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Cadastro Técnico Multifinalitário: uma metodologia para gestão territorial urbana apoiada por sistemas de informação geográfica.

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Cadastro Técnico Multifinalitário: uma metodologia para gestão territorial urbana apoiada por sistemas de

informação geográfica.

João Tácio Corrêa da Silva

joaotacio@yahoo.com.br

Departamento de computação

Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP

Resumo

Este trabalho apresenta uma metodologia para gestão de Cadastro Técnico Multifinalitário, apoiado por Sistema de Informação Geográfica. Está inserido na metodologia: decisões estratégicas, recomendações do Ministério das Cidades, software para CTM, modelo de banco de dados geográfico, integração sistêmica, integração de leis ao modelo de dados, arquitetura de hardware, plano de implantação e diretrizes para atualização. No item 5 (Resultados), está detalhado como cada item da metodologia foi resolvido.

Palavras-chave: Sistema de Informação Territorial, Cadastro Técnico Multifinalitário, Sistema de Informação Geográfica, Software Livre.

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1. Introdução

O Brasil é composto por 5.565 municípios, conforme pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE em 2009 [IBGE 2009]. Segundo a Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas - FGV, entre 3.359 municípios brasileiros avaliados em 2008, apenas 95 foram considerados eficientes na gestão da área tributária [FGV 2008]. No estado de Minas Gerais apenas 9 municípios foram citados, sendo eles: Belo Horizonte, Betim, Itajubá, Juiz de Fora, Patos de Minas, Santa Luzia, Santa Rita do Sapucaí e São Gonçalo do Rio Abaixo.

Ao longo de muitas décadas, os sistemas de cadastro imobiliário são usados na maioria das vezes apenas para registro de imóveis e controle fiscal, sendo a principal ferramenta para gestão territorial dos municípios. As principais características destes sistemas são: confiabilidade, bom funcionamento e processos bem definidos.

As evoluções na tecnologia da informação juntamente com as rápidas transformações sociais, ambientais, jurídicas e a globalização, tornaram uma carga muito expressiva, que não é capaz de se adaptar aos tradicionais sistemas de cadastro imobiliário. [FIG 1998]

Através do que foi citado até agora, é possível visualizar a necessidade iminente de tornar os municípios mais efetivos na cobrança de tributos e melhorar a gestão urbana de um modo geral. Conforme [LOCH, 2005], as prefeituras necessitam de informação precisa para tributar, planejar, prestar serviços, promover o bem estar e desenvolvimento sustentável. Essas ações demonstram que os sistemas de informação geográfica, juntamente com cadastro técnico multifinalitário, permitem organizar estas informações estratégicas a partir de um contexto geográfico, proporcionando ao poder público todo o conhecimento de seu território urbano e rural. Com isso, é possível explorar todo o potencial terrestre com melhor aptidão.

Este trabalho objetiva propor uma metodologia para Cadastro Técnico Multifinalitário integrado a Sistema de Informação Geográfica, que contemplará os seguintes itens: artefatos de software, implementação de sistemas, definição de arquitetura de hardware, decisões estratégicas, construção e capacitação de equipe, estudo de leis municipais e integração com sistemas existentes.

O estudo de caso deste trabalho será no município de Ouro Preto, que possui área de 1.245,114 Km2, população estimada em 69.495 habitantes e localiza-se no estado de Minas Gerais [IBGE, 2010].

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Atualmente o município de Ouro Preto possui um sistema de cadastro imobiliário, que não é multidisciplinar nem contempla banco de dados geográficos. A necessidade de modernizar o cadastro iniciou-se para atender ao Ministério das Cidades, que juntamente com o governo estadual, deverão garantir a todos os municípios a efetiva capacitação e implementação dos instrumentos legais contemplados no Estatuto da Cidade [CIDADES, 2010].

Este trabalho será limitado em estudar modelos de dados urbanos. Segundo (G.

Aound, A. Lee e S. Wu, 2005 apud Hamilton, 2001), as cidades são parecidas com organismos vivos que são dinâmicos, evoluem e se integram através de diversas atividades e problemas. Os problemas mais comuns são: poluição, transporte, crime, saúde e conservação ambiental, que podem variar conforme aspectos estruturais e culturais de cada cidade.

2. Trabalhos Correlatos

Nesta seção são apresentados dois exemplos de soluções para cadastro multifinalitário que foram consolidadas com sucesso.

