• Nenhum resultado encontrado

FLAVONÓIDES EM CUL- TIVARES DE Coffea canepkora

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "FLAVONÓIDES EM CUL- TIVARES DE Coffea canepkora "

Copied!
4
0
0

Texto

(1)

FLAVONÓIDES EM CUL- TIVARES DE Coffea canepkora

(

1

). CATALINA R. LOPES e LOURI- VAL C. MONACO. A análise de pro- dutos químicos existentes em ór- gãos e tecidos de plantas tem sido usada por vários autores no sen- tido de aprimorar a taxonomia de agrupamentos vegetais. Entre es- ses compostos, os fenólicos têm recebido particular atenção. Den- tre eles os flavonóides são os mais estudados pela sua variabilidade estrutural, complexidade química, estabilidade fisiológica, ampla dis- tribuição e fácil identificação (

2

), Essas características químicas são úteis na classificação de espécies nas quais a delimitação de grupos taxonômicos é difícil. Revisão detalhada sobre a literatura fei- ta recentemente dispensa análise mais ampla dos numerosos grupos estudados (

3

).

Estudos com espécies do gê- nero Coffea permitiram a identi- ficação de 75 tipos de flavonóides distribuídos de forma variável entre as espécies (

4

). A ocorrên- cia de flavonóides comuns foi usada para avaliar a validade dos agrupamentos das espécies feitos por Chevalier (

B

) e Carvalho e Monaco (

6

). Diferenças foram

também encontradas entre varie- dades de Coffea arábica. Esses cultivares apresentaram 47 tipos de flavonóides, dos quais apenas 13 eram comuns a todos os culti- vares (

7

). As informações acumu- ladas indicam a necessidade do conhecimento da variabilidade de flavonóides dentro da espécie para o uso da quimiotaxonomia com suficiente segurança.

A espécie C. canepkora mos- trou diferenças quanto aos tipos de flavonóides encontrados nas variedades kouillou e robusta (

4

).

A diversidade encontrada levou a uma análise mais ampla dos culti- vares existentes em coleção, a qual é apresentada nesta nota.

Material e métodos: Quatro cultivares de C. canepkora: ro- busta, kouillou, laurentii e buko- bensis foram usados para deter- minação da variabilidade dos fla- vonóides. A extração dos pigmen- tos flavonóides foi feita em apare- lhos Soxhlet, em polpa de café maduro, empregando-se uma série eluotrópica de três solventes: éter de petróleo (30-65°C), clorofór- mio e metanol 80%. O tempo de extração foi de 24 horas. A sepa- ração foi feita usando cromato- grafia bidimensional ascendente.

(1) Recebida para publicação em 15 de maio de 1977.

00 HARBORNE, J. B. Comparative biochemistry of the flavonoids. London & New York, Acad.

Press. 1967. 383p.

(3) LOPES, C. R. Estudos dos pigmentos flavonóides e sua contribuição à filogenia do gênero Coffea. Piracicaba, Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Tese de doutoramento, 1972. 91p.

(*) LOPES, C. R. & MONACO L. C. Chemotaxonomic studies of some species of the genus Coffea. (A publicar).

(5) CHEVALIER, A. Les caféiers du globe. I l l Systematique des caféièrs et faux caféièrs, maladies et insect nuisibles Paris, LeChevalier, 1947. 3S6p.

(6) CARVALHO, A. & MONACO, L. C. Genetic relationships of selected Coffea species. Ciência e Cultura 19:151-165, 1967.

O LOPES, C. R. & MONACO, L. C. Estudos quimiotaxonômicos em cultivares de Coffea arábica.

Turrialba (a publicar).

(2)

O sistema de solventes empregado foi na primeira direção n-butanol:

ácido acético: água nas propor- ções 4:1:5 (fase superior), e para a segunda, ácido acético a 2% (

s

) . Luz ultravioleta foi usada para identificação das manchas carac- terísticas de cada flavonóide, tanto pela cor como pelo Rf. Para fins comparativos foi usado o método de índice de afinidade pareada, levando-se em conta as manchas

comuns a dois cultivares em estudo e o número total de manchas apre- sentadas pelos dois cultivares (

3

).

