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COMUNICAÇÃO. POLINIZAÇÃO ARTIFICIAL EM FEIJÃO CAUPI (Vigna unguiculata ( L.) Walp) ARTIFICIAL POLLINATION IN COWPEA (Vigna unguiculata (L.

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Academic year: 2021

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Texto

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POLINIZAÇÃO ARTIFICIAL EM FEIJÃO CAUPI (Vigna unguiculata ( L.) Walp)

ELIZITA MARIA TEÓFILO

1

JOSÉ BRAGA PAIVA

2

SEBASTIÃO MEDEIROS FILHO

2

RESUMO: A polinização artificial do feijão caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp foi desenvolvida em casa de vegetação, utilizando dez cultivares semeadas em vasos de cimento com capacidade para 10 kg de solo. Foram

realizados 1.232 cruzamentos, envolvendo as combinações com os dez genitores. A porcentagem de fertilização foi de 29,72% e abscisão de 70,28% retratada por 1,68% e 68,60% antes e após a polinização, respectivamente.

TERMOS PARA INDEXAÇÃO: Feijão caupi, melhoramento genético, cruzamento artificial, Vigna unguiculata

ARTIFICIAL POLLINATION IN COWPEA (Vigna unguiculata (L.) Walp)

ABSTRACT: Artificial pollination of cowpea (Vigna unguiculata (L.) Walp) plants growing in pot containing 10Kg of soil was evaluated under greenhouse conditions. From 1232 crosses

involving 10 parents resulted in 29,72% of sucess and 70,28% of abcission. The abscission occured of 1,68 and 68,60% before and after fertilization respectively.

INDEX TERMS: Cowpea, breeding, artificial cross, Vigna unguiculata.

O feijão caupi ( Vigna unguiculata (L.) Walp é uma cultura de importante destaque na economia nordestina e de amplo significado social, constituindo o principal alimento proteíco e energético do homem rural. Apresenta alta rusticidade e adaptabilidade às condições de estiagem prolongadas e capacidade de se desenvolver em solo de baixa fertilidade (Oliveira e Carvalho,1988). É uma cultura autógama com taxa média de cruzamento natural, igual ou inferior a 1%, variando com a cultivar, condições ambientais e mais particularmente, com a população de insetos, especialmente as abelhas (Blackhurst e Miller,1980).

O caupi apresenta flores completas com corola papilionácea, apresentando cinco pétalas de coloração branca, amarela ou violeta, contendo um estandarte, duas asas e a quilha ou carena, a qual envolve os orgãos sexuais, masculinos e femininos.

A quilha apresenta-se recurvada para baixo com a finalidade de proteger a parte reprodutiva. Os

estames são em número de dez, sendo nove concrescidos, formando um tubo estaminal e um livre. O estilete termina por estigma recurvado, úmido e coberto de pêlos com a finalidade de aderir melhor os grãos de pólen. O ovário é estreito e alongado com óvulos distribuídos em linha, as flores, normalmente, abrem-se às primeiras horas da manhã , condicionando o estádio de polinização (Kheradnam e Niknejad, 1971).

Rachie, Rawal e Franckowiak (1975) relatam alguns fatores que limitam o sucesso da emasculação e polinização em leguminosas, entre eles: tamanho da flor, queda de flores, manipulação, condições ambientais desfavoráveis; insetos polinizadores entre outros. Dos fatores citados, as condições ambientais têm importância fundamental no processo de polinização artificial. Altas temperaturas e baixa umidade relativa

1. Engenheira Agrônoma, Dra., Pesquisadora do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará.

E-mail: elizita@ufc.br

2. Professor do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE.

(2)

Ciênc. agrotec., Lavras, v.25, n.1, p.220-223, jan./fev., 2001 favorecem a queda de flores (Rachie, Rawal e

Franckowiak, (1975); Blackhurts e Miller Jr. (1980);

Rachie e Roberts, (1974). Pesquisas desenvolvidas por Wienk (1963), mostraram que o fotoperíodo ótimo para induzir o florescimento em caupi foi entre 8 e 14 horas.

