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Hábitos de vida, sobrepeso e obesidade de um grupo de crianças em treinamento para corrida / Life habits, overweight and obesity of a group of children in training for running

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Hábitos de vida, sobrepeso e obesidade de um grupo de crianças em treinamento

para corrida

Life habits, overweight and obesity of a group of children in training for

running

DOI:10.34117/bjdv6n4-182

Recebimento dos originais: 20/03/2020 Aceitação para publicação: 13/04/2020

Maria Luiza Costa Borim

Licenciada em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá Instituição: Universidade Estadual de Maringá

Endereço: Av. Colombo, 5790, Jd. Universitário, CEP 87020-900, Maringá – PR, Brasil E-mail: luborim10@hotmail.com

Maria Antonia Ramos Costa

Graduada em enfermagem e obstetricia, mestrado pela Universidade Estadual Paulista- Júlio de Mesquita filho, Pró-reitora de pesquisa e Pós graduação, Coordenadora do comite de Ética de

pesquisa com Seres Humanos.

Instituição: Universidade Estadual do Paraná- UNESPAR Endereço: Avenida Rio Grande do Norte, 1525 87701-020 – Centro

E-mail: maria.costa@unespar.edu.br

Heloá Costa Borim Christinelli

Graduada em enfermagem, Mestrado em Tecnologia em Saúde pela Pontifícia Universiade Católica do Paraná, Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá. Docente no curso

de Enfermagem da Universidade Estadual do Paraná. Instituição: Universidade Estadual do Paraná-UNESPAR Endereço: Avenida Rio Grande do Norte, 1525 87701-020 – Centro

E-mail: heloa.borim@hotmail.com

Elen Ferraz Teston

Especialista em Urgência e Emêrgencia, Mestrado em saúde da Familia e Mestrado Profissional Instituição: Instituição: Universidade Estadual do Paraná- UNESPAR

Endereço: Avenida Rio Grande do Norte, 1525 87701-020 – Centro E-mail: elen-1208@hotmail.com

Edson Batista Borges

Graduado em EduaçãoFisica

Instituição: Universidade Estadual do Paraná- Unespar Endereço:Avenida Rio Grande do Norte, 1525 87701-020 – Centro

Email: sgtonds@gmail.com

Dandara Novakowskispigolon

Doutorado em Ciencias da Saude pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná Instituição: Universidade Estadual do Paraná- Unespar

Endereço:Avenida Rio Grande do Norte, 1525 87701-020 – Centro E-mail: dandaraspigolon@unespar.edu.br

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Neide Derenzo

Mestre em promoção da saude

Instituição: Universidade Estadual do Paraná- Unespas

Endereço: Avenida Rio Grande do Norte, 1525 87701-020 – Centro Email: neidederenzo@hotmail.com

Carlos Molena

Graduado em educação física pela Universidade Estadual do Paraná, mestrado em ciências da saúde, doutorado em ciências farmacêutica, docente da universidade estadual do Paraná- unespar

Instituição: Universidade Estadual do Paraná- Unespas Endereço: Avenida Rio Grande do Norte, 1525 87701-020 – Centro

Email: carlosmolena126@gmail.com

RESUMO

Objetivo: Identificar hábitos de vida e a prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças em treinamento para corrida. Metodologia: Pesquisa descritivo-exploratória, transversal com abordagem quantitativa. Realizada com 24 crianças entre 5 e 10 anos, participantes de um grupo de treinamento para corridas, de um município no noroeste do Paraná, no período de maio a junho de 2019. Os dados foram coletados a partir de um questionário de frequência alimentar semiquantitativo para crianças, adaptado para o objetivo do estudo, e coleta de medidas antropométricas. Para tratamento dos dados foi utilizada estatística descritiva. Resultados: Identificou-se que 50% das crianças encontram-se no grupo eutrófico, 20,8% estão com sobre peso, 29,2% como besidade. Constatou-se aindaqueentreas crianças do sexo feminino a prevalência de sobrepeso e obesidade representa 75% das participantes. A relação cintura quadril revelou que 75% das crianças estão classificadas como alto risco ou risco muito alto para desenvolvimento de síndrome metabólica. Sobre o hábito de vida verificou-se que 86,7% das crianças consomem carne suína duas vezes por semana,53,3% responderam comer pizzade uma aduas vezes por semana, 66,6% dos participantes disseram consumir sorvete entre uma a duas vezes por semana, 26,7% consomem refrigerantes duas vezes por semana. Conclusão: Conclui-se que parte das crianças realizam atividades fisicas fora do ambiente escolar, porém seus habitos alimentares são inadequados, além de estarem acima do peso, com risco elevado de síndrome metabolica.

