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INFLUENCIA
DA MANIPULA~AO NA ORDEM DOS
EXERCicIOS DE FOR~A EM MULHERES
TREINADAS SOBRE 0 NUMERO DE REPm~OES E
-PERCEP~AO DE ESFOR~O
Ainfluenciada ordemdosexercfcios sobre a fadiga em treinamento da for~a nao econsensual. 0 estudo ob-servoua influencia dediferentes sequencias de exercfcios iguaissobrevariaveis associadas
a
fadiga nosexercfcios supino horizontal (SUP),desenvolvimento sentado (DES), triceps no pulley (TRI),leg-press inclinado (LEG) e cadei -rasextensora(EXT)eflexora (FLE). Participaram 17 mu -Iheres,comexperiencia minima de 6 meses detreinamen -to. Foiobservado: a) nOmero de repeti~6es; b) tempo de tensao;c) percep~ao doesfor~o(Escala de Borg). Osd a-dosforam coletados em tresdias a)dia 1 - teste de carga maxima paraos exercfcios; b) dia 2- realiza~ao da se-quencia A: SUp, DES,TRI,LEG,EXTeFLE; c) dia 3 - reali-za~aodasequencia B FLE,EXT,LEG,TRI,DES e SUP Em todos os exercicios a carga correspondeu a 80% deuma repeti~ao maxima,tendosidofeitas tres series ate a fadiga com intervalo de recupera~ao fixo em 2 min. 0 teste t-Student nao detectou diferen~as significativas entre 0 somat6rio total derepeti~6esem cadasequencia,para to-dos os exercfcios, embora tenham sido verificadas dife-ren~as entre as series de exercfcios analisados em pares (repeti~6es) e napercep~aode esfor~o entre as sequenci-as realizadas (p<0,05).PALAVRAS-CHAVE:treinamento de for~a,ordem dos exercfcios, percep~ao de esfor~o,tempo de tensao, repeti-~6es emulheres.
• ROBERTO SIMAO "2.3
MARCOS DOEDERLEIN POLITO1,3
LUis VIVEIROS 1
PAULO DE TARSO VERAS FARINATTI 3
1Universidade GamaFilho 2 Universidade Cat61icadePetr6polis 3 Universidade doEstado doRio deJaneiro
MANIPULATING EXERCISE ORDER AFFECTS
NUMBER OF REPETITIONS AND PERCEIVED
EXERTION IN TRAINED WOMEN
Thereareno consensualthinking about the influence oftheexercise order instrength training fatigue.The aim of this study was verifythe influence ofdifferent sequencesin similar exercises,bythe measure offatigue indicators, on the following exercises: bench press (BP), military press (MP), triceps pull down(TPD), inclined leg press(LEG), leg extension(LE)andcurl(LC).Seventeenwomen,trained at least 6 month, was engaged.The variablesanalyzedwas: a) number of repetitions; b) tension time; andc) rate of perceived exertion (Borgscale).The datawere collected in three days:a)day 1- one maximum repetition (1RM);b) day 2- training in sequence A:Bp,Mp, TPD,LEG,LEand LC;c) day 3-training insequenceB:LC,LE,LEG,TPD, MPandBP All exercises weredonein 80%(1RM) until the fatigue, with 2 minutes ofrest. Thet-student test did not show statistical difference between the total ofrepetitions ineach sequence forall exercises,even though there was differences betweenthe sets of exercises when analyzing them in pares (repetitions) in the perceived exertion between thesequences (p<0,05).
KEY WORDS: strength training, exercise orders, perceivedexertion,repetitions andwomen.
llJ 1J O:J ru en oil ru (J ...• Ul ...• LL llJ 1J ru 1J ...• :> ...• .•.. a: N IS) IS) N N
z:
" :>INTRODU~AO
A ordena<;aodos exercicios refere-se it seqiien
-cia adotada em uma sessao de treinamento. De for
-ma geral, erecomendado que exercicios envolven-do maiores grupamentos musculares sejam reali-zados no inicio de uma sessao de treinamento (STONE; WILSON, 1985).Especula-se que, exer-citando os grandes grupamentos inicialmente, mai
-ores estimulos de treinamento sao possiveis dev i-do it carga utilizada. A fadiga proporcionada por pequenos musculos poderia limitar a estimula<;ao adequada dos maiores grupamentos. Por outro lado,
ha metodos que preconizam a utiliza<;ao de peque
-nos grupamentos antes dos maiores, caso da tecni
-ca conhecida como 'pre-exaustao' (DARDEN,
1983; TAN, 1999). Neste caso, propoe-se que os musculos sinergistas ou estabilizadores sejam aci
-onados antes de executar 0movimento do exerci
-cio primario, a fim de otimizar a estimula<;ao dos
grandes grupamentos (FLECK; KRAEMER,
1997).
