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Arquitetura vernácula como inspiração: Estudo de Caso da Igreja Espírito Santo do Cerrado em Uberlândia/MG, projetada pela arquiteta Lina Bo Bardi/ Vernácula architecture as inspiration: Case Study of the Espírito Santo do Cerrado Church in Uberlândia /

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 1,p.4577-4593 jan. 2020. ISSN 2525-8761

Arquitetura vernácula como inspiração:

Estudo de Caso da Igreja Espírito Santo do Cerrado em Uberlândia/MG,

projetada pela arquiteta Lina Bo Bardi/

Vernácula architecture as inspiration: Case Study of the Espírito Santo do

Cerrado Church in Uberlândia / MG, designed by architect Lina Bo Bardi

DOI:10.34117/bjdv6n1-328

Recebimento dos originais: 30/11/2019 Aceitação para publicação: 29/01/2020

Carolina Fernandes Vaz

Pós graduanda em Sustentabilidade em Cidades, Edificações e Produtos pela UFMG. Endereço:Rua Uberlândia, 150 – Bloco 3, apto 204. Bairro: Centro - Araguari/MG

E-mail:carolinavazarquiteta@gmail.com

Maria Luiza Almeida Cunha de Castro

Doutora em Ciências Sócio-Ambientais

Endereço:Rua Paraíba, 697 – Savassi. Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil. CEP: 30130-141

E-mail:luizadecastro@ufmg.br

RESUMO

A Igreja Espírito Santo do Cerrado em Uberlândia/MG projetada pela arquiteta Lina Bo Bardi é o único patrimônio estadual da cidade, sendo sua importância não somente ao fato da arquiteta que a projetou, mas da forma como foi projetada: com inspiração em técnicas vernaculares para a elaboração e execução do projeto em questão. Para entender a inspiração da arquiteta, define-se como arquitetura vernácula aquela arquitetura que expressa o saber fazer, uma arquitetura não projetada, que dialoga com o meio e os materiais disponíveis no local. Dessa forma, a pesquisa busca se aprofundar na definição de arquitetura vernácula e na influência da arquitetura popular em obras da arquiteta; essa influência é definida pela própria arquiteta como arquitetura pobre, trazendo às obras (algumas de forma mais literal e outras de forma mais subjetiva) a essência da cultura popular, sua relação de respeito com o meio e a população, assim como sua simplificação e funcionalidade. A Igreja Espírito Santo do Cerrado é uma obra inspirada na arquitetura popular e em seu forte caráter social, por meio da qual a arquiteta envolve a população em um processo participativo de concepção e construção, utiliza de materiais locais obtidos através de doação e propõe o uso não só religioso, mas também de moradia e lazer, enfatizando ainda mais o sentido comunitário do edifício. A metodologia utilizada foi qualitativa com revisão bibliográfica sobre a arquitetura vernacular, as obras da arquiteta e a Igreja em questão, assim como análise in situ, para o entendimento das inspirações vernaculares adotadas pela arquiteta na Igreja Espírito Santo do Cerrado.

Palavras-chave: Arquitetura Vernácula como inspiração; Lina Bo Bardi; Igreja Espírito Santo

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 1,p.4577-4593 jan. 2020. ISSN 2525-8761

RESUMO

The Espírito Santo do Cerrado Church in Uberlândia / MG designed by architect Lina Bo Bardi is the only state heritage site in the city, its importance not only due to the fact that the architect designed it, but also the way it was designed: inspired by vernacular techniques for the elaboration and execution of the project in question. In order to understand the architect's inspiration, vernacular architecture is defined as architecture that expresses know-how, an unplanned architecture that dialogues with the environment and the materials available on site. Thus, the research seeks to deepen the definition of vernacular architecture and the influence of popular architecture in the architect's works; this influence is defined by the architect herself as poor architecture, bringing to the works (some more literally and others more subjective) the essence of popular culture, its respectful relationship with the environment and the population, as well as its simplification and functionality . The Espírito Santo do Cerrado Church is a work inspired by popular architecture and its strong social character, through which the architect involves the population in a participative process of design and construction, uses local materials obtained through donation and proposes the use not only religious, but also housing and leisure, further emphasizing the building's community sense. The methodology used was qualitative with a bibliographic review on vernacular architecture, the architect's works and the Church in question, as well as in situ analysis, to understand the vernacular inspirations adopted by the architect in the Espírito Santo do Cerrado Church.