2.1. Solução de Portland nos Estados Unidos da América

Portland é uma cidade do estado de Oregon, que devido ao crescimento urbano desenfreado nas décadas de 80 e 90, foi necessário criar um Sistema de Informação Territorial denominado MetroMap [HOPKINS 2000]. Atualmente o software mantém todas as informações relevantes para a gestão territorial, por exemplo: limites de crescimento, áreas em construção, infra-estrutura local, novas construções e loteamentos, dentre outros.

Figura 1 – Aplicação MetroMap GIS

(http://metromap.metro-region.org/metromap.cfm?Accept=accept)

2.2. Solução de Victoria na Austrália

Victoria é um estado da Austrália que desenvolveu uma solução de informação geográfica denominado Planning Maps Online, cujo objetivo é atender a todos os municípios que estão sob sua responsabilidade. Os serviços que essa solução dispõe são:

criar mapas temáticos, visualizar fotografias aéreas, localizar endereços, apoiar a gestão territorial, identificar áreas de proteção, queimadas e erosão. O Planning Maps Online está disponível [Victoria 2010].

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Figura 2 - Planning Maps Online

(http://services.land.vic.gov.au/maps/pmo.jsp)

2. Revisão bibliográfica

Um cadastro multidisciplinar que permite a gestão integrada do território urbano por meio de sistemas de informação geográfica – SIG tem sido muito debatido pela comunidade científica. Além de ser uma demanda atual, no Brasil e no mundo. A causa dessa crescente demanda não é apenas a possibilidade de representar elementos dos cadastros municipais de maneira georreferenciada. Há também a necessidade de apoiar os governos e autoridades nas tomadas de decisões e definição de políticas públicas, que precisam ser realizadas com maior equidade, eficácia e eficiência em um contexto multifinalitário (LOCH, 2003).

Devido à evolução dos sistemas de cadastros, diversas instituições estão em busca de definir padrões e modelos a serem seguidos, para que os projetos possam contemplar aspectos necessários a um sistema de cadastro multifinalitário. No Brasil, as prefeituras poderão receber investimentos públicos para modernizar seus cadastros (CIDADES, 2010).

2.1 Cadastro Imobiliário

O cadastro imobiliário é uma importante fonte de informação para o desenvolvimento urbano e ambiental da cidade. Através do cadastro imobiliário é possível identificar padrões de uso e ocupação do solo, monitoramento de intervenções urbanas e políticas sociais (Loch, 2003).

2.2 Cadastro Multifinalitário

Um bom Cadastro Imobiliário contribui para a divisão equitativa das cargas tributárias, promove a segurança da propriedade e cria base para o planejamento urbano e regional.

O Cadastro Técnico Multifinalitário – CTM contempla além de aspectos econômicos, físicos e jurídicos tradicionais, os dados ambientais e sociais do imóvel e das pessoas que o habitam (LOCH, 2005).

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2.3 Parcela Territorial

A parcela cadastral é a menor unidade do cadastro, definida como uma parte contígua da superfície terrestre com regime jurídico único. É considerada parcela cadastral toda e qualquer porção da superfície no município a ser cadastrada (CIDADES, 2009).

2.4 Sistema de Informação Territorial

Federação Internacional de Agrimensores – FIG, define Sistema de Informação Territorial – SIT um cadastro normalmente baseado em parcelas, que registra interesses sobre o território como direitos, restrições e responsabilidades. O SIT é usado para fins de arrecadação, fiscal e apoio ao planejamento, buscando sempre o desenvolvimento social e econômico.

2.5 Sistema de Informação Geográfica

O termo Sistemas de Informação Geográfica – SIG é aplicado para sistemas que realizam o tratamento computacional de dados geográficos e recuperam informações não apenas com base em suas características alfanuméricas, mas também através de sua localização espacial; oferecem ao administrador (urbanista, planejador, engenheiro) uma visão inédita de seu ambiente de trabalho, em que todas as informações disponíveis sobre um determinado assunto estão ao seu alcance, interrelacionadas com base no que lhes é fundamentalmente comum a localização geográfica. Para que isto seja possível, a geometria e os atributos dos dados num SIG devem estar georreferenciados, isto é, localizados na superfície terrestre e representados numa projeção cartográfica [Camara, 2010].

