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Open Estimação de valores estatísticos de referência para as internações por condições sensíveis a atenção primária em municípios brasileiros

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Academic year: 2018

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CENTRO DE CIˆ

ENCIAS EXATAS E DA NATUREZA

DEPARTAMENTO DE ESTAT´ISTICA

PROGRAMA DE P ´

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ARIA EM MUNIC´IPIOS BRASILEIROS

Tese apresentada ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Modelos de Decis˜ao e Sa´ude, N´ıvel Doutorado, do Centro de Ciˆencias E-xatas e da Natureza da Universidade Federal da Para´ıba como requisito regulamentar para obten¸c˜ao do t´ıtulo de doutor.

´

Area de Concentra¸c˜ao:

Modelos de Decis˜ao.

Orientadores:

Prof. Dr. Eufr´asio de Andrade Lima Neto Prof. Dr. C´esar Cavalcanti da Silva

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interna¸c~oes por condi¸c~oes sens´ıveis `a aten¸c~ao prim´aria em

munic´ıpios brasileiros / Gilmara Alves Cavalcanti - Jo~ao

Pessoa, 2017.

319 f. :

il.-Orientadores: Eufr´asio de A. Lima e C´esar Cavalcanti da

Silva.

Tese (Doutorado) - UFPB/CCEN

1. Sa´ude P´ublica - Modelos de Decis~ao. 2. Sa´ude da

Fam´ılia - Munic´ıpios Brasileiros. 3. Valor Estat´ıstico

de Refer^encia. I. T´ıtulo.

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meus sonhos, sonhando junto e me levantando a cada queda. Obrigado por seu amor incondicional, pela sua generosidade em entender minha ausˆencia, pela disponibilidade em cuidar de mim e, acima de tudo, pela paciˆencia diante das dificuldades. Sem vocˆe tudo teria sido muito mais dif´ıcil, amo-te!

`

A Auri Alves (in memorian), minha av´o, meu porto seguro e exemplo de grande mulher. Come¸camos esse doutorado juntas mas, lamentavelmente, Deus te chamou no meio dessa caminhada. A dor de n˜ao te ter ao lado nesse momento ´e amenizada pela certeza de ter meus passos protegidos e guiados por v´os. Obrigado pelos ensinamentos sobre resiliˆencia, for¸ca, f´e, perd˜ao e da grandiosidade do amor de Deus por n´os. Sempre ouvirei sua voz me dizendo:

“menina, vai dar tudo certo”!

`

A Jos´e Alves (in memorian), meu avˆo, que com dedica¸c˜ao, amor e muito trabalho, possibilitou a seus filhos e netos, entre outras tantas ben¸c˜aos na vida, as melhores oportunidades de estudo, permitindo a n´os, a realiza¸c˜ao de sonhos e conquistas. Obrigado a vocˆe, meu pai, por todo cuidado e amor!

Nem os aplausos de uma multid˜ao seriam suficientes para expressar a gratid˜ao que tenho por vocˆes, a quem dedico essa tese.

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Quando olhamos para o nosso lado e vemos que existem pessoas que est˜ao sempre pre-sentes, e que nunca nos deixa desanimar, s´o podemos estar gratos. Familiares e amigos que nos d˜ao palavras de coragem e que lutam para nos ver felizes, s˜ao ben¸c˜aos de Deus. E eu tive a sorte de encontrar alguns nessa caminhada, os quais fa¸co quest˜ao de agradecer:

`

A Deus, amigo fiel de todas as horas, por iluminar o meu caminho e ser presen¸ca constante no meu viver. Pelos planos perfeitos que Ele tem em minha vida, e por todos os sonhos Dele, que s˜ao maiores que os meus, toda honra e toda gl´oria!

Aos meus tios,Fernandes e Jovani, presen¸ca constante e fortaleza de vida. Obrigado pelo amor em nos acolher e solidificar a nossa fam´ılia. A cada l´agrima enxugada e sorriso compartilhado a certeza do meu amor e gratid˜ao por vocˆes existirem em minha vida.

Aos gˆemeos Joab e Jo´as, tios de parentesco e irm˜aos de cora¸c˜ao, pelo exemplo de homens de bem, com caracter´ısticas singulares em sua essˆencia, mas igualmente honestos, fortes, ´ıntegros e generosos. Obrigado pelo companheirismo e prote¸c˜ao silenciosos.

`

A minha tia Cila Brito, presente de Deus, pela gratuidade do seu amor de m˜ae por mim. Por acreditar no meu potencial, incentivar minhas decis˜oes e sempre se dispor a embarcar nas rotas tra¸cadas pelo meu destino. Obrigado pelo exemplo de f´e e supera¸c˜ao.

