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AVALIAÇÃO EDUCACIONAL DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE FORTALEZA

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Academic year: 2018

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AVALIAÇÃO EDUCACIONAL DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NAS

ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE FORTALEZA

Anatália Franco Silva Universidade Federal do Ceará – anataliaufc@gmail.com Camila de Souza Aquino Universidade Federal do Ceará – camilaquino0121@gmail.com Cícera Angélica de Castro dos Santos Universidade Federal do Ceará – – cissageo@yahoo.com.br

Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.

Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido.

Introdução

Atualmente, muito se questiona a qualidade do ensino em nosso país, principalmente na esfera pública municipal e esta-dual. Mas qual a realidade dessas escolas? Até onde o problema das escolas públicas é real? Visando um conhecimento maior dessa realidade, tivemos a iniciativa de elaborar esse trabalho.

Neste projeto, através de pesquisas, observações e en-trevistas, tentamos trazer a tona um problema que é real, atin-ge a maior parcela da população brasileira e muitas vezes é simplesmente ignorado.

Mas como abordar esses temas? Que fundamentação teórica temos?

É aí que entramos no estudo dessa disciplina e coloca-mos em prática toda teoria apreendida. Daí surge nosso con-ceito de psicologia da educação.

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Com o intuito de desenvolver essas múltiplas capacida-des, muitos teóricos elaboraram conceitos para se trabalhar o processo de ensino aprendizagem, cada qual baseado em ob-servações pertinentes à sua época e área de conhecimento.

Em virtude dos dados obtidos, vamos nos ater a discus-são de duas dessas teorias: a teoria comportamental (conside-rada ao longo do trabalho como teoria tradicional) e a teoria construtivista.

Buscando adaptar a realidade escolar aos novos tempos, os novos pensadores da educação almejam facilitar o entendi-mento dessas teorias, tão largamente difundidas e aceitas, apre-sentando-as numa linguagem fácil, objetiva e coerente com as necessidades atuais.

Reinventar a escola nesses termos seria trabalhar a for-mação do indivíduo integrado com a sua realidade através do conhecimento significativo, tendo como base: Aprender a Ser, Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer e Aprender a Conviver. Durante um longo tempo, a concepção dominante de in-teligência foi – e em muitos casos ainda é – a de algo que pode ser medido. Por essa ótica, seria possível quantificar a inteligên-cia por meio de testes espeinteligên-cialmente preparados para isso.

No entanto, tal conceito não levava em consideração as diferentes capacidades do indivíduo.

Gardner, principal expoente da teoria das inteligências múltiplas, afirma que o indivíduo possui alguns tipos diferen-tes de capacidade para criar, resolver problemas e fazer proje-tos que caracterizam uma inteligência.

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índices de evasão, na falta de recursos, nos baixos salários dos professores, entre outras questões.

Objetivo Geral

Abordar o processo de ensino aprendizagem nas escolas da rede pública municipal de ensino do município de Fortaleza.

Objetivos Específicos

Identificar as teorias de aprendizagem adotadas na

rede municipal de ensino;

Analisar como se dá a abordagem dessas teorias pelos

professores, enfatizando suas vantagens e desvantagens;

Verificar a participação da comunidade escolar no

processo educativo.

Metodologia

A metodologia baseia-se principalmente na análise empírica, nos princípios abordados nas teorias de aprendiza-gem e na aplicação de questionários junto ao núcleo gestor, corpo docente e discente, funcionários e comunidade atendi-da pelas instituições analisaatendi-das, o que nos dá uma idéia geral do desenvolvimento do processo educativo.

Para a realização do trabalho foram consultadas quatro instituições da rede municipal de ensino de Fortaleza, nas quais atuamos como funcionárias do setor burocrático. As escolas atendem as seguintes comunidades:

EMEIF I – atende a comunidade do Vicente Pizon e

adjacências;

EMEIF II – atende as comunidades do Jardim

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EMEIF III – atende as comunidades do Conjunto

Pre-feito José Valter, Mondubim e Planalto Ayrton Sena;

EMEIF IV – atende as comunidades do Pirambú,

Nos-sa Senhora das Graças e adjacências.

No geral, estas instituições atuam em três níveis de edu-cação: educação infantil, ensino fundamental e educação de jovens e adultos (EJA), e nos três turnos, com aproximadamen-te 62 funcionários (entre professores, servidores e gestão) e atendendo uma demanda média de 1200 alunos.

Foram aplicados dois questionários diferentes, um vol-tado para o corpo docente e gestão e o outro para alunos, pais e funcionários da escola.