3. Estado da Arte

Em 1998 um grupo de pesquisadores da Federação Internacional de Agrimensores – FIG apresentou um documento chamado Cadastro 2014, que descrevia uma nova visão para o futuro do sistema de cadastro. O objetivo do documento é propor procedimentos a serem seguidos durante uma reforma cadastral, por exemplo: importantes ações para automatizar o cadastro, diretrizes de integração às tecnologias de informação atuais e regulamentação do cadastro para se tornar um sistema de informação territorial multidisciplinar (Kaufmann, J. and Steudler, D., 1998).

Há várias décadas, muitos esforços têm sido feitos pela comunidade científica para investigar o estado da arte e desenvolver um modelo de domínio de objetos e dados capazes de administrar o meio urbano e principalmente o uso e ocupação de solo. Os modelos internacionais avaliados foram (Osteron Van and Lemmen, 2002; Lemmen and Osteron Van, 2006; Van Bennekom-Minnema, 2008, Hespanha et al., 2008), que visam alcançar um modelo estratégico de modelagem para Sistema de Cadastro Multifinalitário integrado com Sistema de Informação Geográfica.

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4 Metodologia e Desenvolvimento

Em todos os trabalhos avaliados, nenhum propõe uma metodologia completa para conceber, desenvolver, implatar e manter o Cadastro Técnico Multifinalitário integrado a Sistemas de Informação Geográfica. A metodologia proposta deverá abranger os seguintes itens:

• apresentar decisões estratégicas ocorridas no decorrer do projeto;

• atender a todas as recomendações do Ministério das Cidades;

• criar um software para CTM, nomeado de SIGHabitar;

• propor um modelo de banco de dados geográfico;

• diretivas para integrar a sistemas existentes;

• integrar leis ao modelo de dados;

• propor arquitetura de hardware;

• plano de capacitação de equipe;

• equipe de gestão do cadastro;

• plano de implantação;

4.1. Decisões Estratégicas 4.1.1. Sustentabilidade

É necessário definir por qual secretaria iniciará a implantação do CTM. Deverá ser escolhida aquela que se beneficiará no menor tempo possível, para que o projeto se torne sustentável e expanda gradativamente às outras secretarias.

4.1.2. Software Livre

O elevado custo de licenças para trabalhar com Sistemas de Informação Geográfica proprietários, foi o maior motivador para usar softwares livres. Para escolher as ferramentas corretas, serão necessários muitos testes e várias customizações.

4.1.3. Atualização do Cadastro

A atualização dos dados cartográficos e alfanuméricos que compõem o CTM é um dos processos mais preocupantes, devido ao dinamismo e complexidade do meio urbano (LOCH, 2005).

Conforme recomendação do Ministério das Cidades, para manter atualizada a base de cálculo do IPTU e demais tributos imobiliários, recomenda-se que o ciclo de avaliação dos imóveis ocorra a cada 4 anos. Para municípios com população de até 20000 habitantes, esse prazo são 8 anos.

4.2. Requisitos para CTM

A portaria 511 de 2009 do Ministério das Cidades contempla diretrizes e requisitos para a criação, instituição e atualização do Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) nos

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municípios brasileiros. Por exemplo: tipo de projeção cartográfica, objetos urbanos que necessitam ser cadastrados, equipe para manter o cadastro e período para atualização do cadastro.

Moha EL AYACHI et al 2010, apresentaram alguns requisitos que devem ser considerados para o desenvolvimento de uma metodologia apoiada por computador para a gestão do território urbano.

• obter informações sobre propriedades, parcelas e posses;

• obter dados geométricos e alfanuméricos sobre as parcelas e propriedades;

• exibir características físicas, naturais e cadastrais para todas as áreas armazenadas;

• combinar dados geométricos e alfanuméricos no mesmo banco;

• ser capaz de consultar informações históricas das parcelas, propriedades e posses;

• exibir todas as informações urbanas e serviços relacionados;

• ser capaz de armazenar áreas de laser, praças, sistema ambiental existentes numa cidade, bairro e rua;

• obter informações sobre os logradouros como nome, número e coordenadas;

• permitir consultar informações cadastrais através de ações do usuário no mapa;

• exibir diversos limites que são importantes para diversas análises, tais como:

limites de ruas, bairros e municípios;

• armazenar informações geodésicas;

• ser capaz de apresentar mapas temáticos.

