenas a Bertholletia excelsa não apresentou uso medicinal, nas demais constatou-se tanto uso medicinal como outros usos. O local com maior variedade de espécies e produtos foi o Mercadão 2000, por ser o ambiente onde ocorre um maior fluxo de pessoas e por ser mais próximo do porto, local de embarque e desembarque de pessoas que chegam de vários lugares da região.

A compra das sementes, cascas, óleos, leite, resina dessas espécies é feita durante todo o ano, algumas com maiores quantidades e frequência em épocas específicas, como o Piquiá, Sapucaia, Cumarú, Castanha do pará e Uxi liso. Devido a isso, os feirantes praticam o es-toque desses produtos para comercializar na entressafra, agregando mais valor ao produto comercializado. Com isso, o mercado local acaba determinando os preços pelo excesso ou escassez do produto, ou seja, a demanda acaba determinando o preço de cada produto. Foi observado que entre as espécies estudadas, as que se destacaram no que se refere á procura pelos clientes foram Bertholletia excelsa, Dipteryx odorata, Brosimum parinarioides,

Copaifera reticulata, Caryocar villosum, Lecythis pisonis e Diplotropis sp. A Copaíba e Cumarú

também foram destaque no estudo de Gonçalves et al. (2012), sendo os produtos mais re-presentativos em função da sua importância medicinal reconhecida. A tabela 2 apresenta os valores baseados nas informações repassadas pelos feirantes com os respectivos valores comercializados e a origem de cada produto.

Tabela 2: Valor monetário dos produtos florestais não madeireiros em 2016, que possuem

mercado em Santarém-Pará.

Espécie R$ Unidade Parte da

planta Origem

Castanha do

Pará 14,00/kg kg Semente

Uruará/Resex Tapajós Arapiuns/Flona Tapajós

Piquiá 20,00/L L Óleo Resex Tapajós Arapiuns/Rio Arapiuns Breu branco 5,00/kg kg Resina Resex Tapajós Arapiuns/ Rio Arapiuns Carapanaúba 3,00/pacote Pacote Casca Resex Tapajós Arapiuns/Flona Tapajós/Rio

Arapiuns

Sapucaia 3,00/pacote Pacote Casca Resex Tapajós Arapiuns/Rio Arapiuns

Cumarú 2,00/15

sementes Pacote Semente

Resex/Rio Arapiuns/Com. em torno de Santarém

Uxi liso - - -

-Copaíba 5,00/L L Óleo Resex Tapajós Arapiuns/Flona Tapajós/Rio Arapiuns

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59 Verônica 3,00/pacote Pacote Casca Rio Arapiuns

Preciosa 3,00/pacote Pacote Casca Resex Tapajós Arapiuns/Flona Tapajós/Rio Arapiuns

Seringueira - - -

-Amapá doce 5,00/L L Seiva Resex Tapajós Arapiuns/Flona Tapajós/Rio Arapiuns

Sacaca 2,00/ Pacote Casca Rio Arapiuns

Barbatimão 3,00/pacote Pacote Casca Rio Arapiuns Sucupira 3,00/15

sementes Pacote Semente Com. em torno de Santarém/Rio Arapiuns

A maioria dos feirantes adquirem os produtos nas comunidades ribeirinhas, em torno de Santarém (Planalto) e ao longo da BR-163, alguns vão a outros estados como Maranhão para comprar óleos de Copaíba e Piquiá, por ser mais barato, garantindo um melhor lucro nas vendas. Têm ainda aqueles que levam os produtos para serem comercializados em outras cidades, fazendo escalas nos municípios.

Os óleos e seivas são comercializados desde a pequena quantidade de 200 Ml até um litro, já as cascas são em pequenos pacotes contendo de 200 g a 300 g cada, no caso das semen-tes os pacosemen-tes podem conter de 10 a 15 unidades. O valor de venda de um frasco de óleo com 200 mL de qualquer espécie é no valor de R$ 5,00 cada, quando se trata da venda em litros, o valor é diferenciado, variando de R$ 40,00 a R$ 50,00 o litro dependendo da época e da espécie. Os pacotes contendo sementes ou cascas são comercializados no valor de R$ 3,00 cada.

4 CONCLUSÕES

A maioria das espécies encontradas no inventário apresentaram potencial de uso variado, demonstrando a importância dos recursos naturais florestais para as comunidades da Re-sex Tapajós Arapiuns.

Dentre as espécies que mais agregam valor na área da Resex é a Copaifera reticulata, seguida da espécie Dipteryx odorata, que apresenta oferta de frutos de forma irregular, destacando a necessidade de conservação desses recursos e continuidade de estudos que abordam aspectos conservacionistas.

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Imagem

Figura 3: Tamanho das parcelas e classes  de tamanho (CT) utilizadas no inventário  florestal amostral, Resex Tapajós Arapiuns.
Figura 4: Dendrograma com 202 unidades amostrais, considerando número de ocorrên- ocorrên-cia de espécies fornecedora de PFNM e densidade dos indivíduos com DAP ≥ 10 cm.
Tabela 1: Parâmetros fitos sociológicos em ordem decrescente de valor de importância  economicamente ampliado, Resex Tapajós Arapiuns
Tabela 2: Valor monetário dos produtos florestais não madeireiros em 2016, que possuem  mercado em Santarém-Pará.

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