ECONOMIA 3
O MERCADO E OS AGENTES
ECONÔMICOS
Prezado acadêmico! Bem-vindo à terceira etapa de nossos estudos sobre os princípios básicos de economia. Nela, cujo tema principal é o mercado e os agentes econômicos, iremos conhecer o que significam a oferta, a demanda, estrutura de custos, receita marginal, custos marginais e as principais estruturas de mercado.
APRESEN TAÇÃO
Organização Daniele de Lourdes Curto da Costa Martins
Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD Prof.ª Francieli Stano
Torres
Edição Gráfica e Revisão UNIASSELVI Autor
Daniel Rodrigo Strelow
.01
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico iremos conhecer um dos princípios básicos da teoria microeconômica, ou seja, a lei da oferta e da demanda. Começaremos conhecendo algumas características da demanda, seu comportamento na economia.
Após, conheceremos alguns aspectos da oferta, isto é, suas principais características e comportamento. Por fim, veremos como se forma o equilíbrio dos mercados, a partir do comportamento das curvas de demanda e de oferta.
Bom estudo!
2 A DEMANDA
Conceitualmente, a DEMANDA ou PROCURA individual refere-se à quantidade de determinado bem ou serviço que o consumidor deseja e está capacitado a adquirir, em certo período de tempo. Devemos notar que três características são fundamentais nesta definição. Portanto, sempre que falarmos de Demanda, devemos ter em mente que:
1) A demanda é um desejo, uma aspiração . É o desejo que se tem de adquirir algum bem ou serviço e não a realização deste desejo. Portanto, não se pode confundir demanda com compra.
2) Considera-se como demanda de um bem ou serviço aquilo que o indivíduo tem capacidade de comprar. Isto é, o desejo de um indivíduo pela compra de um bem terá influência no seu preço caso tal desejo esteja acompanhado da possibilidade concreta de compra. Quando se fala em demanda, em economia, deve-se ter em mente um desejo acompanhado por dinheiro suficiente para adquirir tal bem. Por exemplo, imagine sua
A LEI DA OFERTA
E DA DEMANDA
cidade. Possivelmente, muitas pessoas desejam comprar um carro importado.
Porém, poucos são aquelas que têm dinheiro suficiente para adquirir tal bem. Dessa maneira, a demanda por carros importados da sua cidade é composta apenas pelas poucas pessoas que têm recursos financeiros para adquiri-los, e não por todos que têm este desejo.
3) A demanda é um fluxo por unidade de tempo. Isso quer dizer que quando se fala em procura, devemos expressá-la como a determinada quantidade (bem ou serviço) desejada em certo período de tempo (se por dia, por semana, por semestre, por ano, entre outras unidades de tempo). Por exemplo: a demanda de Maria por café é de 10 quilos por mês. Ou ainda, a demanda de Marcos por cerveja é de 20 litros por ano. Assim, ficam evidentes as quantidades desejadas pelas respectivas unidades de tempo.
Em nosso cotidiano, podemos identificar vários fatores que influenciam a demanda das pessoas, seja por um produto ou por um serviço. Entre eles, condições favoráveis de crédito, localização do consumidor, sazonalidade, entre muitos outros. Todos eles provocam uma alteração na procura das pessoas por um bem ou serviço, isto é, ou a fazem aumentar, ou a fazem diminuir. Convencionalmente, os economistas destacam cinco grandes fatores influenciadores da demanda. Examinemos melhor o comportamento diante deles:
I. O preço do bem/serviço: basicamente, a quantidade demandada de um bem é influenciada pelo seu preço. Assim, quanto MAIOR for o preço de um bem ou serviço, MENOR será a quantidade desejada pelo consumidor. Do contrário, quanto MENOR for o preço, MAIOR será a quantidade desejada pelo consumidor.
II. A renda/salário do consumidor : de acordo com a regra geral, uma ELEVAÇÃO na renda do consumidor leva a uma ELEVAÇÃO nas quantidades demandadas. Os bens que têm esta particularidade são chamados de BENS NORMAIS.
Porém, existem duas exceções a esta regra geral: os bens inferiores e os bens de consumo saciado. Chamamos de BENS INFERIORES aqueles em que a demanda varia inversamente às variações ocorridas na renda do consumidor, dentro de uma faixa de renda específica. Por exemplo: roupas usadas. A ideia é que, na medida em que a renda aumenta, o consumidor pode deixar de comprar bens de qualidade inferior e passa a adquirir bens de maior qualidade.
Já os BENS DE CONSUMO SACIADO referem-se àqueles em que o
desejo do consumidor está totalmente satisfeito após um determinado nível
de renda. Aumentos na renda não provocarão aumento da demanda. Por
exemplo, imagine um amigo seu que goste muito de café. E que, com a renda
atual dele, sente-se satisfeito com a quantidade que consome. Suponha que
o salário de seu amigo aumente 10 vezes. Como a quantidade de café diária consumida (ainda com o salário menor) atende a sua necessidade, dificilmente ele consumirá ainda mais este produto.
III. O gosto e preferência do consumidor: relaciona a demanda de um bem ou serviço aos hábitos e preferências do consumidor. Estes se relacionam com circunstâncias como idade, sexo, tradições culturais, religião, publicidade, entre outras. Por exemplo: é comum para os cristãos católicos comer peixe na Sexta-Feira Santa. Neste período, a demanda por peixe aumenta consideravelmente, enquanto a de carne vermelha diminui.