Keywords: Vernacular architecture as inspiration; Lina Bo Bardi; Cerrado Holy Spirit

Church.

1 INTRODUÇÃO

A arquitetura vernácula parte de premissas hoje reconhecidas como sustetáveis que podem ser modelo para a elaboração de projetos na atualidade pois, de uma forma não projetada já se adequava às condicionantes locais. Um grande exemplo de estratégias vernaculares exemplares, adotadas em projetos contemporâneos está na Igreja Espírito Santo do Cerrado. Trata-se de um projeto da arquiteta Lina Bo Bardi, que busca sua inspiração nessas técnicas para a concepção e construção da igreja. O obejtivo do presente é analisar as caracteristicas da arquitetura vernacular, que dialoga com o meio e os materiais disponíveis no local, procurando identificar sua influência nas obras da arquiteta; em especial na Igreja Espírito Santo do Cerrado em Uberlândia/MG.

A metodologia utilizada para a pesquisa foi qualitativa, contemplando uma revisão bibliográfica sobre a arquitetura vernácula como inspiração para a elaboração do projeto e execução da Igreja em questão. O levantamento bibliográfico procurou trazer uma visão geral da arquitetura vernácula, focando em seguida sobre a trajetória profissional da arquiteta.

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Procurou-se identificar a articulação das obras de Lina com as técnicas vernaculares. Foram empreendidas ainda análises do projeto e visitas ao local. Procurou-se, desta maneira estabelecer uma relação entre o projeto da Igreja e os princípios da arquitetura vernácula, que é a base para o que a arquiteta define como Arquitetura Pobre. A Igreja Espírito Santo do Cerrado, como único projeto da arquiteta em Minas Gerais e único tombamento em Uberlândia no nível estadual, é um patrimônio, não no sentido monumental, mas como importante legado da arquiteta para valorização da cultura popular e do emprego de técnicas vernaculares.

2 ARQUITETURA VERNÁCULA

Arquitetura vernácula, também chamada de arquitetura popular por Weimer (2005), é uma arquitetura não projetada, perfeitamente adequada ao meio sendo este seu maior limitador, pois a obra se adequa às suas condicionantes como: clima, topografia, ventos, disponibilidade de materiais e mão de obra local com técnicas repassadas de geração a geração (LIMA JÚNIOR, 2007). Dessa forma, a arquitetura popular se define sem estrangeirismos e modismos; surge singela mas eficaz, pois abriga o homem com o que a natureza oferece sem causar impacto. Lima Júnior (2007), destaca que a relação meio ambiente-homem existente na arquitetura vernácula é uma relação respeitosa, pois o homem vive nesse meio. O autor enfatiza que o homem primeiramente interpreta o meio natural e o vivencia, criando dessa forma soluções e técnicas para uma construção que permita sua sobrevivência. Weimer (2005) cita características fundamentais da arquitetura popular como: simplicidade, adaptabilidade, criatividade e a “forma plástica como resultado da técnica e dos materiais empregados”. (p. XLII)

Teixeira (2017) lembra a distinção proposta por Rapport, um dos autores seminais que tratam do tema, que contrapõe a arquitetura primitiva e a arquitetura vernácula, observando que ambos os tipos de construção se adequam ao clima e utilizam de material disponível no local. No entanto, a primeira definição se relaciona às construções de povos menos desenvolvidos; e a segunda, já envolve a figura do construtor que caracteriza o saber fazer repassado de geração a geração.

Corbella et al. (2010) salientam que as construções vernáculas, assim como a arquitetura primitiva, são adequadas a climas específicos e faz uma comparação entre uma oca tradicional do Peru e uma oca tradicional do Pará no Brasil. Neste caso, em ambas as regiões em decorrência da semelhança entre os climas, foram adotados métodos, materiais e estratégias bioclimáticas também semelhantes, embora não houvesse uma conexão territorial.