Recentemente 0American College of Sports
Medicine (ACSM,2002) apresentou posicionamento
a respeito do treinamento com pesos para adultos saudaveis. Enquanto aspectos como numero de se
-ries, freqiiencia semanal, intervalos de recupera-<;aoe numero de repeti<;oes sao descritos em deta
-Ihes, a ordena<;ao dos exercicios parece receber menos aten<;ao. A linica referencia que 0 ACSM
cita e 0 estudo proposto por SFORZO; TOUEY
(1996), propondo que devam ser utilizados os gran-des grupamentos antes dos pequenos, em todas as situa<;oes.As lacunas quanta a este ponto, porem,
autorizam pensar que estudos sejam ainda neces-sarios para urn posicionamento mais conclusivo.
Portanto, 0 prop6sito deste estudo foi examinar 0
efeito da manipula<;ao da ordena<;ao dos exercici-os sobre 0 desempenho em uma sessao de
treina-mento, especialmente indicadores de fadiga e qua
-lidade de movimento, em mulheres treinadas.
MATERIAlS E METODOS
Participaram do estudo 17 mulheres com ida
-des entre 18 e 35 anos (25±5 anos), peso corporal de 56 kg (± 4 kg), estatura em 161 em (± 6 em) e experiencia em treinamento com pesos ha pelo seis meses. Todas exercitavam-se pelo menos tres v
e-zes semanais. Antes da coleta de dados,
responde-ram ao questionario PAR-Q (SHEPHARD, 1988)
e assinaram termo de consentimento, conforme as
recomenda<;oes da Resolu<;ao n° 196/96do Conse-lhoNacional de Saude.Acoleta constou das seguin-tes etapas: a) medidas do peso corporal eestatura; b) aplica<;ao do teste de uma repeti<;ao maxima
(1RM) (DE LORME; WATKINS, 1948)na seguin
-te ordem: leg press inclinado, supino horizontal, ca
-deira extensora, desenvolvimento sentado, cadeira
flexora, triceps no pulley. Os exercicios foram se1e-cionados devido a sua dissemina<;ao em centros de treinamento e facilidade de execu<;ao.
Visando reduzir a margem de erro no teste de 1RM, foram adotadas as seguintes estrategias: 1.
Instru<;oes padronizadas foram fornecidas antes do
teste, de modo que 0 avaliado estivesse ciente de
toda a rotina que envolvia a coleta de dados; 2. 0 avaliado foi instruido sobre a tecnica deexecu<;ao do exercicio, inclusive realizando-o algumas ve
-zes sem carga; 3.0 avaliador estava atento quanta
it posi<;ao adotada pelo praticante no momenta da medida. Pequenas varia<;oesno posicionamento das
articula<;oes envolvidas no movimento poderiam acionar outros musculos, levando a interpreta<;oes
erroneas dos escores obtidos; 4.Os pesos ea barra de ferro utilizados no estudo foram previamente verificados com auxilio de balan<;a calibrada.
Para melhor discriminar a realiza<;aodosex er-cicios, estabeleceram-se as seguintes etapas de exe-cu<;ao:posi<;ao inicia1 e fase concentrica. A fase e
x-centric a foi realizada a partir do fmal da fase con-centrica ate a posi<;ao inicial. Adescri<;ao detalhada nos exercicios em cada fase eapresentada a seguir: 1) Leg press inclinado: A) Posi<;ao inicia1
-o
individuo no banco em urn angulo de 45°,pernas paralelas com urn pequeno afastamento lateral, com os joelhos estendidos, bra<;os ao longo do corposegurando a barra de apoio; B) Fase concentrica -A partir da fase excentrica (800 entre a perna e
coxa), realizava-se a extensao completa dos joe
-lhos e quadris.
