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Conhecimento de estudantes universitárias sobre o uso de contraceptivos orais combinados / Knowledge of university students about the use of oral combined contraceptives

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55357-55367 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Conhecimento de estudantes universitárias sobre o uso de contraceptivos orais

combinados

Knowledge of university students about the use of oral combined

contraceptives

DOI:10.34117/bjdv6n8-092

Recebimento dos originais:08/07/2020 Aceitação para publicação: 10/08/2020

Kássia Kramer

Acadêmica do curso graduação em Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) campus Chapecó. Rodovia SC 484 - Km 02, Fronteira Sul, CEP 89815-899. Chapecó, SC, Brasil

E-mail: kassiakramer94@gmail.com

Cíntia Krilow

Acadêmica do curso graduação em Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) campus Chapecó. Rodovia SC 484 - Km 02, Fronteira Sul, CEP 89815-899. Chapecó, SC, Brasil

E-mail: cintiakrilow@gmail.com

Jéssica Aparecida Batistell

Acadêmica do curso graduação em Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) campus Chapecó. Rodovia SC 484 - Km 02, Fronteira Sul, CEP 89815-899. Chapecó, SC, Brasil

E-mail: bjessi.b2021@gmail.com

Marília Isabel Floss

Acadêmica do curso graduação em Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) campus Chapecó. Rodovia SC 484 - Km 02, Fronteira Sul, CEP 89815-899. Chapecó, SC, Brasil

E-mail: mah_cco@hotmail.com

Francine Rocha Witt

Acadêmica do curso graduação em Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) campus Chapecó. Rodovia SC 484 - Km 02, Fronteira Sul, CEP 89815-899. Chapecó, SC, Brasil

E-mail: francinerochawitt@gmail.com

Larissa Paganotti Navarro

Acadêmica do curso graduação em Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) campus Chapecó. Rodovia SC 484 - Km 02, Fronteira Sul, CEP 89815-899. Chapecó, SC, Brasil

E-mail: larissa.paganotti@gmail.com

Gabriela Gonçalves de Oliveira

Doutora em Patologia Experimental pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) campus

Chapecó. Rodovia SC 484 - Km 02, Fronteira Sul, CEP 89815-899. Chapecó, SC, Brasil E-mail: gabriela.oliveira@uffs.edu.br

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55357-55367 aug. 2020. ISSN 2525-8761 Sarah Franco Vieira de Oliveira Maciel

Doutora em Ciências Biológicas – Genética, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) campus Chapecó. Rodovia SC 484 - Km 02, Fronteira Sul, CEP 89815-899. Chapecó, SC,

Brasil

E-mail: sarahfvo@gmail.com

RESUMO

Introdução: A utilização de contraceptivos orais combinados (COC) é bastante difundida, porém além dos benefícios podem ocorrer efeitos adversos importantes, que precisam ser esclarecidos para as usuárias. Objetivos: identificar o conhecimento de estudantes de uma universidade públicasobre o uso e efeitos benéficos e adversos dos COC. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo, em que um questionário com questões objetivas foi aplicado a 471 estudantes dos cursos de graduação, e analisados posteriormente através de qui-quadrado e Anova. Resultados: O motivo predominante para o uso de COC foi a contracepção (37,52%). A insatisfação com o conhecimento sobre o uso de COC foi apontada por 51,75% das estudantes. Foi verificada correlação positiva (r=0,9970; p < 0,0001) entre as estudantes que receberam orientação médica satisfatória e se sentem satisfeitas com o conhecimento sobre o uso de COC. Conclusão: A pesquisa evidenciou que as estudantes manifestaram insatisfação pessoal sobre os conhecimentos acerca do uso de COC, sinalizando a importância de maior aconselhamento profissional e de elaboração de estratégias de Educação em Saúde relacionadas à contracepção.

Palavras-Chave: Contracepção. Contraceptivos orais combinados. Efeitos adversos. Educação em Saúde.