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O Brasil, por ser um país colonizado por portugueses, apresentou em suas primeiras construções, características portuguesas adaptadas ao clima tropical; essas construções vernaculares se caracterizaram por tipologias tais como casas grandes, sobrados e mocambos, sendo construções simples com grandes varandas e alpendres, que predominaram no Brasil até início do século XX (CORBELLA et al., 2010). Segundo o autor, posteriormente a essa data, o Brasil se afasta do vernacular (visto na época como uma arquitetura singela) para adotar estilos ecléticos e internacionais, perdendo assim um pouco de sua identidade.

Não é por ser uma construção popular realizada sem projeto ou destituída de intenção artística, que a arquitetura vernácula não tem seu valor; pelo contrário, ela é de suma importância cultural, pois demonstra o saber fazer único em cada comunidade, autêntico culturalmente, definindo-se como elemento identitário de uma região. (ALENCAR et al, 2007)

Segundo o Icomos (1999), através da Carta sobre o Patrimônio Construído Vernáculo, o patrimônio vernáculo:

[...] é o meio tradicional e natural pelo qual as comunidades criam o seu habitat. Resulta de um processo evolutivo que inclui, necessariamente, alterações e uma adaptação constante em resposta aos constrangimentos sociais e ambientais (s.p.) [...] cita ainda que “o patrimônio construído vernáculo ou tradicional suscita a afeição e o orgulho de todos os povos” (s.p.).

O documento enfatiza ainda a importância da preservação das construções vernáculas como forma de perpetuar a história e modo de fazer de uma determinada região.

Com a crescente industrialização e acesso à matéria-prima, a sustentabilidade tem ganhado cada vez mais espaço nas estratégias de projeto. Dentro deste contexto, fica claro que é necessário atuar de forma responsável junto à construção civil, uma das áreas que mais polui e extrai matéria-prima do planeta. Assim, Caramelo (2016) faz uma conexão entre sustentabilidade e construção vernacular e seus materiais de construção. Segundo a autora (2016, pag. 20 e 21) “a arquitetura sustentável começa lentamente a introduzir mudanças na forma de construir, que se refletem: na escolha dos materiais e das soluções construtivas; no aumento da reutilização e reciclagem de materiais e na diminuição considerável da produção de resíduos”. A arquitetura vernácula, construída mesmo sem conhecimentos científicos ou acadêmicos tem muito a contribuir em projetos atuais em termos de conforto térmico, sustentabilidade e eficiência energética.

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(...) a arquitetura vernacular desenvolveu, de uma forma intuitiva, conceitos bioclimáticos que são hoje cientificamente válidos. Dada a escassez de meios, a simplicidade unia-se à racionalidade, resultando na aplicação de técnicas e soluções que, embora rudimentares, maximizavam o aproveitamento dos materiais e das energias disponíveis. (ReVer, 2015, pag. 64)

3 A INSPIRAÇÃO DA ARQUITETURA VERNÁCULA NA TRAJETÓRIA DE LINA BO BARDI

Achillina di Enrico Bo, nasceu em 1914 em Roma e relata uma trajetória entre vivências entre cinemas e teatros quando jovem, mas também de bombardeios entre as Primeira e Segunda guerras mundiais na Europa. Formou-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma e depois mudou-se para Milão para adquirir prática e trabalhar no escritório de Gió Ponti começando, nessa época, a escrever na revista Domus. Em 1946 casa-se com Pietro M. Bardi e casa-se muda para o Brasil. Sua chegada ao Brasil é descrita com muito entusiasmo e esperança, a arquiteta vê no país a possibilidade de projetar livremente, algo difícil na Europa (BARDI, 2018). Segundo Ribeiro (2016), a arquiteta é recebida no Brasil por intelectuais e se depara com pensamentos da Semana de 1922 que enfatizam a cultura popular brasileira.