4.3 Modelo de Banco de Dados Geográfico

No início da década de 80, começou a ser fortemente debatido a criação de bancos de dados para suportar o Cadastro Técnico Multifinalitário integrado a SIG, como pode ser visto em (Chrisman and Niemann 1985).

[Borges, 1996], apresentou características fundamentais dos Modelo de Dados Geográficos.

• ser capaz representar diferentes tipos de dados: vetoriais(ponto, linha, polígono), matriciais(imagens de setores remotos, modelo digital de terreno) e dados alfanuméricos;

• representar e operar sobre relacionamentos espaciais;

• permitir simulações espaciais, por exemplo área afetada pela falta de energia elétrica;

• ser independente da camada de aplicação;

• representar a forma gráfica dos objetos, de forma a distinguir no modelo de conceito dos dados os objetos que são espaciais daqueles alfanuméricos.

A maioria dos modelos de dados estudados, embora sejam abrangentes e complexos, foram desenvolvidos através de estudos em países desenvolvidos, portanto necessitam

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de alterações, para adequar às normas do Ministério das Cidades, às nossas leis e ao cadastro imobiliário brasileiro. O item 5.5 apresenta o modelo proposto.

4.4 Integração de Sistemas e Banco de Dados

Atualmente a prefeitura de Ouro Preto mantém diversos bancos de dados desconectados espalhados por suas secretarias. Conforme (LOCH, 2005), a integração de banco e dados é fundamental para garantir eficiência na gestão urbana e assim como Inglaterra, França e Alemanha, utilizar o Cadastro Técnico Multifinalitário como uma das fontes de informação para realizar ações administrativas governamentais.

4.5 Plano de implantação

O plano de implantação é um documento que descreve como e quando o produto será disponibilizado aos usuários. Este planejamento requer muita perícia da equipe responsável, além da colaboração e empenho do cliente. O sucesso durante essa fase pode ser afetado por instalação física ruim, hardwares mal dimensionados e pouco treinamento dos usuários no sistema.

4.5.1 Capacitação de Equipe

O treinamento dos usuários do sistema é uma das etapas mais importantes para o sucesso da implantação. Geralmente o treinamento ocorre por módulos do sistema, conforme a necessidade de cada grupo de usuários.

4.6 Equipe de Gestão do Cadastro

O Ministério das Cidades sugere ao município constituir uma equipe técnica local devidamente capacitada, de preferência do quadro permanente, a fim de manter a integridade, atualização e continuidade na gestão do CTM [CIDADES, 2010].

4.7 Arquitetura de Hardware

A arquitetura é composta pelos tipos de equipamentos (servidores, estações de trabalho, impressoras, etc.) necessários para suportar softwares e troca sistêmica de informações, contemplando especificações técnicas de cada equipamento.

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5 Resultados

5.1 Garantir a sustentabilidade

A primeira secretaria que será contemplada com a implantação do CTM é a Secretaria da Fazenda, responsável pela arrecadação de impostos. Com isso, será possível aumentar a arrecadação de tributos, garantir a sustentabilidade do projeto e gradualmente integrar aos dados de todas as secretarias.

5.2 Construção de Aplicações Usando Software Livre

As tecnologias que serão empregadas no decorrer do projeto devem ser necessariamente softwares livre. Até o momento as tecnologias identificadas são:

• TerraView - é usado para visualizar dados geográficos com recursos de consulta a análise destes dados. Tem a capacidade de manipular dados vetoriais (pontos, linhas e polígonos) e matriciais (grades e imagens), ambos armazenados em SGBD relacionais ou geo-relacionais de mercado, incluindo ACCESS, PostgreSQL, MySQL e Oracle.

• TerraEdit - é um plugin do TerraView que permite a edição de planos de informação vetoriais e a edição dos atributos descritivos associados aos elementos vetoriais;

• TerraLib – é uma biblioteca de classes e funções para construção de aplicações geográficas. Foi desenvolvida em C++ e fornecida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE. O objetivo é permitir o desenvolvimento de Sistemas de Informação Geográfica – SIG;

• ArgoCaseGeo: é uma ferramenta que permite modelar banco de dados geográficos com base no modelo conceitual UML-GeoFrame, que é específico para aplicações de Sistemas de Informação Geográfica;

• MySQL - a escolha por este gerenciador de banco de dados é pela popularidade, rápido desempenho, alta confiabilidade e facilidade de uso;

• Visual Paradigm - é uma ferramenta para construção de diagramas UML que suporta o ciclo de desenvolvimento do software. É possível projetar todos os tipos de diagramas UML, reverter o mecanismo de código e gerar documentação.

