CARLOS WAGNER DA LAPA BARROS
AN
Á
LISE DE SOLV
Ê
NCIA DO REGIME PR
Ó
PRIO DE PREVID
Ê
NCIA SOCIAL DO
ESTADO DO CEAR
Á
–
2003 A 2012
AN
Á
LISE DE SOLV
Ê
NCIA DO REGIME PR
Ó
PRIO DE PREVID
Ê
NCIA SOCIAL DO
ESTADO DO CEAR
Á
–
2003 A 2012
Disserta
çã
o submetida
à
Coordena
çã
o do
curso de P
ó
s-gradua
çã
o em Economia, da
Universidade Federal do Cear
á
, como
requisito parcial para obten
çã
o do grau de
Mestre em Economia do Setor P
ú
blico.
Á
rea de concentra
çã
o: Economia do Setor
P
ú
blico
Orientador: Prof. Dr. Francisco Jos
é
Silva
Tabosa
B275a
Barros, Carlos Wagner da Lapa
An
á
lise de Solv
ê
ncia do Regime Pr
ó
prio de Previd
ê
ncia
Social do Estado do Cear
á
–
2003 a 2012/ Carlos
Wagner da Lapa Barros. 2014
42f.il.color., enc.; 30cm
Orientador: Francisco Jos
é
Silva Tabosa
Disserta
çã
o (Mestrado Profissional)
–
Universidade
Federal do Cear
á
, Curso de P
ó
s-Gradua
çã
o em
Economia, CAEN, Fortaleza, 2014
1. Previd
ê
ncia Social I. T
í
tulo
AN
Á
LISE DE SOLV
Ê
NCIA DO REGIME PR
Ó
PRIO DE PREVID
Ê
NCIA SOCIAL DO
ESTADO DO CEAR
Á
–
2003 A 2012
Disserta
çã
o submetida
à
Coordena
çã
o do curso de P
ó
s-Gradua
çã
o em Economia,
da Universidade Federal do Cear
á
, como requisito parcial para obten
çã
o do grau de
Mestre em Economia do Setor P
ú
blico.
Á
rea de Concentra
çã
o: Economia do Setor P
ú
blico.
Aprovada em ___/___/___.
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________
Francisco Jos
é
Silva Tabosa (Orientador)
Universidade Federal do Cear
á
- UFC
_____________________________
Andrei Gomes Simonassi
Universidade Federal do Cear
á
- UFC
______________________________
a cada dia para santificar e honrar seu nome em todas as
á
reas da minha vida.
À
minha m
ã
e, pelo carinho e cuidado ao longo de todos estes anos e
que me fizeram chegar at
é
aqui. Voc
ê
é
fundamental na minha vida.
Ao meu pai, pela vida de exemplo e dedica
çã
o. Certamente, n
ã
o seria
quem sou se n
ã
o fosse a conviv
ê
ncia com voc
ê
. Amo e admiro voc
ê
, simplesmente
por quem voc
ê
é
.
A minha esposa e filho, por serem hoje meus companheiros de todos
os momentos. Voc
ê
s me complementam e me fazem ir a lugares que certamente
sozinho eu n
ã
o chegaria. Obrigado por cada dia ao lado de voc
ê
s. Eu os amo.
Aos Profs. Andrei Simonassi e Francisco Jos
é
pelo apoio e
disponibilidade em me ajudarem.
Aos amigos de curso Raimundo, Andr
é
e Felipe Koury pelo apoio,
esclarecimentos e pela aten
çã
o.
A minha chefe Teresinha, por cooperar para a conclus
ã
o deste curso.
Sem o seu apoio, n
ã
o teria obtido
ê
xito no curso.
“
E u n
ã
o sou movido por aquilo
que vejo o u ou
ç
o. E u sou
movido por aquilo que e u
creio.
”
servidores p
ú
blicos do Cear
á
a evid
ê
ncia. Existe uma press
ã
o da Uni
ã
o para
equacionar o d
é
ficit atuarial deste sistema. N
ã
o
é
s
ó
o estado do Cear
á
que passa
por este desafio. Todo o pa
í
s passa por um per
í
odo de reforma a fim de encontrar
solu
çõ
es para a manuten
çã
o do sistema. A previd
ê
ncia dos servidores afeta
grandemente as contas p
ú
blicas. Atualmente s
ã
o protegidos por este sistema mais
de 100.000 servidores, entre ativos e inativos do Estado. Este trabalho busca
preencher uma lacuna existente sobre um detalhamento da situa
çã
o do regime
pr
ó
prio de previd
ê
ncia estadual, atrav
é
s de uma an
á
lise da solv
ê
ncia do respectivo
sistema previdenci
á
rio, utilizando modelos econom
é
tricos que mensuram sua
sustentabilidade, durante o per
í
odo de 2003 a 2012. Os resultados mostram que a
d
í
vida contra
í
da pela previd
ê
ncia no estado do Cear
á
é
administr
á
vel.
An ongoing and central concern of large parts of the social sciences is that there are
certain issues in which establishing a rigorous consensus is imperative, for instance,
as concerns social security of civil servants from Cear
á
state. This concern is
especially significant regarding the Federal Government expenditures and its
persistent budget deficits. Of course, Cear
á
government is by no means alone. And
there is considerable added complexity in finding solutions to the Federal system as
a whole, with regard to the servant security which greatly affects the public debt.