IV. O preço dos bens relacionados: a demanda de um bem é afetada pela variação no preço de outros bens. Acontece em duas situações: bens complementares e bens substitutos.
Os BENS COMPLEMENTARES são aqueles utilizados em conjunto. A elevação no preço de um deles reduz a demanda do outro e a diminuição no preço leva a um aumento na demanda do outro. Por exemplo, café e leite:
caso o preço do café se eleve, haverá uma redução no consumo do leite.
Os BENS SUBSTITUTOS são aqueles cujo consumo de um bem pode substituir o consumo do outro. Há uma relação direta entre preço de um bem e demanda de outro bem, ou seja, a elevação do preço de um bem aumenta a demanda de outro bem e a diminuição do preço de um bem leva à diminuição do outro. Por exemplo, caso a carne bovina aumente muito de preço, muitos consumidores deixarão de comprá-la, procurando como substituto uma carne mais barata, como a de frango.
V. As expectativas sobre os preços, rendas ou disponibilidade: as expectativas que os indivíduos têm em relação ao futuro dos seus rendimentos podem influenciar na compra de bens e serviços no presente. Por exemplo, se você acredita que irá receber maiores rendimentos no futuro, estará disposto a gastar mais no presente. Da mesma maneira, expectativas com relação ao comportamento dos preços no futuro e a possibilidade de escassez de certos bens e serviços exercem a mesma influência. Por exemplo, se existe uma forte perspectiva de aumento no preço de alguns produtos num futuro próximo, a demanda por eles pode aumentar no presente (sendo estocados pelos consumidores. Isso era comum na época em que o Brasil tinha elevados índices de inflação).
Antes de continuarmos, é importante dizer que, quando se analisam
os efeitos destes elementos na demanda (por um produto ou serviço), os
economistas valem-se da condição coeteris paribus . Faz-se uso desta técnica,
pois todos estes elementos que influenciam a demanda podem variar ao
mesmo tempo. E isso dificulta bastante o entendimento que cada um deles,
A expressão latina coeteris paribus significa: tudo o mais permanecendo constante. Essa condição é utilizada quando se deseja avaliar as consequências de uma variável sobre outra, supondo-se as demais inalteradas. Exemplo: se quisermos analisar o efeito da variação do preço na demanda de 1 quilo de feijão, supomos que a renda do consumidor, o seu gosto, o preço de bens relacionados, as expectativas e os demais elementos que influenciam a demanda permanecem inalterados. Assim, podemos verificar apenas os efeitos que a variação do preço provoca na demanda do quilo de feijão. Com base nisto, se diz que a quantidade demandada de 1 quilo de feijão depende do seu preço, coeteris paribus. O mesmo raciocínio é aplicado para analisar os efeitos das demais variáveis, que vimos acima.
se da condição coeteris paribus. Faz-se uso desta técnica, pois todos estes elementos que influenciam a demanda podem variar ao mesmo tempo.
E isso dificulta bastante o entendimento que cada um deles, de forma isolada, exerce sobre a procura dos consumidores.
2.1 A LEI GERAL DA DEMANDA
Tendo chegado até aqui e visto alguns princípios básicos da procura, é de suma importância conhecermos um conceito muito importante: a Lei Geral da Demanda. Segundo esta lei geral, a quantidade demandada de um bem ou serviço, em qualquer período de tempo, VARIA INVERSAMENTE AO SEU PREÇO, levando em consideração que tudo o mais que afeta a demanda permaneça constante (coeteris paribus). Resumindo:
Quando o preço (P) cai, as quantidades demandadas (Qd) aumentam.
Quando o preço (P) sobe, as quantidades demandadas (Qd) diminuem.
Dois fatores influenciam nesta dinâmica: o efeito substituição e o efeito
renda. No primeiro caso, se um bem possuir um substituto (que satisfaça
a mesma necessidade), quando seu preço aumenta – coeteris paribus –, o
consumidor irá diminuir seu consumo e passará a consumir mais unidades
do bem substituto. Por exemplo, se o preço da caixa de fósforos se elevar
consideravelmente, os consumidores poderão comprar maiores quantidades
de isqueiros.
Quanto ao efeito renda, uma redução no preço de um bem faz com que o poder aquisitivo do consumidor se eleve. Da mesma forma, o aumento no preço de um bem se reflete em perda do poder de compra do consumidor.
Por exemplo, pense no seu salário e nos principais produtos que você compra por mês. Caso estas mercadorias sofram uma queda nos preços, você gastará menos para comprá-las. É como se sua renda tivesse “aumentado”. Com maior poder de compra, inclusive, é possível aumentar a quantidade demandada destes produtos. Agora, caso estas mercadorias sofram uma elevação no seu preço e seu salário continua o mesmo, em termos reais, sua renda (ou poder de compra) “diminui”. Logo, as quantidades demandadas serão menores.
2.2 A CURVA DA DEMANDA INDIVIDUAL
Como já conhecemos os aspectos gerais da demanda, vejamos como ela se comporta graficamente, através da curva da demanda, que mostra a relação entre a quantidade desejada e o preço da mercadoria. Observemos seu comportamento, com auxílio da tabela a seguir:
ESCALA DE DEMANDA POR BARRAS DE CHOCOLATE POR MÊS
FONTE: O autor com base em Passos e Nogami (2012)
Passando as informações para o gráfico, temos:
Preço ($ barra de chocolate)
Quantidade demandada por mês ($ barra de chocolate)
20,00 100
15,00 200
10,00 300
5,00 400
Como se vê, ela é desenhada de cima para baixo, da esquerda para a direita e tem inclinação negativa. Tal inclinação indica que a quantidade demandada aumenta à medida que o preço diminui. É bom lembrar que a curva da demanda não é necessariamente linear, pode ser uma curva, ser irregular. Deve apenas respeitar a lei geral, vista acima.
