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ÍNDICE DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO DO PADRE EM PONTA GROSSA – PR

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ÍNDICE DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO DO PADRE EM PONTA GROSSA – PR

Ingrid Aparecida GOMES Universidade Estadual de Ponta Grossa, Mestranda em Geografia, Av. Gal. Carlos Cavalcanti, 4.748, CIPP, Uvaranas, 84030-900, Ponta Grossa-PR. ingrid_087@hotmail.com

Jeanninny Carla COMNISKEY Universidade Estadual de Ponta Grossa, Mestranda em Geografia, Av. Gal. Carlos Cavalcanti, 4.748, CIPP, Uvaranas, 84030-900, Ponta Grossa-PR. jeanninny@hotmail.com

Silvia Meri CARVALHO Universidade Estadual de Ponta Grossa, professora adjunta do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Coordenadora do Mestrado em Gestão do Território-UEPG, Av. Gal. Carlos Cavalcanti, 4.748, CIPP, Uvaranas, 84030-900, Ponta Grossa-PR.

silviameri@brturbo.com.br

Resumo

A existência de processos de degradação ambiental, que se apresenta como uma conseqüência dos atuais moldes da sociedade na modernidade, pode ser atribuída como a resultante de dois elementos básicos: a existência de condições físicas favoráveis (solo, vegetação e topografia); e a ruptura do sistema ecológico. Esta última causada pelo inadequado uso da terra e pela demanda crescente de recursos naturais para atender as demandas industriais e para própria sobrevivência do homem, que passou a exercer uma pressão cada vez maior sobre estes recursos, principalmente sobre os recursos hídricos. Por meio do Índice de Degradação Ambiental (IDA), é possível estabelecer as condições ambientais de qualquer bacia hidrográfica, por permitir a quantificação e classificação da qualidade ambiental da mesma. Este trabalho teve como objetivo identificar a qualidade ambiental da bacia hidrográfica do Arroio do Padre, em Ponta Grossa-PR, por meio do cálculo de IDA, que envolve os parâmetros: vegetação, solo, declividade e pressão demográfica. Com este índice é possível quantificar e classificar, temporal e espacialmente, as sub-bacias em áreas de qualidade ambiental alta, moderada, sub-crítica e crítica.

Palavras-chave: Bacia Hidrográfica, Índice de Degradação Ambiental (IDA),

Degradação Ambiental.

Abstract

Index of environmental degradation the hydrographic basin of the Arroio do Padre

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e

The existence of processes of environmental degradation, which appears as a consequence of the current patterns in modern society, can be assigned as the result of two basic elements: the existence of favorable physical conditions (soil, vegetation and topography) and the rupture ecological system. The latter caused by inappropriate soil use and the growing demand for natural resources to answer the industrial demands and for of man’s own survival, who came to exercise an increasing pressure on these resources, especially on to water resources. Through the Environmental Degradation Index (EDI), it is possible to establish the environmental conditions of any river basin, to allow the quantification and classification of environmental quality to it. This study aimed to identify the environmental quality of the hydrographic basin of the Arroyo Padre, Ponta Grossa-PR, by calculating the IDA, which involves the following parameters: vegetation, soil, slope and population pressure. With this index it is possible to quantify and classify, temporally and spatially, the sub-basins in areas of high environmental quality, moderate, sub-critical and critical.

Key words: Hydrographic basin, Environmental Degradation Index (EDI),

environmental degradation.

INTRODUÇÃO

Ao estudar o meio ambiente na atualidade, é necessário compreender que este adquiriu uma nova dimensão frente à economia globalizada, sendo reconhecido como bem econômico e sujeito a mecanismos de mercado. Esta nova visão tem implicações profundas, exigindo ações diferentes e inovadoras no que diz respeito aos instrumentos de política e gestão ambiental.

