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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GEOLOGIA

Título do Trabalho :

Proposta para preservação das bicas de Santo Antônio de Pádua

Aluno :

Marcelo de Queiroz Jorge 200704024-5

-

Orientador :

Lucio Carramillo Caetano

Dezembro/2011

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Agradecimentos

A minha família quero agradecer, por estar do meu lado nos momentos bons e ruins, me dando apoio, amizade, educação e satisfação por Deus ter me colocado perto deles. Eles me deram os instrumentos necessários para que eu pudesse fazer boas escolhas e traçar bons caminhos em minha vida. Dentre os familiares, gostaría de ressaltar minha mãe por ter tido força pra seguir em frente e meu pai por batalhar arduamente todos os días sem exitar.

A UFRRJ agradeço por ter me dado ótimos momentos na vida, junto com amigos, professores e excelentes profissionais que não só me capacitaram a ser um Geólogo mas também para a vida como um todo.

Ao meu orientador Lúcio Carramilo que não só foi um ótimo professor e orientador acadêmico mas me mostrou um exemplo de bom coração, me aconselhando e ensinando a ser um ótimo amigo.

A minha namorada e amiga Daniele Cabral, por ter me ajudado muito a chegar neste ponto. Ela e seu ‘’laranjão’’ me aconselharam a tomar os melhores caminhos e atalhos para a minha realização. Através dela, também pude conhecer ótimas pessoas e amigos, pra todas as horas.

Alex Vasconcelos, Felipe Rufino, Gabriel Rodrigues, Luiz Gustavo Guedes e Roberto Silva valem ressaltar.

Agradeço também aos meu amigos de curso André Gatto, Eduardo Cabral, João Paulo Dantas e Ramon Oliveira, pois passamos bons e ruins momentos durante esses cinco anos, um ajudando o outro nas horas de estudar e nas horas de se distrair

Não podería esquecer de amigos que fazem parte da família: Caio Riguetti, Felipe Amaral, Giovanni Amaral, Gustavo Pompeu, Maria José, Salvador Fortunato e Thiago Gutierres onde possuo 22 anos de boas lembranças junto deles.

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SUMÁRIO:

Agradecimentos i

Sumário ii

1. Introdução 1

2. Objetivo 2

3. Localização e Vias de acesso 3

4. Metodologia 5

4.1. Revisão Bibliográfica 5

4.2. Trabalhos Realizados 5

4.2.1 Visitação 5

4.2.2 Registro de Informações 5

5. Aspectos da Região 6

5.1. Aspecto Histórico 6

5.2. Aspecto Fisiográfico 7

5.2.1. Hidrogeologia 7

5.2.2. Clima 7

5.2.3. Geomorfologia 7

5.2.4. Vegetação 8

5.3. Aspecto Sócio-econômico 8

5.4. Aspecto Geologico 9

5.4.1. Geologia do Estado do Rio de Janeiro 9

5.4.2. Geologia local da Ragião de Santo Antônio de Pádua 10

5.4.3. Evolução Tectônica 14

6. Marco Conceitual 15

6.1. Ordenamento Territorial 15

6.2. Geoconservação 15

7. Justificativa para Preservação das Fontes em Santo Antônio de Pádua 16

8. Apresentação de Algumas Leis 19

8.1. Gestão de Recursos Hídricos 19

8.2. Ocupação do Solo 19

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9. Formas de Proteção 20

9.1. Proteção Ambiental 20

9.2. Cartas Patrimoniais 25

10. Considerações Finais 26

11. Referências Bibliográficas 27

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1 - Introdução:

O presente trabalho, Proposta para preservação das bicas de Santo Antônio de Pádua, faz parte do projeto Museu das Águas de Pádua, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Santo Antônio de Pádua, Universidade Federal Fluminese (UFF), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ) para geoconservação e manutenção da potabilidade das águas das fontes de Santo Antonio de Pádua.

No total, são 15 (quinze) fontes (bicas) de água utilizada pela população para consumo. Todas já foram visitadas pelo corpo de pesquisadores das instituições envolvidas no Projeto e seus pontos georreferenciados.

O projeto foi iniciado na fonte de água Solu, que já pertence ao Parque Natural Municipal da Mata Atlântica do Município de Santo Antônio de Pádua1, e está em obras adiantadas para se transformar em ponto de visitação geoturística.

Este trabalho consiste na aquisição de dados, através de visitação dos locais das bicas, pesquisa bibliográfica e entrevista a profissionais ligados a área, e com isso, propor a preservação das outras 14 bicas da região de Santo Antônio de Pádua com o objetivo de promover a manutenção da qualidade e da vazão da água das bicas.

1 Lei nº 3.355 de 25/03/2010 da Prefeitura Municipal de Santo Antônio de Pádua

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2 - Objetivo

O objetivo principal do trabalho é expor as formas de preservar e propor a proteção das bicas, assim como já acontece com a Água Solu (atual sede do Parque Natural Municipal da Mata Atlântica em Santo Antônio de Pádua), incluindo as outras fontes ao domínio do parque ou buscando outras formas legais, através de pesquisas bibliográficas, entrevistas e aquisição de dados no local .

A preservação dessas bicas irá disciplinar o parcelamento e ocupação do solo , possibilitará a manutenção da boa qualidade química e microbiológica, permitirá a manutenção da vazão da água e desvinculará qualquer possibilidade de aproveitamento econômico voltado para a comercialização da água na indústria de engarrafamento. Assim, apenas a população local irá poder usufruir da boa qualidade das águas das bicas, sem qualquer problema relacionado aos citados neste parágrafo.

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3

3 - Localização da área e Vias de acesso:

As fontes em estudo, localizam-se na região do Município de Santo Antônio de Pádua, Noroeste do Estado do Rio de Janeiro. A maior parte das fontes concentra-se na região Periférica do Município (Figura 2).