Os questionários por nós elaborados procuravam abor-dar as seguintes temáticas:

Processo de ensino aprendizagem adotado;

Quais teorias da aprendizagem norteavam esse processo; Desenvolvimento da educação infantil;

Pilares da educação.

Resultados: Educação Fundamental

O sistema educacional do município de Fortaleza adota como modelo a teoria construtivista, que se norteia nos princí-pios de L. S. Vigotsky e Jean Piaget. Para os autores o desenvol-vimento é um processo que se dá de fora para dentro.

É no processo de ensino aprendizagem que ocorre a apropriação da cultura e o conseqüente desenvolvimento do indivíduo. Sendo assim, o mesmo é criador do seu próprio co-nhecimento, ao processar a informação obtida pela experiên-cia. Nesse caso o papel do professor é o de mediador, um facilitador da aprendizagem.

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tradicio-nal (comportamental), devido ao processo avaliativo, a rigidez curricular, a individualidade das atividades desenvolvidas em sala de aula, as poucas atividades extra curriculares e ao trata-mento hierárquico na relação professor/aluno.

Concluímos que essa visão está mudando, e alguns pro-fessores já fazem uma pré-avaliação da carga de conhecimen-to do aluno acumulada ao longo das séries anteriores, avaliam a realidade do aluno e se preocupam mais com o “fora-escola”, ou seja, com toda a vida da criança e do adolescente, traba-lhando seus problemas pessoais junto a família. Vale salientar que isso ainda está em processo de desenvolvimento.

Dentre as dificuldades encontradas para se desenvolver o construtivismo em sala de aula, destaca-se o difícil acesso à compreensão da teoria vigotskiana, que vem sendo facilitada pelo trabalho dos novos pensadores, mas que ainda é um tra-balho pouco difundido na rede municipal, tanto pela indisponibilidade de tempo dos professores (devido aos bai-xos salários a maioria tem que trabalhar os três turnos), como pela carência de cursos de capacitação profissional gratuitos.

Quando a teoria é colocada em prática, os resultados obtidos são satisfatórios e tornam-se perceptíveis pelo com-portamento e participação dos alunos nas atividades escolares. Todavia os professores enfrentam dificuldades no tocan-te a participação da família no processo educacional, muitas vezes devido ao baixo grau de instrução e ao pouco envolvi-mento familiar nas atividades escolares. Muitas vezes os famili-ares criticam o uso dessas teorias por desconhecerem que assuntos extra curriculares também representam uma forma de aprendizagem, já que o papel da educação é a formação plena do indivíduo.

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“Todo projeto supõe rupturas com o presente e pro-messas para o futuro. Projetar significa tentar que-brar um estágio confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor que o presente.” (Gadotti,1994,p.579)

O Projeto Político Pedagógico (PPP) tem assim uma sig-nificação indissociável, pois atua como um processo perma-nente de reflexão e discussão dos problemas da escola, na busca de alternativas viáveis à efetivação de sua intencionalidade. Tem como objetivo propiciar a vivência democrática necessária para a participação de todos os membros da comunidade escolar e exercício da cidadania. Mas na realidade das escolas em análi-se o que análi-se percebe é o não comprometimento com as metas pré-estabelecidas.

Os pilares da educação surgiram para servir de base aos princípios do processo de aprendizagem dos indivíduos no século XXI. Infelizmente o que notamos é que não há um co-nhecimento destes princípios no ambiente escolar, e quando há ocorre de forma pontual, dependendo da vontade e dispo-nibilidade de cada professor. Não há uma abordagem coletiva por parte da comunidade escolar.

Com relação ao trabalho de temas transversais como indisciplina, evasão escolar, violência, sexo e drogas, constata-mos que não há um tratamento sistemático nem preventivo, restringindo-se a atuação as situações mediatistas, quando da ocorrência desses fatos.

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A participação da comunidade escolar no processo de ensino aprendizagem é mínima, limitando-se as reuniões de pais e mestres, geralmente curtas e bimestrais, ou quando ocor-re solicitação por parte da diocor-reção da escola.

Considerações Finais

Após a análise dos dados coletados, concluímos que a es-cola que temos está distante da que queremos. O processo de ensino aprendizagem, apesar de está em fase de transição, con-tinua apresentando fortes características do ensino tradicional. Segundo Vigotsky, existe uma relação profunda entre desenvolvimento e aprendizagem. Nestes termos, a escola re-presenta um ambiente decisivo para o processo de ensino-aprendizagem, uma vez que as práticas educativas funcionam como motor do desenvolvimento humano.

Mas, na verdade, o que constatamos é que as práticas educativas ainda ocorrem de forma muito individual, os traba-lhos coletivos não são estimulados e a promoção de atividades que exponham e despertem as múltiplas inteligências ocorrem de forma isolada ao longo do ano letivo, e quando ocorrem.