Em meados de 1970, as políticas ambientais caracterizavam-se por terem uma ótica essencialmente corretiva. Na década de 80, houve maiores incentivos às medidas preventivas e não apenas às punitivas. Posteriormente nos anos 90, passou-se a utilizar o conceito de desenvolvimento sustentável com o intuito de promover uma “conciliação” entre as partes em conflito (MAGRINI, 2001). Também pode ser percebida uma sensibilização ambiental na sociedade, atitudes de empresas para a preservação do ambiente e movimentos de vários governos discutindo, em convenções internacionais, sobre atitudes positivas em relação ao meio. Após o ano 2000, em quase todos os países a preocupação pertinente se tornou a tentativa de integração do desenvolvimento com o uso sustentável dos recursos naturais; os meios de comando e controle com os instrumentos econômicos; agentes públicos e privados e a dinâmica da problemática ambiental, em escalas local e global.

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em sua maioria, utilizam recursos da natureza para serem executadas e, essas geram resíduos que precisam ser tratados, reciclados ou armazenados em algum local.

O aumento da população e das atividades econômicas gera diversos conflitos quanto ao uso dos recursos naturais. Faz-se necessário, então, projetos e pessoas capazes de mediar estes conflitos entre quem usa ou usufrui dos diversos recursos naturais e a necessidade de conservá-los. Agregados ao crescimento da população há o consumismo, que são considerados fatores que colaboram para o uso excessivo dos recursos e a produção de lixo, que possui como uma de suas principais conseqüências, a degradação dos ambientes, em especial, os ambientes naturais.

A degradação ambiental é vista como decorrente da pressão excessiva do uso das terras que envolve componentes espaciais e temporais, resultando na redução da produtividade de biomassa e da biodiversidade, em mudanças na qualidade e disponibilidade de água e na diminuição da viabilidade econômica. Se os processos que atuam nesta área tiverem magnitude e duração suficientes, os efeitos podem atingir grau de severidade que podendo torná-los irreversíveis (KAZMIERCZAK, 1996).

Atualmente, a degradação ambiental está fortemente ligada a fatores de uso e ocupação do solo, uma vez que as formas de ocupação e manejo ocasionam o tipo e o grau de impacto, o qual atinge de maneira diferente o ambiente, seja o solo, o ar ou a água (SOUZA, 2003).

Com o agravamento dos problemas ambientais, o aspecto qualitativo, principalmente dos recursos hídricos, depende das atividades desenvolvidas com o uso dos mesmos. A adoção da bacia hidrográfica como unidade territorial de planejamento e de gestão das águas é uma tendência internacional consagrada. Apesar da dificuldade inicial inerente à delimitação dos espaços físicos de planejamento, a adoção da bacia hidrográfica como unidade de gestão e planejamento, tem mostrado resultados positivos, devido à possibilidade de divisão de bacias maiores em sub-bacias hidrográficas (MOTA e AQUINO, 2001).

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e

A bacia hidrográfica constitui-se numa célula básica de análise ambiental, onde é permitido conhecer e avaliar seus diversos componentes, processos e interações que nela ocorrem (BOTELHO e SILVA, 2004 p. 153).

Os componentes de uma bacia hidrográfica são encostas, topos, fundos de vales, canais e corpos de água subterrânea (COELHO NETO, 2001 p. 97), onde qualquer interferência significativa em um desses componentes poderá desencadear alterações, efeitos e/ou impactos a jusante e nos fluxos energéticos de saída tais como descarga, cargas sólidas e dissolvida, bem como na deposição de sedimentos em seu leito (CUNHA e GUERRA, 1998 p. 353).

Independente do nível hierárquico da bacia hidrográfica, esta se constitui numa unidade natural, onde o elemento integrador está representado pelos leitos fluviais ou canais de drenagem naturais (ROSS e DEL PRETTE, 1998 p. 101). As bacias de drenagem são unidades de interesse no que diz respeito ao planejamento ambiental e demais pesquisas que envolvam questões relacionadas ao meio ambiente, pois permitem a análise dos elementos físicos e humanos que as integram (TONETTI e SANTOS, 2003).

Por meio do Índice de Degradação Ambiental (IDA), sugerido por Brandão (2005), é possível executar o levantamento das condições geoambientais de qualquer bacia hidrográfica, pois este método permite a quantificação e classificação da qualidade ambiental da referida bacia que se pretende estudar. Ainda segundo o autor, o que difere o IDA dos demais índices é a inserção do fator antrópico na sua elaboração além dos elementos do quadro natural (solo, vegetação e declividade). Este trabalho objetiva a identificação o Índice de Degradação Ambiental (IDA) da bacia hidrográfica do Arroio do Padre, em Ponta Grossa-PR.