ABSTRACT

Introduction: The use of oral combined contraceptives (OCC) is currently widespread. In addition to its benefits, there are also potential adverse effects that need to be clarified for OCC users. Objectives: This study identified the knowledge of the students from a federal university, about the beneficial and adverse effects related to OCC use. Methods: It is a descriptive and quantitative study, in which a questionnaire with objective questions was applied to 471 students of the undergraduate courses, and subsequently analyzed using chi-square and Anova. Results: The predominant reason for the use of OCC by the participants was contraception (37.52%). The dissatisfaction with their own knowledge about the use of OCC was pointed out by 51.75% of the students. Positive correlation (r = 0.9970; p <0.0001) was found among students who received satisfactory medical guidance and were satisfied with their own knowledge of OCC use. Conclusion: This research evidenced that the students manifested personal dissatisfaction about their knowledge about the use of COC, signaling the importance of greater professional counseling and the development of Health Education strategies related to contraception.

Keywords: Contraception. Oral combined contraceptives. Adverse effects. Health Education. 1 INTRODUÇÃO

Os contraceptivos orais combinados (COC), conhecidos popularmente como pílulas anticoncepcionais, difundidos mundialmente a partir da década de sessenta, permitiram maior autonomia feminina no planejamento familiar. Ao longo das últimas décadas, esse método de contracepção foi bastante popularizado, e, uma vez que não possui obrigatoriedade de prescrição

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médica para compra no Brasil, muitas mulheres o utilizam mesmo sem receber orientação médica adequada¹.

No entanto, é importante observar que, embora os COC sejam vastamente utilizados, ainda há muitas incertezas pelas usuárias sobre o seu uso adequado, efeitos adversos e demais influências sistêmicas ao corpo humano. As dúvidas se amplificam devido a ampla variedade de efeitos adversos que podem causar, como ganho de peso, aumento do apetite, surgimento de acne, aumento das mamas, dislipidemias, depressão, cansaço, prurido e redução da libido².

Verificou-se a incidência de cefaléia como um dos efeitos adversos, especialmente no início do período de uso, e, ainda, a relação com o desenvolvimento de tolerância à glicose pelas usuárias de COC³. Além disso, o uso de COC em mulheres que apresentam enxaqueca de base, pode aumentar, em torno de duas a quatro vezes, o risco de acidente vascular cerebral, conforme demonstra uma revisão sistemática de casos-controles⁴.

Há, também, certo desconhecimento a respeito dos benefícios dos COC, tal como efeito oncoprotetor para câncer de endométrio, ovário e colorretal, como evidenciou uma coorte que acompanhou cerca de 46 mil mulheres5. Além disso, há controle do ciclo menstrual, redução da dismenorreia, controle da pele acneica, tratamento de ovários policísticos e hirsutismo. Em todas estas situações, é essencial a avaliação pelo profissional de saúde, com o objetivo de verificar se os benefícios são superiores aos riscos relativos ao uso de COC para cada paciente6.

Conforme o estudo de Almeida et al.², mais da metade das adolescentes abordadas não sabiam qual conduta tomar em caso de esquecimento de ingestão de COC, e apenas 22% sabiam das possíveis interações medicamentosas.

Em relação ao conhecimento sobre os efeitos adversos do uso de COC, outro dado importante vem do trabalho de Brandt et al.⁷, realizado com mulheres maiores de 18 anos em uma Unidade Básica de Saúde do município de Curitiba, Paraná. A maioria das entrevistadas não soube responder sobre os efeitos adversos e interações medicamentosas que pudessem comprometer a função contraceptiva, informações estas, contidas nas bulas dos medicamentos.

Pode-se verificar a importância da publicação e divulgação de informações que corroborem com a Educação em Saúde, para que as mulheres possam optar pelo uso ou não uso de COC com esclarecimento e autonomia, de forma consciente e segura para sua saúde.

O presente trabalho tem o objetivo de identificar o conhecimento sobre o uso de COC, seus benefícios e efeitos adversos, entre estudantes de uma universidade pública do município de Chapecó, estado de Santa Catarina (SC), Brasil.

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Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo com posterior análise estatística. A amostra (n=471) foi obtida a partir da população de estudantes do sexo feminino, maiores de dezoito anos, matriculadas nos cursos de graduação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó (SC).

