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As políticas públicas de produção de energia na fronteira da América Latina: Análise do impacto das políticas públicas de produção e distribuição energética nas relações do Brasil com Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela / Public energy produ

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13932-13941 Mar.. 2020. ISSN 2525-8761

As políticas públicas de produção de energia na fronteira da América

Latina

Análise do impacto das políticas públicas de produção e distribuição

energética nas relações do Brasil com Argentina, Bolívia, Paraguai,

Uruguai e Venezuela

Public energy production policies on the Latin American border

Analysis of the impact of public policies for energy production and

distribution on Brazil's relations with Argentina, Bolivia, Paraguay,

Uruguay and Venezuela

DOI:10.34117/bjdv6n3-310

Recebimento dos originais: 06/03/2020 Aceitação para publicação: 20/03/2020

Rachel Ferreira Oakes

Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Universidade Federal do Rio Grande

Universidade Federal do Rio Grande, Campus Santa Vitória do Palmar Rua Glicério P. de Carvalho, 81 - Coxilha

CEP: 96230-000 - Santa Vitória do Palmar, RS - Brasil. E-mail: rachelfoakes@gmail.com

Hemerson Luiz Pase

Doutor em Ciência Política e Mestre em Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Graduado em Filosofia. Professor e pesquisador do programa de Pós-Graduação em Direito e Justiça Social da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Professor do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Universidade Federal do Rio Grande, Campus Santa Vitória do Palmar Rua Glicério P. de Carvalho, 81 - Coxilha

CEP: 96230-000 - Santa Vitória do Palmar, RS - Brasil. E-mail: hemerson.pase@gmail.com

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo analisar em que medida ocorrem os acordos comerciais energéticos internacionais, bi e multilaterais, entre Brasil e Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela; analisar se estes são efetivamente condutores de políticas públicas energéticas e qual o papel dessas políticas em viabilizar a integração energética entre estes países. A análise das políticas adotadas entre as negociações pretende destacar o papel crucial do Brasil neste processo de integração energética entre os países envolvidos. As hipóteses desenvolvidas neste artigo é que há dois níveis de acordos bi ou multinacionais: um nível mais geral, onde os esforços cooperativos são planejados em áreas variadas,

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13932-13941 Mar.. 2020. ISSN 2525-8761 incluindo a produção energética. O outro nível de análise está baseado na exploração de potenciais energéticos, que implica em cooperação, para fins de sobrepassar conflitos políticos sensíveis. Através destas duas hipóteses, pode-se questionar dois pontos a respeito desses acordos bi ou multinacionais: a) Quais são os atuais estados dessa produção energética, bem como o estado de consumo dos países? E b) Qual a relação entre o crescimento econômico dos países que comercializam insumos energéticos do Brasil e a sua integração?

Palavras-Chave: Acordos, Energia, Políticas Públicas, Integração Regional, Cooperação Energética, Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Venezuela

ABSTRACT

The objective of this article is to analyze the extent to which bilateral and multilateral energy trade agreements between Brazil and Argentina, Bolivia, Paraguay, Uruguay and Venezuela occur; to analyze if these are effectively conductors of public energy policies and what the role of these policies in enabling energy integration between these countries. The analysis of the policies adopted between the negotiations intends to highlight the crucial role of Brazil in this process of energy integration among the countries involved.The hypothesis developed is that there are two levels of bi and multinational treaties, a more general level where cooperation 'efforts' are planned in a variety of areas, including energy production. Another level of agreement based on the definition of exploration of some energy potential that implies cooperation is to make feasible the enterprise, or to overcome sensitive political conflicts. Through these two hypotheses, it is intended to question two points regarding bi or multinational agreements: a) Are the agreements established in a strategic way that enable or anticipate joint cooperation actions? And b) Or, on the other hand, the agreements are made after planning specific actions of production or distribution of energy?

Keywords: Agreements, Energies, Public Polithics, Regional integration, Energetic Cooperation, Brazil, Argentina, Bolivia, Paraguay, Uruguay, Venezuela

1 INTRODUÇÃO

O principal objetivo desta pesquisa é conhecer como se dão os processos de cooperação energética do Brasil com outros países, através da análise de acordos que permeiam as relações entre Brasil e os países com o qual ele mantém parcerias no setor energético. Cabe questionar, dada as problemáticas no setor de integração energética latino-americano, em que medida estes acordos atuam como políticas públicas de produção de energia, e como eles podem ser benéficos para os países envolvidos; quais são os avanços constatados para o progresso econômico e desenvolvimento do Brasil decorrentes das relações comerciais e trocas de material energético, envolvendo os seus vizinhos da fronteira: Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela. A justificativa para o artigo está na busca de esclarecimento sobre as dificuldades históricas da integração energética na América Latina, sendo uma região que fora

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13932-13941 Mar.. 2020. ISSN 2525-8761 durante muito tempo disputada pelas nações, devido a conflitos de interesses econômicos, e como essa integração, atualmente, é benéfica para as mesmas.