Para quem parte do Rio de Janeiro, pega-se a rodovia Rio-Teresópolis em direção a Além Paraíba. De lá, segue-se em direção a Leopoldina até o trevo do Posto de Pesagem da divisão de estados (RJ-MG) onde se pega a rodovia BR 393 em direção a Pirapetinga. Em Pirapetinga (MG) atravessa-se a ponte sobre o rio Pirapetinga e toma-se a rodovia RJ 186 até Santo Antônio de Pádua. O percurso total do Rio de Janeiro a Santo Antônio de Pádua é de 280 km. (figura 1) www.cidades.com.br/cidades/santoantoniodepadua - acessado em 28/09/2011.

(figura1)

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4 Figura. 2 MAPEAMENTO DAS FONTES DE ÁGUA DA ÁREA URBANA DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA-RJ- Elaborado por Nascimento, V., 2011 e apoiado pela Secretaría de Meio Ambiente e Defesa Civil de Santo Antônio de Pádua.

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4 - Metodología:

Neste capítulo, são apresentados os procedimentos executados para o cumprimento dos objetivos deste trabalho.

4.1- Revisão Bibliográfica

A partir da pesquisa bibliográfica foi possível fazer um levantamento das diversas formas legais para proteção de áreas:

Foi pesquisada bibliografia sobre geologia de Santo Antônio de Pádua, preservação ambiental, ordenamento territorial, patrimônio cultural e patrimônio geológico, utilizando-se teses, dissertações, livros, mapeamentos e entrevistas.

O artigo Mansur, K., 2010, publicado na revista Geociências da UNESP, através do estudo voltado para geoconservação na região do Domínio Tectônico Cabo Frio, analisa o enquadramento dos geossítios na legislação e aponta as diretrizes para a geoconservação dos patrimônios geológicos no Brasil.

Outro trabalho muito importante para a elaboração dessa monografia foi o relatório das fontes de Santo Antônio de Pádua elaborado por estudantes de segundo grau das escolas de Pádua no projeto denominado “Jovens Talentos”.

Foram feitas pesquisas sobre legislação ambiental, mineral, patrimonial e recursos hídricos visitando-se sites oficiais do governo brasileiro, dos estados e do município envolvido.

4.2 - Trabalhos realizados

4.2.1- Visitação

Foram feitas visitas aos locais, em algumas bicas das águas de Santo Antônio de Pádua, onde foi verificado o estado de cada bica e feito o registro fotográfico.

4.2.2- Registro de infomações

Durante a visitação foi feito contatos com os representantes da Prefeitura do Município de Santo Antônio de Pádua, em especial com o secretário do Meio Ambiente e Defesa Civil e com o Secretário de Turismo. Também foi contactado o geólogo Vitor Nascimento (Professor da UFF) e a geóloga Kátia Mansur (Professora da UFRJ).

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5 - Aspectos da Região:

5.1 - Aspecto Histórico:

Santo Antônio de Pádua está localizada na região noroeste do estado do Rio de Janeiro, a 256 km da cidade do Rio de Janeiro. Sua área territorial é de 669 km², sua altitude é de 86 metros em relação ao nível do mar, seu clima é temperado e sua população estimada para 2009, segundo o IBGE, é de 42.405 (quarenta e dois mil e quatrocentos e cinco) habitantes. A cidade é banhada pelos rios Paraíba do Sul, Pomba e Pirapetinga. Como seus distritos estão incluídos: Pádua, Baltazar, Santa Cruz, Marangatú, São Pedro, Monte Alegre, Paraoquena e Itibiguaçú.

A história do município tem seu início quando o frade Antônio Martins Vieira erigiu na proximidade do Rio Pomba uma capela consagrada ao culto de Santo Antônio de Pádua. Alguns anos depois, com o progresso da povoação, sua capela, em 24 de novembro de 1824, foi elevada a categoria de curada (SILVA,1999) .

Em primeiro de junho de 1843, a lei número 296 elevava à categoria de freguesia, com invocação do nome de "Santo Antônio de Pádua". A sua emancipação ocorreu a 2 de janeiro de 1882, pelo decreto número 2597 (SILVA, op. cit.).

Em 1930, deu-se início a exploração industrial das Águas Iodetadas de Pádua. Nesse período, diversos decretos estaduais foram promulgados em relação à exploração de água mineral, e com a criação do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) no mesmo ano, a indústria de água mineral se consolidou no país (SILVA, op. cit.).

Em 1936, com o Manifesto de Mina Santo Antônio de Pádua fez parte, oficialmente, da história das descobertas de águas minerais no Estado do Rio de Janeiro com a única água mineral iodetada comercializada no país (SILVA, op. cit.).

A economia da área era essencialmente agropastoril, sendo que a vegetação original não existe mais, cedendo lugar a campos de cultivo e criação. Entretanto, a partir da década de 80 a atividade mineira ganhou impulso, tendo se transformado na principal fonte de renda e empregos da região (SILVA, op. cit.).

Santo Antônio de Pádua possui áreas montanhosas e vales, onde a fertilidade de suas terras é visível, em especial na cultura de arroz, milho e cana-de-açúcar. Além da agricultura, Santo

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7 Antônio de Pádua possui inúmeras indústrias de rochas ornamentais. A pecuária leiteira, as indústrias de papéis e o comércio também fazem parte das principais atividades geradoras de renda do município. O turismo é outra fonte de recursos do município, graças à raridade de suas águas minerais. A cidade possui quatro fontes de águas minerais muito procuradas para terapia de problemas renais, cardiovasculares e tratamento de pele, além de terapia de rejuvenescimento.

Além disso, a cidade também dispõe de vários hotéis, bares e restaurantes (SILVA, op. cit.).