5.3 Processos de Atualização do Cadastro

O cadastro poderá ser atualizado por meio de 4 maneiras distintas, sendo elas:

• trabalho de campo – será realizado usando um dispositivo que permite inserir dados alfanuméricos e coletar coordenadas geográficas dos imóveis. As informações serão armazenadas em um arquivo no formato CSV. Esse arquivo será inserido no banco de dados de maneira supervisionada pelo usuário, usando um plugin que já foi desenvolvido.

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• análise de imagens de sensores remotos por software – através da classificação de imagens de sensor remoto, será possível tornar mais eficaz o serviço de identificação de áreas potencias que poderão integrar o cadastro, por exemplo:

novas construções, áreas invadidas e até mesmo benfeitorias nos imóveis.

• importação de dados do sistema vigente – será possível acessar dados de outros sistemas internos e integrá-los ao banco de dados do SIGHabitar, sem a supervisão do usuário, usando uma ferramenta de ETL, que será detalhada no item 5.6.

• ordens de serviço interna ou externa – as ordens de serviços são geradas para atualizar o cadastro. Essas ordens podem ser geradas pela equipe interna da prefeitura ou externa, quando o proprietário solicita a execução de atualização do cadastro.

5.4 Requisitos Contemplados pelo SIGHabitar

Este item apresenta além dos requisitos impostos pelo Ministério das Cidades, aqueles que foram citados em âmbito internacional e enquadram à estrutura cadastral brasileira.

Os requisitos estão divididos em três grupos, gestão de usuários, gestão de CTM e integração de dados.

5.4.1 Requisitos Funcionais para Gestão de Usuários

O sistema deve ser capaz de associar um usuário a mais de um perfil de ação no sistema, dependendo, por exemplo, da região onde o usuário opera o sistema SIGHabitar.

O sistema deve ser capaz de associar perfis a visões dos dados e funcionalidades do sistema.

O sistema deve ser capaz de verificar senha e usuário fornecidos.

O sistema deve ser capaz de inserir, remover, consultar ou atualizar informações de Perfis de Usuários.

O sistema deve ser capaz de inserir, remover, consultar ou atualizar informações dos usuários.

5.4.2 Requisitos Funcionais para Gestão de CTM

O sistema deve ser capaz de permitir que o usuário crie novos conceitos e os integre ao modelo de dados alfanumérico existente. Chamamos esta operação de extensão, ou seja, conseguiremos usar novos conceitos sem modificar o modelo existente e em operação no usuário.

O modelo de dados alfanumérico deve permitir que o usuário cadastre novos dados no modelo estendido.

O sistema deve ser capaz de permitir que o usuário crie relatórios específicos em linguagem de alto nível e que os salve para posterior reutilização.

O sistema deve permitir gerar um relatório customizado de qualquer layer cadastrado no banco de dados e como resultado apresentar um mapa.

O sistema deverá usar informações cadastradas no banco de dados para identificar áreas que sofreram benfeitorias, porém estão desatualizadas.

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O sistema deverá dispor de um aplicativo para classificar imagens de sensor remoto, eliminando a maior parte do procedimento de interpretação visual. O objetivo é agilizar a identificação de assentamentos irregulares, áreas com evolução acentuada, crescimento em áreas de risco, dentre outros.

O sistema será capaz de identificar e apresentar mapas temáticos de áreas no meio urbano que não estão ocupadas. O objetivo é propor medidas para que essas áreas deixem de ser subutilizadas.

O sistema deve permitir que as quadras, distritos, bairros, etc. possam ser desenhados automaticamente com base no número de inscrição do imóvel.

O sistema deve permitir que inconformidades nas medidas das quadras sejam detectadas automaticamente, usando as medidas cadastradas no sistema SuperNova e as medidas calculadas pela ferramenta GEO.

O sistema deve permitir a visualização de imóveis com pagamentos diversos (taxas, IPTU, ISS, etc...) em atraso, permitindo que o usuário filtre os imóveis por bairro, quadra, distrito, nome do dono do imóvel, etc.