Over 100,000 public servants (active and inactive) are currently protected by this
system. This work seeks to shed lights on the real social security system from Cear
á
state, making use of the so-called solvency ratios which will be applied to the system
in question. Further, one makes use of econometric models that measure its
sustainability taking into account 2003-2012 years. The results demonstrate that the
debt incurred by
“
cearense
”
pension system is technically manageable.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GR
Á
FICOS
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
–
An
á
lise conjunta dos testes de Raiz Unit
á
ria
Tabela 2
–
Teste de Raiz Unit
á
ria (ADF) para Receita Previdenci
á
ria
Tabela 3
–
Teste de Raiz Unit
á
ria (ADF) para Despesa Previdenci
á
ria
Tabela 4
–
Teste de Raiz Unit
á
ria (ADF) para Saldo Previdenci
á
rio
Tabela 5
–
Teste de Raiz Unit
á
ria (KPPS) para Receita, Despesa e Saldo
Previdenci
á
rio
Tabela 6
–
Defini
çã
o do n
ú
mero de defasagens do modelo VAR para as vari
á
veis
Receita e Despesa Previdenci
á
ria, mar
ç
o 2003 a dezembro 2012
Tabela 7
–
Teste de cointegra
çã
o de Johansen baseado no Teste de Tra
ç
o e no
Teste de M
á
ximo Autovalor
Tabela 8
–
Teste de Causa Granger
SUM
Á
RIO
1
INTRODU
ÇÃ
O...14
2
SISTEMA PREVIDENCI
Á
RIO BRASILEIRO...16
2.1
Evolu
çã
o Hist
ó
rica...16
2.2
Conceitos B
á
sicos... 17
2.3
Regime Pr
ó
prio de Previd
ê
ncia Social...18
2.4
Sistema de Financiamento...20
2.5
O RPPS no Cear
á
...22
2.6
Literatura relacionada...22
3
BASE DE DADOS...25
3.1
An
á
lise Gr
á
fica da Previd
ê
ncia...25
4
METODOLOGIA...27
4.1
Teoria Econ
ô
mica: sustentabilidade fiscal...27
4.2
Testes Emp
í
ricos Preliminares...29
4.2.1 Estacionariedade da s
é
rie de d
é
ficit previdenci
á
rio...29
4.2.2 Cointegra
çã
o das s
é
ries de receita e despesa previdenci
á
ria...30
4.3
Resultados...31
4.3.1 Exerc
í
cio preliminar: raiz unit
á
ria e cointegra
çã
o...31
5
CONCLUS
Ã
O...38
import
â
ncia, pois, n
ã
o s
ó
no Brasil, mas em muitos outros pa
í
ses, tem-se lhe voltado
os olhos. In
ú
meras s
ã
o as raz
õ
es que o trazem
à
tona: maior exig
ê
ncia sobre os
gestores administrativos no que tange a administra
çã
o do sistema previdenci
á
rio; a
press
ã
o da Uni
ã
o para equacionar o d
é
ficit atual da previd
ê
ncia dos servidores
p
ú
blicos civis e militares do Estado cearense e, n
ã
o menos importante, altera
çõ
es
na sociedade que afetam a previd
ê
ncia, s
ã
o alguns dos motivos que revelam a
import
â
ncia deste assunto.
O Regime Pr
ó
prio de Previd
ê
ncia Social
é
claramente tratado no artigo 40 da
Constitui
çã
o Federal de 1988. Algumas mudan
ç
as come
ç
aram a surgir a partir da
Emenda Constitucional n
º
20, de 15 de dezembro de 1998, e, posteriormente, pelas
Emendas Constitucionais n
º
41, de 19 de dezembro de 2003 e a de n
º
47, de 5 de
julho de 2005. Todas estas altera
çõ
es introduzidas no texto constitucional buscaram
tornar mais eficiente e sustent
á
vel a previd
ê
ncia dos servidores p
ú
blicos e civis de
todo o pa
í
s. N
ã
o s
ó
por estas altera
çõ
es na legisla
çã
o j
á
mencionadas, mas tamb
é
m
pelo advento da Lei de Responsabilidade Fiscal, o trabalho dos gestores p
ú
blicos
é
mais exigido no tocante
à
administra
çã
o p
ú
blica.
Ademais, existe uma press
ã
o da Uni
ã
o para equacionar o d
é
ficit atuarial do
Sistema
Ú
nico de Previd
ê
ncia Social dos servidores p
ú
blicos civis e militares do
estado do Cear
á
, que soma atualmente R$ 38,9 bilh
õ
es. O Cear
á
n
ã
o
é
o
ú
nico
estado que passa por este desafio. Afinal de contas, vale ressaltar que todo o pa
í
s
atravessa um momento de reforma a fim de encontrar solu
çõ
es para a manuten
çã
o
do sistema.
do Estado, s
ó
no ano de 2012, cerca de R$ 1,451 bilh
ã
o. As contribui
çõ
es dos
servidores ativos totalizaram apenas R$ 350 milh
õ
es. Se considerarmos apenas o
ano de 2013, ressalta-se que j
á
foram gastos no primeiro semestre cerca de R$ 831
milh
õ
es com pens
õ
es e aposentadorias dos tr
ê
s poderes.
Ora, isso tem feito o Estado a dobrar sua obriga
çã
o, enquanto o servidor
permanece com a participa
çã
o de 11%. Estes n
ú
meros mostram claramente como a
previd
ê
ncia dos servidores afeta grandemente as contas p
ú
blicas. Atualmente, s
ã
o
protegidos por este sistema, mais de 100.000 servidores, entre ativos e inativos do
Estado.
Pelo exposto, este trabalho busca preencher uma lacuna existente sobre um
detalhamento da situa
çã
o do regime pr
ó
prio de previd
ê
ncia estadual cearense.
Atualmente, os estudos existentes centram aten
çõ
es sobre a previd
ê
ncia municipal
de muitos munic
í
pios no Cear
á
, inclusive com quadros comparativos entre eles e
an
á
lises de gest
ã
o. A situa
çã
o da previd
ê
ncia cearense
é
algo alarmante, j
á
que
existe uma progress
ã
o da participa
çã
o estadual para manuten
çã
o das contas, como
mostrado pelos n
ú
meros expostos acima e tamb
é
m porque existe a necessidade de
aumentar o n
ú
mero de servidores p
ú
blicos frente a quantidade de aposentadorias e
tamb
é
m para oxigena
çã
o do quadro funcional.Este conflito de a
çõ
es necessita de
um estudo e para isto, ser
á
feita uma an
á
lise da solv
ê
ncia do respectivo regime
previdenci
á
rio cearense, via utiliza
çã
o de modelos econom
é
tricos que mensurem
sua sustentabilidade. Tal estudo utilizar
á
de dados previdenci
á
rios concernentes ao
per
í
odo de 2003 a 2012. A partir de 2003, para j
á
absorver as altera
çõ
es oriundas
das emendas constitucionais e at
é
2012 para tra
ç
ar um resultado atual.