A trajetória profissional de Lina no Brasil é marcada por três fases: a primeira está relacionada à Modernidade (1947-1957) e as outras duas, à Memória do Brasil Arcaico (1958-1964) e à Invenção da Memória Brasileira (1976-1992) (AZEVEDO, 1995 apud TANNURI, 2008).

A segunda fase, focada na “Memória do Brasil Arcaico”, corresponde à permanência de Lina no Nordeste, onde a arquiteta reside, leciona e atua, entrando em contato com o Tropicalismo e diversos intelectuais que valorizam a cultura popular. A terceira fase, “Invenção da Memória Brasileira”, [...] “pode ser entendida como uma consequência da realidade nordestina, identificada pela iconografia da arquitetura e objetos”(AZEVEDO, 1995

apud TANNURI, 2008, pag. 44).

Lina reconhece a arquitetura popular como uma arquitetura pura, segundo Ferraz apud Bardi (s.d.): [...] “o homem do povo sabe construir, é arquiteto por intuição, não erra; quando constrói uma casa a constrói para suprir as exigências de sua vida; a harmonia de sua construção é a harmonia natural das coisas não contaminadas pela cultura falsa, pela soberba e pelo dinheiro”. (s.p.)

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Bardi (2008) em 1957 relata a influência recebida no Nordeste para a elaboração de projetos para chegar ao que ela chamaria de Arquitetura Pobre, explicando que esse conceito se aplica na simplificação da arquitetura popular.

Aproveitei ao máximo a experiência de cinco anos passados no Nordeste, a lição da experiência popular, não como romantismo folclórico, mas como experiência de simplificação. Através de uma experiência popular, cheguei aquilo que poderia chamar de Arquitetura Pobre. (BARDI, 2008, p.100)

Nessa fala, ao se referir à Arquitetura Pobre, a arquiteta se refere ao projeto do MASP, pobre em alegorias e rebuscamentos, simples em forma e rico em significado; uma forma de unir a arquitetura modernista à uma pureza volumétrica e valorização social, assim como a arquitetura popular. Nesse, sentido a arquitetura pobre não é algo literal ou estritamente econômico, ela está voltada à simplificação, à eficiência, à função social, à vivência, ou seja, voltada à releitura da arquitetura vernácula.

O sentido de “arquitetura pobre”, empregado no SESC, é o mesmo adotado no Solar do Unhão, na Igreja do Espírito Santo do Cerrado e mesmo em muitas casas: o de uma arquitetura feita com muito rigor construtivo, sem excessos decorativos, despojada de elementos estilísticos e simples no seu uso. (PEREIRA, 2014, p.140)

Em 1967, Lina cria a Cadeira de Beira de Estrada projetada em sua estadia no Nordeste , que faz referência à arquitetura popular e à sua conexão com o clima, material disponível e visão social.

Já em outras obras da arquiteta, a partir de 1958, é possível visualizar a Arquitetura Pobre de uma forma mais literal, remetendo-se visualmente à arquitetura popular brasileira e ao emprego de materiais locais encontrados em projetos como: Casa Valéria P. Cirell (figura 1), Casa do Chame Chame e Casa Mário Cravo (BARDI, 2008). Cabe ressaltar que mesmo nessas obras a Arquitetura Pobre impera como interpretação da arquitetura popular.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 1,p.4577-4593 jan. 2020. ISSN 2525-8761 Figura 1 – Casa Valéria P. Cirell

Fonte: Archdaily (2019) Disponível em : https://www.archdaily.com.br/br/800798/classicos-da-arquitetura-

casa-valeria-cirell-lina-bo-bardi/5844891de58ece9e190006a6-classicos-da-arquitetura-casa-valeria-cirell-lina-bo-bardi-foto

Segundo Bardi (2008) voltar-se para a arquitetura popular é fundamental para o aprimoramento da arte de projetar.