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

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FIGURA 01 – Mapa de Localização da bacia hidrográfica do Arroio do Padre em Ponta Grossa-PR. ORG.: GOMES, 2009.

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FIGURA 02 – Setorização da bacia hidrográfica do Arroio do Padre em Ponta Grossa-PR. ORG.: GOMES, 2009.

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FIGURA 03 – Geologia da Bacia Hidrográfica do Arroio do Padre.

FONTE: Material disponibilizado para a disciplina de Gestão Ambiental de Bacias Hidrográficas - Mestrado em Gestão do Território-UEPG.

O Grupo Itararé é observado na cabeceira do Arroio do Padre, no médio curso e na foz do rio, composto por arenito fino a médio, argilosas e siltosas, apresentando cores claras variadas (NUCLEAM, 2002).

A Formação Ponta Grossa é encontrada nas cabeceiras da bacia, é constituída de rochas sedimentares, composta predominantemente por folhelhos e argilitos e siltitos fossilíferos. Tal formação pode ser dividida em três membros: Jaguariaíva, Tibagi e São Domingos (MELO et. al., 2003).

Os Sedimentos Quaternários podem ser entendidos como cumulações de materiais transportados pela drenagem (MELO et. al., 2003), tais acumulações facilitam o surgimento de processos erosivos, os quais são determinantes de áreas de risco no espaço urbano.

A Formação Serra Geral são rochas intrusivas sobre a forma de soleira de diabásio e compreendem corpos tabulares, concordantes com as rochas encaixantes, apresentando-se localmente descontínuas e com espessuras variadas, originadas de atividade Mesozóica ao longo do Arco de Ponta Grossa (MELO e GODOY, 1997).

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FIGURA 04 – Solos da Bacia Hidrográfica do Arroio do Padre.

FONTE: Material disponibilizado para a disciplina de Gestão Ambiental de Bacias Hidrográficas – Mestrado em Gestão do Território – UEPG

ÍNDICE DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL (IDA)

Para obter o IDA da bacia hidrográfica do Arroio do Padre, foram analisados os elementos que compõem o quadro natural (solo, vegetação e declividade), associado a densidade demográfica da área que forma a bacia, sendo possível visualizar

espacialmente as áreas onde ocorre a estabilidade do quadro natural, bem como as áreas críticas, onde a degradação ambiental se dá de forma mais incisiva. Para o cálculo de IDA utiliza-se a seguinte fórmula proposta por Brandão (2005):

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V = vegetação (percentual de cobertura vegetal); S = característica do horizonte A do solo; D = declividade;

P = pressão antrópica.

Utilizando a fórmula do IDA, é possível classificar o resultado de acordo com a tabela a seguir.

TABELA 01 – Classes do Índice de Degradação Ambiental (IDA)

Classes do IDA Valores

Qualidade Ambiental Alta 0 – 2,5

Qualidade Ambiental Moderada 2,6 – 0,50 Qualidade Ambiental Sub-Crítica 0,51 – 0,75

Qualidade Ambiental Crítica 0,76 - 1

Para a variável vegetação foi levada em consideração as diferentes coberturas, para tanto foi calculado a porcentagem de vegetação de acordo com a área de cada polígono, variando de 0 (ausência total de cobertura vegetal) a 1 (existência total da vegetação). As classes dos solos foram agrupadas de acordo com as características do horizonte A, que apresentam maior ou menor suscetibilidade aos processos erosivos, como está representada na Tabela 02.

TABELA 02 – Representação dos solos no IDA

Características do Horizonte A do solo Valor de suscetibilidade à erosão

Textura arenosa 0

Textura média 0,5

Textura argilosa 1

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e

número que varia de 0 – 1, sendo este utilizado como a variável declividade no IDA (Tabela 03).