2.1 Evolu
çã
o Hist
ó
rica
Advindos de uma col
ô
nia explorat
ó
ria, escravista e marcada por uma
economia de subsist
ê
ncia, o Brasil n
ã
o legisla a respeito da previd
ê
ncia social no
s
é
culo XIX. Isto s
ó
vem a acontecer em 1923, com o Decreto n
°
4.682, a ent
ã
o
conhecida Lei Eloy Chaves. A partir deste instrumento legal, s
ã
o estabelecidas
Caixas de Aposentadorias e Pens
õ
es (CAP). Estas foram inicialmente organizadas
aos funcion
á
rios das empresas de estrada de ferro. Eram caracterizadas por uma
administra
çã
o representativa e igualit
á
ria
–
50% de empregados e 50% de
empregadores
–
sem nenhuma participa
çã
o do Estado. Cada empresa deveria criar,
organizar e administrar sua pr
ó
pria CAP.
A partir de 1930, o Estado come
ç
a a intervir mais na economia e passa a
participar das Caixas de Aposentadorias e Pens
õ
es
–
CAP. Empresas de diversos
setores as adotaram. SUSSEKIND (1955) contabiliza mais de 180 mil segurados
pelo CAPs, no final de 1932. Tal fato foi motivado principalmente pela crise de 1929
–
a grande Depress
ã
o
–
que afetou drasticamente o Brasil. O pa
í
s deixa de focar
somente em aspectos como a defesa do territ
ó
rio, justi
ç
a e seguran
ç
a.
A evolu
çã
o do sistema vem com a transforma
çã
o dos CAPs em IAP
–
Instituto
de Aposentadorias e Pens
õ
es. Agora n
ã
o mais organizados por empresas, mas sim,
estabelecidos pelo governo e diferenciados pela categoria profissional. A chamada
“
Era Vargas
”
legisla as IAPs atrav
é
s do Decreto n
°
19.433, de 26 de novembro de
1930. Doravante, fica estabelecido a pessoa jur
í
dica, respons
á
vel pela previd
ê
ncia
social.
divisor de
á
guas.
2.2 Conceitos b
á
sicos
A carta magna introduz o conceito de seguridade social. Sendo esta uma
jun
çã
o de medidas pol
í
ticas e a
çõ
es para a consecu
çã
o de um objetivo comum:
assistir os indiv
í
duos (ou a sua fam
í
lia) diante dos riscos sociais. Tal defini
çã
o
é
fundamentada pelos artigos 194 a 204 da CF/1988. Este assunto tamb
é
m
é
consagrado como direito social naquele mesmo instrumento. Desta forma, os
indiv
í
duos ganham uma amplitude maior de assist
ê
ncia. Segundo LEITE (1992), o
termo seguridade passa a englobar:
- Seguro social (ou previd
ê
ncia social): programa de pagamentos feito ao
indiv
í
duo como compensa
çã
o da perda de capacidade laborativa,
desemprego involunt
á
rio, reclus
ã
o ou morte daqueles de quem dependiam
economicamente. A perda da capacidade laborativa est
á
relacionada
à
incapacidade,
à
idade avan
ç
ada, ao tempo de servi
ç
o e
à
maternidade. As
pessoas que recebem este benef
í
cio s
ã
o os
“
segurados
”
e eles
contribuem com parte da sua renda para o seguro social (sal
á
rio
contribui
çã
o). A exist
ê
ncia de um sal
á
rio de contribui
çã
o, com alguma
rela
çã
o entre o valor dos benef
í
cios a receber, caracteriza um v
í
nculo
contributivo.
-
Assist
ê
ncia Social: programa de pagamentos em dinheiro, distribui
çã
o de
bens
in natura
e de presta
çã
o de servi
ç
os, distribu
í
dos segundo o crit
é
rio
de necessidade, sem v
í
nculo contributivo. Este programa tem por objetivo
prover as necessidades b
á
sicas do indiv
í
duo atrav
é
s da prote
çã
o
à
fam
í
lia,
à
maternidade,
à
inf
â
ncia,
à
adolesc
ê
ncia,
à
velhice, e
à
pessoa
portadora de defici
ê
ncia.
passou por duas grandes reformas: uma em 1998 e a outra em 2003. Atualmente,
existem quatro sistemas de previd
ê
ncia social no Brasil. O Regime Geral de
Previd
ê
ncia Social que abrange todos os empregados regidos pela Consolida
çã
o
das Leis do Trabalho (CLT), os trabalhadores aut
ô
nomos, dom
é
sticos, rurais e os
segurados facultativos. Este sistema
é
obrigat
ó
rio. E o Regime Pr
ó
prio de
Previd
ê
ncia Social que
é
um regime de previd
ê
ncia social, organizado, mantido e
gerido por cada ente federativo com o objetivo de garantir previd
ê
ncia social ao
conjunto dos servidores titulares de cargos efetivos e respectivos dependentes,
consoante
à
s disposi
çõ
es do artigo 40 da Constitui
çã
o Federal e respeitados os
par
â
metros gerais, fundamentalmente a Lei n 9.717/98. O Sistema de Previd
ê
ncia
Complementar Fechado, que
é
composto por fundos que s
ã
o estruturados e
suportados por empresas e geralmente restrito ao conjunto de seus funcion
á
rios.