5.2 - Aspectos Fisiográfico:

Este capítulo irá descreve os aspéctos fisiográficos da região de Santo Antônio de Pádua com base nos dados retirados do texto explicativo do Projeto Carta Geológica do Estado do Rio de Janeiro – Folha SF-X-D-VI-2 – Santo Antônio de Pádua - Escala 1:50.000, do Departamento de Recursos Minerais – DRM (1980) e do Projeto RadamBrasil (1983).

5.2.1- Hidrografia:

O principal coletor de águas da região é o Rio Paraíba do Sul, cujo principal afluente pela margem esquerda é o Rio Pomba, e pela margem direita, o Ribeirão das Areias. As elevações da área condicionam-se na direção NE-SW, controlando o sistema secundário de drenagem. Destacam-se as serras denominadas Frecheiras, Catete, Santa Cândida, Gavião, Caledônia, Vermelha, Portela, Aliança e José Melo.

5.2.2-Clima:

O clima dominante é subquente úmido, sendo mais ameno nas partes altas, e quente na zona de baixada do Rio Paraíba do Sul. A precipitação média anual é de 1000 a 1250 mm, enquanto a temperatura média anual é 20°C, atingindo valores e ntre 4° e 38°C.

5.2.3-Geomorfologia

Os alinhamentos montanhosos da região posicionam-se segundo N45°E, coincidentemente com a direção geral da foliação. Os principais cursos d’água são angulosos, escoando-se segundo N45°E (foliação) ou N45°W (tear faults). A rede ger al é uma treliça. O relevo atual exibe linearidade e paralelismo para as serras, que se destacam do relevo rebaixado, com morros arredondados de topo nivelado a 130 m; imersos em vales aluvionados, com cotas pouco superiores a 50 m.

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8 5.2.4-Vegetação

A vegetação original, do tipo Mata Atlântica foi devastada, cedendo lugar às grandes monoculturas, com destaque para as plantações de café, algodão e cana-de-açucar. Com o declínio da agricultura, ocorreram substituições por pastagens, capoeiras e outras espécies (remanescentes de atividades agropecuárias e desmatamentos extrativistas), tão logo sua fertilidade diminuiu.

As matas remanescentes que cobrem algumas áreas da região são constituídas, na maioria, por formações secundárias, comprovado pela presença de embaúbas (Cecrosia sp.), desenvolvendo- se somente onde a floresta foi derrubada (IBGE, 1977). Regionalmente, a vegetação é constituída de campos predominantemente herbáceos, ocorrendo associações arbustivas e sub-arbustivas, com árvores de pequeno e médio portes, constituindo os campos sujos.

A outra parte da vegetação está representada por pastagens e por vegetação secundária, em fases diversas de crescimento:

- Parcas florestas secundárias, remanescentes das ações antrópicas imputadas ao terreno e à região (principalmente nas serras);

- Vegetação invasora predominante;

- Espécies vegetais pioneiras de regeneração natural.

As espécies invasoras e de regeneração natural (gramíneas e leguminosas) possuem um papel muito importante na proteção do solo contra o arraste de partículas, inibindo a erosão.

5.3 - Aspécto Sócio-econômico

O município de Santo Antônio de Pádua conta com uma população de 50.000 habitantes, limitado pelos municípios de Miracema ao norte, Cantagalo ao sul, Aperibé e Itaocara a leste e Pirapetinga e Palmas à oeste (ambas pertencentes ao Estado de Minas Gerais).

A economia da área era essencialmente agropastoril, sendo que a vegetação original não existe mais, cedendo lugar a campos de cultivo e criação. Entretanto, a partir da década de 80 a atividade mineira ganhou impulso, tendo se transformado na principal fonte de renda e empregos da região.

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9 Alguns dos bens minerais são utilizados na região com as seguintes finalidades: Mármores Calcíticos e Dolomíticos (Serras Vermelha, do Portela e Caledônia, em Aperibé e na Serra da Aliança), pequena extração de mármore foi aí verificada; Materiais de Construção (leptinito é ótimo para paralelepípedo e pedra de meio fio, os granulitos são usados como material de revestimento, os quartzitos, quando argilosos e friáveis, são usados como saibro e os aluviões dos rios Pomba e Paraíba do Sul fornecem areia, produzida com pequenas dragas); Água Mineral (na cidade de Santo Antônio de Pádua existe uma fonte de água iodetada, do tipo alcalino- bicarbonatada-sódica, não termal) (SILVA, 1999).

5.4 - Aspectos Geologicos:

Neste capítulo serão arbordados aspectos sobre a Geologia Regional e Local da Região de Santo Antôio de Pádua.

5.4.1 - Geología do Estado do Rio de Janeiro:

A região estudada situa-se no Estado do Rio de Janeiro, localizado na Região Sudeste do país, está geotectonicamente contida na Província Mantiqueira, província estrutural definida por ALMEIDA ET AL., 1981 apud CPRM, 2001. Essa entidade cobre uma extensa área (cerca de 700.000km2), representa um sistema orogênico Neoproterozóico-Cambriano situado no Noroeste, Sudenste e Sul do Brasil. Ela engloba os orógenos Araçuaí, Ribeira, Brasília Meridional, Dom Feliciano e São Gabriel, que distribuem-se desde o Sul do estado da Bahia até o estado do Rio Grande do Sul.

Paralela à costa atlântica do Sudeste e Sul do Brasil, forma uma faixa de direção NESW, com mais de 3.000 km de comprimento, que se estende do paralelo 33 S, no Uruguai, até o Sul da Bahia, no paralelo 15 S. Está disposta paralelamente à costa brasileira, junto às margens orientais dos crátons Rio de La Plata e São Francisco. É a mais complexa província estrutural afetada pelo Ciclo Orogênico neoproterozóico/cambriano (Brasiliano) na América do Sul constituindo, juntamente com a Faixa Brasília, a Cunha de Guaxupé e os metassedimentos da denominada Faixa Alto Rio Grande, o arcabouço geotectônico do Sudeste Brasileiro.