Sobre este assunto, Gowan (1963),constatou que a dificuldade de se fazer em cruzamentos com sucesso em caupi foi por causa do fotoperiodismo, sugerindo realizar as polinizações em dias longos, entre 9 e 10 horas.

Zary e Miller Jr.(1982) realizaram cruzamentos entre cinco genitores de feijão caupi (dialelo completo), utilizando dois métodos de polinização. No método 1 foram utilizados pólen de flores coletadas pela manhã, com botões emasculados e polinizados simultaneamente. No método 2 foram utilizados pólen de flores coletados pela manhã e armazenados em geladeira até sua utilização no final da tarde. Os autores constataram que o método 2 proporcionou maior percentual de pega, e além do mais, o sucesso desse pegamento poderia estar relacionado com o fato de a superfície das flores emasculadas serem mais receptivas para receber grãos de pólen no final da tarde, além das condições de temperatura e umidade mais adequadas neste período.

O objetivo deste trabalho foi estudar a polinização artificial em feijão caupi nas condicões de casa de vegetação, no “campus’’ do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, cujo clima é quente e úmido, com temperatura média anual de 26

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C e umidade relativa do ar média de 75%.

Utilizaram-se dez genitores, com as sementes semeadas em vasos de cimento com capacidade para 10 kg de solo, colocando-se três sementes por vaso, deixando-se uma planta após o desbaste. Foram utilizados trinta vasos, sendo três para cada genitor, e aos trinta dias após a semeadura, colocou-se em cada vaso um suporte de madeira de 1,20 metros de comprimento e quatro de 0,40 metros em forma de cruz, para fixar os ramos, operacionando a emasculação e os respectivos cruzamentos.

As cultivares utilizadas foram: Seridó, Bengala, Sempre Verde, Pitiúba, José do Santo, Branquinho, V- 11 Rubi, CE-315, TVx 456-01F e TVu 662, registrados no Banco de Germoplasma do Departamento de Fitotecnia sob os números: CE-1, CE-2, CE-25, CE-31, CE-33, CE-34, CE-222, CE-315, CE-353 e CE-366, respectivamente.

A técnica de cruzamento artificial utilizada foi a seguinte:

a) Reconhecimento do botão floral que abriria no dia seguinte, aproximadamente quinze horas antes da antese (Figura 1);

b) Corte das pétalas que envolvem os orgãos sexuais masculino e feminino pelo lado côncavo do botão floral, a uma profundidade de 2/3 da flor (Figura 2 e 3);

c) A emasculação consistiu da remoção das anteras, com pinça, no máximo, vinte e quatro horas e no mínimo, quinze horas antes da abertura da flor (Figura 4 e 5);

d) A flor emasculada foi etiquetada com o nome ou registro do genitor feminino;

e) Em caderno de campo, registraram-se datas, número de emasculações, polinizações, nomes dos genitores e dados climáticos;

f) No dia seguinte colheu-se uma flor recém aberta do genitor doador de pólen, destacando-se o perianto, em seguida, cortou-se levemente a quilha pelo seu lado côncavo, forçando assim a exposição do aparelho sexual;

g) Em seguida promoveu-se a aderência dos estames e respectivas anteras da flor doadora de pólen, sobre o estigma da flor emasculada (Rachie; Rawal e Franckowiak,1975) (Figura 6);

h) Finalmente, a etiqueta foi preenchida completamente com o nome ou registro do doador de pólen e a data da polinização.

Decorridas vinte e quatro horas, pode-se ter certeza da ocorrência, ou não, da fertilização com o aparecimento do fruto. O período de florescimento foi de cinqüenta e quatro dias.