O reexame da história recente do país se impõe. O balanço da civilização brasileira “popular” é necessário, mesmo se pobre à luz da alta cultura. Este balanço não é o balanço do Folclore, sempre paternalisticamente amparado pela cultura elevado, é o balanço “visto do outro lado", o balanço participante. (BARDI, 2008, pag. 210)

Segundo Grinover (2010) na década de 1980, Lina Bo Bardi já inspirada pelas obras populares, volta-se para uma percepção entre “o contexto, o ambiente e o habitat” e “a natureza da conexão entre obra, artista e usuário” (p.21). O autor procurou identificar a motivação da arquiteta e afirma que: “[...] suas estratégias no Brasil buscavam um lugar comum entre o mundo intelectualizado e racional do arquiteto e o instintivo e criativo universo da técnica rudimentar brasileira, o que podemos entender que seja a sua noção da função social do arquiteto” (p.48).

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Assim, Lina Bo Bardi considerava os imperativos sociais e o legado cultural de determinada região, buscando sempre um programa de necessidades atual e funcional, que possibilitasse experimentações e reflexões. Segundo Compoy (2014), Lina Bo Bardi não buscava imitar ou reproduzir a arquitetura vernácula, mas inspirar-se no vernáculo de forma a projetar para atualidade, valorizando assim a cultura brasileira: “não se trata de fatos imobilizados no passado, mas uma herança que pretende discutir, incorporar e revisitar (COMPOY, 2014, p.5)”.

Assim como a arquitetura vernácula, a obra de Lina Bo Bardi é um convite ao social, à história, à essência. A arquiteta procura inserir os anseios da população na elaboração dos seus projetos, assim como envolver o usuário em seu processo. A arquiteta incorpora a obra ao contexto sócio-ambiental do local, possibilitando à comunidade uma vivência da arquitetura projetada, em um processo que permite à população identificar a obra como sua linguagem cultural.

Segundo Rosseti (s.d.) “[...] a abordagem das instâncias da tensão moderno/popular em Lina Bo Bardi possibilita reflexões sobre como a arquitetura brasileira pode e/ou quer se relacionar” (p.10), através de uma herança cultural e maior conexão com a população, de forma a atender às demandas da época.

Dentro deste direcionamento da obra da arquiteta, destaca-se a Igreja Espírito Santo do Cerrado em Uberlândia/MG, projetada em 1976.

4 A IGREJA ESPÍRITO SANTO DO CERRADO EM UBERLÂNDIA/MG

A Igreja Espírito Santo do Cerrado é o único bem tombado no nível estadual na cidade de Uberlândia/MG. A cidade localiza-se no Triângulo Mineiro e segundo IBGE (2019) possui área de 4.115,206 km², 691.305 pessoas e IDHM de 0,789, sendo um pólo industrial e de referência regional.

Na década de 1970, contexto do início do projeto da igreja, Uberlândia era uma cidade em pleno desenvolvimento econômico, o que atraiu pessoas de outras regiões em busca de oportunidades de trabalho e melhor qualidade de vida; para receber esses moradores alguns bairros foram criados, dentre eles o Jaraguá (bairro em que está inserida a igreja), um bairro de periferia, afastado do centro da cidade e carente na época de infraestrutura, equipamentos sociais e de lazer.

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Os migrantes vindos para a região do Triângulo Mineiro, e mais precisamente para Uberlândia, vinham em busca de emprego e moradia e ainda, aproveitando-se desse contexto, as empresas imobiliárias expandiam seus empreendimentos, tornando-se grandes responsáveis pelo crescimento demográfico dessa região. Foi nesse contexto que surgiu o Bairro Jaraguá, localizado na Zona Oeste da cidade, às margens do rio Uberabinha. Nessa época a comunidade local era composta por uma população trabalhadora, de baixo poder aquisitivo, que construía suas residências à beira do rio, em condições precárias, sem saneamento básico, asfalto, energia elétrica e transporte. (ALMEIDA et al., 2014, pag. 60)

O projeto da Igreja se inicia em 1976 e Lazzarin (2015) descreve sua articulação através de uma amizade entre Frei Egídio, Edmar Almeida (artista urberlandense) e Lina Bo Bardi, referindo-se aos três respectivamente como Cruz, Pincel e Régua. O processo da igreja, partiu de uma reflexão profunda, baseada na interlocução de diferentes perspectivas relevantes, pois para sua elaboração, não foi levado em consideração somente o desejo da arquiteta, houve uma integração de pensamentos sobre religião, arte e arquitetura, com um diálogo intenso prinicipalmente entre o artista e a arquiteta e sobretudo uma visão social de amparo à comunidade carente do Bairro Jaraguá. A elaboração do projeto arquitetônico é doado por Lina Bo Bardi e o projeto estrutural, doado por Rodolfo Ochôa, engenheiro uberlandense (LAZZARIM, 2015).