Devido a sua importante posição Geográfica, flanqueando o continente sul-americano e voltada para o sudeste do continente africano, a províncea constitui-se um elemento importante para o entendimento da colagem neoproterozóica dos orógenos brasilianos/pan-africanos que se seguiu

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10 à convergência dos até então dispersos fragmentos do Supercontinente Rodínia, durante a amalgamação do Supercontinente Gondwana Ocidental (Figura 3).

(Figura 3) Esboço tectono-geológico do Estado do Rio de Janeiro. FEITOSA, 2008.

5.4.2 - Geología Local da Região de Santo Antônio de Pádua:

Localizando-se aproximadamente no limite Nordeste da Zona de Cizalhamento Paraíba do Sul e da Faixa Ribeira com a Faixa Araçuaí, as rochas aflorantes da região de Santo Antônio de Pádua são gnaisses granulíticos intercalados com gnaisses quartzo-feldspático. Essas rochas fazem parte da unidade Santo Eduardo, metamorfizadas em condições de fácies anfibolito superior a granulito. Essas rochas foram interpretadas como de origem predominantemente sedimentar (Grossi Sad et ali, 1980 apud SILVA, 1999). O posicionamento estratigráfico dessas rochas é duvidoso e diversos autores agrupam os litotipos reconhecidos sob diferentes denominações.

Além da seqüência parametamórfica, foram ainda reconhecidas, em pequena proporção, rochas ortoderivadas de fácies granulito (Unidade Bela Joana) e anfibolito superior (Leptinitos Serra das Frecheiras e granada-biotita gnaisses).

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11 Unidade Santo Eduardo:

Gnaisses Granulíticos

Constituem o principal litotipo da Unidade Santo Eduardo. São caracterizados por coloração verde-acastanhado e pela ocorrência de piroxênio. A presença de lentes pegmatóides com textura oftalmítica e de grandes augen de plagioclásio (de 5-7 cm de diâmetro maior) é outra feição característica. Essas, por vezes, estão levemente oblíquas ao bandamento, sugerindo tratar-se de veios pegmatóides. A granada é um mineral comum, mas nem sempre presente. Ocorre, geralmente, na forma de grandes porfiroblastos alongados (em geral de 1-2 cm de diâmetro maior), em bandas de todas as composições. Hornblenda e biotita estão sempre presentes (Porcher, 1997 apud Silva, 1999, p.16)

Nas partes externas às zonas de cisalhamento transcorrente, o bandamento dos gnaisses granulíticos é bem definido e irregular, marcado pela intercalação de bandas félsicas, com espessura variando de alguns centímetros a poucos metros, e lentes descontínuas ou bandas contínuas de composição máfica. Lentes félsicas pegmatóides são comuns, dispostas paralelamente ou a baixo ângulo com o bandamento. Essas lentes apresentam, internamente, augen de feldspato. O bandamento gnáissico é afetado por dobras apertadas a isoclinais, localmente transpostas. A atitude das charneiras dessas dobras é geralmente subhorizontal, e a direção NE-SW. Localmente, o bandamento é milonítico e podem ser observadas lineações minerais marcadas por granadas. Essas lineações apresentam direção E-W, o que indica terem sido formadas durante o evento tangencial (Porcher, 1997 apud Silva, 1999, p.16)

Ao longo das zonas de cisalhamento transcorrente, os gnaisses granulíticos apresentam trama milonítica, marcada pelo alongamento de lentes máficas, pela intercalação de bandas máficas e félsicas, por fitas de quartzo, e pelo alongamento de porfiroclastos de plagioclásio e piroxênio. A foliação é muito regular e planar (laminada), onde a intensidade da deformação é alta (ultramilonitos). A lineação de estiramento é marcada por agregados minerais estirados (feldspato ou quartzo, em geral) ou pelo alongamento de lentes máficas. Dobras isoclinais intrafoliais transpostas são observadas em muitos afloramentos, constituindo parte da trama composta. As lineações de estiramento de charneiras das dobras são geralmente paralelas, mostrando atitude NE-SW subhorizontal (Porcher, 1997 apud Silva, 1999, p.17)

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12 Gnaisses Quartzo-feldspáticos

Ocorrem ainda abundantemente na Unidade Santo Eduardo, gnaisses quartzo-feldspáticos (granada-biotita-plagioclásio gnaisses e biotita-plagioclásio-K-feldspato gnaisses). Esses formam bandas mapeáveis, intercaladas com os gnaisses granulíticos. São rochas geralmente claras, acinzentadas ou rosadas. O bandamento é decimétrico, bem definido, marcado pela intercalação de bandas quartzo-feldspáticas com bandas máficas. O aspecto é muitas vezes de um “migmatito estromático”. Fora das zonas de cisalhamento principal pode estar afetado por zonas de cisalhamento transcorrente discretas, com movimentação dextral, ou por bandas de cisalhamento com movimentação sinistral, que parecem ser feições tardias. A proporção dos gnaisses quartzo- feldspáticos em relação aos gnaisses granulíticos aumenta de NW para SE (Porcher, 1997 apud Silva, 1999, p.17)

Unidade Bela Joana:

São gnaisses charnoquíticos, de coloração verde-acastanhado, com deformação milonítica limitada. Apresentam bandamento bastante homogêneo, marcado por bandas máficas e félsicas de espessura milimétrica a centimétrica. Lentes félsicas do bandamento podem estar dobradas isoclinalmente ou boudinadas. Veios mais jovens cortam esse bandamento. Segundo o mapeamento de Grossi Sad et ali (1980), essas rochas foram reconhecidas como intrusivas (Porcher, 1997 apud Silva, 1999, p.17)

Leptinitos Serra das Frecheiras

Essas rochas foram originalmente descritas na Folha Santo Antônio de Pádua por Rosier (1957), e mapeadas por Grossi Sad et ali (1980). Os últimos autores utilizaram este termo para descrever rochas essencialmente formadas por quartzo e microclina, de trama muito fina. Ocorrem em corpos pequenos, que correspondem a um pequeno volume da folha mapeada (Porcher, 1997 apud Silva, 1999, p.17).