Quase todos os genitores floresceram normalmente, excetuando-se as cultivares CE-25 (Sempre Verde) e CE-34 (Branquinho) que produziram 25 e cinco flores, respectivamente, por serem sensíveis à redução da luz.

Durante o período de florescimento foram realizados 1.232 cruzamentos, envolvendo todas as 90 possíveis combinações entre os dez genitores. Destas originaram-se 367 vagens, correspondendo a 29,7% de pega. Observou-se também, que temperatura mais baixa e umidade relativa do ar elevada favoreceram a porcentagem de pega. Os maiores índices de pega foram registrados nas combinações: CE-366 X CE-02;

CE-31 X CE-366; CE-366 X CE-31; registrando-se

38,2%, 36,4% e 34,0%, respectivamente. Os menores

índices foram observados nas hibridações: CE-2 X CE-

1; CE-33 X CE-1; CE-25 X CE315 e CE-222 X CE-25

com 14,1%, 15,6%, 17,0% e 18,9%, respectivamente.

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(4)

Ciênc. agrotec., Lavras, v.25, n.1, p.220-223, jan./fev., 2001

TÉCNICA UTILIZADA

Figura 1 Figura 2

Figura 3 Figura 4

Figura 5 Figura 6

(5)

A porcentagem de flores emasculadas que cairam antes de receber os grãos de pólen foi de 1,68%, demonstrando que a manipulação afetou o botão floral.

A cultivar CE-33 (José do Santo) comportou-se como excelente doadora de pólen, evidenciando apenas 2%

como indivíduo receptor.

O sucesso dos cruzamentos artificiais no feijão caupi é dificultado pela abscisão das flores, possivelmente, por problemas mecânicos.

A temperatura e umidade relativa são os fatores que mais contribuem para o baixo sucesso dos cruzamentos artificiais. Para reduzir os efeitos das condições ambientais, os cruzamentos devem ser realizados em condições controladas para identificar aquelas que mais interferem nessa prática.

Na realização de hibridações artificiais em feijão caupi, recomenda-se aproveitar as primeiras flores do ciclo de floração, pois as mesmas são mais viáveis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BLACKHURST, H.T.; MILLER JUNIOR., J.C. Cowpea.

In: WALTER, R.; HENRY, H.H. Hybridization of Crop Plants. Madison: [s.n] 1980. p. 327-337.

GOWAN, F.A. Manipulation of the photoperiod to induce flowering in Vigna sinensis. Procedings of the First National Grain Legume Conference.

[s.l], 1963. p.97-98.

KHERADNAM, M.; NIKNEJAD, M. Crossing Technique in cowpeas. Iranian Journal Agriculture Research, Teheran. v.1, n.1, p.57- 58, 1971.

OLIVEIRA, I. P.; CARVALHO, A. M. A de. A cultura do caupi nas condições de clima e solo dos trópicos úmidos e semi-áridos do Brasil. In:

ARAÚJO, J. P. de; WATT, E. A (Org.) O caupi no Brasil. Brasília: IITA/EMBRAPA, 1988. p.

65-95.

RACHIE, K.; RAWAL, K. M.; FRANCKOWIAK, J.

D. A rapid method of hand crossing cowpeas.

Ibadan, Nigéria: Institute of Tropical Agriculture, 1975. 5p.[IITA.Technical Bulletin,2].

RACHIE, K.; ROBERTS, L .M. Grain legumes of the lowland tropics. Advances in Agronomy, San Diego, v.26, p.1-132, 1974.

WIENK, J.F. Photoperiodic effects in Vigna unguiculata (L.) Walp. Mededeligen Van de Landbouwhoogeschood te Wageningen, Wageningen, v..63, p.82, 1963.

ZARY, K. W. ; MILLER JUNIOR, J. C. Comparison of

two methods of hand-crossing Vigna unguiculata

(L.) Walp. HortScience, Madison, v.17, n.2, p. 246-

248, Apr. 1982.

Referências

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