Por
ú
ltimo, o
Sistema de Previd
ê
ncia Complementar Aberto, que s
ã
o fundos
operados pelo sistema financeiro e que s
ã
o abertos a qualquer indiv
í
duo, desde que
regularmente ativo no RGPS e que operam, em geral, sob regime de capitaliza
çã
o.
2.3 Regime Pr
ó
prio de Previd
ê
ncia Social (RPPS)
A hist
ó
ria nos mostra que o regime pr
ó
prio de previd
ê
ncia social do servidor
p
ú
blico passou de um sistema assistencialista
–
sem obrigatoriedade contributiva,
definido pela Constitui
çã
o Federal de 1891
–
para um sistema contributivo. N
ã
o
havia correla
çã
o entre contribui
çã
o e benef
í
cios.
Segundo Guerzoni (1999), o direito ao benef
í
cio estava ligado unicamente a
vincula
çã
o
pro labore facto
do servidor com o ente federativo. Quer dizer que a
aposentadoria era um direito advindo da liga
çã
o do servidor com o ente federativo.
Somente a partir de 1993, iniciou-se um sistema de contribui
çã
o por parte dos
servidores. Ressalta-se que aquele sistema contributivo n
ã
o possu
í
a vincula
çã
o
entre as contribui
çõ
es e os valores recebidos.
Art. 6
º
S
ã
o direitos sociais a educa
çã
o, a sa
ú
de, a alimenta
çã
o, o
trabalho, a moradia, o lazer, a seguran
ç
a, a previd
ê
ncia social, a prote
çã
o
à
maternidade e
à
inf
â
ncia, a assist
ê
ncia aos desamparados, n a forma
desta Constitui
çã
o.
Art. 7
º
S
ã
o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al
é
m d e outros
que visem
à
melhoria d e sua condi
çã
o social:
IV - sal
á
rio m
í
nimo, fixado em le i, nacionalmente unificado, capaz d e
atender a suas necessidades vitais b
á
sicas e
à
s d e sua fam
í
lia com
moradia, alimenta
çã
o, educa
çã
o, sa
ú
de, lazer, vestu
á
rio, higiene,
transporte e previd
ê
ncia social, com reajustes peri
ó
dicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula
çã
o para qualquer
fim ;
Fica garantido, n
ã
o s
ó
por estes artigos, mas de forma mais precisa pelo art.
40 do mesmo documento, o direito dado aos servidores titulares de cargos efetivos
dos entes federativos:
Art. 40. Aos servidores titulares d e cargos efetivos d a Uni
ã
o, dos Estados,
d o Distrito Federal e dos Munic
í
pios, inclu
í
das suas autarquias e
funda
çõ
es,
é
assegurado regime d e previd
ê
ncia de car
á
ter contributivo e
solid
á
rio, mediante contribui
çã
o do respectivo ente p
ú
blico, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit
é
rios que
preservem o equil
í
brio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
–
LC n
°
101/2000. Ambas asseguram como pressuposto b
á
sico a utiliza
çã
o dos
recursos previdenci
á
rios somente para benef
í
cios e taxa de administra
çã
o.
Tavares, Ibrahim e Vieira (2004) comentam que at
é
a reforma, tanto os
valores arrecadados dos servidores ativos quanto os gastos com os benef
í
cios
previdenci
á
rios eram inclu
í
dos no or
ç
amento fiscal das entidades da Federa
çã
o,
contrariando determina
çã
o constitucional que prev
ê
a separa
çã
o entre o or
ç
amento
fiscal e o da seguridade social (artigo 165,
§
5
º
da CFRB).
2.4 Sistemas de Financiamento
Atualmente existem dois sistemas para o financiamento da previd
ê
ncia social:
o regime de reparti
çã
o simples e o regime de capitaliza
çã
o. O regime de reparti
çã
o
simples
é
aquele em que as contribui
çõ
es estabelecidas no plano de custeio, a
serem pagas pelo ente federativo, pelos servidores ativos e inativos e pelos
pensionistas, em um determinado exerc
í
cio, sejam suficientes para o pagamento
dos benef
í
cios neste exerc
í
cio, sem o prop
ó
sito de acumula
çã
o de recursos,
admitindo-se a constitui
çã
o de fundo previdencial para oscila
çã
o de risco. (artigo 2,
XXI, da Portaria n
°
403/2008 do Minist
é
rio da Previd
ê
ncia Social, denomina Plano
Financeiro
–
admitido somente no caso de segrega
çã
o da massa)
-
possibilidade de forma
çã
o de fundo para oscila
çã
o de risco;
-
usado em benef
í
cios de pagamentos
ú
nicos ou tempor
á
rios de curta dura
çã
o;
-
usados em benef
í
cios de menor custo;
-
n
ã
o recomend
á
vel para benef
í
cios de longa dura
çã
o e custos elevados.
O regime de capitaliza
çã
o
é
aquele em que as contribui
çõ
es estabelecidas no
plano de custeio a serem pagas pelo ente federativo, pelos servidores ativos e
inativos e pelos pensionistas, acrescidas ao patrim
ô
nio existente,
à
s receitas por ele
geradas e a outras esp
é
cies de aportes, sejam suficientes para a forma
çã
o dos
recursos garantidores a cobertura dos compromissos futuros do plano de benef
í
cios
e da taxa de administra
çã
o. (artigo 2, XX
,da Portaria n
°
403/2008 do Minist
é
rio da
Previd
ê
ncia Social, denomina Plano Previdenci
á
rio
–
ess
ê
ncia do artigo 40 da CF).
Figura 2
–
Fluxo do sistema de capitaliza
çã
o
Fonte: Fontoura (2003)
-
é
-
cria perspectivas de sustentabilidade no longo prazo.