O instrumento para coleta de dados foi um questionário composto por quinze (15) perguntas de múltipla escolha acerca dos conhecimentos sobre métodos anticoncepcionais e COC. Para verificar a viabilidade desse questionário, realizou-se uma aplicação piloto. A aplicação dos questionários ocorreu durante o segundo semestre de 2016 até o primeiro semestre de 2017, nos três períodos de aulas (matutino, vespertino, noturno).

A análise estatística foi realizada pelo teste de Qui-quadrado (x²) e análise de variância 2wayANOVA, com o auxílio do software GraphPad Prism 7.0d.

A pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFFS, sob número 2.693.758, e respaldada por um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

3 RESULTADOS

O estudo analisou uma amostra de 471 estudantes, divididas conforme os cursos de graduação, e as respostas foram comparadas conforme área do conhecimento (Tabela 1). Em relação ao método contraceptivo utilizado, obteve-se 476 respostas (algumas estudantes marcaram o uso de mais de um método contraceptivo concomitante). O uso de COC correspondeu a 65,12% do total de respostas.

O acompanhamento ginecológico foi um tópico abordado, e 470 estudantes responderam (99,79%), sendo 18,72% da área da saúde e 81,27% das demais áreas. Foi evidenciado que 69,31% das estudantes da área da saúde, e 74,60% das estudantes das demais áreas do conhecimento responderam fazer acompanhamento ginecológico anual. Importante salientar que 26,38% de todas as estudantes assinalaram não fazer acompanhamento ginecológico anual. Apesar de diferença absoluta, não houve diferença estatisticamente significativa (p= 0,3101).

Quanto ao questionamento sobre a conduta ao esquecer de tomar o comprimido de COC por um dia, houve 462 respostas válidas. Destas, 44,37% assinalaram uma opção diferente da correta, que constava a ingestão do comprimido esquecido assim que lembrado, mesmo que ingerir dois comprimidos em um único dia. Das estudantes da área da saúde, 37,93% marcaram respostas consideradas incorretas e, das demais áreas do conhecimento, 45,86%, não havendo diferença estatisticamente significativa (p= 0,1795).

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Um total de 317 estudantes responderam sobre os motivos da utilização de COC. O motivo que mais as levou a utilizarem COC, em todas as faixas etárias analisadas, foi a contracepção, apontado em 37,52% das respostas. Outros motivos importantes, apontados por grande parte das estudantes: 32,18% para o controle do ciclo menstrual, e 11,12% para o controle da acne. Por outro lado, a principal justificativa para a não utilização de COC foi motivos pessoais (33,34% das respostas), seguido do receio de que a medicação cause efeitos adversos (16,67% das respostas).

As estudantes foram questionadas a respeito de terem recebido orientação médica previamente ao uso de COC, e também sobre sua satisfação com o próprio conhecimento sobre o uso de COC. De 454 estudantes que responderam, 68,72% consultaram o médico e relataram satisfação com as orientações recebidas sobre o modo de utilização dos COC. Houve, ainda, 15,64% das estudantes que não consultaram um médico previamente à utilização do medicamento; 15,64% que consultaram, mas não se consideraram satisfeitas com as orientações recebidas; e 3,60% que não responderam. Entre as faixas etárias, houve diferença estatisticamente significativa (p<0,05), havendo uma prevalência das estudantes de 21-30 anos que consultaram o médico previamente ao uso de COC, e que ficaram satisfeitas com as orientações recebidas (Figura 1A).

Em relação à satisfação com o próprio conhecimento sobre o uso de COC, de 457 respostas válidas, 51,75% das estudantes assinalaram estarem insatisfeitas com o seu próprio conhecimento, e 48,25% se disseram satisfeitas. Da área da saúde, 55,81% das estudantes responderam estarem satisfeitas, e 44,19% insatisfeitas. Das demais áreas do conhecimento, 45,82% das estudantes responderam estarem satisfeitas, e 53,63% insatisfeitas. Independente da área do conhecimento analisada, não houve significância estatística (p= 0,11).