2 OS PRIMÓRDIOS DA ENERGIA NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA

Os séculos XVII e XVIII englobaram geopolítica, poder, economia e sociedade nas colônias do Rio da Prata e no Brasil. Nesse período, tem-se a insurgência da saga da Colônia do Sacramento, fundada em 1680, local do embate luso-espanhol na foz do Prata por décadas a fio. A questão Cisplatina, pesada herança histórico-colonial, não se esgotou com a independência do Uruguai. A criação do estado-tampão em 1828, deu início a guerra grande (1838-1852), contanto com o envolvimento direto do Brasil e da Argentina.

O conceito do pan-americanismo, que ganhou corpo em 1880-90, foi responsável por vários princípios norteadores, que foram amplamente utilizados por países da América Latina para justificar certas atitudes ou orientações de política no século XX (ideais de solidariedade continental, harmonia e entendimento entre países-irmãos, etc.) As relações regionais centradas nas iniciativas de integração, destacam o processo de unificação dos espaços econômicos e os fatores que levaram o Brasil e a Argentina ‘’da rivalidade à integração’’(PIMENTEL, 2012). O pan-americanismo inspirava-se no passado colonial comum às nações do hemisfério, o que caracteriza um elo forte entre essas nações.

As relações econômicas entre o Brasil e seus países vizinhos tem sido objeto de vários acordos ao longo da história. Tanto por motivos de facilitar fluxos de mercadorias ou regulamentar a proteção dos países menos desenvolvidos, os câmbios internacionais tem sido fundamentais para o desenvolvimento dos países, principalmente no que tange a América Latina.

Nem sempre o Brasil pode transitar de forma tão segura no que remete ao campo das transações energéticas. Foi um processo demorado a consolidação do Brasil no campo energético como consumidor, que dirá a sua ascensão na contemporaneidade, como exportador de material energético. O próprio processo de estruturação da energia no Brasil se deu em três etapas, a primeira sendo datada do final do século XIX até 1930; a segunda, de 1930 a 1990, e a última de 1990 e compreendendo a atualidade. (ROCHA, 2014)

A primeira, datada do final do século XIX até 1930, começa na obtenção da primeira cidade brasileira a possuir o serviço de iluminação pública, o Rio de Janeiro, em 1883. Nesse ano, a cidade passou a ser iluminada por 39 lâmpadas de 2000 watts cada, valor mais de dez vezes maior do que as lâmpadas convencionais atuais. No mesmo ano, o potencial brasileiro

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13932-13941 Mar.. 2020. ISSN 2525-8761 começou a ser explorado, através da instalação da primeira Usina Hidrelétrica do Brasil de que se tem registro, a Usina Hidrelétrica de Energia (UHE) Ribeirão do Inferno, em Diamantina (MG). (ROCHA, 2014)

A eletricidade se consolidou no Brasil no período da República. O momento político da época acompanhou o processo de desenvolvimento do setor elétrico, evidenciado na descentralização administrativa, ficando a cargo dos estados e municípios. Quando foi promulgada a primeira constituição, em 1891, ficou expresso que dentre os direitos dos proprietários de terra estavam os direitos a exploração dos recursos naturais, dentre os quais, hídricos. Resquício da história brasileira, que se constituiu como um agrário-exportador, pode-se obpode-servar a limitação do depode-senvolvimento do pode-setor elétrico nos pode-seus anos iniciais, que ficou à cabo das iniciativas locais e, preferencialmente, sob tutela de empresas privadas.

Para tanto, é fatídico que a infraestrutura é um fator crucial para o bom desenvolvimento da energia em um país. Pode-se destacar a infraestrutura, pois é aquela que dá acesso ao lazer, à educação à saúde e ao saneamento, o deslocamento de cargas e pessoas, o movimento de máquinas, indústrias, automóveis, instituições e bens de consumo duráveis. (PASE, 2006).

No tocante ao setor energético, a infraestrutura é um tema de peso, mas delicado em todo o mundo. Há a crise da matriz energética, que se reflete nas crises petrolíferas que acabam acarretando no encarecimento do petróleo e dificultando a sua oferta. Esse período, que compreende os anos de 1930 a 1990, é a segunda fase do processo de estruturação da energia mencionados anteriormente, e que Rodrigo Stumpf Gonzalez (2012), confirma na apresentação de um panorama sobre o marco legal relacionado à produção energética, destacando que ‘’o desenvolvimento da infraestrutura na produção e distribuição de energia foi comandado pelo Estado no período de 1930 a 1980.