Palavras-chave: Crianças. Fatores de risco. Obesidade. Prevalência. Sobrepeso. RESUME

Objective: To identify life habits and the prevalence of overweight and obesity among children in training for running. Methodology: Descriptive-exploratory, transversal research with a quantitative approach. Held with 24 children between 5 and 10 years old, participating in a race training group, from a municipality in the northwest of Paraná, from May to June 2019. Data were collected from a semi-quantitative food frequency questionnaire for children, adapted for the purpose of the study, and collection of anthropometric measurements. For data treatment, descriptive statistics were used. Results: It was identified that 50% of children are in the eutrophic group, 20.8% are overweight, 29.2% are obese. It was also found that among female children the prevalence of overweight and obesity represents 75% of the participants. The waist-to-hip ratio revealed that 75% of children are classified as high risk or very high risk for the development of metabolic syndrome. Regarding the life habit, it was found that 86.7% of children consume pork twice a week, 53.3% answered eating pizza once or twice a week, 66.6% of the participants said they consume ice cream between one and two twice a week, 26.7% consume soft drinks twice a week. Conclusion: It is concluded that part of the children perform physical activities outside the school environment, but their eating habits are inadequate, in addition to being overweight, with high risk of metabolic syndrome.

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Keywords: Children. Risk factors.Obesity.Prevalence. Overweight.

1 INTRODUÇÃO

A obesidade constitui um problema de saúde pública, de caráter global, que contribui para o desencadeamento e aparecimento de doenças metabólicas e crônico-degenerativas, tais como dia betesmellitus, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, distúrbios no aparelho locomotor, osteoartrite e apneia do sono (RAMOS,2013). Trata-se de uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura que se acumulam no tecido a diposo e prejudicam a saúde. Com aumento gradativo nos últimos anos, atingem diferentes faixa setárias, classes sociais e ambos os sexos, e de maneira preocupante tem afetado as crianças (OMS, 2000).

Ademais, no cenário atual crianças e adolescentes crescem frequentemente em ambientes obesogênicos, isto é, que promovem ganho de peso, e consequentemente sobrepeso e obesidade. Este é o resultado de vários processos do mundo contemporâneo, que ocorrem devido as mudanças nos padrões alimentares, como nos tipos de alimentos consumidos, sua disponibilidade, valores sociais, normas culturais, sedentarismo, entre outros (FAO, OPS, WFP y UNICEF. 2019).

Na América Latina e no Caribe o excesso de peso em crianças menores de 5 anos aumentou e passou de 6,2% para 7,5% entre 1990 e 2018. No Brasil, 12,9% das crianças de 5 a 9 anos são obesas (BRASIL, 2019). Da mesma forma, o excesso de peso em crianças, meninas com mais de 5 anos e adolescentes dobrou desde 1990, no caso de crianças (entre 5 e 9 anos), a obesidade passou de 17,5% para 33,7% entre 1990 e 2016 e em adolescentes (de 10 a 19 anos) passou de 15, 5% a 29,1% entre 1990 e 2016 (FAO, OPS, WFP y UNICEF. 2019).

Cabe destacar que vários fatores são determinantes para a obesidade nesta faixa etária, entre eles a evolução da tecnologia que traz consigo a praticidade e o sedentarismo, a maior variedade e disponibilidade de alimentos no ambiente, além da publicidade e a educação exercerem pressão sobre certos padrões alimentares, positivos ou negativos. As crianças são expostas a um grande volume de publicidade de produtos alimentícios que não promovem alimentos adequados, por meio de técnicas especialmente projetadas para convencê-los. Neste sentido, os hábitos de vida da família podem ajudar na educação destas crianças. Diante disso, destaca-se o papel dos pais, em especial no incentivo aos bons hábitos alimentares e a prática de atividade física (DIAS; HENRIQUES; ANJOS; BURLANDY,2017; FAO, OPS, WFP y UNICEF. 2019).

Na infância o modo de vida pode ser ainda mais difícil do que na fase da adolescência e da idade adulta, pois está relacionado as mudanças fisiológicas e de hábitos de vida junto a necessidade da presença dos pais neste processo. Associado a isso ainda está o fato de a criança ter pouco entendimento sobre os danos causados pela obesidade (BERTUOL,2015).