2.5 O RPPS NO CEAR
Á
Ap
ó
s o advento do artigo 40 (CF/88), passou a valer no Estado do Cear
á
o
Sistema
Ú
nico de Previd
ê
ncia Social dos Servidores P
ú
blicos Civis e Militares, dos
Agentes P
ú
blicos e dos Membros de Poder do Estado do Cear
á
–
SUPSEC, atrav
é
s
da Lei Complementar Estadual n 12, de 23/06/1999.
Este sistema assegura aos servidores p
ú
blicos civis de cargo efetivo dos
Poderes do Executivo, Legislativo e Judici
á
rio, do Minist
é
rio P
ú
blico Estadual, dos
Tribunais de Contas do Estado e dos Munic
í
pios e tamb
é
m aos militares, benef
í
cios
como:
I)
–
quanto ao servidor:
-
aposentadoria;
-
sal
á
rio-fam
í
lia;
-
sal
á
rio-maternidade;
-
aux
í
lio-doen
ç
a.
II)
–
quanto aos dependentes:
-
pens
ã
o por morte;
-
aux
í
lio-reclus
ã
o.
Posteriormente, com o Decreto n
°
25.821 de 22/03/2000, o fundo passa a ser
gerido pela SEFAZ
–
Secretaria da Fazenda. Mudan
ç
as s
ã
o introduzidas na
legisla
çã
o estadual com a Emenda Constitucional n
°
52, de 02 de maio de 2003. A
administra
çã
o da previd
ê
ncia passa a ser executada pela SEFAZ juntamente com a
SEAD
–
Secretaria de Administra
çã
o.
celeridade de processos, qualidade no atendimento e sustentabilidade do SUPSEC.
2.6 Literatura relacionada
Hamilton e Flavin (1986), atrav
é
s de seu trabalho seminal, realizaram o
estudo desta sustentabilidade. O objeto de estudo foi o per
í
odo de 1960 a 1984 nos
Estados Unidos. Foi proposto o teste de raiz unit
á
ria associado ao d
é
ficit americano
do per
í
odo j
á
mencionado.
Hakkio e Rush (1991) testaram a sustentabilidade fiscal verificando se havia
cointegra
çã
o entre os gastos, inclusive de pagamento de juros e as receitas
governamentais. Caso houvesse a cointegra
çã
o, se poderia dizer que a pol
í
tica
fiscal era sustent
á
vel porque ambos
–
os gastos e receitas
–
caminhavam juntos.
Ressalta-se tamb
é
m que este resultado positivo, n
ã
o
é
garantia de que toda a d
í
vida
seja paga. Apenas revela que n
ã
o haver
á
um crescimento infinito do endividamento.
Seguindo mais adiante, encontram-se os estudos de Bohn (2007). Ele
consegue estabelecer que se a d
í
vida relativa ao PIB for estacion
á
ria ap
ó
s qualquer
n
ú
mero finito de opera
çõ
es de diferencia
çã
o, a restri
çã
o or
ç
ament
á
ria intertemporal
do governo
é
satisfeita. Sendo assim, a utiliza
çã
o do teste de raiz unit
á
ria e
cointegra
çã
o n
ã
o s
ã
o elementos suficientes a fim de afirmar se a restri
çã
o
or
ç
amentaria intertemporal
é
violada.
Bohn (1998, 2005, 2007) tamb
é
m
é
levado a encontrar uma rela
çã
o entre a
estima
çã
o de rea
çã
o fiscal a um aumento da d
í
vida. Desta forma, h
á
a possibilidade
de revers
ã
o para um choque negativo de d
í
vida. Seus resultados corroboram a
sustentabilidade.
benef
í
cios. Seus resultados mostraram que o atual quadro deficit
á
rio das contas
p
ú
blicas brasileiras impossibilita a redu
çã
o da participa
çã
o governamental.
Oliveira, Beltr
ã
o e Pasinato (1999) fazem uma an
á
lise da previd
ê
ncia do
per
í
odo posterior a aprova
çã
o da Emenda Constitucional n
º
20/1998. Como
resultado de seu trabalho, traz como sugest
ã
o a aplica
çã
o de al
í
quotas atu
á
rias
justas relacionadas a caracter
í
sticas de cada indiv
í
duo assegurado.
Ainda em um estudo mais aprofundado, Oliveira
e t a l
(2000) comprovou que
seriam necess
á
rias reformas peri
ó
dicas para manuten
çã
o do regime. Tal
comprova
çã
o adveio da estima
çã
o do impacto econ
ô
mico e financeiro oriundos da
emenda n
º
20/98. Estas an
á
lises s
ã
o fortalecidas tamb
é
m pelos estudos de
Giambiagi
e t a l
(2007). Atrav
é
s do uso de simula
çõ
es, Giambiagi et al (2007)
consegue quantificar os impactos das reformas no sistema previdenci
á
rio.
Matos (2012) utiliza rubricas previdenci
á
rias
–
arrecada
çã
o l
í
quida, despesa
com benef
í
cios, saldo previdenci
á
rio e s
é
rie do PIB
–
para realizar uma an
á
lise
in
é
dita a fim de estudar a sustentabilidade do Regime Geral de previd
ê
ncia Social do
Brasil. Seu trabalho revela uma trajet
ó
ria recente n
ã
o explosiva para a previd
ê
ncia
social brasileira.
3. BASE DE DADOS
Todas as informa
çõ
es relativas a previd
ê
ncia foram extra
í
das do site da
Secretaria da Fazenda do Estado do Cear
á
. Foram utilizadas as seguintes rubricas:
receita l
í
quida, despesa previdenci
á
ria, saldo previdenci
á
rio, al
é
m da receita
corrente. Todos eles est
ã
o organizados em frequ
ê
ncia bimestral, do per
í
odo entre o
1
º
bimestre de 2003 at
é
o
ú
ltimo bimestre de 2012, totalizando 60 observa
çõ
es.