No período Vargas, a ampliação da responsabilidade do Estado na geração de energia foi proposta pelo governo. A criação da Eletrobrás propôs-se em 1962, e tornou-se uma das bases da política energética durante o regime militar. Nesse período, o crescimento do setor baseou-se no investimento público pelo apoio à criação de empresas estatais com vínculos com a Eletrobrás. (PASE e BAQUERO; 2013 apud CASTRO e FRANCESCUTTI; 1998). A partir desse período, o Estado brasileiro é afetado diretamente pela crise mundial, materializada internamente pela crise financeira e fiscal que, por sua vez, estimula as alternativas reformistas.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13932-13941 Mar.. 2020. ISSN 2525-8761 Certos países latino americanos manifestaram a necessidade da criação de uma zona de livre comércio em meados do século passado. As motivações para tal reivindicação foram em grande parte causadas pela constituição da Comunidade Econômica Europeia com uma política protecionista e, por outro lado, a revisão, no âmbito do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), dos acordos bilaterais entre os países sul-americanos (SOUSA, 2009)

O fato é que, em conjunto, a maioria dos países latinos passaram por períodos rigorosos, o que representam fatores em comum. A incidência dos regimes militares no hemisfério ocasionou uma maior instabilidade dos regimes democráticos, que foram utilizados como uma desculpa dada pelos governos dominantes, a fim de justificar a indicação de ditadores, nomeados e financiados pelo governo dos Estados Unidos no contexto da Guerra Fria, cuja esfera de influência era, invariavelmente, os seus vizinhos centro e sul-americanos.

Nesse período de conflito em que instauraram-se majoritariamente os regimes antidemocráticos na América Latina, concomitantemente, para Mignolo (2005), a América Latina passava por problemas com o fato de ceder excessiva submissão política à autoridade externa, bem como problemas com governança e acepções latino-americanas próprias como a passividade, ou, o reagir, e não o agir. Estes problemas refletem-se na crise de identidade por qual passa nitidamente os povos latino-americanos e, por consequência, influencia na gestão e administração de suas políticas públicas, como cita o autor:

A oposição refuta as visões e crenças da cultura dominante e, para isso, é orgulhosamente desafiadora. Toda reação é limitada e depende daquilo contra o que ela está reagindo, porque a oposição decorre de um problema com a autoridade - tanto externa como interna - é um passo em direção à libertação da dominação cultural. Mas não é um modo de vida. Em algum momento, em nosso caminho para uma nova consciência, teremos que deixar a margem oposta, a fenda entre os dois combatentes mortais de alguma forma curados, de modo que estamos em ambas as margens ao mesmo tempo e, ao mesmo tempo, ver através dos olhos de serpente e águia, ou talvez nós decidiremos nos desvencilhar da cultura dominante, descartá-la completamente como uma causa perdida, e causar, e cruzar a fronteira em um território totalmente novo e separado. ou e pode seguir outra rota. as possibilidades são numerosas

quando decidimos agir e não reagir. (pg. 139, 2005, tradução da autora)

Ao contrário da crise energética dos anos 70/80, o século XX1 viu a ascendência da energia renovável como formas alternativas viáveis aos combustíveis fósseis, como também políticas de energia próprias. (DALGAARD, 2017). O problema da escassez de estudos sobre energia renovável nas Relações Internacionais, segundo Dalgaard:

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Não se limita à insuficiência de pesquisas sobre a matéria, mas também pelo fato de discussões acerca de recursos energéticos alternativos serem sempre tendenciosos: seus proponentes são exageradamente entusiasmados, enquanto seus detratores tendem a ser exageradamente negativos (DALGAARD, pg. 39, 2017)

3 AS POLÍTICAS E INVESTIMENTOS NO SETOR ENERGÉTICO

O Brasil está inserido em um processo de integração. A diminuição de obstáculos ao comércio é consequência desse processo de integração econômica, mediante os quais vários países convém em formar um único mercado de maiores dimensões para seus produtos, como é o caso do Mercosul. É sabido que este Mercado constitui parte de um processo de integração econômica, sendo ele o terceiro nível (entre cinco) sequencial que resulta no processo de integração comercial total, passando de uma Zona de Livre Comércio e União Aduaneira para um Mercado Comum.