Os Leptinitos da Serra das Frecheiras são gnaisses félsicos, de coloração rosada a esbranquiçada, que podem apresentar lentes máficas. A textura destas rochas é tipicamente fina e equigranular. No corpo posicionado ao longo da zona de cisalhamento transcorrente, a trama milonítica está bem desenvolvida, sendo caracterizada por uma foliação homogênea. A lineação de estiramento é conspícua, sendo marcada por delgadas fitas de quartzo e agregados de biotita e feldspato estirados. Localmente ocorrem lentes máficas que podem estar estiradas ou marcar dobras isoclinais com charneira subhorizontal, paralela à lineação de estiramento (Porcher, 1997 apud Silva, 1999, p.18).

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13 Ortognaisses com Biotita

São gnaisses cinzas, inequigranulares, com foliação marcada pela orientação de biotita e porfiroblastos de feldspato. Essas rochas contém xenólitos de gnaisse granulítico, o que confirma a sua natureza intrusiva. A intensidade de deformação é variável, atingindo, por vezes, o estágio milonítico. A estrutura planar registrada nesses ortognaisses é concordante com a orientação da foliação regional. Em geral, não foram observadas lineações de estiramento, mas quando presente, esta é marcada por agregados de biotita, de atitude NE SW subhorizontal (Porcher, 1997 apud Silva, 1999, p.18, ). O mapa simplificado pode ser visto na figuna 4

Figura 4 – Mapa simplificado da Geologia de Santo Antônio de Pádua (DRM)

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14 5.4.3 - Evolução Tectônica:

A região de Santo Antônio de Pádua, tem sua evolução caracterizada por dois eventos tectônicos principais: um evento de deformação tangencial e um transcorrente. A posição geral da foliação dentro e fora das zonas de cisalhamento transcorrente é a mesma, mergulhando dominantemente 70º para SE (Porcher, 1997 apud Silva, 1999, p. 21).

Segundo Porcher, 1997 apud Silva, 1999 o evento de deformação tangencial é o mais antigo e está registrado em porções delimitadas pelas zonas de cisalhamento transcorrentes reconhecidas na região. Mesmo nas porções mais preservadas da deformação transcorrente, o episódio mais antigo está freqüentemente retrabalhado ou afetado por dobras apertadas a isoclinais, correlacionáveis ao evento transcorrente. A presença notável dessas últimas, correlacionadas ao evento transcorrente, dificulta a interpretação cinemática do episódio anterior, uma vez que reorientou a foliação da deformação tangencial para a mesma posição que a da deformação transcorrente. Apenas localmente foi verificada a presença de feições lineares com orientação E- W, sugestivas da existência de direção de movimento tectônico oblíqua à do evento transcorrente.

Registros da ocorrência de um evento deformacional tangencial, mais antigo que a deformação transcorrente, nesse segmento do Cinturão Ribeira foram reportados por Campos Neto &

Figueiredo (1991) e Tupinambá (1993; 1995).

O evento tectônico mais jovem corresponde à deformação transcorrente que afeta um grande volume das rochas da região de Santo Antônio de Pádua. A presença de um componente vertical, associada ao movimento transcorrente nessa região, foi proposta por diversos autores (Brenner et ali, 1980; Fonseca & Andrade, 1992; Tupinambá, 1993). A orientação das lineações de estiramento obtidas na região, entretanto, são de baixo ângulo de caimento, indicando que o componente direcional é fortemente dominante durante o evento transcorrente. Por outro lado, o intenso dobramento que afetou as rochas das porções delimitadas pelas zonas de cisalhamento transcorrente nessa região, sugere que as componentes direcionais da deformação transcorrente foram acompanhadas de um componente de achatamento importante. A deformação, nesse caso transpressiva, teria sido fatorizada em porções dominadas por cisalhamento simples (zonas de transcorrência) e porções dominadas por cisalhamento puro - porções dobradas (Porcher, 1997 apud Silva, 1999, p.21)..

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6 - Marco Conceitual:

6.1 - Ordenamento territorial:

Ordenamento territorial pode ser entendido como o planejamento e organização do uso de uma área, de maneira a permitir o compartilhamento harmônico entre atividades de caráter econômico, social, cultural e ecológico. Pela Constituição Brasileira, artigo 21, inciso IX, é competência da União “elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social”. A maior dificuldade nas ações parece ser na coordenação das tarefas nas diversas áreas e níveis do governo (Mansur, 2010).

6.2 - Geoconservação:

A Geoconservação tem como objetivo preservar a geodiversidade relacionada aos importantes precessos e feições geológicas (substrato), geomorfologia (paisagem) e de solos, garantindo a manutenção da história da sua evolução em termos de velocidade e magnitude (SHARPLES, 2002 apud MANSUR, 2010). BRILHA, 2005 apud MANSUR, 2010 completa este conceito, incluindo na sua definição a gestão do patrimônio geológico e dos processos naturais associados.

Para WORTON (2008) geoconservação é um termo moderno para designar as intenções e atividades desenvolvidas para conservar e proteger feições e processos geológicos, para benefício das futuras gerações.