2.3 A DEMANDA DE MERCADO
Basicamente, a demanda de mercado é a soma das demandas individuais. Obtém-se somando horizontalmente as quantidades demandadas individualmente. Por exemplo, imagine um mercado hipotético, composto por três indivíduos: Pedro, Joel e Ana.
Preço ($/pão de queijo)
Quantidade demanda por
mês (individualmente) Demanda do mercado mensal (Pedro + Joel + Ana) Pedro Joel Ana
10,00 0 0 0 0
8,00 3 2 5 10
6,00 7 5 8 20
4,00 11 7 12 30
2,00 15 10 15 40
ESCALA DA DEMANDA DE MERCADO POR PÃO DE QUEIJO (MÊS)
FONTE: O autor com base em Passos e Nogami (2012)
Para sabermos a demanda de mercado deste mercado hipotético, basta
somar as demandas individuais. Graficamente, podemos ilustrá-la conforme
a figura a seguir.
Como vimos anteriormente, a curva da demanda não é necessariamente linear. Ela pode ser uma linha reta, ter formato curvilíneo ou outra curva, regular ou irregular. O que se deve respeitar é a Lei Geral da Demanda, ou seja, que ela sempre deve se inclinar negativamente, revelando o comportamento inverso entre preço e quantidade demandada (preço sobe
= demanda cai. Preço cai = demanda sobe).
Antes de continuarmos, é preciso fazer algumas observações. Usamos o termo demanda quando nos referimos à curva da demanda. Os pontos pretos presentes na curva são denominados de pontos de quantidade demandada.
Por isso, aumento ou diminuição nos preços leva a mudanças nas quantidades demandadas. As mudanças nos preços geram mudanças nas quantidades demandadas e não na curva de demanda. Mudanças na curva de demanda irão ocorrer caso aqueles fatores mantidos constantes, como a renda do consumidor, o gosto, o preço dos bens relacionados, as expectativas se alterarem. Mudanças para a direita indicam aumentos de demanda, ao mesmo preço e com maiores quantidades. Mudanças para a esquerda indicam redução da demanda, ao mesmo preço e com maiores quantidades.
3 A OFERTA
Tendo conhecido alguns princípios básicos da demanda, façamos o mesmo com a OFERTA. Conceitualmente, a OFERTA é definida pela quantidade de um bem ou serviço que os produtores desejam vender por unidade de tempo. Dois elementos devem ser destacados deste conceito:
1 A oferta é um desejo, uma aspiração. Não podemos confundir oferta com venda. A oferta é o desejo de se vender um bem ou serviço no mercado.
A realização deste desejo se dará pela venda.
2 A oferta é um fluxo por unidade de tempo. Ou seja, sempre devemos expressar a oferta como uma quantidade (de bem ou de serviço) em um determinado período de tempo. Por exemplo, seria incorreto dizer que um produtor rural deseja oferecer uma tonelada de soja e que essa é a sua oferta.
O correto é dizer que este produtor rural deseja oferecer uma tonelada de soja por mês (ou outra unidade de tempo, como ano, semestre, semana etc). Esta á a oferta do agricultor.
Assim como acontece com a demanda, vários fatores podem influenciar
a oferta de um bem ou de um serviço. E, neste caso, também devemos nos
valer da condição coeteris paribus. Entre os diversos fatores que influenciam
a oferta, destacam-se:
I. O preço do bem/serviço : normalmente, há uma relação direta entre quantidade ofertada e preço. Assim, quanto MAIOR for o preço de um bem ou serviço, MAIOR será sua quantidade ofertada no mercado. Igualmente, quanto MENOR for o preço, MENOR será a quantidade ofertada. Por exemplo, um fabricante de cadeiras será estimulado a ofertar ainda mais cadeiras no mercado, caso seu preço se eleve. Do contrário, se os preços caírem, ofertará cada vez menos unidades. Isso sempre levando em consideração a condição coeteris paribus, ou seja, de que todas as outras variáveis que poderiam afetar a oferta permanecem inalteradas.
É importante ressaltar que na análise do comportamento do ofertante se faz necessário levar em consideração que sempre haverá um limite mínimo e um limite máximo para que ele possa produzir. O limite mínimo se dá pelo custo da produção. Evidentemente, se o preço do produto no mercado não for capaz de cobrir os custos da produção, não haverá estímulo para esta oferta.
O limite máximo se dá pelo pleno emprego dos fatores de produção. Por exemplo, um produtor de camisas poderá aumentar sua produção até que tenha utilizado ao máximo seus fatores de produção (trabalho [número de trabalhadores], capital [máquinas, equipamentos], tecnologia etc). Quando a produção alcançar o limite, será constante, até que faça novos investimentos.
II. Os preços dos fatores de produção : a quantidade de um bem que um produtor deseja oferecer no mercado depende dos preços dos fatores de produção (preço das matérias-primas, nível dos salários, despesas de capital, entre outros), já que correspondem aos custos de produção. Logo, uma REDUÇÃO no preço destes fatores diminui os custos e AUMENTA a oferta.
Um AUMENTO nos preços dos fatores acarreta na DIMINUIÇÃO da oferta de determinado bem.