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Nesse contexto, as intervenções com prática de exercícios físicos e atividades recreativas têm se mostrado eficientes para promover a perda de peso, mudanças positivas na composição corporal e melhora na aptidão física. A demais, um bom nível de aptidão física na infância pode aumentar o desempenho motor, dessa forma o exercício físico é uma importante ferramenta no controle do sobrepeso e da obesidade em crianças, quando realizado de forma sistemática e com acompanhamento de profissionais capacidades, e atrelado a melhoria de hábitos alimentares (ESPÍNDOLA,2015).

Desse modo, sendo a obesidade um problema de saúde global, conhecer as prevalências de sobre peso e obesidade em crianças permite uma melhor definição de prioridades, assim como o planejamento de ações de promoção a saúde e prevenção de forma individualizada e coletiva. Neste contexto esta pesquisa teve como objetivo identificar hábitos de vida a prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças em treinamento para corrida.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva-exploratória, transversal com abordagem quantitativa, desenvolvida com 24 crianças na faixa etária entre 5 e 10 anos, de ambos os sexos, participantes de um grupo de corrida de um município no noroeste do Paraná. O grupo teve inicio com o objetivo de promover uma atividade fisica e tirar as criancas do sedentarismo, com uma atividade que eles gostariam de praticar, feito em uma areá aberta da cidade no noroeste do paraná aonde se obteve um espaço necessario e seguro para a prativa

3 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada nos meses de maio e junho de 2019 na pista de atletismo de um colégio estadual da cidade, onde ocorre o treinamento das crianças duas vezes por semana.

Para mensuração da altura, foi utilizado estadiômetro. Para a medida do Perímetro de Cintura (PC), que define a obesidade abdominal (OA), foi utilizada uma fita métrica e, para a medida do peso, foi utilizada uma balança portátil da digital. A medida do PC foi determinada no ponto médio entre o último arco intercostal e a cristailíaca.

A medida de altura foi realizada posicionando o participante em pé, de costas para o estadiômetro, descalço, com a cabeça livre de adereços, em posição ereta, com os braços estendidos ao longo do corpo e com a cabeça posicionada no plano de Frank furt. A medida foi realizada ao final de uma inspiração profunda, com a parte móvel do estadiômetro pressionada contra a cabeça, o suficiente para comprimir o cabelo. A medida de peso foi realizada com o participante descalço, com a roupa do corpo, e com qualquer tipo de peso extra, sendo removido.

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O índice de massa corporal (IMC), foi analisado por meio do percentil e de tabelas normativas, recomendado pela Organização Mundial de Saúde que classifica como IMC adequado ou eutrófico percentil ≥ 3 e < 85, sobre peso valores de percentis ≥ 85 e < 97 e para a obesidade valores < 97. O cálculo do IMC foi realizado através da fórmula Peso/Estatura², sendo o peso dado em quilo gramas e a estatura em metros (OMS,2007).

Foi utilizado ainda um questionário Questionário de Frequência Alimentar para avaliação do consumo alimentar de Crianças (QFAC), estruturado e adaptado para os objetivos desta pesquisa. O instrumento foi constituído de questões de um a quatro sobre hábitos de atividade física, a questão cinco sobre a frequência de alimentação, as questões de seis a oito sobre consumo alimentar e a questão nove sobre estrutura física, e dados referentes a medidas antropométricas.

Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e apresentados em forma de tabelas e percentual. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisada Universidade Estadual do Paraná sob o parecer nº 3.281.574, no ano de 2019. Todos os preceitos éticos forma respeitados, e para inclusão na pesquisa foi necessário a assinatura em duas vias de igual teor pelospais/responsáveis das crianças do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para menores de 18 anos e assentimento do menor.

4 RESULTADOS

Dentre as crianças participantes do estudo 12 eram do sexo masculino (50%). A prevalência do sobrepeso nas crianças foi de 20,8% e, a prevalência da obesidade foi de (29,2%), e (50%) das crianças apresentaram IMC adequado para a idade. A classificação do IMC em relação ao sexo é apresentada na Tabela 1.

Tabela 1- Percentual de crianças com excesso de peso (IMC com percentis ≥ 85), no conjunto da população infantil (cinco a dez anos) da associação de corredores de rua– região noroeste, Paranavaí-Pr, 2019.