O sistema deve permitir a edição de mapas, permitindo que funcionários da PMOP possam manter o cadastro de feições, recalcular área de objetos, analisar uma metragem com dúvida, etc.

O sistema deverá associar qualquer porção do território a uma ou várias parcelas. As parcelas deverão ser identificadas por um atributo único e estável. A parcela deverá ser representada em forma de polígono.

O sistema deverá permitir associar parcelas à leis, sejam elas municipal, estadual ou federal.

O sistema deverá permitir armazenar com precisão os limites legais das parcelas que são obtidos por meio de levantamentos topográficos, geodésicos, fotogramétricos e outros que proporcionem precisão compatível.

O CTM deverá armazenar documentos de levantamento de campo, dados alfanuméricos referentes às parcelas cadastrais e carta cadastral, para que o CTM possa ser utilizado como referência básica a qualquer atividade de sistemas ou representações geoespaciais do município.

Os dados de levantamento cadastral para a identificação geométrica das parcelas territoriais deverão ser armazenados pelo CTM usando o Sistema Geodésico Brasileiro – SGB e as recomendações do IBGE.

O CTM utilizará o sistema geodésico brasileiro e sistema de projeção universal transverso de mercator (UTM), para armazenar as imagens de sensor remoto e feições. O sistema permitirá que o usuário acesse um aplicativo para escolher o fuso UTM correspondente aos dados durante a criação dos layers.

O sistema deverá oferecer um aplicativo para unir ou desmembrar parcelas territoriais. Sempre que houver a união ou desmembramento de parcelas, serão criados novos identificadores e os antigos armazenados em histórico.

O sistema deverá permitir acesso aos dados cadastrais para os munícipes e os órgãos municipais, estaduais e federais, no âmbito da sua competência, respeitando-se os meios legais.

O sistema será capaz de verificar a declividade de todas as parcelas cadastradas.

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O sistema deverá permitir que o usuário importe dados vetoriais nos formatos SHP, DWG, DXF e MID/MIF.

O sistema deverá registrar imagens a partir de imagens georreferenciadas ou registrar imagens a partir de pontos de controle coletados em campo via GPS.

O sistema deverá registrar dados vetoriais a partir de imagens georreferenciadas ou a partir de pontos de controle coletados em campo usando GPS.

O sistema permitirá criar mosaico usando imagens de alta resolução.

Utilizando amostras topográficas, o sistema deverá gerar o modelo digital de terreno.

O sistema deverá realizar a ortorretificação de imagens de alta resolução.

O sistema deverá permitir criar e editar camadas de dados vetoriais usando imagens de alta resolução como plano de fundo.

O sistema deverá possuir mecanismos adequados de acesso às informações, segurança dos dados, preservação de histórico e garantir a integridade das informações. Além disso, o sistema deverá ser capaz de realizar backup de todos os dados do banco de dados.

5.4.3 Requisitos Funcionais Integração de Dados

O sistema deve ser capaz de permitir que o usuário defina um conjunto de fonte de dados (bancos relacionais, planilhas, pdfs, etc.), assim como toda a hierarquia inerente a cada fonte de dados (esquemas, views, tabelas, atributos, associações). As operações básicas como inserir, consultar, editar ou excluir fontes de dados origem devem ser suportadas.

O sistema deve ser capaz de permitir que o usuário crie ou importe uma fonte de dados como destino. De forma análoga a fonte de dados origem, obedecemos à hierarquia imposta pela fonte de dados. Inicialmente, o sistema deve ser capaz de ler e escrever em bancos relacionais, assumindo a hierarquia (esquemas, views, tabelas, atributos, associações.). As operações básicas como inserir, consultar, editar ou excluir toda a hierarquia da fonte de dados destino devem ser suportadas.

O sistema deve ser capaz de inserir, consultar, editar ou excluir transformadores. Transformadores são funções ou métodos ou comandos. Um exemplo de um transformador simples seria receber como entrada um campo DATETIME e o separar em 6 campos, sendo eles, ano, mês, dia, hora, minuto, segundo.

O sistema deve ser capaz de cadastrar fluxos de mapeamento, compostos de fontes de dados de origem, transformadores e uma fonte de dados destino. Detalhando um pouco mais, o sistema deve permitir que fluxos lógicos usando transformadores sucessivos possam ser criados, alterados, consultados ou excluídos. Cabe ressaltar ainda que o sistema deve ser capaz de permitir que fontes de dados origem ou destino sejam importadas, assim como os transformadores.