O que está colocado no Bairro Jaraguá não se trata de uma proposta isolada entre as obras da arquiteta, é produto gerado pela compreensão de um processo histórico que inclui todo o percurso de Lina, até encontrar condições de formular uma nova proposta à condição de subdesenvolvimento brasileiro. Mesmo sem uma relação direta com a realidade do nordeste e suas limitações, ela viu no cerrado de Minas a possibilidade de dar continuidade às suas pesquisas. (LAZZARIN, 2015, p.147)

Diversas cartas foram trocadas entre Edmar e Lina, nas quais o artista descreve várias vezes as necessidades da Igreja e da população do Bairro.

D. Lina faça-a bela e simples, retrato desse povo tão bom. O gosto que têm pela beleza é mais que um anseio, espécie de fome e apetite que os tira do peso do trabalho, do sofrimento, das carências. Acho triste, a maioria dos artistas brasileiros não perceberem o conceito de beleza que traz o povo e o que seria e é arte para eles… Toda riqueza que trazem impossível de extravasá-la no cotidiano aparece aos

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domingos, no descanso da noite, à beira do fogo, nas festas, nas canções, procissões. Alegria simples e inteira, cristalina.(ALMEIDA, 1976 apud LAZZARIN, 2015 p.44)

Nota-se em suas recomendações, que Edmar enfatiza os aspectos sociais que a concretização do projeto pode oferecer, algo de extrema importância na trajetória profissional de Lina, que busca em seus projetos suprir as carências sociais e culturais de determinada região.

A Arquitetura Pobre nesse projeto é evidenciada pelo profundo olhar voltado para o contexto sócio-ambiental do bairro, para as necessidades da população, para o aproveitamento da topografia, para o emprego dos materiais locais obtidos através de doação, para a participação da população na execução, para a simplificação arquitetônica e do seu programa de necessidades.

Tirando partido do terreno, para se adequar à topografia (que possui um acentuado declive), a arquiteta cria quatro platôs com setores definidos em cada um: capela, moradia de freiras, salão de festas e campo de futebol; preocupando-se em locar a capela no platô mais alto. Pelo programa de necessidades nota-se o evidente aspecto social a partir de uma obra destinada não somente à orações, mas à convivência e lazer da população. A maneira pelo qual os blocos foram implantados nos platôs, assim como as formas circulares dos edifícios, valorizam o edifício na paisagem. Nota-se na figura 2 um croqui do projeto e na figura 3, a obra concluída na década de 1980. Observa-se, assim, como na arquitetura vernácula, uma valorização da essência da comunidade e a adequação do projeto ao contexto social e ambiental.

Figura 2 - Croqui do Projeto do Conjunto

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 1,p.4577-4593 jan. 2020. ISSN 2525-8761 Figura 3 – Obra concluída na década de 80.

Fonte: BARDI; ALMEIDA (1999)

Segundo IEPHA (1997), a arquiteta se inspirou em um estilo “páleo-cristão ou oca indígena, “romana mas brasileira”, como ela própria dizia” (p.22). A arquiteta faz alusão a outros elementos históricos e culturais para a elaboração do projeto, fugindo do modismo e agregando valor e identidade ao conjunto. A inspiração popular é traduzida no caráter social e também plástico, já que remete à oca indígena e ao mesmo tempo envolve a população atendendo suas necessidades funcionais e econômicas.