2) Supino horizontal: A) Posi<;aoinicial -Em decubito dorsal, com os bra<;os elevados sus-tentando a barra, joelhos e quadris semi-flexionados, com os pes sobre 0 apoio do pr6prio
aparelho; B) Fase concentrica - A partir da fase excentrica (900 entre bra<;oe antebra<;o),realizav
a-se a extensao completa dos cotovelos eflexao ho
-rizontal dos ombros.
3) Cadeira extensora: A) Posi<;ao inicial
-Sentado no aparelho com os joelhos em urn angulo de 90°,com os bra<;os ao longo do corpo; B) Fase concentrica - A partir da posi<;ao inicial realiza-se
a extensao completa dosjoelhos.
4)Desenvolvimento sentado: A) Posi9ao ini
-cial- Sentado no aparelho dedesenvolvimento com os cotovelos estendidos e bra90s elevados; B) Fase concentrica - A partir da faseexcentrica (90°entre bra90 e antebra90), realiza-se aextensao completa dos cotove1os com abdu9ao de ombros.
5) Cadeira flexora: A)Posi9ao inicial- Sen-tado na maquina com os joelhos estendidos e bra -90Sno apoio frontal; B) Fase concentrica - Flexao dosjoelhos ate 90°.
6) Triceps no pulley: A) Posi9ao inicial - 0 individuo em pe,pemas paralelas com urn pequeno afastamento lateral, com os joelhos se
mi-flexionados, quadris na posi9ao anatomic a,cotove
-losestendidos, com as maos pronadas segurando a barra e a cabe9a posicionada com 0 plano de Frank
-furt (GORDON et aI., 1988). 0 posicionamento da mao na barra para cada avaliado foi padronizado devido ao implemento utilizado; B)Fase concentri -ca - A partir de 90°entre bra90 e antebra90, realiza -se a extensao completa dos cotovelos.
Para estabelecer a carga maxima no teste de lRM, utilizou-se 0 equipamento da marc a Life Fitness e Cybex modelo 2000, barras e pesos da marca Ivanko. Os implementos de carga obedece
-ram
a
sobrecarga do pr6prio aparelho (em forma deplacas). Alem disso, quando necessario, foram implementadas cargas adicionais com pesos livres. Ap6s a obten9ao das cargas maximas no teste de1RM, os individuos descansavam por 48 horas e eram submetidos a duas sessoes de treinamento, com intervalo de 48 horas. Nos intervalos entre as sessoes nao foi permitida arealiza9ao de exercici
-os.A ordem do treinamento nas sessoes foram
di-vididas em duas formas sequenciais: Sequencia A (SEQA) -Supino horizontal, desenvolvimento sen
-tado, triceps no pulley, legpress inc1inado, cadeira
extensora e cadeira flexora; Sequencia B (SEQB)
-Cadeira flexora, cadeira extensora, leg press incli
-nado, triceps no pulley, desenvolvimento sentado, supino horizontal.
A inc1usao dos individuos na realiza9ao das
sequencias dos exercicios foi definida de forma aleat6ria, pelatecnica do quadrado latino. 0 aque
-cimento era efetivado de forma especifica. Para tanto, foram executadas 20 repeti90es com 40% de 1RM, somente no primeiro exercicio para mem-bros superiores e inferiores. Ap6s 0 aquecimento,
realizavam-se tres series de cada exercicio a 80% de 1RM na sequencia determinada, com a execu9ao
dasrepeti90es ateafalha concentrica, com interva
-los de 2 minutos entre as series, tanto para
grupamentos superiores como inferiores. Para exe
-cU9ao do maximo de repeti90es que poderiam ser alcan9adas ateexaustao voluntaria, 0 avaliador mo
-tivava os avaliados. 0 individuo somente interr om-pia aexecu9ao do exercicio no momenta em que a velocidade de execu9ao era zero.Em cada serie, fo-ram mensurados osnumeros maximos derepeti90es
realizadas e 0 tempo de tensao. Ao fmal darealiza -9ao da sequencia ordenada 0 avaliado era quest io-nado sobre suapercep9ao de esfor90 atraves da Es -cala de Borg (CR-10). Asvariaveis foram compara
-das atraves do teste t-Studentemparelhado, paracada exercicio e no fmal das sequencias (p<0,05).