O sistema deve ser capaz de escalonar a execução de mapeamentos previamente cadastrados. Na periodicidade especificada o sistema deve executar o fluxo de mapeamento especificado.

O sistema deve ser capaz de executar fluxos de mapeamento previamente cadastrados.

O sistema deve ser capaz de conectar e integrar a diversos SGBD´s: Oracle, MySQL, PostGIS e SQLServer.

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O sistema deve prover uma aplicação que permite o usuário conectar feições do CTM aos dados alfanuméricos de fontes externas, por exemplo, bancos de dados, arquivos XML ou arquivos CVS.

Sempre que a fonte externa for um banco de dados, os dados deverão ser convertidos em XML ou CVS.

O sistema deverá integrar ao aplicativo de Registro de Imóveis – RI, para constituir o Sistema de Cadastro e Registro Territorial – SICART e atender às necessidades sociais, ambientais, econômicas, da Administração Pública e de segurança jurídica da sociedade. Além disso, o sistema deverá ser capaz de trocar informações com outros sistemas vigentes nas diversas secretarias municipais, com o objetivo de garantir o caráter multifinalitário. Essa troca de informações deverá ser um processo evolutivo, com integração sistêmica gradativa, que ocorrerá ao longo dos anos.

5.5 Modelo de Banco de Dados Geográfico

Tiago, após a última revisão bibliográfica, percebi que o modelo anterior estava muito incompleto. Até sexta-feira terei outro modelo.

5.6 Integração de Sistemas e Banco de Dados

Está em fase de desenvolvimento um plugin capaz de realizar a Extração Transformação e Carga de Dados, do inglês (Extract Transform Load - ETL). O ETL é capaz de ser estendido e terá a função de acoplar o SIGHabitar em banco de dados, arquivos CSV ou XML, de qualquer sistema de cadastro imobiliário.

O SIGHabitar será capaz de ler esses bancos de dados para montar sua base de dados integrada. É importante destacar que o SIGHabitar não poderá escrever informações em nenhum banco de dados da prefeitura.

5.7 Plano de implantação

O plano de implantação que está em desenvolvimento, abrange o sistema SIGHabitar, manual do sistema, avaliação do hardware, treinamento dos usuários e suporte técnico via telefone ou e-mail. O plano tem sido validado periodicamente e recebido vários ajustes.

O TerraLab será responsável por capacitar a primeira equipe de usuários. Cada integrante desta equipe deverá realizar o papel de multiplicador para os demais integrantes da equipe. Os cursos correspondem ao total de 72 horas, sendo 36 horas dedicados ao conhecimento de Sistemas de Informação Geográfica e 36 horas no manuseio do SIGHabitar.

5.8 Equipe de Gestão do Cadastro do SIGHabitar

A equipe do SIGHabitar inicialmente será constituída por 3 funcionários permanentes da secretaria da fazenda. No decorrer da integração do SIGHabitar com as demais secretarias, outros funcionários serão incorporados na equipe conforme a demanda.

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5.9 Arquitetura do SIGHabitar

A arquitetura está em fase de teste. O computador usado até o momento segue a especificação a seguir:

Processador Intel Xeon E5620 2.4Ghz, 12M Cachê Memória RAM 16GB

Disco rígido 1Tbyte Inserir Raid...

6 Considerações Finais

Conforme foi citado no decorrer deste texto, não foi encontrado nenhum trabalho que propõe uma metodologia completa para implantação de Cadastro Técnico Multifinalitário.

Para alcançarmos bons resultados no desenvolvimento da metodologia, periodicamente todo o material produzido é avaliado e ajustado. Com essa medida, é possível garantir o sucesso na fase de implantação.

Todos os itens que compõe a metodologia e requisitos levantados no item 4 (Metodologia e Desenvolvimento) foram detalhados no item 5 (Resultados).

A metodologia apresentada neste trabalho, servirá de apoio a qualquer prefeitura que necessite implantar um sistema para Cadastro Técnico Multifinalitário integrado com Sistema de Informação Geográfica. Com isso, as prefeituras terão acesso à informação precisa para tributar, planejar, prestar serviços, promover o bem estar e desenvolvimento sustentável, tornando possível explorar todo o potencial terrestre com melhor aptidão.

Referências Bibliográficas

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Referências

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