Foi verificada correlação significativa (p< 0,0001) entre as estudantes que receberam orientação médica satisfatória e se sentiram satisfeitas com o próprio conhecimento sobre o uso de COC (Figura 1B) e, também (p< 0,05), entre as estudantes que receberam orientação médica insatisfatória e se sentiram insatisfeitas com o próprio conhecimento sobre o uso de COC (Figura 1C). Segregando por área da saúde e demais áreas do conhecimento, não houve significância estatística (p= 0,30) em relação a consulta médica e satisfação com o próprio conhecimento sobre o uso de COC.

Entre as usuárias de COC, ao serem questionadas sobre tabagismo, foram obtidas 304 respostas válidas. Destas, 5,92% das estudantes eram tabagistas, e dentre aquelas que utilizavam COC, 2,25% eram tabagistas.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55357-55367 aug. 2020. ISSN 2525-8761 4 DISCUSSÃO

Esse estudo buscou analisar o conhecimento de estudantes de uma universidade pública acerca do uso adequado de COC, efeitos adversos e o acompanhamento ginecológico. Em relação ao acompanhamento ginecológico anual, não houve diferença estatisticamente significativa entre as estudantes da área da saúde e de outras áreas do conhecimento. Silva et. al.8 demonstrou a relação

proporcional entre a qualidade de orientação prestada em consultas ginecológicas, e a melhor adesão a essas consultas, bem como a adequação na escolha, satisfação, aceitabilidade e continuidade no uso do método anticoncepcional.

Nota-se, ainda, que algumas das estudantes não realizavam acompanhamento ginecológico anual, sendo que a maioria se encontrava em idade fértil. De modo semelhante, em um estudo brasileiro realizado em Programas de Saúde da Família, acerca do uso de COC e avaliação médica, demonstrou-se que um terço das mulheres que faziam uso de COC iniciaram esta medicação sem avaliação médica para tal, e metade delas apresentavam contra-indicações9. Outro estudo, de Vieira et al.10, demonstrou que dentre as adolescentes de 13 a 19 anos abordadas, apenas 16,75% buscavam

informações sobre o uso de COC com profissionais de saúde, e 45,93% buscavam informações somente na internet.

A respeito da conduta perante o esquecimento da ingestão do COC, apesar de não haver diferença estatística entre as áreas do conhecimento, a maioria das estudantes assinalaram respostas que não correspondiam às orientações constantes na bula de Diane® 35, marca de COC mais utilizada pelas participantes, e considerada como padrão neste estudo. Houve variações quanto a esta orientação, devido a variedade de formulações de COC11,12.

Segundo o estudo de Bervanger e Cardoso Junior13, mesmo que tenham sido realizadas diversas alterações nas bulas de medicamentos para tornar a compreensão mais acessível, boa parte da população ainda encontra dificuldades para o entendimento. Um estudo estadunidense demonstrou a necessidade de informações baseadas em evidências científicas para a população, através de profissionais da saúde, acerca do aconselhamento contraceptivo, a fim de otimizar o uso correto, interações e atitudes frente ao esquecimento14.

Apesar de o método contraceptivo mais utilizado pelas estudantes entrevistadas ter sido os COC, uma parcela das estudantes que não utilizavam COC evidenciaram o medo de efeitos adversos como um dos motivos. Brynhildsen15 demonstrou que os efeitos adversos fazem com que muitas mulheres descontinuem o uso de COC. Carvalho et al.16 também observaram que a principal causa da rejeição do uso de COC era o risco de efeitos adversos. Conforme o estudo de Jossefson et al.17, as taxas de interrupção do uso de COC no primeiro semestre de uso chegam a 25%, o que mostra a

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relevância da orientação adequada e individualizada das pacientes que buscam utilizar este método contraceptivo.