Nao houve diferen9as significativas entre 0 somat6rio total de repeti90es em cada sequencia para todos os exercicios (p=0,98), embora tenham
sido verificadas diferen9as entre 0 somat6rio das series dos exercicios analisados em pares. No
supino, houve diferen9a significativa (p=0,0001) entre 0 somat6rio total de repeti90es da SEQA e
SEQB (Figura 1),embora ente as series, a dife-ren9a tenha sido observada apenas entre osprimei
-ros e segundos pares.
Em rela9ao ao desenvo1vimento, nao foi
verificada diferen9a (p=0,434) entre 0 somat6rio total de repeti90es (Figura 2) e entre cada serie analisada em pares.
Quanto ao triceps, ocorreram diferen9as signi
-ficativas (p=0,0001) entre 0somat6rio total das re
-peti90es entre as sequencias (Figura 3) e entre as
duas primeiras series analisadas separadamente. As diferen9as verificadas nos demais exerci -cios, leg-press (p=O,OOO1), cadeira extensora (p=0,0001) e cadeira flex ora(p=0,004), ocorreram no somat6rio total de repeti90es entre as SEQA e
SEQB (Figuras 4, 5 e 6, respectivamente) e entre
todas as series, quando analisadas em pares.
o
tempo de tensao na SEQ A e B foram res-pectivamente: 8,1 e 7,5 minutos (p<0,05). A sen -sa9ao de esfor90 ao fmal das sequencias apresen -tou-se estatisticamente mais elevada (p=0,006) na sequencia A que na sequencia B (Tabela 1).Estes
dados sugerem que a manipula9ao da ordem dos
exercicios pode influenciar a dura9ao do tempo de tensao e a sensa9ao subjetiva de esfor90 nos ex er-cicios considerados isoladamente.
III "tJ .:J I1J UJ ell I1J U ...• In U. III "tJ I1J "tJ ...• :> ...• .•.. a: N lSl lSl N N i " -:> ~ 30 >00 -.£ 25 0. ~ 20 ~ 30 '0 <> .£ 25 ~ 20
Total de repeti~oes no exercicio leg-press 120 80 en <J) <0 C> -...:: 60 <J) 0 -<J) P:: 40 20 0
Total de repeti~oesno exercicio cadeira extensora
60 50 II! 40 en <J) <0 C>-.~ 30 0 -<J) P:: 20
Total de repeti~oes no exercicio cadeira flexora
80 en 50 <J) <0 C> -'il 40 ~ 30 lli lJ .:J I1l tn cCS I1l () ...• III LL lli lJ I1l lJ .... :> ..•....•. a: N CSl CSl N N i " -:>
TABELA 1
indice da sensa~ao subjetiva de esfor~o em cada seqiiencia
Individuos
1
2
3
4 56
78
9 10 11 12 13 14 15 16 17SEQA 10 8 8 10 9 8 7 8 8 8 8 8 8 8 7 8 9
SEQB 8 8 8 9 9 8 7 7 7 8 7 8 7 7 7 8 9
SEQA=seqilencia A; SEQB=seqilencia B
DISCUSSAO
Teoricamente, 0desempenho nas sessoes em
que os grandes grupamentos musculares sao colo
-cados antes dos pequenos, pennitiria um estimulo
maximo em todas as musculaturas envolvidas
(ROONEY et aI., 1994). Isso foi testado por
SFORZO; TOVEY (1996), observando a
manipu-lac;ao na ordem dos exercicios em 17 homens trei
-nados em duas sessoes de treinamento. A sequencia
dos exercicios era invertida de forma que a primeira
sequencia fosse do maior grupamento para 0menor
grupamento e a segunda sequencia fosse feita de modo inverso. Foi observado que os individuos nao
eram capazes de suportar a intensidade dos exerci
-cios na segunda sequencia, promovendo assim uma
queda no nfunero de repetic;oes executadas. Em que
pesem diferenc;as no tipo de manipulac;ao da orde
-nac;ao das series, este estudo parece concordar com
os dados de SFORZO; TOVEY (1996): em mulhe
-res treinadas, uma diminuic;ao significativa no
nu-mero de repetic;oes aconteceu quando a ordem dos
exercicios era modificada, acionando-se os peque
-nos grupamentos antesdos maiores. Vma maior pre
-disposic;ao a fadiga foi evidenciada pelo declinio no
nfunero de repetic;oes em praticamente todos os exer
-cicios, excetuando-se 0desenvolvimento sentado,
na Sequencia B.