A receita previdenci
á
ria corresponde ao somat
ó
rio dos recolhimentos dos
ativos, inativos, pensionistas
–
tanto do pessoal civil como militar
–
al
é
m das receitas
de valores mobili
á
rios, compensa
çã
o previdenci
á
ria do RGPS para o RPPS e as
receitas previdenci
á
rias intra-or
ç
ament
á
rias. Por outro lado, no grupo das despesas
previdenci
á
rias est
ã
o relacionados os gastos com a previd
ê
ncia social
–
tanto do
pessoal civil como militar
–
e as despesas previdenci
á
rias intra-or
ç
ament
á
rias. A
partir de 2003, para j
á
absorver as altera
çõ
es oriundas das emendas constitucionais
e at
é
2012 para tra
ç
ar um resultado atual.
O software utilizado para a obten
çã
o dos resultados econom
é
tricos foi o
Eviews, em sua vers
ã
o 5.0.
3.1 An
á
lise Gr
á
fica da Previd
ê
ncia
Gr
á
fico 1
–
Evolu
çã
o das despesas e receitas previdenci
á
rias entre o per
í
odo de
2003 a 2012.
Fonte: KOURY (2013). 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 -15,00% -10,00% -5,00% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00%
4.1 Teoria econ
ô
mica: sustentabilidade fiscal
O conceito de sustentabilidade fiscal, quando relacionado ao grau de
endividamento p
ú
blico, est
á
ligado ao acompanhamento da pol
í
tica governamental a
fim de evidenciar se o governo est
á
trilhando um caminho de endividamentos
excessivos e, desta forma, afastando os investidores. A base para este
acompanhamento est
á
relacionada ao conceito te
ó
rico de restri
çã
o or
ç
ament
á
ria
intertemporal.
É
sabido, na economia, que todo indiv
í
duo depara-se com uma restri
çã
o
intertempor
á
ria. N
ã
o
é
diferente para o governo. Existe uma restri
çã
o intertemporal.
A diferen
ç
a entre as Receitas e Gastos correntes do governo mais as despesas com
pagamentos de juros devem ser igual a varia
çã
o da d
í
vida p
ú
blica, para um per
í
odo
espec
í
fico.
A equa
çã
o, abaixo representada, fornece a restri
çã
o or
ç
ament
á
ria
intertemporal do governo, em termos nominais:
Em que:
(4.1)
-
total da d
í
vida junto ao setor privado dado em moeda dom
é
stica,
-
total da d
í
vida junto ao setor privado dado em moeda estrangeira,
-
valor nominal da base monet
á
ria
-
taxa de juros nominal dom
é
stica
-
taxa nominal de juros externa
(4.2)
Em que:
-
valor do estoque da d
í
vida p
ú
blica em t;
-
taxa de juros incidente sobre a d
í
vida p
ú
blica em t;
-
arrecada
çã
o nominal com impostos, contribui
çõ
es e outras receitas em
t;
-
gastos nominais do governo em bens e servi
ç
os (exclusive despesas
financeiras, como pagamento de juros sobre a d
í
vida) em t.
Existe a possibilidade de associa
çã
o entre o estoque inicial da d
í
vida e um
fluxo infinito descontado de receitas e despesas. Para isso,
é
preciso que haja
previs
ã
o perfeita, em um contexto intertemporal. Esta associa
çã
o estaria assim
representada:
(4.3)
Assume-se, para o limite
à
direita da rela
çã
o (4.3), valor nulo. Isto, porque
admite-se a incapacidade do governo de renegocia
çã
o da d
í
vida por infinitas vezes.
Isto
é
uma pr
á
tica comum para esta
á
rea que adota fluxos futuros descontados.
Sendo assim, a equa
çã
o
é
simplificada, como descrita abaixo:
(4.4)
anos de 1974 e 1989. Seus resultados apontam para uma d
í
vida p
ú
blica interna
sustent
á
vel no per
í
odo em an
á
lise, e que a d
í
vida p
ú
blica externa mostrava sinais de
insustentabilidade.
Rocha (1997) conclui que a d
í
vida p
ú
blica poderia ser considerada
sustent
á
vel para o per
í
odo analisado (1980-1993). Todos os testes aplicavam a
mesma metodologia, onde testar a sustentabilidade fiscal do governo equivaleria a
testar a hip
ó
tese da condi
çã
o de transversalidade aplicada na restri
çã
o or
ç
ament
á
ria
intertemporal do governo.
4.2 Testes emp
í
ricos preliminares
4.2.1 Estacionariedade da s
é
rie de d
é
ficit previdenci
á
rio
A literatura econom
é
trica afirma que o desenvolvimento de uma s
é
rie
temporal, ao longo do tempo, em torno de uma m
é
dia constante, transparecendo um
equil
í
brio est
á
vel, classifica a s
é
rie temporal em estacion
á
ria. Esta estacionariedade
pode ser de diferentes per
í
odos. Curtos ou longos. S
é
ries estacion
á
rias e n
ã
o
estacion
á
rias que n
ã
o apresentam um comportamento explosivo podem ser descrita
atrav
é
s da classe de modelos ARIMA.
Este assunto
é
relevante no estudo dos sistemas previdenci
á
rios porque
atrav
é
s da an
á
lise das s
é
ries temporais, identificando um car
á
ter explosivo ou n
ã
o
da s
é
rie em quest
ã
o, j
á
se pode determinar a viola
çã
o da restri
çã
o or
ç
ament
á
ria
intertemporal.
Nusair (2003) revelando o poder dos testes feitos em conjunto.
Tabela 1 - An
á
lise conjunta dos Testes de Raiz Unit
á
ria
Nota: 1) Indica a hipótese nula de não estacionariedade no teste ADF 2) Indica a hipótese nula de estacionariedade no teste KPPS.
Fonte: Nusair (2003)
4.2.2 Cointegra
çã
o das s
é
ries de receita e despesas previdenci
á
rias
Para testar se as s
é
ries de receita e despesas previdenci
á
rias s
ã
o
cointegradas, ou seja, para saber se as s
é
ries possuem uma rela
çã
o de equil
í
brio a
longo prazo, utiliza-se a metodologia proposta por Johansen (1988) e por Johansen
e Juselius (1990 e 1992).