O Brasil, inserido no MERCOSUL, mantém estreita relação com seus vizinhos, através deste projeto de cooperação continental, visando a implementação da livre circulação de pessoas, bens, mercadorias, serviços, capitais e fatores produtivos, em tese, eliminando toda e qualquer forma de discriminação entre os seus membros. O crescente aumento dessas relações comercias, que quando regulamentadas, viabilizam a integração do sector elétrico, permitiu um melhor incremento das economias de escala dos países envolvidos, fator preponderante para o desenvolvimento industrial dos países. A maior aproximação entre os países da região e a necessidade do melhor aproveitamento dos seus recursos naturais determinaram a criação de uma nova agenda onde infraestrutura e energia passaram a ter prioridade. (BARBOSA, 2016)

3.1 ANÁLISE DAS POLÍTICAS DE PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO NA AMÉRICA LATINA

Como foi dito anteriormente, a formulação de uma nova agenda que foca na infraestrutura e energia como pilares do desenvolvimento surgiu com base na ascendência das energias renováveis na segunda metade do século 20. Para tanto, é necessário analisar isoladamente como esses projetos de integração se deram e como eles se encontram hoje.

É fato que Brasil e Argentina são indissociáveis em termos de desenvolvimento econômico. Ambos se beneficiam muito de relações comerciais mútuas, e é por isso que entende-se que o Mercosul significa Brasil e Argentina, da mesma forma que União Europeia significa França e Alemanha e Nafta significa Estados Unidos e Canadá. (GUIMARÃES,

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13932-13941 Mar.. 2020. ISSN 2525-8761 2012) Além da Argentina, outro forte parceiro comercial do Brasil, no que tange às trocas comerciais do setor energético, é o Uruguai. Bem como Paraguai também se faz presente na relação de troca eletroenergética entre as nações. Como alega Castro (2010): ‘’Brasil tiene en

la región dos grandes proyectos de integrácion energética: Itaipú y el Gasoducto Bolivia-Brasil’’

A partir de meados de 2007, o governo passou a oferecer aos países vizinhos fundos compensatórios (para corrigir as assimetrias estruturais), perdão de divida, investimentos, sobretudo da Petrobrás e financiamento em especial do BNDES, e outras facilidades políticas e comerciais. Paraguai, Uruguai, Argentina, Equador, Venezuela, e especialmente a Bolívia, recebeu ofertas concretas nesse sentido, contudo sem que com isso tenham-se reduzido as demandas e reivindicações em relação ao Brasil por parte desses países.

A Hidrelétrica Binacional de Itaipu surge num momento de abertura das negociações entre Paraguai e Brasil, e possui em seu leito o maior reservatório de água do Brasil. Ademais, possui o maior índice de aproveitamento de água , que garante a produção de energia limpa e renovável, e o fornecimento de 15% do energia consumida no Brasil e 90% do consumo no Paraguai.

O gasoduto Bolívia Brasil, fruto de um acordo comercial bilateral chamado GSA (Gas Supply Agreement), em 1996, permitiu acelerar o processo de diversificação da matriz energética e elétrica brasileira, a partir da oferta de um volume expressivo de gás natural a preços competitivos, em função da modalidade e duração do contrato. (CASTRO, 2010)

Ou seja, o Brasil possui fortes elos com dois dos países sul-americanos cujo potencial de produção energética é acentuado. No entanto, o estabelecimento desses dois grandes projetos de integração energética, a que se refere Castro, não foi fácil, e sim árduo. Um dos motivos é a movimentação econômica que foi gerada para a sua constituição, o outro seriam as assimetrias sociais e políticas do Paraguai e da Bolívia com o Brasil.

Recentemente, foi anunciado um projeto em conjunto com a Venezuela para a construção de uma refinaria em Pernambuco, e foram gerados investimentos de cerca de um bilhão de dólares para aumentar a produção de gás na Bolívia. Apesar disso, o governo boliviano, tendo assinado contratos de fornecimento de gás acima de sua capacidade de produção, pediu que o Brasil fizesse restrição voluntária no consumo doméstico, a fins de permitir que parte desse gás fosse enviada à Argentina.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 3, p. 13932-13941 Mar.. 2020. ISSN 2525-8761 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da análise do histórico de obtenção e produção de energia no Brasil, os primórdios da integração regional, os processos de parceria entre Brasil e Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela, pode-se notar que de forma sucinta, até o momento, a presença do Brasil é notável nos grandes empreendimentos de geração e distribuição de energia que se tem conhecimento, pois estes encontram-se ou contam com o apoio do Brasil para o seu desenvolvimento.

A ascendência das energias renováveis ocasionou a forte queda nos custos da geração elétrica, o que possibilitou a criação de novas tecnologias mais viáveis e baratas para o Brasil e os seus parceiros de cooperação energética. Além disso, os países que estimulam as energias renováveis diminuem sua dependência energética externa, obtendo mais autonomia no setor energético e garantindo o abastecimento. Pretendeu-se, aqui, destacar o papel do Brasil como país pioneiro da cooperação energética regional.

REFERÊNCIAS

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