Por exemplo, um fabricante de móveis compensados será estimulado a ofertar ainda mais produtos caso o preço da madeira (matéria-prima) diminua.
A possibilidade de aumentar os lucros fará com que sua firma aumente a produção e, consequentemente, a oferta no mercado. Caso ocorrer um aumento no preço da madeira, o efeito será o contrário.
III. O preço de outros bens: a oferta de um bem ou serviço é afetada pela variação no preço de outros bens. Acontece em duas situações: com bens substitutos na produção e com bens complementares na produção.
Os bens substitutos na produção são aqueles produzidos com
praticamente os mesmos recursos de produção. Por exemplo, imaginemos
um agricultor que produz milho. Caso o preço da soja se torne muito mais
rentável, ele poderá se interessar por produzir este grão, em detrimento do
milho. Haverá um aumento da oferta de soja e uma diminuição da oferta de
milho.
Já os bens complementares na produção são aqueles que sofrem alteração em sua produção devido à variação no preço de outro bem. Por exemplo, a carne bovina e o couro. Um aumento no preço da carne poderá elevar o abate. Consequentemente, a oferta de couro irá aumentar.
IV. As expectativas: expectativas futuras podem influenciar na oferta presente.
Por exemplo, se um produtor de carne considerar que o preço irá subir futuramente, poderá reter parte do fornecimento atual de gado, com a finalidade de aproveitar os preços mais altos posteriores.
V. As condições climáticas: especialmente para os produtores agrícolas, as condições climáticas exercem grande influência na oferta. Por exemplo, uma seca pode comprometer severamente a oferta de tomates.
3.1 A LEI GERAL DA OFERTA
Segundo esta lei geral, a OFERTA de um produto ou serviço, em determinado período de tempo, varia na razão DIRETA quanto à variação de preços deste produto ou serviço. Isso a partir de um nível de preços mínimos (ou seja, que cubra os custos de produção) até um limite máximo (ou seja, correspondente ao pleno emprego dos fatores de produção). Resumindo:
Quando o preço (P) de uma mercadoria ou serviço aumenta, as quantidades ofertadas (Qo) aumentam.
Quando o preço (P) de uma mercadoria ou serviço diminui, as quantidades ofertadas (Qo) diminuem.
3.2 A CURVA DA OFERTA
A curva da oferta mostra a relação entre a quantidade de bens que o
produtor estará disposto a oferecer e o seu respectivo preço. Como você
pôde perceber, a curva da oferta tem um comportamento inverso à curva
da demanda. Vejamos melhor como ela se comporta, graficamente, com o
auxílio dos dados a seguir.
ESCALA DE OFERTA DE OVOS DE PÁSCOA (MÊS)
FONTE: O autor com base em Passos e Nogami (2012)
Preço ($ ovos de Páscoa)
Quantidade ofertada por mês (ovos de Páscoa)
50.00 1080
40.00 1000
30.00 840
20.00 600
10.00 280
Graficamente, ela se comporta assim:
Normalmente, a curva de oferta é desenhada de baixo para cima, da esquerda para a direita, com inclinação positiva, indicando que a quantidade ofertada aumenta conforme o preço aumenta. É bom lembrar que a curva da oferta não é necessariamente linear, pode ser uma curva irregular.
3.3 OFERTA DE MERCADO
Da mesma forma que a demanda de mercado, a oferta de mercado pode ser determinada a partir da soma das ofertas dos produtores individuais.
Graficamente, basta somar horizontalmente as quantidades ofertadas
individualmente.
Preço (R$/calça) Quantidade ofertada por mês Oferta de Mercado (João+Maria) Vera Ltda. Oscar Ltda.
250,00 600 800 1400
200,00 500 700 1200
150,00 400 600 1000
100,00 300 500 800
50,00 200 400 600
ESCALA DE OFERTA DE MERCADO DE CALÇAS (MÊS)
FONTE: O autor com base em Passos e Nogami (2012)
Passando os dados para o gráfico:
Destaca-se que o termo oferta está relacionado à curva de oferta. Assim, um ponto nesta curva chama-se de quantidade ofertada. Logo, mudanças nos preços provocam variações nas quantidades ofertadas e não na curva de oferta. Mudanças na curva de oferta irão ocorrer quando houver alterações nos demais fatores mantidos constantes, ou seja, no preço dos fatores de produção, nas expectativas, no preço de outros bens etc. Mudanças para a direita indicam aumentos de oferta.
Ao mesmo preço e com maiores quantidades. Mudanças para a esquerda indicam redução da oferta. Ao mesmo preço e com maiores quantidades.
4 O EQUILÍBRIO DO MERCADO
Como vimos, a curva da oferta e a curva de demanda têm comportamentos distintos. Porém, há uma situação em que as duas chegam a um equilíbrio.
Essa situação se dá principalmente em mercados competitivos, ou seja, em
que existem muitos compradores, muitos vendedores, onde nenhum tem o poder de monopólio.
O equilíbrio de mercado ocorre quando a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada, a um mesmo preço. Esse equilíbrio se dá no ponto em que, a um preço de equilíbrio, as quantidades demandadas coincidem com as quantidades ofertadas.
É uma situação onde os consumidores estarão dispostos a pagar um certo preço por uma certa quantidade de mercadoria, ponto que expressa, igualmente, que as firmas estarão dispostas a vender por esse mesmo preço essa mesma quantidade dessa mesma mercadoria. Assim, temos determinados o preço de equilíbrio e as quantidades de equilíbrio. Nessa situação não haverá sobras nem escassez de produtos ou serviços.