Vma observac;ao interessante no presente
es-tudo refere-se a questao do controle da intensidade
do esforc;o atraves do volume de treinamento. As
cargas foram defmidas pelo teste de 1 RM, solici
-tando-se aos sujeitos que executasse 0 maior nu
-mero possivel de repetic;oes a 80% deste valor.
Conforme descrito por HOEGER et aI., (1990), 0
teste de lRM possui falhas na prescric;ao de cargas
para 0 treinamento, possibilidade com a qual os
dados obtidos tendem a concordar. HOEGER et aI.,
(1987) e HOEGER et aI.,(1990) demonstraram que
o numero de repetic;oes pode variar sensivelmente em diferentes exercicios para um mesmo percentual
de 1 RM, devido as caracteristicas das articulac;oes
envolvidas, tamanho dos grupamentos musculares
e estado de treinamento do praticante. Isso indica
que 0metodo para determinar as cargas ministra
-das em urn program a de treinamento deve
extrapolar percentuais de 1 RM, levando em
con-siderac;ao outras variaveis intervenientes. Os resul
-tados do presente estudo tendem a corroborar essas
proposic;oes- foi observado urn numero alto de
re-petic;oes para 0leg press inclinado, a 80% de lRM.
Nao foram encontrados, porem, estudos em que
ob-servac;oes similares foram relatadas no contexto de
exercicios realizados em serie,situac;ao que se apro
-ximaria mais do delineamento aqui adotado.
Outro aspecto que pode ter influenciado os
dados obtidos diz respeito ao intervalo entre as se
-ries. Foram sempre mantidos interval os fixos de
dois minutos entre as series e exercicios. No
estu-do proposto por SFORZO; TOVEY (1996), os
in-tervalos foram de dois minutos entre os ex
ercici-os relativercici-os aos mesmos segmentos corporais.
Quando havia passagem de exercicios de tronco
para membros inferiores, os intervalos eram de
cin-co minutos. Na discussao do estudo, os autores
ci-tam que uma fadiga central poderia interferir na
performance da sequencia dos exercicios. Segun
-do KRAEMER et aI., (1987, 1990, 1991, 1993),
haveria influencia dos periodos de descanso no
lactato sanguineo, concentrac;oes hormonais e rea
-c;oes metab6licas aos protocolos de exercicio de
forc;a.Em contraposic;ao, outros autores sugerem
nao haver influencia significativa nos intervalos
entre urn a cinco minutos (SEWALL; LANDER,
1991; WEIRetaI., 1994;PINCIVERO etaI., 1998;
PINCIVERO et aI., 1997). Esses estudos possuem
como limitac;ao a realizac;ao de somente um exer
-cicio, avaliac;ao em maquinas isocineticas ou tes
-tes de lRM, enquanto neste estudo valeu-se de re
-sistencia dinamica invariavel, seis exercicios com
tres series cada uma ate a exaustao.
E
possivel queintervalo fosse superior a dois minutos entre as se-ries, ou maior, quando os segmentos corporais eram
trocados. Para ratificac;ao desta hip6tese, no
en-tanto, novos estudos com delineamento diverso
devem ser conduzidos.