Foi de fundamental importância a participação da população na execução da Igreja, que conforme IEPHA (1997) foi intercalada com mão de obra especializada e 4 mutirões com a comunidade do bairro, como uma oportunidade de envolver a população no processo de concretização do projeto, onde segundo Bardi (1999):

A igreja foi construída por crianças, mulheres, pais de família, em pleno cerrado. Construída com materiais muito pobres, coisas recebidas de presente, em esmolas. É tudo dado. Mas não no sentido paternalista, mas com astúcia, de como se pode chegar a coisas com meio muito simples. O que houve de mais importante na construção da Igreja do Espírito Santo, foi a possibilidade de um trabalho conjunto entre arquiteto e mão de obra. (s.p.)

Observa-se na figura 4, a arquiteta apresentando o projeto para a comunidade de uma maneira informal, favorecendo na população o sentimento de apropriação da obra, enfatizando o caráter social enquanto necessidade, mas também enquanto valorização do popular.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 1,p.4577-4593 jan. 2020. ISSN 2525-8761 Figura 4 – Apresentação do projeto à comunidade em 1978

Fonte: IEPHA

A obra foi executada em tijolos aparentes e alicerce em concreto, piso da igreja em seixos rolados, cobertura com estrutura em aroeira e telha de barro colonial sem forro; todo material é local e adquirido através de doações, que conotam não só um sentido econômico, mas também ideológico.

A simplicidade presente nesta construção não foi fruto apenas dos parcos recursos financeiros empregados na obra. Acima de tudo, estavam presentes traços de seu engajamento político-ideológico e arquitetônico, e que envolvia o trabalho com a comunidade local, o restgate de aspectos da genuína cultura popular, da compreensão e valorização do enorme “caldeirão” cultural. (IEPHA, 1997, p.11)

Devido à sua arquitetura singular e importância não só municipal, mas estadual, a Igreja Divino Espírito Santo do Cerrado foi tombada pelo IEPHA/MG em 18/02/1997 e homologada em 09/05/1997 com inscrição nos seguintes livros de tombo: Livro I de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, Livro II do Tombo de Belas Artes e Livro III do Tombo Histórico. O tombamento reconhece o valor cultural do bem e a necessidade de sua preservação de forma a manter as principais características da obra.

O uso do imóvel mantém sua conservação e tem evoluído ao longo do tempo, inclusive com elaboração de um anexo pelos arquitetos Marcelo Ferraz e André Vainer (arquitetos parceiros de Lina na elaboração da Igreja na década de 70) para abrigar salas para cursos, aulas de artesanato para mulheres da comunidade e reuniões, um complemento às necessidades do projeto original.

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Nessa obra, Lina concretiza seu desejo em trabalhar diretamente com a população em um projeto de caráter social, traduzido pela valorização da comunidade e pela inspiração em técnicas vernaculares. Após o tombamento algumas mudanças foram necessárias, tais como: a transformação da moradia de freiras em um museu, a adequação do imóvel às exigências da legislação de prevenção e combate a incêndio e a construção de um anexo.

5 INTERSEÇÕES ENTRE A ARQUITETURA VERNACULAR E A ARQUITETURA DA IGREJA ESPÍRITO SANTO DO CERRADO

Um dos aspectos importantes que caracterizam a arquitetura vernacular é a sua articulação com as características históricas, climáticas e topográficas do local em que está implantada, valorizando a tradição e a cultura com materiais e soluções tecnológicas adequadas. Este tipo de arquitetura é caracterizado pela ausência de estilo no sentido formal do termo (ANDRADE, 2016).

A Igreja Espirito Santo do Cerrado, embora não possa ser classificada como vernacular, pois é resultado de um projeto, procurou resgatar a sabedoria coletiva que emerge dessa tipologia. Neste sentido, é exemplar a forma pela qual os materiais e a forma construída utilizados pela arquiteta se apropriam de elementos tais como clima, topografia, ventos, disponibilidade de materiais e mão de obra local.