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7 - Justificativa para a preservação das fontes de Pádua:

MANSUR, 2010 considera que :

• A história da cidade está relacionada à água, tendo sido estância hidromineral por muitos anos;

• Existe um uso histórico das fontes de água de Santo Antônio de Pádua por parte de sua população para abastecimento de água para beber sem passar por tratamento;

• Algumas das águas de Santo Antônio de Pádua são reconhecidas internacionalmente por sua composição rara e de qualidades terapêuticas incontestáveis;

• O conhecimento desta tradição histórica vem-se perdendo e se tornando desconhecido das novas gerações;

• É necessário promover um resgate histórico desta tradição, inclusive no que diz respeito aos relatos dos moradores mais idosos;

• É intenção da municipalidade implantar projeto de turismo relacionado à saúde, pela degustação das águas paduanas,

• É importante que se busque o desenvolvimento socioeconômico relacionado à exploração turística das fontes pela abertura de negócios relacionados à hospedagem, gastronomia, tradições e artesanatos típicos locais;

• As fontes necessitam ser protegidas e a qualidade da água resguardada e analisada para uso da população;

Outra informação importante que deve ser destacada, é a conclusão do trabalho elaborado pelos alunos de segundo grau das escolas de Santo Antônio de Pádua envolvidos no projeto “Jovens talentos”, durante o período de 2008 a 2009.

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17 Esse Projeto levantou a situação de 9 bicas nos aspectos de localização, higiênico, forma de utilização e aspectos de acesso.

A seguir serão descritos alguns aspectos relevantes contidos no Projeto Jovens Talentos:

1) Fonte São Sebastião - Localizada na rua Chicralla Antonio, na entrada para Miracema, próximo a Casa de Saúde Santa Mônica, nas coordenadas S 21º31’’55’ e W 42º11’’07’

Problemas: No local da fonte, existe muito lodo, a fonte fica na beira da rua onde transitam muitos vaículos soltando fumaça, moradores colocam lixo próximo ao local, existe uma serralheria em frente.

2) Biquinha do Bairro Carvalho - Situada no bairro Carvalho. A bica localiza-se a 200 metros da nascente, nas coordenadas S 21º31’’12,3’ e W 41º11’’52,8’.

Problemas: Há a intensa retirada de água da fonte.

3) Canto do Belo - A fonte localiza-se na rua das Dálias, bairro Hotel das Águas (próximo ao antigo Pesque e Pague do Pequeno), nas coordenadas S 21º32’’43,8 e W 42º11’’34,7’.

Problemas: Apesesar de uma pequena mata fechada e a diversidade de ávores, a fonte encontra-se ameaçada pelo crescimento urbano no local.

4) Boa Nova2

Problemas: Ao redor da nascente e em suas imediações existe apenas vegetação rasteira que serve como pastagem para gado.

5) Campinho – A fonte localiza-se no Bairro Ferreira3.

Problemas: O terreno onde se encotra a nascente não é cuidado. Existe apenas um capim alto, dificultando a visualização da nascente.

2 O trabalho original não continha endereço nem coordenadas.

3 .O trabalho oroginal não continha o endereço nem coordenadas.

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18 6) Farol – Localizada no bairro Farol, nas coordenadas S 21º32’’06,7’’ e W 42º21’’27,2’.

Problemas: No local não há vagetação suficiente para manter a qualidade da fonte.

7) Água Cidade Nova - A fonte localiza-se no bairro Cidade Nova, no loteamento Alvinho, nas coordenadas S 21º31’’23,9’ e W 42º12’’30,1’.

Problemas: Ao redor da fonte existe apenas vegetação que serve como pasto para criação de gado.

8) Fonte da Chácara4

Problemas: - Precisa melhorar as condições de acesso, limpeza e cuidados com o local ao redor da fonte.

9) Fonte do Bairro Glória – A fonte localiza-se no Bairro da Glória, nas coordenadas S 21º10’’45,4’ e N 42º10’’45,4’ .

Problemas - Há a retirada indiscriminada de água na fonte, comprometendo sua vazão.

Também há a necessedade de limpar os arredores do local.

4 O trabalho original não continha endereço nem coordenadas.

(23)

19

8 - Apresentação de algumas Leis:

8.1 – Gestão dos rescursos hídricos:

Pela Constituição, cabe à União legislar sobre as águas. No artigo 26, é definido que são bens dos Estados as “águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União”. A Lei Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/1997) instituiu sua gestão integrada, descentralizou sua administração e apontou os usuários e a sociedade civil organizada no processo de gestão. As bacias hidrográficas passaram a ser a unidade básica de gestão e planejamento do uso dos recursos hídricos. Os conflitos de uso passaram a ser discutidos nos Conselhos de Recursos Hídricos e, principalmente, nos Comitês de Bacia Hidrográfica.

A gestão compartilhada dos recursos hídricos vem promovendo uma mudança substancial no ordenamento do território onde está implantada e merece destaque a participação dos usuários, sociedade civil organizada e representantes das organizações científicas na definição de programas, projetos e investimentos. O recorte das intervenções baseado na bacia hidrográfica se configura como bastante adequada ao planejamento.

8.2 - Ocupação do solo :

Pela constituição Federal, cabe aos Municípios a regulamentação sobre o uso e ocupação do solo. A Lei 6.766/1979 tem como objetivo impedir ou disciplinar o parcelamento do solo em áreas inadequadas à ocupação humana, especialmente quando esse tipo de ocupação representar riscos para a segurança da população ou para a preservação ambiental, como, por exemplo, terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação e áreas de preservação.

A Lei federal 10.257/2001 dá as diretrizes gerais da Política Urbana, ou Estatuto da Cidade, regulando o uso do solo urbano na forma de planos diretores, códigos ambientais e de posturas.