Resultados e conclusões: Fo-

ram caracterizados 31 tipos de

flavonóides (quadro 1). Dezoito

dos flavonóides ocorreram nos qua-

tro cultivares analisados e 23 fo-

ram identificados em três dos

cultivares. Os cultivares robusta e

kouillou apresentaram 26 tipos de

flavonóides comuns. Os índices de

(3)

afinidade pareada (quadro 2) mostraram valores elevados para os quatro cultivares, embora buko- bensis tenha revelado menor afi- nidade com os demais. Em termos gerais a afinidade entre os culti- vares de C. canephora apresentou valores mais elevados do que aquela encontrada para os cultiva- res de Coffea arábica (

4

). É pro- vável que devido à biologia da reprodução, populações de C. ará- bica, preponderantemente autóga- ma, sejam formadas de grupos de

genótipos uniformes, enquanto C.

canephora, alógama, seja formada de indivíduos que participam do mesmo reservatório genético.

As diferenças entre os quatro cultivares podem ser analisadas do ponto de vista de sua origem.

Os cultivares com maiores seme- lhanças no padrão de flavonóides são encontrados em regiões pró- ximas. O kouillou foi descrito na região que lhe empresta o nome, na bacia do Congo (Brazzaville) e na região de Cabinda no norte

de Angola, enquanto o robusta ocupa também o Congo Belga ten- do sido ainda reportado na Costa do Marfim (

5

). Com maior afini- dade a esses dois, encontra-se o cultivar laurentii, que ocorre es- pontaneamente no Zaire na região do rio Sankuru. Finalmente, o cultivar bukobensis é o mais dis- tinto do grupo, existindo popula- ções nativas da África Central e Ocidental, particularmente na re- gião de Bukoba. Essa ocorrência é na área mais extrema da distri- buição. As diferenças morfológi- cas têm levado a considerá-lo como espécie C. bukobensis (

5

).

Os dados sobre os flavonóides oferecem indicações acerca das diferenças existentes, corroboran-

do a variação na distribuição geo- gráfica.

Todavia, é interessante res- saltar o fato de que os flavonóides revelados pelas manchas 26 e 27 ocorrem apenas nos cultivares extremos da distribuição, enquanto a de n.° 28 ocorre em bukobensis e kouillou. As características dos flavonóides de cada cultivar per- mitem separar as populações com precisão. Os estudos demonstram as possibilidades de melhor carac- terizar as populações nativas úe C. canephora usando a metodolo- gia definida no presente trabalho.

SEÇÕES DE CITOLOGIA E DE

GENÉTICA, INSTITUTO AGRO-

NÔMICO DO ESTADO DE SÃO

PAULO.

(4)

THE STUDY OF FLAVONIODS IN COFFEA CANEPHORA CÜLTIVARS SUMMARY

The study of flavonoids in the cultivais Kouillou, Robusta, Laurentii and

Bukobensis of Coffea canephora is reported. Thirty one different flavonoids were

detected. Twenty three of them were found to be common to Robusta, Kouillou

and Laurentii. The data obtained indicated that the flavonoid pattern is indicative

of the geographical distribution of the cultvars of Coffea canephora. The cultivar

Bukobensis with the lowest affinity value is found in the extreme position of the

range distribution of the species.

Referências

Documentos relacionados

As despesas gerais e administrativas foram R$ 7,2 milhões, e excluindo despesas extraordinárias (principalmente relacionadas a oferta de ações) foram R$ 1,4 milhões, uma redução

Na formulação dos licores cremosos contendo polpa de marolo, a aplicação separadamente do ultrassom e do caseinato de sódio, mesmo em sua concentração mais alta, não

Complemente o seu estudo, consultando o material que disponibilizamos em Glossário, Dicionários e Biblioteca, localizados no Módulo de Apoio.. Ainda quando “separa”, para evitar

Concluímos que a paciente com história de infecções meningocócicas graves apresentou defi- ciência do componente C5, assim como quatro de seus familiares

O objetivo desta apresentação é meramente informativo e não deve ser considerado como um serviço ou oferta de qualquer produto financeiro, serviço ou aconselhamento, nem deve

Tipo de consoante (frequência de tipo): espera-se que cada uma das consoantes iniciais da sílaba CCV apresente índices diferentes de redução em sílabas complexas.. Isto porque

Corporate Control and Policies Page 12 UNIVERSIDAD DE PIURA UNIVERSIDAD DEL PACÍFICO UNIVERSIDAD ESAN UNIVERSIDAD NACIONAL AGRARIA LA MOLINA UNIVERSIDAD NACIONAL

Em 1999, publiquei um pequeno texto que, entre outras coisas, abordava as ambiguidades apresentadas pela sentença O ladrão tirou a chave da porta da frente, apresentada na forma