Outra variavel observada foi 0tempo de
ten-sao nas series e0seu somat6rio. 0 tempo total que
urn musculo esta sob tensao e func;ao do numero de repetic;oes e da velocidade do movimento, ou
tempo para executar 0 levantamento (SIMA-O,
2002). No presente caso, nao foi solicitado que 0
individuo mantivesse uma velocidade especifica, mas aquela mais confortavel para sua execuc;ao. 0 tempo de execuc;ao pode ser, normalmente, dividi-do em tres fases: excentrica, pausa (estatica) e con-centrica. Estas fases podem variar, ainda que seja recomendado que a durac;ao total de uma serie nao exceda 70 seg (STONE et aI., 1981). Series maio-res que 70 seg, provavelmente, nao tern carga
sufi-ciente para levar a uma tensao adequada para
hipertrofia, associando-se eminentemente a
resis-tencia muscular. Apenas duas mulheres, no
exerci-cio leg-press inclinado, excederam esse tempo,
demonstrando que as cargas realizadas a 80% de
lRM promovem tempos adequados de tensao em todos os exercicios testados, no que conceme a in-tensidade. Quando foi feita a manipulac;ao na or-dem do exercicios, com grandes grupamentos
aci-onados inicialmente (SEQA), 0 tempo de tensao
foi superior ao da SEQB (p<0,05). Isso abre a pos-sibilidade de que a manipulac;ao da ordem dos
exer-cicios influencie no tempo de tensao para uma
me sma carga, podendo induzir efeitos diversos no aumento da sec;aotransversa muscular. Nao hi con-dic;oes, porem, de aqui comprovar esta hip6tese,
recomendando-se que investigac;oes sejam
conduzidas neste sentido.
Assim como outras variaveis relacionadas a
intensidade das sessoes de treinamento, 0 tempo
de tensao pode ser mudado conforme a situac;ao. Por exemplo, contrac;oes de baixa acelerac;ao de-vem ser implementadas para incrementar a produ-Ciaode forc;a (SALE, 1992). Incrementar a forc;a em baixa velocidade e uma propriedade
relaciona-da aos musculos de velocirelaciona-dade-tensao e pode
ain-da trazer a vantagem de diminuir a inibic;ao do
Or-gao Tendinoso de Golgi (EDSTROM; GRIMBY,
1986). Por outro lado, 0tempo rapido de execuc;ao
ou potencia pode resultar em diferentes adaptac;oes
de recrutamento de unidades motoras e
conseqiien-temente em ganhos de forc;a especificos (BERM;
SALE, 1993; SIMA-O, 2002). Variac;oes do tempo podem ainda provocar estimulos especificos para diferentes modos de contrac;ao. A carencia de in-formac;oes sobre a velocidade impedem que se
te-c;am recomendac;oes mais precisas sobre qual a
melhor velocidade de execuc;ao para ganhos neurais ou hipertr6ficos (SIMA-O, 2002). A nossa pesqui-sa nao promoveu controle da velocidade, mas foi evidente que isso foi importante em certos momen-tos. Uma velocidade aha era imprimida logo nas primeiras repetic;oes e, ap6s instaurar-se a fadiga, diminuia bastante ate a interrupc;ao do exercicio. Talvez este seja urn fator metodo16gico limitante no estudo, ja que a velocidade de execuc;ao pode
ter influencia sobre 0nlimero de repetic;oes, fadiga
e tipo de forc;a primordialmente treinada.
Em suma, 0presente estudo propos-se a
ob-servar 0efeito da manipulac;ao da ordem de
exer-cicios sobre numero de repetic;oes, tempo de ten-sao e percepc;ao de esforc;o em duas seqiiencias de seus exercicios realizados a 80% de 1 RM em mu-lheres treinadas. De forma geral, conclui-se que:
a) a ordem dos exercicios tende a influenciar 0
nu-mero de repetic;oes ate exaustao voluntaria, a
ten-dencia a fadiga sendo maior quando menores
grupamentos precedem os maiores; b) 0 tempo de
tensao em cada serie revelou-se diferente entre os pares de series para os mesmos exercicios, tendo sido igualmente inferior na seqiiencia iniciada por
grupamentos pequenos; c) a percepc;ao geral do
esforc;o realizado, adotada como indicador da fa-diga geral associada as sessoes de treinamento, foi maior na SEQ B, iniciada por grupamentos meno-res. Estes resultados tendem a ratificar as recomen-dac;oes usualmente encontradas na literatura. To-davia, outros estudos devem ser conduzidos, en-volvendo diferentes manipulac;oes de variaveis para confirmac;ao dos presentes resultados em contex-tos de treinamento diversos.
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Roberto Simao
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