Especificamente, no caso de duas variáveis, se x
t e yt são integradas de ordem 1[ I(1)], então, é verdadeiro que sua combinação linear é dada por: Z
t = Yt – α Xt também será I(1). No entanto, naqueles casos em que ambas as variáveis forem I(1) e Z
t for I(0), isto quer dizer que Y
t e α Xt devem ter componentes de longo prazo que praticamente se cancelam para produzir Z
t. Nessas circunstâncias diz-se que X
t e Yt são cointegradas. (MARGARIDO et al, 1999).
Atrav
é
s deste teste, pode-se verificar o n
ú
mero de ra
í
zes caracter
í
sticas
diferentes de zero que possam existir na matriz
π
=
αβ
. Podem ser utilizados dois
testes: o teste do tra
ç
o e o teste do m
á
ximo autovalor.
KPSS(2) Aceita ADF(1) Rejeita
Aceita Decisão inconclusiva Decisão conclusiva (informações insuficientes) (Estacionariedade)
de cointegra
çã
o a mais. Isto, at
é
o momento onde n
ã
o se consiga mais rejeitar a
hip
ó
tese nula.
Pode-se avaliar a estat
í
stica do teste da seguinte forma:
tal que
λ
s
ã
o n
ú
meros reais entre 0 e 1, representando os autovalores de
π
, T
é
o
tamanho da amostra e
n
o n
ú
mero de vari
á
veis empregadas. Outra proposta de
Johansen
é
o teste do m
á
ximo autovalor. Aqui, verifica-se a hip
ó
tese nula de que
existem
r
vetores de cointegra
çã
o contra a alternativa de que o n
ú
mero de vetores
significativos seja
r
+1.
4.3 RESULTADOS
4.3.1 Exerc
í
cio preliminar: raiz unit
á
ria e cointegra
çã
o.
Pode-se dizer que a exist
ê
ncia de cointegra
çã
o entre as s
é
ries de receita,
despesa previdenci
á
ria e saldo previdenci
á
rio
é
sin
ô
nimo de solv
ê
ncia para a
previd
ê
ncia estadual. Contudo,
é
preciso realizar algumas ressalvas. H
á
a
necessidade de an
á
lise do par
â
metro de cointegra
çã
o das s
é
ries. Caso este seja
igual ou superior
à
unidade,
é
poss
í
vel afirmar a sustentabilidade do regime de
previd
ê
ncia pr
ó
prio dos servidores do estado do Cear
á
, e assim haveria a
observ
â
ncia
à
restri
çã
o or
ç
ament
á
ria intertemporal.
se rejeitar a hip
ó
tese nula (Ho), a estat
í
stica
t
do Teste ADF deve ter um valor
absoluto maior que o valor cr
í
tico absoluto.
Tabela 2
–
Teste de Raiz Unit
á
ria (ADF) para Receitas Previdenci
á
rias
M
é
todo
% Valor Cr
í
tico
Receitas
Previdenci
á
rias
Valor Cr
í
tico
ADF
0,01
0,18
-2,6084
0,05
-1,9469
0,1
-1,6129
ADFc
0,01
-8,78
-3,5503
0,05
-2,9135
0,1
-2,5945
ADFc,t
0,01
-8,75
-4,1273
0,05
-3,4906
0,1
-3,1739
Fonte: Dados da pesquisa. Elaboração própria
O teste ADF n
ã
o rejeitou a hip
ó
tese nula. Contudo, os demais testes
–
ADFc e
ADFc,t
–
rejeitaram a hip
ó
tese nula para todos os n
í
veis dos valores cr
í
ticos.
b) Teste de raiz unit
á
ria da s
é
rie Despesa Previdenci
á
ria
Realizando a mesma an
á
lise da rubrica anterior, encontra-se a Tabela 3
abaixo.
Tabela 3 - Teste de Raiz Unit
á
ria (ADF) para Despesa Previdenci
á
ria
.M
é
todo
% Valor Cr
í
tico
Despesa
Previdenci
á
ria
Valor Cr
í
tico
ADF
0,01
0,76
-2,6084
0,1
-2,5945
ADFc,t
0,01
-6,05
-4,1273
0,05
-3,4906
0,1
-3,1739
Fonte: Dados da pesquisa. Elaboração própria.
Os mesmos resultados s
ã
o encontrados. No Teste ADF, n
ã
o se rejeita a
hip
ó
tese nula, o que quer dizer que a s
é
rie n
ã
o
é
estacion
á
ria. Por
é
m, nos outros
testes, a condi
çã
o de rejei
çã
o da hip
ó
tese nula
é
atendida e a s
é
rie
é
estacion
á
ria. O
valor absoluto da rubrica despesas previdenci
á
rias
é
maior que o valor absoluto do
valor cr
í
tico em todos os n
í
veis.
c) Teste de raiz unit
á
ria da s
é
rie Saldo Previdenci
á
rio.
Analogamente aos testes feitos acima, encontra-se a Tabela 4. Observa-se
que todas as rubricas possuem o mesmo comportamento, indicando uma
estacionariedade das s
é
ries. Contudo, torna-se importante aplicar tamb
é
m o Teste
de Kwiatkowski, Phillips, Schimdt e Shin (1992)
–
cuja hip
ó
tese nula
é
que a s
é
rie
é
estacion
á
ria. O mais importante em se aplicar testes cujas hip
ó
teses nulas s
ã
o
opostas
é
minimizar a quest
ã
o de que o Teste ADF tem baixo poder (MADDALA e
KIM, 1998).