Sexo Total Masculino Feminino IMC n % n % n % < 25 7 58,4 5 41,7 12 50 25 – 29,9 2 16,6 3 25 5 20,8 > 30 3 25 4 33,3 7 29,2 Total 12 100 12 100 24 100 Fonte: autor

A Tabela 2, mostra a relação da cintura e quadril com o risco de desenvolvimento de síndrome metabólica e a diferença entre os sexos. Constatou-se que nenhuma das crianças foi classificada como baixo risco, e que 25% delas estão classificadas com risco moderado para o desenvolvimento de síndrome metabólica, 37,5% foram classificadas como alto risco e outros

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37,5% como risco muito alto, tendo como referência a tabela da Organização Mundial da Saúde para idade até 29 anos. (OMS,1999).

Tabela 2 - Classificação de risco para síndrome metabólica baseado na Relação Cintura Quadril, por sexo, Paranavaí-Pr, 2019. Sexo Total Masculino Feminino Classificação do risco n % n % n % Moderado 5 41,7 1 8,3 6 25 Alto 7 58,3 2 16,7 9 37,5 Muito alto 0 0 9 75 9 37,5 Total 12 100 12 100 24 100 Fonte: autor

No que tange ao deslocamento para a escola 86,7% das crianças vão de carro, e, das que vão a pé 13,3% têm um tempo de deslocamento de dez minutos, 5 dias por semana.

Em relação a prática de educação física na escola, observou-se que 86,7% participam uma vez por semana, e 13,3% praticam duas vezes por semana, com o tempo de atividade variando entre 40 a 50 minutos.

Sobre a prática de atividades fora da escola, além da participação no grupo de corridas, 60% das crianças responderam que sempre praticam outras atividades físicas, 26,7% responderam que praticam algumas vezes e 13,3% responderam que nunca ou quase nunca. Destaca-se que quando questionados sobre qual a intensidade da atividade física praticada, 46,6% dos entrevistados responderam que a atividade os deixavam cansados e com o coração acelerado, outros 33,3% responderam que quase sempre ficavam cansados, e 20% responderam que nunca ou quase nunca ficavam cansados e com o coração acelerado. Entre as atividades praticadas, além da corrida, foram citadaso futebol, caminhada, bicicleta, e ginásticarítmica.

Em relação ao tipo de comportamento sedentário apresentado pelos participantes, verificou-se que, as crianças passam parte do tempo livre assistindo televisão, e/ou jogando vídeo game, 73,3% passam de uma a três horas por dia assistindo tv, e 40% ficam entre 18 a 24 horas na semana. Com relação ao vídeo game, 40% das crianças disseram passar entre duas a cinco horas por semana frente ao vídeogame.

Quando questionados sobre a frequência da alimentação e o local onde são realizadas as refeições, verificou-se que 86,6% dos alunos tomam café da manhã em suas residências todos os dias, 53,3% realizam o lanche da manhã todos os dias na escola. Todos responderam almoçar todos os dias em sua própria casa, 86,6% realizamo lanche da tarde todos os dias, sendo que 40% disseram lanchar na escola e 73,3% disseram jantar todos os dias em suas casas.

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O consumo alimentar dos participantes em relação a última semana antes da pesquisa, constatou que 40% consomem batata frita até dois dias por semana, e 53,3% consomem purê de batata dois dias por semana, quanto ao consumo de pizza 53,3% disseram comer dois dias por semana, 46,7% das crianças comem pão quatro dias por semana, 66,6% responderam consumir sorvetes dois dias por semana, e por fim 60% dos participantes da pesquisa disseram consumir chocolate dois dias durante a semana.

5 DISCUSSÃO

Os resultados encontrados no estudo demonstram que a prevalência de sobre peso e obesidade infantil está presente 50% no grupo estudado. A obesidade está cada vez mais frequente em escolares da rede pública e particular de ensino de todo o Brasil. A preva lê nc ia de so brpeso e o bes idad e enco nt rada no present e est udo co rro bo ra co m estudo realizado com estudantes na faixa etária entre seis e dez anos de escolas da rede pública na região Sul do Brasil o q u a l constatou a existência de 47,7% de prevalência de sobre peso e obesidade entre os participantes da pesquisa (DEPAULA;et.all2014).

Nos Estados Unidos da América, por exemplo, cerca de metade de todos os adultos americanos - 117 milhões de pessoas - têm uma ou mais doenças crônicas evitáveis, muitas das quais estão relacionadas a padrões alimentares de baixa qualidade e inatividade física. Observa-se que as taxas dessas doenças crônicas, como a obesidade, relacionadas à dieta, continuam a aumentar e elas surgem não apenas com o aumento dos riscos à saúde, mas também a alto custo. As Diretrizes Dietéticas para os Americanos são um recurso essencial para profissionais de saúde e formuladores de políticas, pois eles projetam e implementam programas de alimentação e nutrição que alimentam o povo americano, como o Programa Nacional de Almoço Escolar do USDA e o Programa de Café da Manhã, que alimentam mais de 30 milhões de crianças por escola dia. As Diretrizes Dietéticas também fornecem informações que ajudam os americanos a fazer escolhas saudáveis para si e suas famílias (UNITED STATES, 2015).