Vejamos melhor como se dá o equilíbrio do mercado com a ajuda do exemplo a seguir:
Preço ($
camisa)
Quantidade demandada (camisas/mês)
Quantidade ofertada (camisas/mês)
Excesso de oferta (+);
excesso de demanda (-)
50,00 250 850 600 (excesso de oferta)
40,00 400 700 300 (excesso de oferta)
30,00 550 550 Equilíbrio
20,00 700 400 -300 (excesso de
demanda)
10,00 850 250 -600 (excesso de
demanda)
ESCALA DE OFERTA E DE DEMANDA DE CAMISAS (MÊS)
FONTE: O autor com base em Passos e Nogami (2012)
Graficamente:
Como se observa no gráfico, o ponto de equilíbrio do mercado ocorre na intersecção das curvas de oferta e demanda de mercado. No caso do exemplo, ocorre quando o preço é de $ 30,00 e a quantidade 550. Esses números são, respectivamente, o preço de equilíbrio e a quantidade de equilíbrio.
Caro acadêmico! Não esqueça que o equilíbrio do mercado ocorre quando as quantidades ofertadas e as demandadas são iguais. É o ponto, no gráfico, onde se encontram a curva de demanda e de oferta.
Se olharmos para a tabela, veremos que, além do equilíbrio, existem duas situações. A primeira é quando os preços estão acima do preço de equilíbrio. Neste caso, temos excesso de oferta. Isto é, a quantidade ofertada de determinado produto é superior à quantidade demandada. No exemplo, com excesso de oferta, primeiramente sobraram 600 camisas e depois 300, sem serem vendidas. Qual é o sintoma de excesso de oferta? As empresas começam a acumular estoques, logo, haverá uma tendência para reduzir os preços até achar o equilíbrio tanto no preço como nas quantidades.
A segunda situação ocorre quando os preços estão abaixo do preço
de equilíbrio. Neste caso, temos excesso de demanda. Isso é, a quantidade
ofertada é inferior à quantidade demandada. No exemplo acima, primeiramente
faltaram 300 camisas e depois, 600. Em uma situação destas, surgirão
pressões para os preços subirem. Qual é o sintoma clássico de excesso de
demanda? Começa a existir desabastecimento da mercadoria no mercado,
assim, os consumidores começam a fazer fila e “brigar” pelas mercadorias ofertadas. Logo, haverá uma tendência de aumento dos preços para nivelar esse desabastecimento.
É bom ressaltar que, em um mercado competitivo, as pressões de excesso
de oferta e de excesso de demanda pressionam os preços até chegarem a
uma situação de equilíbrio. No exemplo acima, o preço de equilíbrio para as
camisas foi de $60,00 e a quantidade de equilíbrio 550 unidades.
A ESTRUTURA DE CUSTOS
.02
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! Já vimos os conceitos básicos da oferta e da demanda de mercado. Neste segundo tópico, nossos estudos serão sobre a estrutura básica de custos. Primeiramente iremos conhecer alguns conceitos da teoria da produção para, depois, conhecer melhor os custos de produção.
Tanto a teoria da produção como a teoria dos custos da produção nos ajudam a analisar os preços e as diversas formas de alocação dos fatores de produção, entre os seus diversos usos na economia. Elas são importantes para entendermos melhor as relações que existem entre a produção e os custos de produção, principalmente em uma economia moderna, marcada pela constante mudança e pelo predomínio tecnológico. Além disso, nos ajudam na análise da demanda da forma pelos fatores de produção, necessários ao processo produtivo. Bom estudo!
2 TEORIA DA PRODUÇÃO: CONCEITOS BÁSICOS
O que vem a ser a produção? Basicamente, é o processo de transformação dos fatores/recursos de produção que a firma dispõe (trabalho, capital, terra, tecnologia, entre outros) em bens e serviços para o mercado. Como se percebe nesta definição, o conceito de produção se refere à transformação em bens físicos, mas também, em serviços (transportes, serviços financeiros, comércio etc.).
Quando falamos em firma, nos referimos à unidade técnica que produz
bens e serviços. Ou seja, é a empresa.
q = f (x
1, x
2, x
3,...x
n)
q = f (x1, x2)
A forma como os fatores de produção são combinados no processo de produção é denominada método de produção (se usar mais mão de obra do que outros fatores, serão intensivos em mão de obra. Caso utilize mais capital, serão intensivos em capital, e assim por diante). A escolha pelo melhor método de produção se dá pela sua eficiência, visto de dois pontos de vista:
técnico e econômico.
Por eficiência técnica entendemos o método que utiliza a menor quantidade de fatores de produção (todos ou, pelo menos, um deles) para produzir uma quantidade equivalente do produto. Já por eficiência econômica entendemos o método que apresenta o menor custo possível (mais “barato”), se comparado a outros métodos. Mesmo sendo mais barato, permite a obtenção da mesma quantidade de produto ou serviço que outros métodos alternativos.
Outro conceito importante é o de função de produção. Ela é a relação que nos mostra a quantidade máxima que pode ser obtida de um produto, a partir da utilização de determinada quantidade utilizada dos fatores de produção, em um determinado período de tempo. Isso mediante a escolha do método de produção mais adequado.