TABELA 03 – Representação da Declividade no IDA

Declividade (%) Relevo IDA

0 – 2,5 Plano 0,025

2,5 – 12 Suave ondulado a ondulado 0,12

12 – 50 Muito ondulado a forte ondulado

0,50

50 – 75 Montanhoso 0,75

75 – 100 Escarpado 1

O mapa de declividade da bacia hidrográfica do Arroio do Padre foi gerado a partir de curvas de nível com eqüidistância de 20 metros (Figura 05).

FIGURA 05 – Declividade na bacia hidrográfica do Arroio do Padre. ORG.: GOMES, 2009.

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resultado da divisão pode variar de 0 a 1. Onde há mais de 100hab/km² o resultado é 1, como é o caso de toda a bacia hidrográfica do Arroio do Padre.

As informações com as variáveis necessárias para obter o resultado de IDA, foram inseridas no programa ArcViewGis 3.2,e a partir do método de sobreposição de mapas foram sendo extraídas as informações relevantes para a pesquisa. Foram atribuídas no programa as informações quanto à geologia, solo, uso e ocupação da terra e a declividade da bacia hidrográfica em estudo.

RESULTADOS

Para obtenção dos resultados de IDA da bacia hidrográfica do Arroio do Padre foi elaborada a Tabela 04, sendo identificadas 47 situações, com base nas quatro variáveis: vegetação, solo, declividade e pressão demográfica por meio da observação na sobreposição dos mapas.

O valor destas variáveis foram aplicadas na fórmula de IDA e os resultados foram organizados em uma tabela para posteriormente ser gerado um mapa síntese com os resultados finais.

TABELA 04 – Resultado das variáveis de IDA para cada setor da bacia hidrográfica do Arroio do Padre.

SETOR A Vegetação Declividade Solo Pressão

Antrópíca

IDA

Situação 01 0,9 0,025 1 1 0,28

Situação 02 0,9 0,12 1 1 0,30

Situação 03 1 0,50 1 1 0,87

Situação 04 1 0,50 1 1 0,87

Situação 05 0,2 0,025 1 1 0,46

Situação 06 0 0,12 1 1 0,53

Situação 07 0 0,50 1 1 0,62

Situação 08 0 0,50 1 1 0,62

Situação 09 0 0,025 1 1 0,51

Situação 10 0 0,12 1 1 0,53

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e

Situação 12 1 0,50 1 1 0,87

Situação 13 0,3 0,12 1 1 0,45

Situação 14 1 0,50 1 1 0,87

Situação 15 0,8 0,50 0,5 1 0,55

Situação 16 0 0,50 0,5 1 0,75

Situação 17 0 0,025 0,5 1 0,63

Situação 18 0 0,12 0,5 1 0,65

Situação 19 0 0,50 0,5 1 0,75

Situação 20 1 0,50 0,5 1 0,50

SETOR B Vegetação Declividade Solo Pressão

Antrópica

IDA

Situação 21 0,2 0,025 1 1 0,45

Situação 22 1 0,50 1 1 0,87

Situação 23 1 0,50 1 1 0,87

Situação 24 0,5 0,12 1 1 0,65

Situação 25 0 0,12 1 1 0,53

Situação 26 0 0,50 1 1 0,62

Situação 27 0 0,025 1 1 0,51

Situação 28 0 0,12 1 1 0,53

Situação 29 0,5 0,025 1 1 0,38

Situação 30 0,4 0,12 1 1 0,43

Situação 31 0 0,025 1 1 0,51

Situação 32 0 0,50 1 1 0,62

Situação 33 0 0,025 1 1 0,51

Situação 34 0 0,12 1 1 0,53

Situação 35 0 0,50 1 1 0,62

Situação 36 0 0,025 0,5 1 0,63

Situação 37 0 0,025 0,5 1 0,63

Situação 38 0 0,12 0,5 1 0,65

Situação 39 0 0,50 0,5 1 0,76

Situação 40 1 0,50 0,5 1 0,50

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Situação 42 1 0,50 0,5 1 0,75

Situação 43 0,9 0,50 0,5 1 0,30

Situação 44 0,2 0,025 0,5 1 0,45

Situação 45 0 0,025 0,5 1 0,63

Situação 46 0 0,12 0,5 1 0,65

Situação 47 0 0,50 0,5 1 0,75

De acordo com o IDA obtido, a bacia hidrográfica do Arroio do Padre, apresenta três das quatro situações proposta por Brandão (2005): qualidade ambiental moderada, qualidade ambiental sub-crítica e qualidade ambiental crítica.