A obesidade infantil já pode ser considerada um problema de saúde pública no Brasil, que pode atingir precocemente as crianças, tornando-se um risco para a saúde atual das mesmas, bem como para saúde na vida adulta, e consequentemente com o aparecimento de doenças metabólicas e crônico-de generativas, tais como diabetes mellitus, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e distúrbios no aparelho locomotor, entre outros. Atuar de maneira preventiva para diminuir o índice de obesidade nas crianças se faz necessário para evitar a incidência de doenças crônico-degenerativas na vida adulta (RAMOS,2013). Nesse sentido, considerando a necessidade de ações intersetoriais, destaca-se a importância da operacionalização de ações coletivas que estimulem a

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conscientização sobre a necessidade de adoção de hábitos de vida saudáveis, assim como estratégias que estimulem a autonomia dos indivíduos em relação as escolhas saudáveis.

Destarte na análise por sexo, constatou-se que 58,3% das participantes do sexo feminino estão classificadas no grupo com sobrepeso e obesidade. Pesquisa realizado em escolares comida de entre cinco e seis anos de um município no estado de Santa Catarina no Brasil, também constatou uma alta predominância de sobrepeso e obesidade (41,3%) entre as meninas, (SOUZA; QUEIROGA; COSTA; SMOLAREK; MASCARENHAS; 2017). Outra pesquisa que teve como participantes escolares comida de entre no vê e dez anos de um Município no Estado do Paraná, demonstrou que a prevalência de sobrepeso foi maior no sexo feminino (44,2%), (SCHULTZ; PETRECA; 2013), o que corrobora com os resultados destapesquisa.

Em um trabalho realizado com escolares na faixa etária entre 6 e 17 anos, realizado no município no Estado de São Paulo, concluiu que em relação ao nível de atividade física foi observado que mais da metade da amostra, 251 estudantes (62,44%) foram inativos ou inadequadamente ativos e que a maioria desses indivíduos eram do sexo feminino, o que pode contribuir para um maior número de crianças do sexo feminino classificados com sobrepeso e a obesidade (CABRERA et. al,2014).

Embora existam poucos estudos que avaliem a Relação Cintura Quadril (RCQ) em crianças de cinco a dez anos de idade, em uma pesquisa realizada com 35 crianças com idade entre cinco e dez anos, constatou que 40% da população estudada estavam com o RCQ fora do padrão normal, 71% das crianças do sexo feminino, o que sugere que essas crianças têm risco de desenvolvimento de síndrome metabólica (CARNEVALLI; NOVAKI; ARAÚJO; 2009), resultado que afirma o que foi encontrado no presente estudo.

O indivíduo necessita de certa quantidade de gordura para o organismo desempenhar funções vitais, porém quando presentes em níveis elevados podem representar graves relações com ricos à saúde, como diabetes tipo II, hipertensão arterial, deterioração da função cardíaca, dislipidemia, disfunções endócrino- metabólicas, além da baixa autoestima, disfunção das capacidades funcionais, entre outras. (UNITED STATES, 2015).

Um estudo realizado com crianças e adolescentes em 2015, verificou que 68,1%, têm o automóvel como principal meio de deslocamento para a escola (SOUZA; PEREIRA; CARVALHO; MATOS; SILVA; 2015). Resultados bastante semelhante são encontrado no presente estudo.

Outro trabalho realizado com 2.849 crianças e adolescentes de cinco a 19 anos, mostrou que a distância e o meio de transporte utilizado de casa para a escola influenciam diretamente para a elevação do peso corporal, em decorrência do acúmulo de gordura ocasionado pelo não gasto

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calórico do indivíduo, constatou-se ainda que 81,4% dos alunos utilizam veículo motorizado para deslocamento à escola, o que pode estar relacionado com o aumento do peso, pois sabe-se que uma caminhada, de no mínimo 30 minutos da ida e volta da escola auxiliaria no controle do peso e na melhoria da qualidade de vida (LACERDA; RODRIGUES; ROCHA; LOPES;2014).