Por exemplo, imaginemos uma firma que produza camisas, em um turno de oito horas. A função de produção indicará o número máximo de camisas que poderão ser produzidas, nestas oito horas, a partir de determinadas quantidades de algodão, malha, energia elétrica, mão de obra, etiquetas, máquinas, equipamentos e demais insumos necessários à produção.
Podemos representar a função produção da seguinte forma:
Onde q é a quantidade produzida de determinado bem, x1, x2, x3,...xn correspondem às quantidades utilizadas dos diversos fatores de produção utilizados e f indica que q depende da quantidade de insumos utilizados.
Como for ma de tor nar esta função mais genérica, fez-se uma
generalização, reduzindo ela para:
É importante dizer que a função produção deve sempre ser definida no tempo, ou seja, todas as suas variáveis se expressam ao longo de um período de tempo (mês, ano, semestre, entre outros).
Em economia, mais precisamente na análise microeconômica, são considerados dois tipos de relações entre a quantidade produzida do produto e a quantidade de fatores: o curto prazo e o longo prazo.
O curto prazo ocorre quando, na função de produção, alguns fatores são fixos e outros são variáveis. Ele não é meramente um período curto de tempo, mas sim, um período em que pelo menos um fator de produção se mantém fixo.
O longo prazo ocorre quando, na função de produção, todos os fatores são variáveis. O longo prazo não tem necessariamente a ver com um período de tempo maior, mas sim, com um período de tempo em que todos os fatores de produção variam.
Entendemos por fatores variáveis aqueles cujas quantidades utilizadas variam para a realização do processo produtivo. Por fatores fixos, entendemos aqueles cujas quantidades não variam com a realização do processo produtivo.
2.1 ANÁLISE DE CURTO PRAZO
Uma análise da curva de produção no curto prazo subentende a consideração de que pelo menos um dos fatores de produção permanece fixo. De forma simplificada, se dá considerando apenas dois fatores, um deles fixo e outro variável. Assim, a variação da quantidade produzida dependerá da quantidade utilizada do fator variável. Alguns conceitos são importantes, desde a ótica desta análise: o de produto total, produtividade média do fator variável e o de produtividade marginal.
Por produto total se entende a quantidade do produto obtida a partir da utilização do fator variável, tendo em vista a manutenção fixa da quantidade dos demais fatores.
A produtividade média do fator variável corresponde ao resultado da divisão entre a quantidade total produzida pela quantidade total deste fator variável. Podemos representá-la assim:
= q
PMe x
Já a produtividade marginal do fator variável indica o resultado entre as variações do produto total e as variações da quantidade utilizada do fator variável. Podemos representá-la:
= ∆
∆
1PMg q
x
Outro conceito importante relacionado à Teoria da Produção e, especificamente, a esta análise de curto prazo, é a lei dos rendimentos decrescentes, que descreve como se comporta a taxa de variação da produção quando é possível variar apenas um dos fatores, mantendo os demais fixos.
Podemos enunciá-la da seguinte forma: aumentando-se a quantidade do fator variável, permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, em um primeiro momento, a produção aumentará a taxas crescentes; em um segundo momento, depois de utilizada certa quantidade do fator variável, continuará a crescer, mas a taxas decrescentes; continuando o incremento do fator variável, a produção decrescerá.
2.2 ANÁLISE DE LONGO PRAZO
A outra maneira de analisar a relação entre quantidade produzida do produto e a quantidade de fatores é com base no longo prazo, cuja hipótese é a de que todos os fatores são variáveis. Podemos destacar um conceito importante, o de economias de escala ou rendimentos de escala.
As economias de escala dizem respeito ao resultado da quantidade produzida (produtos finais) em relação à variação da quantidade utilizada de todos os fatores de produção (simplificando, quando a empresa aumenta seu tamanho). Três são os tipos de economias de escala:
1 Rendimentos crescentes de escala, que ocorrem quando a variação na quantidade do produto total é mais do que proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção. Exemplificando, aumentando em 15% a utilização dos fatores de produção, o produto final cresce 30%.
2 Rendimentos constantes de escala, que ocorrem quando a variação do produto total é proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção. Por exemplo, aumentando em 15% a utilização dos fatores de produção, o produto final cresce 15%.
3 Rendimentos decrescentes de escala (ou deseconomias de escala), que ocorrem
quando a variação do produto é menos do que proporcional à variação da
quantidade utilizada dos fatores de produção. Por exemplo, aumentando em
15% a utilização dos fatores de produção, o produto final cresce 10%.
3 CUSTOS DE PRODUÇÃO
O objetivo básico da firma, quando realiza o processo produtivo, é a maximização (ou otimização) dos seus resultados. Isso quer dizer que procurará sempre obter a máxima produção possível com relação ao uso dos fatores de produção disponíveis.
A maximização dos resultados da firma pode se dar resolvendo dois problemas: um deles, maximizando a produção para determinado custo total.
O outro, minimizando o custo total para certo nível de produção. Fazendo isso, a firma otimizará seus resultados, estando em uma condição de equilíbrio da firma.
Como já vimos na Unidade 1, os fatores de produção não são bens infinitos, muito menos, gratuitos. Assim, a firma precisa pagar para poder utilizá-los. Resumidamente, podemos dizer que a despesa total que ela tem com o uso dos fatores de produção – isto é, a quantidade de cada um multiplicado pelo seu preço – corresponde ao custo total de produção.
O custo total de produção é definido como o total de despesas realizadas pela firma com a utilização da combinação mais econômica dos fatores de produção, por meio da qual se obtém determinada quantidade do produto.