Mudar a forma de atuação do professor exige dele um desprendimento e um comprometimento com o novo proces-so de aprendizagem, pois proces-somente o fato de participarem de cursos de capacitação não garante que esses profissionais es-tarão preparados para desenvolver as novas técnicas.

Torna-se claro que para a difusão e efetivação da teoria construtivista se faz necessário uma atuação intensiva, desde o órgão que gerencia o sistema até a comunidade escolar, ela-borando processos de colaboração e ajuda mútua, atuando como mediadores sociais.

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O papel do educador ou da educadora progressista, que não pode nem deve se omitir, ao propor sua “leitura de mundo”, é salientar que há outras leituras de mundo, diferentes da sua e às vezes antagônicas a ela. (Paulo Freire)

Referências Bibliográficas

BOCK, A.M.B.; FURTADO, O. e TEIXEIRA, M.L.T. Psicologias – Uma Introdução ao Ensino de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002. Capítulo 8 – A Psicologia da Aprendizagem pág. 114-130. COLL, C.; MARCHESI, A. e PALÁCIOS, J. (col.) Desenvolvimento Psicológico e Educação. Vol.2. Porto Alegre: Artmed, 2004. Ca-pítulo 7 – Inteligência, inteligências e capacidade de aprendi-zagem pág. 131-144.

GADOTTI, Moacir. “Pressupostos do Projeto Pedagógico”. In: MEC, Anais da Conferência Nacional de Educação para todos. Brasília, 28 de agosto a 02 de setembro de 1994.

REVISTA NOVA ESCOLA, Agosto/2002. Artigo: Os Novos Pensa-dores da Educação pág. 19-28.

REVISTA PSICOPEDAGOGIA ON LINE – Artigo: SCOZ, Beatriz J. Rumos da Educação no Próximo Milênio. 2000 pág. 1-4. SALVADOR, C. Coll. (org.) Psicologia do Ensino. Porto Alegre: Ar-tes Médicas, 2000. Capítulo 3 – A Psicologia da Educação, a Psi-cologia do Ensino, a PsiPsi-cologia Escolar e a Psicopedagogia pág. 65-68. Capítulo 14 – A Teoria Sociocultural da Aprendizagem e do Ensino pág. 258-266. Capítulo 15 – A Aprendizagem d con-teúdos e o desenvolvimento de capacidades segundo as teori-as de aprendizagem pág. 291-296.

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VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.). Projeto Político Pedagógico da escola: Uma construção possível. Campinas, SP: Papirus, 1995. – (Coleção Magistério: Formação e trabalho pedagógico).

ANEXO A – QUESTIONÁRIOS DA ENTREVISTA

ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE FORTALEZA

ENTREVISTADO – SEGMENTO PROFESSOR / GESTÃO

Nome: ______________________________________________ Segmento: ___________________________________________ Modalidade: _________________________________________ Turno: ______________________________________________

QUESTIONÁRIO

01.Como é desenvolvido o processo de ensino-apredizagem na escola?

02.Qual teoria de aprendizagem a escola adota?

03.Como se dá a abordagem pelo conjunto dos professores? 04.Você percebe vantagens nesta teoria para o processo de

desenvolvimento e aprendizagem para a criança? Que difi-culdades você encontra para trabalhar esta teoria?

05.Qual a metodologia utilizada para alcançar os resultados esperados? São satisfatórios?

06.Como se deu a elaboração do Projeto Político-Pedagógico? Ele está realmente sendo colocado em prática?

07.De que forma os “Pilares da Educação” são trabalhados no ambiente escolar?

08.Como são trabalhados na escola temas como: indisciplina, evasão escolar, violência, sexo e drogas.

09.De que forma se estabelece a relação professor-aluno no ambiente escolar?

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Agradecimento,

As alunas Anatália Franco, Camila de Souza e Cícera Angélica, agradecem pela sua colaboração no pre-enchimento deste questionário que servirá como base para a elaboração de um relatório sobre a rea-lidade da Educação na Rede Municipal de Ensino.

ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE FORTALEZA

ENTREVISTADO – SEGMENTO FUNCIONÁRIO / ALUNO / COMUNIDADE

Nome: ______________________________________________ Segmento: ___________________________________________ Modalidade: _________________________________________ Turno: ______________________________________________

QUESTIONÁRIO

01. O que a escola representa para você?

02. Para você, o que a escola tem a oferecer de bom? 03. Qual a sua participação no ambiente escolar? 04. Em sua opinião, o que falta na escola?

05. Como você avalia a atuação dos professores na vivência escolar?

06. O que você espera da escola?

Agradecimento,

Referências

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