Percebeu-se que uma orientação médica (ou por outros profissionais da saúde) satisfatória é importante, quando foi relacionada essa orientação recebida com a satisfação sobre o próprio conhecimento sobre o uso de COC (Figura 1B). Tal resultado é corroborado pela literatura, conforme a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)18, em que a eficácia, o uso correto e a ausência de efeitos indesejáveis estão diretamente relacionadas com o grau de comprometimento da usuária com o método, o que depende da adequada explicação do médico e da avaliação de risco-benefício. Da mesma forma, a relação foi significativamente alta quando comparadas a insatisfação da orientação médica recebida, e do próprio conhecimento sobre o uso de COC (Figura 1C).

Um estudo transversal com 210 mulheres, sobre contracepção no setor público e privado, demonstrou que o uso incorreto estava atrelado a falta de orientação pelo profissional médico19,20. Conforme Freitas et al.21, os profissionais da saúde, algumas vezes, não se fazem entender de

maneira clara e objetiva, o que dificulta o entendimento da paciente sobre os métodos contraceptivos. Outro estudo recente22, sobre o uso de levonogestrel na anticoncepção de emergência, salientou a importância dos profissionais da área da saúde, no caso os farmacêuticos, no esclarecimento da população sobre o uso adequado deste e de quaisquer outros fármacos. Sendo assim, é evidente a necessidade de esclarecer a todas as mulheres sobre as possibilidades de contracepção, a utilização correta de cada método, e onde buscar informação de qualidade.

Neste estudo, a quase totalidade das estudantes avaliadas (94,08%) eram não fumantes, taxa maior que a de mulheres brasileiras não fumantes. Essa diferença se mantém também ao compararmos com a população nacional de mulheres universitárias23. Sabe-se que os riscos cardiovasculares se elevam com a associação de COC e tabagismo, sendo um fator de pior prognóstico associado à história prévia e/ou antecedentes familiares de doenças vasculares. Ainda que os índices de fumantes entre as estudantes entrevistadas tenham sido relativamente baixos dentre as usuárias de COC, ainda assim, uma pequena parcela destas estudantes está em risco aumentado de evento tromboembólico24,25.

5 CONCLUSÃO

Este estudo verificou que a demanda por Educação em Saúde no ambiente universitário se faz desde o conhecimento sobre a conduta adequada ao usar os COC, até sobre os riscos e benefícios do método. Constatou-se que há necessidade de ampliar tais conhecimentos entre mulheres

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universitárias, independentemente do curso de graduação. São necessários projetos educacionais abrangentes que serão certamente bem-vindos pela comunidade acadêmica para promover a Saúde da Mulher. Desse modo, é clara a importância de reforçar o hábito do acompanhamento ginecológico para todas as estudantes como estratégia de promoção e prevenção da saúde feminina, de forma a buscar o melhor método de forma individualizada, e o empoderamento das mulheres a respeito de sua própria saúde.

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Tabela 1: Distribuição das estudantes participantes do estudo, conforme o curso de graduação.

Área do Conhecimento Cursos Número de estudantes

Saúde Medicina e Enfermagem 88

(16,68%) Demais Áreas Agronomia Administração Ciências da Computação Ciências Sociais Engenharia Ambiental Filosofia História Geografia Letras Matemática Pedagogia* 383 (81,32%)

Legenda: Cursos de graduação frequentados pelas participantes do estudo, divididos em áreas do conhecimento. Das demais áreas, o curso com maior número de estudantes participantes do estudo foi o de Pedagogia (n= 93; 19,74% da amostra).

Figura 1. Consultas médicas e orientações recebidas versus conhecimento próprio sobre o uso de COC

A

B

C

A) Número de respostas (n = 454) de discentes que mostraram satisfação ou insatisfação com

a orientação médica recebida sobre o uso de COC. * p<0,05 (21 – 30 anos em relação à 31 – 40 anos e 41 – 50 anos. 2wayANOVA. B) Correlação entre a satisfação com a orientação médica recebida sobre o uso de COC, e o conhecimento próprio sobre a utilização de COC (n = 533 respostas). C) Correlação entre as discentes insatisfeitas com a orientação médica recebida, e o seu conhecimento próprio sobre a utilização de COC (n = 309 respostas). (r =

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Figura 1. Consultas médicas e orientações recebidas versus conhecimento próprio sobre o uso de COC

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