Os custos totais (CT) da produção se dividem, genericamente, em: custos variáveis totais (CVT) e custos fixos totais (CFT). Resumindo: CT = CVT + CFT.
Os Custos Fixos Totais (CFT) correspondem à parcela dos custos totais que independem da produção. Decorrem dos gastos com os fatores fixos.
Por exemplo, o aluguel de uma fábrica. Independentemente se a produção da firma aumentar ou diminuir, os custos de aluguel continuam os mesmos.
Já os Custos Variáveis Totais (CVT) correspondem à parcela de custos totais que dependem da produção, isto é, variam conforme a produção varia. Decorrem, assim, das despesas realizadas com os fatores variáveis de produção. Por exemplo, gastos com matéria-prima de uma empresa de tijolos. Caso a produção aumente, será preciso gastar mais com a aquisição de matéria-prima. Se a produção diminuir, gastar-se-á menos.
Analogamente à análise empreendida na teoria da produção, a análise
dos custos de produção também se divide em curto e longo prazo. Assim,
temos:
a) os custos totais de curto prazo, compostos por parcelas de custos fixos e custos variáveis;
b) os custos totais de longo prazo, compostos unicamente por custos variáveis (já que, como vimos, no longo prazo todos os fatores de produção são variáveis).
Tendo estudado estes conceitos, veremos melhor como os custos (de
longo prazo e de curto prazo) se comportam no tópico seguinte.
CUSTO MARGINAL E A RECEITA MARGINAL
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1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! Neste terceiro tópico daremos continuidade ao nosso estudo acerca dos custos. Iremos verificar como se comportam no curto e no longo prazo. Desta análise conheceremos vários conceitos, entre eles, o de custo marginal. Também será nosso objeto estudar o objetivo da firma, que em microeconomia é a maximização dos lucros. Outros conceitos também serão relevantes para nós, como o de receita marginal. Bom estudo!
2 CUSTO TOTAL DE CURTO PRAZO
Como vimos no tópico anterior, os custos de curto prazo são compostos por custos fixos e custos variáveis. Por exemplo, tomemos como parâmetro uma firma cujo custo total é composto por um fator fixo, representado pela estrutura da empresa, e outro variável, representado pela mão de obra.
Como temos um fator fixo (estrutura física), a firma em questão poderá aumentar ou diminuir sua produção com base na variação da utilização do fator variável (isto é, mão de obra). Da mesma maneira, o custo total de curto prazo desta firma se modificará apenas a partir da modificação do custo variável total. Isso nos permite dizer que o custo total de curto prazo depende diretamente do nível de produção da firma.
Nesta análise, outros conceitos ganham importância. Entre eles, os Custos Médios e o Custo Marginal. Podemos destacar entre os custos médios o Custo Total Médio (CMe), o Custo Variável Médio (CVMe) e o Custo Fixo Médio (CFMe). Vejamos como cada um é calculado:
O Custo Total Médio (CMe) é encontrado por meio da divisão entre o custo total (CT) e a quantidade produzida (q). Sua fórmula básica é:
= CT
CMe
Obtemos o Custo Variável Médio (CVMe) através da divisão entre o custo variável total e a quantidade produzida. Sua fórmula, então, é:
= CVT CVMe q
Podemos obter o Custo Fixo Médio (CFMe) dividindo o custo fixo total pela quantidade produzida. Basicamente, sua fórmula:
= CFT CFMe q
Já o Custo Marginal (CMg) se obtém da variação do custo total em resposta à variação da quantidade produzida. Significa dizer que o CMg é o custo adicional que se tem ao produzir mais uma unidade do produto. É a divisão entre a variação no custo total e a variação da quantidade. A fórmula pode ser representada:
= ∆
∆ CMg CT
q
Como vimos anteriormente, o Custo Fixo Total não se modifica no curto prazo, então, na realidade, o custo marginal no curto prazo se dá pelas variações no custo variável total. A tabela a seguir nos ajuda a verificar o comportamento dos Custos de Produção, com base nos conceitos vistos:
Produção Total (q/
dia)
Custo Fixo Total
(CFT) $
Custo Variável
Total (CVT) $
Custo Total (CT) $
[CT = CVT +CFT]
Custo Fixo Médio (CFMe) $
[CFMe = CFT/q]
Custo Variável
Médio (CVMe) $
[CVMe = CVT/q]
Custo Médio (Cme) $
[CMe = CT/q]
Custo Marginal (CMg) $ [CMg
= variação CT/variação
q]
0 16,00 0,00 16,00 - - - -
3 16,00 11,00 27,00 5,33 3,67 9,00 3,67
6 16,00 17,00 33,00 2,67 2,83 5,50 2,00
9 16,00 21,00 37,00 1,78 2,33 4,11 1,33
12 16,00 23,00 39,00 1,33 1,92 3,25 0,67
15 16,00 27,00 43,00 1,07 1,80 2,87 1,33
18 16,00 33,00 49,00 0,89 1,83 2,72 2,00
21 16,00 41,00 57,00 0,76 1,95 2,71 2,67
24 16,00 51,00 67,00 0,67 2,13 2,79 3,33
27 16,00 63,00 79,00 0,59 2,33 2,93 4,00
30 16,00 77,00 93,00 0,53 2,57 3,10 4,67
33 16,00 93,00 109,00 0,48 2,82 3,30 5,33
CUSTOS DE PRODUÇÃO
FONTE: O autor com base em Vasconcellos; Garcia (2009)
A tabela acima nos traz várias informações sobre os custos da firma. O Custo Marginal (Cmg) aparece na última coluna. Para chegar a cada resultado, bastou dividir a variação do Custo Total pela variação nas quantidades (q) produzidas. Por exemplo, para descobrir o CMg referente à produção de nove unidades, fazemos:
∆ −
= = = =
∆ −
37,00 33,00 4,00 9 6 3 1,33 CMg CT
q
Variação no CT diante da mudança na quantidade produzida, de 6 para 9
Variação na quantidade (q) de 6 para 9
Se observarmos o comportamento do custo variável médio, do custo total médio e do custo marginal, veremos que em um primeiro momento eles decrescem para, em um segundo momento, crescerem. Isso acontece porque no início do processo de produção a firma trabalha com reserva de capacidade. Sendo assim, os custos totais crescem menos que a produção, decrescendo os custos médios e marginais. Após certo nível do produto, os custos totais crescem mais que os aumentos da produção, elevando os custos médio e marginal. Esse comportamento é conhecido como Lei dos Custos Crescentes.