Do ponto de vista do clima, o projeto teve que lidar com condicionantes locais da região, onde impera um tipo climático tropical - tropical semiúmido - que recebe “grande quantidade de energia o ano todo, [...] considerado megatérmico”, com verão chuvoso e inverno seco. (4 a 5 meses secos) (PETRUCCI, 2018 p. 60). Segundo a Classifiação Bioclimática dos Municípios Brasileiros a cidade encontra-se na Zona Bioclimática 4, para a qual se recomendam atualmente as seguintes diretrizes construtivas: uso de aberturas médias, sombreamento nas aberturas; paredes pesadas e cobertura leve com isolamento térmico. As estratégias bioclimáticas sugeridas pela norma são: no verão: o resfriamento evaporativo, e massa térmica para o resfriamento, ventilação seletiva (nos períodos quentes em que a temperatura interna seja superior à externa), no inverno, vedações internas pesadas (inércia térmica). (ABNT, 2005).

Na época da construção da Igreja não havia ainda normas ou uma preocupação sistematizada com a arquitetura bioclimática, mas Lina demonstra a consciência de sua importância, por meio de suas decisões de projeto. No setor de recinto das freiras, todas as

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janelas dos quartos voltaram-se para um pátio descoberto interno, que possui fonte e jardim propiciando o resfriamento evaporativo além de conferir privacidade.

A vedação externa com alvenaria de 22cm em tijolo maciço aparente, além de ser um material local e adquirido através de doação, atende às demandas bioclimáticas para a região, que exige paredes externas pesadas.

Outro fator importante é o acentuado desnível do terreno e o baixo gabarito das edificações do entorno (na grande maioria térreas e dois pavimentos), assim como os ventos predominantes a Nordeste.

Tirando partido das condicionantes do local, a arquiteta conjugou a topografia e a orientação dos ventos para favorecer a ventilação e o conforto térmico: ao criar quatro platôs, sendo o nível mais baixo (antigo campo de futebol) orientado no sentido dos ventos dominantes, gerou um dispositivo que favorece a ventilação no terreno e no edifício, pois o vento percorre o lote no sentido do aclive. A implantação insere ainda a construção na paisagem do bairro.

Outra característica da arquitetura vernacular no edifício é destacada pela simplicidade como linguagem arquitetônica da igreja, que apresentada baixa volumetria (térrea) e emprego de materiais locais. As soluções técnicas são deixadas à mostra em uma expressão plástica tectônica que elucida a materialidade da construção revelando técnica e materiais: o tijolinho maciço, a aroeira e a estrutura em concreto.

O envolvimento da comunidade na elaboração do projeto e execução da obra também remete às arquiteturas tradicionais, resultado de uma sabedoria coletiva.

Desta maneira, simplicidade, adaptabilidade e criatividade, o envolvimento da comunidade na elaboração do projeto e execução da obra - características intrínsecas da arquitetura vernacular - estão presentes na Igreja, que se coloca como materialização projetada de uma sabedoria coletiva resgatada pela arquiteta.

6 CONCLUSÃO

Por meio da investigação realizada que envolveu pesquisa bibliográfica e visitas ao local, são evidentes as interlocuções entre a Arquitetura Pobre adotada por Lina Bo Bardi nesse projeto, e a arquitetura vernacular, que valoriza a cultura local e cria sentido de apropriação pela sociedade, justificando, assim, seu tombamento enquanto patrimônio estadual.

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A valorização da obra ressalta a importância de se preservar exemplares da arquitetura não só por valores monumentais, mas também por suas características regionais e sociais, que remetem à arquitetura vernacular e à cultura local. A pesquisa destaca a importância não só de obras efetivamente vernaculares, mas também daquelas inspiradas em seus preceitos (caso da igreja em questão), como releitura de direcionamentos que podem e devem ser utilizadas por arquitetos atualmente; enfatiza a forma pela qual o projeto pode dialogar com o meio e a comunidade, trazendo assim, componentes que mantém a obra viva e relevante, garantindo a sua apropriação, sua perpetuação enquanto palco de vivências diárias e operador de identidade local.

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Imagem

Figura  1 – Casa Valéria P. Cirell
Figura 2 - Croqui do Projeto do Conjunto
Figura 3 – Obra concluída na década de 80.
Figura 4 – Apresentação do projeto à comunidade em 1978

Referências

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