A qualidade ambiental moderada ocorre numa área com aproximadamente de 1,9km² que corresponde à 15,89% da área total da bacia. A qualidade ambiental sub-crítica ocorre numa área com aproximadamente 1,5km² que corresponde à 28,3% da área total da bacia e a qualidade ambiental crítica ocorre numa área com aproximadamente 5km² que corresponde à 71,7% da área total da bacia (Figura 06).

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e

Observando o mapa que representa o IDA da bacia hidrográfica do Arroio do Padre, percebe-se nitidamente que a ocupação irregular e a produção no espaço no entorno da bacia vem provocando, no decorrer dos anos, uma forte degradação ambiental.

A falta de proteção às nascentes, a retirada da vegetação natural e da mata ciliar, os processos de salinização dos solos devido à falta de drenagem, o lançamento de dejetos ao longo do arroio e de seus afluentes, levam progressivamente a destruição do cenário natural.

Poucas áreas ainda apresentam qualidade ambiental moderada, sendo que não há nenhuma área de alta qualidade. Ao que tudo indica, se a situação de degradação ambiental não for revertida, em breve toda bacia hidrográfica do Arroio do Padre terá qualidade ambiental sub-crítica caminhando para crítica.

Algumas medidas mitigadoras podem mudar essa realidade como: recuperar as matas ciliares e espécies arbóreas diversificadas, aplicar educação ambiental em todos os níveis, remover ocupações irregulares, acabar com a deposição de dejetos e lixo nos cursos d’água, etc. Estas seriam apenas algumas das ações que poderiam atenuar os problemas sócio-ambientais da bacia hidrográfica do Arroio do Padre.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo em bacias hidrográficas possibilita a integração dos fatores que condicionam a qualidade e a quantidade dos recursos hídricos, com os seus reais condicionantes físicos e antrópicos. Essa escala também se mostra compatível para as ações políticas relacionadas à conservação do solo e à gestão dos recursos hídricos.

Infelizmente, de forma geral a ocupação das terras no país se faz de maneira inadequada que conduz invariavelmente a condições de instabilidade ambiental, como a erosão acelerada do solo, o aumento das áreas de risco e a degradação ambiental.

A fórmula para calcular o Índice de Degradação Ambiental proposta por Brandão (2005) constitui-se numa evolução do ponto de vista metodológico. Este método de pesquisa é capaz de aferir o atual estágio da qualidade ambiental da bacia hidrográfica que pretende-se estudar, independente do tamanho da sua área.

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O principal produto deste trabalho é o levantamento do Índice de Degradação Ambiental (IDA) da bacia hidrográfica do Arroio do Padre, elaborado a partir da correlação dos fatores: vegetação, solo, declividade e pressão demográfica.

Diante do que foi apresentado, pode – se considerar que a bacia hidrográfica do Arroio do Padre, localizada na área urbana do município de Ponta Grossa-PR, apresenta um grau elevado de degradação ambiental. Observando o mapa de IDA da bacia hidrográfica pode-se constatar que a densidade demográfica na localidade influi diretamente para o grau de degradação.

A partir das informações obtidas através desta pesquisa, é possível planejar medidas corretivas e/ou preventivas para minimizar os processos de degradação ambiental, para serem aplicadas na localidade com o intuito de melhoria da qualidade de vida da população e maior dinâmica econômica da região.

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FIGURA 01 – Mapa de Localização da bacia hidrográfica do Arroio do Padre em Ponta Grossa-PR
FIGURA 02 – Setorização da bacia hidrográfica do Arroio do Padre em Ponta Grossa-PR.
FIGURA 04 – Solos da Bacia Hidrográfica do Arroio do Padre.
TABELA 01 – Classes do Índice de Degradação Ambiental (IDA)
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