O ambiente escolar é favorável para aula de Educação Física, como um dos momentos mais oportunos para enfatizar a relação existente entre a prática de atividades que movimentam todo o corpo e a alimentação com a saúde, sendo assim a Educação Física Escolar, apesar de sofrer influências que estão tornando as aulas menos práticas, deveria assumir o papel de cuidar da saúde dos alunos, uma vez que, podemos considerar que a disciplina desenvolve as habilidades e capacidades físicas e a conscientização sobre hábitos alimentares saudáveis e a importância da prática regular atividades físicas por toda a vida (ARAÚJO; BRITO; SILVA;2010). Ademais, é uma fase da vida que os hábitos estão se formando, e desse modo podem ser estimulados, a partir de orientações em relação as exolhas conscientes.

Observou-se que na pesquisa a aula de educação física é realizada apenas uma vez por semana, com duração média de 40 minutos, semelhante a outros estudos realizados. Este resultado corrobora com outras pesquisas que constatou que o tempo médio das atividades físicas desenvolvidas no ambiente escolar é de 35 a 40 minutos de prática efetiva (KREMER, 2011; BÜRGER, 2007).

A participação da criança em atividades desportivas é parte do processo de socialização, pois, além dos benefícios para a saúde, oferece oportunidade de lazer e desenvolvimento de aptidões que melhoram a autoestima e a confiança (MELLO, et. all 2010). Esta pesquisa comprovou ainda que além de participarem do grupo de corridas, que 60% dos participantes praticam outras atividades físicas como ginástica, caminhada, atletismo, futebol, andar de bicicleta, entre outros. Porcentagem superior a um trabalho realizado em Marialva, no Paraná, que mostrou que a prática de atividade física fora da escola foi relatada por apenas 28,1% dos alunos (MELLO, et. all2010).

Estudo semelhante realizado no Paraná detectou-se que alunos com idade entre 6 e 10 anos de idade, passam em média de 3h a 4h por dia com atividades sedentárias como assistir tv, jogar vídeo game ou computador (MELLO, et. all 2010). Os prováveis fatores para o aumento da obesidade infantil são a diminuição no nível de atividade física e a qualidade da dieta. O número de horas assistindo televisão, número de refeições, o hábito de tomar café da manhã ou não, também são hábitos que estão associados à obesidade infantil (RECH, et. all 2010).

Segundo Steil e Assman 2017, que pesquisou os hábitos alimentares de estudantes com idade entre 10 e 11 anos, no município de Candelária, RS, as refeições café da manhã, almoço e jantar são

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realizados diariamente pela maioria dos estudantes, estes resultados são semelhantes aos encontrados no presente estudo (STEIL; ASSMAN, 2017).

Existe relação entre estado nutricional e o número de refeições diárias, quais sejam: café da manhã, merenda escolar, almoço, lanche e jantar. Nos últimos anos houve uma tendência da população de um modo geral, em substituir as principais refeições por lanches rápidos, as ditas “bobagens”. Os pais devido ao trabalho e as transformações provocadas pela vida moderna transferem esses hábitos ditos incorretos para seus filhos e prejudicando assim a alimentação adequada das crianças (LOPES; PRADO; COLOMBO;2010).

Recomenda-se que profissionais da atenção primária a saúde se atentem para o risco da obesidade e suas consequências antes do elevado IMC, e assim verificar os hábitos alimentares não saudáveis e a prática da atividade física das crianças. Sugere-se parcerias e divulgação sobre a prevenção e intervenções de controle de peso. Para isso, estratégias como aconselhamento, técnicas para perda de peso e entrevistas motivacionais para a criança e a família contribuem para a necessária mudança de hábitos inadequados (WANNMACHER. 2016).

Como limitação do estudo podemos atribuir o fato de toda a população estudada pertencer a um grupo específico decorridas, com características peculiares da região, assim sugere-se estudo futuro comumgrupo variado de crianças.

6 CONCLUSÃO

Observou-se entre os participantes a realização de algum tipo de atividade física fora do ambiente escolar com regularidade, porém possuem hábitos alimentares inadequados, metade estão acima do peso, apresentam hábitos sedentários com uso de televisores e vídeo games, além disso, a maioria possui risco elevado de síndrome metabólica.

A implantação de ações educacionais, nutricionais e esportivas são necessárias a fim de minimizar problemas de saúde atual e na vidaadulta. Com isso, o incentivo ao aumento do tempo gasto com atividades físicas no ambiente escolar, bem como a promoção de hábitos alimentares saudáveis entre esta população.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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