2.1 LONGO PRAZO
Como já vimos, no longo prazo todos os fatores de produção e, portanto, todos os custos são variáveis. Em economia, podemos dizer que o longo prazo é o horizonte de planejamento da firma, isto é, o período de tempo em que prevê aumento de suas instalações, com vistas ao aumento da própria produção. Podemos dizer então que no curto prazo a firma opera, e no longo prazo, ela planeja.
Analogamente ao curto prazo, podemos destacar como conceitos
importantes o Custo Médio de Longo Prazo (CMeLP) e o Custo Marginal
de Longo Prazo (CMgLP). O raciocínio é o mesmo utilizado no curto prazo,
apenas agora, consideramos que todos os fatores são variáveis. Por isso, não
temos o custo fixo médio.
A fórmula do Custo Médio é (igual à do curto prazo):
=
lplp
CMe CT
q
O custo marginal de longo prazo (Cmglp) é definido como a variação ocorrida no custo total de longo prazo que decorre da variação de uma unidade na quantidade produzida. Chega-se a ele da mesma maneira que no curto prazo, isto é, dividindo a variação no CT pela variação nas quantidades.
= ∆
∆
lp lp
CMg CT
q
3 RECEITA MARGINAL
O objetivo da firma no processo produtivo é a compensação para sua atividade criadora de riquezas. Podemos dizer, então, que seu objetivo maior é a maximização dos lucros, seja no curto ou no longo prazo. Alguns conceitos ajudam a firma a analisar seu desempenho e a atingir estes objetivos. Dentre eles, o de Receita Total (RT), o de Receita Média (Rme), o de Lucro Total (LT) e o de Receita Marginal (RMg).
Podemos calcular a Receita Total (RT) das vendas de uma empresa através da multiplicação do preço (P) cobrado pela quantidade (Q) vendida.
Basicamente: RT = P x Q.
A Receita Média (RMe) é a receita que a firma receberá por unidade vendida da mercadoria. Podemos obtê-la através da divisão entre a Receita Total (RT) e a quantidade (Q) vendida do produto. Ou seja:
= RT Rme Q
O Lucro Total (LT) se obtém através da diferença entre a Receita Total (RT) e o Custo Total (CT) da produção. Simplificadamente: LT = RT – CT.
Por fim, a Receita Marginal (Rmg) nos ajuda a encontrar o ponto onde a firma maximiza sua produção, em uma economia de concorrência perfeita.
Podemos definir a Rmg como o acréscimo da receita total da empresa quando
ela vende uma unidade adicional do produto.
A Receita Marginal (Rmg) é a variação na receita total decorrente da variação quantidade vendida do produto. É o acréscimo da receita total da firma quando ela vende uma unidade adicional de seu produto. Já o Custo Marginal (CMg) é a variação do custo total que decorre da variação na quantidade produzida. É o custo adicional que a firma tem ao produzir uma unidade adicional de seu produto.
Para calcular a Receita Marginal (Rmg), basta dividir a variação da Receita Total (RT) pela variação da quantidade (Q). Ou seja:
= ∆
∆ Rmg RT
Q
Através desta análise, podemos dizer que a firma irá maximizar os lucros em um nível de produção em que a Receita Marginal (Rmg) da última unidade produzida for igual ao Custo Marginal (CMg) da última unidade produzida.
Vejamos melhor com auxílio da tabela a seguir:
Preço Unitário
($)
Nível de produção e
vendas - Q
Receita Total [RT
= P.Q)
Receita Marginal [variação de RT/
variação de q)
Custo Total
Custo Marginal [variação de CT/
variação de q)
Lucro Total [RT
- CT]
20,00 0 0,00 - 60,00 - -60,00
20,00 1 20,00 20,00 68,00 8,00 -48,00
20,00 2 40,00 20,00 74,00 6,00 -14,00
20,00 3 60,00 20,00 78,00 4,00 -18,00
20,00 4 80,00 20,00 83,00 5,00 -3,00
20,00 5 100,00 20,00 89,00 6,00 11,00
20,00 6 120,00 20,00 97,00 8,00 23,00
20,00 7 140,00 20,00 110,00 13,00 30,00
20,00 8 160,00 20,00 130,00 20,00 30,00
20,00 9 180,00 20,00 162,00 32,00 18,00
20,00 10 200,00 20,00 210,00 48,00 -10,00
MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO DA FIRMA
FONTE: O autor com base em Vasconcellos; Garcia (2009)