Tabela 4 - Teste de Raiz Unit
á
ria (ADF) para Saldo Previdenci
á
rio
M
é
todo
% Valor Cr
í
tico
Saldo
Previdenci
á
rio
Valor Cr
í
tico
Neste teste, a hip
ó
tese nula (Ho)
é
de que a s
é
rie
é
estacion
á
ria. Para rejeitar
a Ho, o valor do LM-estat
í
stico deve ser maior que os valores cr
í
ticos. Segue abaixo
a Tabela 5 que evidencia o comportamento das rubricas.
Tabela 5
–
Teste de Raiz Unit
á
ria (KPPS) para Receita, Despesa e Saldo
Previdenci
á
rio.
M
é
todo
% Valor cr
í
tico
Receitas
Previdenci
á
rias
Despesa
Previdenci
á
rias
Saldo
Previdenci
á
rio
Valor Cr
í
tico
KPPSc
1
0,1970
0,2305
0,2097
0,73
5
0,46
10
0,34
KPPSc,t
1
0,1253
0,1278
0,1851
0,21
5
0,14
10
0,11
Fonte: Dados da pesquisa. Elaboração própria
Como se pode observar, no Teste de KPPS com constante e sem tend
ê
ncia
(KPPSc), que todas as rubricas possuem valor de LM-estat
í
stico menor que o valor
cr
í
tico em todos os n
í
veis. Com efeito, isto revela que a hip
ó
tese nula n
ã
o
é
rejeitada, ou seja, as s
é
ries s
ã
o estacion
á
rias.
Agora o Teste de KPPS com constante e com tend
ê
ncia (KPPSc,t) revela que
as rubricas possuem um comportamento estacion
á
rio at
é
determinado ponto e
depois apresentam um comportamento n
ã
o estacion
á
rio. O modelo VAR
é
a base
para o procedimento de Johansen. Sendo assim,
é
importante que o n
ú
mero de
defasagens deste modelo seja determinado. Al
é
m disso, deve-se verificar a
presen
ç
a ou n
ã
o de termos determin
í
sticos a serem inclu
í
dos. Pode ser uma
constante, uma vari
á
vel Dummy ou ainda uma tend
ê
ncia.
1
284.1375
10.9126*
1.39e-07*
-10.1140*
-9.8951
-10.0294*
2
286.7229
4.7007
1.46e-07
-10.0626
-9.6976
-9.9215
3
289.5214
4.8845
1.53e-07
-10.0189
-9.5080
-9.8213
4
290.2969
1.2972
1.73e-07
-9.9017
-9.2447
-9.6476
5
292.5259
3.5663
1.85e-07
-9.8373
-9.0343
-9.5268
Fonte: Dados da pesquisa. Elaboração própria.
NOTA: * Indica a ordem da defasagem selecionada pelo critério; LR – Estatística de teste LR sequencial modificado; FPE – Erro de previsão final; AIC – Critério de informação de Akaike; SC – Critério de informação de Schwarz; HQ – Critério de Informação de Hannan-Quinn.
O crit
é
rio do Erro de Previs
ã
o Final (FPE) e de Akaike (AIC) indicaram que o
modelo deve possuir uma defasagem. J
á
o Crit
é
rio de Schwarz (SC), aconselha que
o modelo n
ã
o deve possuir defasagem, e por fim o Crit
é
rio de Informa
çã
o de
Hannan-Quinn (HQ) indicou que o n
ú
mero adequado seria uma defasagem.
Percebe-se que os crit
é
rios indicam n
ú
meros de defasagens diferentes.
Sendo assim, a escolha foi realizada com base no mesmo n
ú
mero de defasagens
que a maioria dos crit
é
rios indicou. Escolheu-se ent
ã
o, uma defasagem. A partir
desta conclus
ã
o, pode-se realizar o Teste de cointegra
çã
o de Johansen, que
permitir
á
verificar a exist
ê
ncia de vetores de cointegra
çã
o, atrav
é
s da estat
í
stica
tra
ç
o e autovalor m
á
ximo, como se v
ê
na Tabela 7 abaixo.
Tabela 7
–
Teste de Cointegra
çã
o de Johansen baseado no teste do Tra
ç
o e no
Teste de M
á
ximo Autovalor
Teste d o Tra
ç
o
Hip
ó
tese Nula
Valor Pr
ó
prio
Estat
í
stica
Valor Cr
í
tico 5% Probabilidade
R=0
0,4121
44,9321
15,4947
0
R<=1
0,2160
14,1208
3,8414
0,0002
Teste do M
á
ximo Autovalor
R=0
0,4121
30,8112
14,2646
0,0001
R<=1
0,2160
14,1208
3,8414
0,0002
Fonte: Dados da pesquisa. Elaboração própria.
Tendo j
á
determinado a ordem de defasagens e a integra
çã
o entre as s
é
ries,
fez-se os testes de causalidade Granger para se determinar o ordenamento de
Cholesky. Atrav
é
s deste, as an
á
lises de fun
çõ
es impulso-resposta ser
ã
o balizadas.
Este
é
um dos pontos principais do teste.
É
por aqui que fica estabelecida uma
ordem de endogenia/exogenia entre as vari
á
veis. Simplificando, s
ã
o os teste de
causa-Granger que fazem a verifica
çã
o do grau de influ
ê
ncia das vari
á
veis, com
preced
ê
ncia temporal, sobre as outras vari
á
veis. Quanto menor a estat
í
stica
qui-quadrado conjunta, menor a endogenia (maior exogenia) de uma vari
á
vel
dependente estudada.
Tabela 8
–
Teste de Causa-Granger
Vari
á
vel Dependente: Despesa
Exclu
í
da
Qui-quadrado
Defasagens
Probabilidade
Receita
11,2777
1
0,0008
Todas
11,2777
1
0,0008
Vari
á
vel Dependente: Receita
Exclu
í
da
Qui-quadrado
Defasagens
Probabilidade
Despesa
1,6990
1
0,1935
Todas
1,6990
1
0,1935
Fonte: Dados da pesquisa. Elaboração própria