(24)

20

9 - Formas de proteção:

9.1 - Proteção Ambiental :

Segundo o artigo publicado por Mansur 2010 na revita Geociências da UNESP sob o título

‘’Ordenamento territorial e geoconservação: Análise das Normas Legais Aplicáveis no Brasil e um Caso de Estudo no Estado do Rio de Janeiro’’, os artigos 23 e 24 da Constituição estabelecem que a proteção do meio ambiente e o combate à poluição são competências da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a quem cabe legislar juntos sobre a preservação das florestas, da fauna e flora, a conservação da natureza, a defesa do solo e dos recursos naturais, bem como a responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

A Lei 6.938/1981 instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente que define, entre outros aspectos, que aos Estados cabe o licenciamento ambiental em seu território, salvo nos casos de empreendimentos de impacto regional, em regiões de fronteira internacional ou interestadual, na plataforma continental, entre outros. Os municípios podem, por convênio com os órgãos gestores estaduais, atuar no licenciamento ambiental.

Também cabe ao poder público definir áreas para proteção ambiental. Desde 1979 foi posto em prática o Plano de Unidades de Conservação, culminando com a Lei federal 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, instrumento organizador das áreas naturais protegidas. Unidade de Conservação - UC é o espaço territorial e seus recursos ambientais com objetivos de conservação, sob regime especial de administração.

Dentre os objetivos do SNUC destacam-se: proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural; proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos; e proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental.

(25)

21 Por esta lei foram estabelecidos dois grupos de manejo:

A) Uso Indireto: Unidades de Proteção Integral

A exploração dos recursos naturais está totalmente restringida, admitindo-se apenas o aproveitamento indireto de seus benefícios. De um modo geral, nas UCs de Proteção Integral é proibida a utilização das terras e dos recursos naturais; a visitação pública para fins educacionais está sujeita às determinações dos respectivos Planos de Manejo; e a pesquisa científica dependerá da prévia autorização do órgão responsável pela sua administração. Exceto os Monumentos Naturais e Refúgios da Vida Silvestre, a posse e domínio destas unidades são públicos, prevendo a desapropriação de áreas particulares. Este grupo está dividido em 5 categorias: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre. (Tabela1 - http://educacao.uol.com.br/geografia/reservas-ambientais- no-brasil-conheca-as-areas-de-preservacao-previstas-em-lei.jhtm, acessado em 25/10/2011.)

B) Uso Direto: Unidades de Uso Sustentável

A exploração e o aproveitamento econômico direto são permitidos desde que feitos de forma planejada e regulamentada. A alteração dos ecossistemas por ação antrópica deve limitar-se a um nível compatível com a sobrevivência permanente de comunidades vegetais e animais. Neste caso o uso das terras e dos recursos naturais estão sujeitos às normas e restrições definidas pelo Plano de Manejo e pelo órgão responsável pela administração da unidade. As categorias de manejo contidas neste grupo são: Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural. (Tabela 2 - http://educacao.uol.com.br/geografia/reservas-ambientais-no-brasil-conheca-as-areas-de-

preservacao-previstas-em-lei.jhtm, acessado em 25/10/2011.)

(26)

22 PROTEÇÃO INTEGRAL

Tipo Objetivo Acesso e uso Posse e

domínio

Estação ecológica

Preservar a natureza

Só para pesquisa e educação ambiental.

Posse e domínio públicos, sem área privada em seus limites.

Reserva biológica

Proteger integralmente a área, salvo medidas de recuperação e manejo.

Só para pesquisas e educação ambiental.

Posse e domínio públicos.

Parque nacional

Preservar ecossistemas naturais de grande relevância

ambiental e beleza cênica.

Para pesquisas, educação e lazer; aberto ao público.

Posse e domínio públicos.

Monumento natural

Preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica.

Condicionado ao plano de manejo e regulamento da área.

Pode ser constituído por áreas particulares ou públicas.

Refúgio de vida silvestre

Proteger

ambientes naturais fundamentais para a existência ou a reprodução de espécies da flora e fauna.

Acesso

condicionado à autorização.

Pode ser constituído por áreas particulares ou públicas.

Tabela.1: Categorías de manejo para Uso Indireto.

(27)

23

DE USO SUSTENTÁVEL

Tipo Objetivo Acesso e

uso

Posse e domínio

Área de proteção ambiental

Proteger a

diversidade biológica, disciplinar a ocupação e assegurar a

sustentabilidade no uso dos recursos naturais. Geralmente em áreas extensas e com ocupação humana.

Ocupação e exploração controladas.

Constituída por terras publicas ou privadas.

Área de relevante proteção

ambiental

Manter os

ecossistemas naturais de importância local e regular seu uso, visando à conservação da natureza.

Acesso e uso controlados pelos decretos de criação de cada unidade.

Constituída por terras públicas ou privadas.

Floresta nacional

Promover o uso sustentável dos recursos florestais e a pesquisa, com ênfase na exploração sustentável de florestas nativas

Atividades de pesquisa, educação, recreação e turismo.

Posse e domínio públicos.

Reserva extrativista

Proteger os meios de vida das populações nativas e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais em área com populações extrativistas

Acesso e uso controlados pelos decretos de criação de cada unidade.

Domínio público com uso concedido às populações extrativistas.

Reserva de fauna

Proteger o habitat de populações animais de espécie nativa, adequada para estudos técnico- científicos.

Visitação permitida com caça proibida.

Posse e domínio públicos.

Reserva de desenvolvimento sustentável

Preservar áreas com populações

tradicionais, que vivam de sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais.

Permitido. Posse e domínio públicos.

Reservas particulares de patrimônio natural

Preservar espaços de importância ambiental ou paisagística.

Atividades de pesquisa, ecoturismo, recreação e educação.

Área privada.

Tabela 2: Categorías de manero para Uso Direto.

(28)

24 Também protegidas são as Áreas de Preservação Permanente - APP, definidas na Constituição, pelo Código Florestal e regulamentadas pelas Resoluções CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente 302 e 303/2002. São consideradas APP as nascentes e seu entorno, corpos d’água e suas faixas marginais, topos de morro e montanha, cavernas, dunas, restingas, entre outros ambientes. Alguns estados, como o Rio de Janeiro, incluem os costões rochosos entre as APP.

O Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE (Decreto federal 4.297/2002) é o instrumento de organização do território para implantação de planos, obras e atividades. Tem por objetivo organizar as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que utilizem recursos naturais, assegurando a manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas. O ZEE, na distribuição espacial das atividades econômicas, deve considerar a importância ecológica, as limitações e as fragilidades dos ecossistemas. Sua elaboração é atribuição federal que pode ser descentralizada para os Estados.

Já o Plano de Gerenciamento Costeiro – PNGC (Lei federal 7.661/1988) estabelece que o zoneamento costeiro deve dar prioridade à conservação dos recursos naturais e monumentos que integrem o patrimônio natural, histórico, paleontológico, espeleológico, arqueológico, étnico, cultural e paisagístico. A União, Estados e Municípios possuem competência para promover o zoneamento costeiro. O Decreto federal 5.300/2004 estabelece as regras de uso e ocupação e os critérios de gestão da orla marítima.

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25

9.2 - CARTAS PATRIMONIAIS:

O artigo 216 da Constituição apresenta os grandes grupos de bens de natureza material e imaterial que constituem o patrimônio cultural brasileiro. Entre eles estão os sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. A proteção do patrimônio é feita por meio do Tombamento, embasada no Decreto-Lei 25/1937, parágrafo 2º do artigo 1º: “estão sujeitos a tombamento os monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pelo indústria humana”. Pode ocorrer na esfera municipal, estadual ou federal.

O principal caminho encontrado a partir de 1931 para conseguir preservar os bens de importância global foi o de firmar documentos no âmbito dos organismos internacionais e mesmo nacionais (Cury, 2004), o que se convencionou chamar de Cartas Patrimoniais. As cartas não têm valor de legislação, entretanto os governos são aconselhados a produzirem regulamentos acompanhando as recomendações nelas expressas. A UNESCO e o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - ICOMOS são os principais organismos internacionais que promovem reuniõessobre bens culturais. No Brasil, o IPHAN e os organismos estaduais e municipais relacionados à proteção patrimonial se utilizam destas cartas e de pareceres técnicos para proteção do patrimônio identificado e inventariado.

(30)

26

10 - Considerações Finais :

Segundo Mansur, 2010 para se alcançar a Geoconservação deve-se passar por um programa de popularização da Ciência. Desta forma, a sociedade será sensibilizada e mobilizada para atuar em defesa do patrimônio geológico e pela adoção de um modelo de desenvolvimento e gestão territorial que complete o interesse coletivo.

É importante preservar as bicas de Santo Antônio de Pádua o mais rápido possível, para que o poder econômico – empresas de engarrafamento de água - não venha a se aproveitar da disponibilidade das áreas onde estão localizadas as fontes. Como visto também no relatório produzido pelos alunos envolvidos no projeto ‘’Jovens Talentos”, as fontes também precisam de limpeza, recuperação da mata adjacente, afastamento de gases produzidos por veículos automotores e higienização no momento da coleta.

Diante dos problemas expostos, condições encontradas nos locais das bicas, regulamentos e Leis existentes em nosso país, a melhor e mais rápida solução para preservação das fontes de Santo Antônio de Pádua, será o tombamento através das Cartas Patrimoniais. Posteriormente, para otimizar a qualidade química, qualidade microbiológica e sanar todos os problemas encontrados no parágrafo anterior, será necessária a delimitação de uma área levando em conta a topografía e geologia, resguardando também a área onde ocorre a recarga do aquífero. Essa área delimitada, poderia vir a ser a expansão do atual Parque Natural Municipal da Mata Atlântica que já é responsável pela proteção da Fonte Solu que inclusive, faz parte de uma das suas sedes.

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11 - Referências bibliográficas:

Artigos (revistas/Congressos/Simpósios)

MANSUR, K.L. Ordenamento Territorial e Geoconservação: Análise das normas legais aplicáveis no Brasil e um caso no Estado do Rio de Janeiro. Revista Geociências UNESP Vol. 29, No 2 (2010)

Livros

CURY, I. Cartas Patrimoniais. Brasília: IPHAN, Coleção Edições do Patrimônio, 3a ed.,408 p.,2004

PEREIRA, R.F.; BRILHA, J.; MARTINEZ, J.E. Proposta de enquadramento da geoconservação na legislação ambiental brasileira. Memórias e Notícias, v. 3; Nova Série, p.491, 2008.

Monografias/Teses

CPRM – Serviço Geológico do Brasil. “Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil – Geologia do Estado do Rio de Janeiro”. Brasília, p. 4 a 6, 2001.

DRM – Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro – Projeto Carta Geológica do Estado do Rio de Janeiro – Folha SF-X-D-VI-2 – Santo Antônio de Pádua - Escala 1:50.000, 1980

FEITOSA, Fernando A. C. et al. "Hidrogeologia Conceitos e Aplicações". Rio de Janeiro, p. 5 a 33, e 334 a 342, CPRM, 2008.

GROSSI SAD, J.H. & DONADELLO MOREIRA, M. (1980) Geologia e Recursos Minerais da Folha Santo Antônio de Pádua, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Mapa Geológico e Texto Explicativo. Convênio DRM-GEOSOL. Niterói.

MANSUR, L.K. Diretrizes para Geoconservação do Patrimônio Geológico do Estado do Rio de Janeiro: o caso do Domínio Tectônico Cabo Frio . Rio de Janeiro Setembro de 2010

SILVA, Rosana E. C. “Estudo Geológico – Técnico - Ambiental de Uma Pedreira de Rocha Ornamental no Município de Santo Antônio de Pádua, RJ”. Rio de Janeiro, p. 6 a 21, 1999.

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