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A minha tia Iranete Cruz, pela presen¸ca constante e amiga ainda que a distˆancia, e por todo carinho, incentivo e apoio. Em especial, meu agradecimento pela aten¸c˜ao e cuidado com minha m˜ae durante minhas ausˆencias.

Aos meus primos queridos, Gustavo pelo carinho, apoio e incentivo constantes nessa caminhada. Maria Luiza por me ensinar que o tempo passa depressa e o amor de uma dinda ´e por toda vida. EFelipe que me faz ver a vida na sinceridade de uma crian¸ca.

Ao orientador e amigoProf. Dr. Eufr´asio de Andrade Lima Neto, pela confian¸ca em mim depositada diante do aceite dessa orienta¸c˜ao e pela “m˜ao amiga” estendida durante todas as dificuldades enfrentadas. Minha gratid˜ao pelo sonho realizado e a certeza de que o levarei como exemplo de seriedade, comprometimento e generosidade na arte de ensinar.

Ao orientador e amigo Prof. Dr. C´esar Cavalcanti da Silva, pela paciˆencia em apresentar o desconhecido mundo da sa´ude para uma “exat´oide” de forma¸c˜ao e, em especial, pela dedica¸c˜ao e carinho no orientar, me permitindo uma caminhada mais amena. Minha gratid˜ao pelos conhecimento adquiridos e por tornar esse sonho poss´ıvel.

Aos membros da banca examinadora pela disponibilidade de tempo e presteza em aceitar o convite e, em especial, pelas valiosas contribui¸c˜oes para a melhoria desse trabalho.

`

A amigaProfa. Dra. Ana Herm´ınia Andrade, anjo de plant˜ao, por todo carinho, disponibilidade e generosidade nos momentos dif´ıceis dessa caminhada. Obrigado por me levantar quando eu achava que j´a n˜ao tinha mais for¸cas.

Ao amigo Prof. Dr. Hem´ılio Coelho, por gentilmente compartilhar seus conheci-mentos acadˆemicos no Latex contribuindo para meu crescimento profissional. Obrigado por todo incentivo e apoio e, em especial, por me fazer entender que ´e preciso “ter calma”.

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suporte de programa¸c˜ao computacional, etapa fundamental para a constru¸c˜ao dessa tese. `

As amigas, Profa. Dra. Maria L´ıdia Terra e Maria L´ıgia Terra, pela amizade fortalecida nessa jornada e pela acolhida carinhosa a cada encontro no “apˆe das gˆemeas”. Em especial, meu agradecimento a vocˆe Lilica, por todo suporte computacional.

`

A amiga Cristiana Souza, ben¸c˜ao de Deus, pela confian¸ca em me agregar a sua fam´ılia, pela generosidade nos momentos de colo e pela amizade verdadeira que s´o entre irm˜as ´e poss´ıvel existir. Obrigado pelas l´agrimas enxugadas e ensinamentos sobre Deus.

`

A amiga Dra. Francilene Janepela sua disponibilidade e generosidade no processo de coleta de dados e, pela parceria na elabora¸c˜ao de artigos. Obrigado pelo carinho e pela oportunidade da troca de conhecimentos e vivˆencias.

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A amiga Ros´ely Costa, irm˜a de alma que a vida me permitiu escolher, pela cum-plicidade velada h´a mais de 10 anos e por me acompanhar e vibrar a cada conquista. Obrigado pelo amor incondicional constru´ıdo atrav´es da solidez de uma grande amizade.

`

A amiga Suely Porf´ırio, pela presen¸ca tranquila e ajuda constantes e, em especial, pelos momentos de bom humor que me fizeram rir quando a vontade era de chorar. Obrigado pelo colo que acolhe e pelas doses extras de paciˆencia.

Aos amigos Andr´e (in memorian) e F´atima Medeiros, que com uma

generosi-dade ´unica me acolheram em Mossor´o como a uma filha. E a irm˜a de cora¸c˜aoFernanda Nunes pela amizade e cuidados conquistados. O meu muito obrigado!

Aos amigos Carlindo Pereira e Netto Vieira, que de ´epocas, lugares e situa¸c˜oes distintas, marcaram a minha vida, em alguma medida, contribuindo para meu crescimento pessoal. Obrigado pelo carinho e pela confian¸ca que nos possibilita a troca de vivˆencias. Aos amigos daDivina Miseric´ordia, pela forma carinhosa com a qual me adotaram nessa grande fam´ılia. Por todo cuidado e zelo, pelas amizades conquistadas e garantia de boas risadas ao longo desses anos, o meu mais sincero obrigado.

Aos amigos Lirimar, Marise, Marina e Guilherme, por participarem da minha jornada com uma amizade leal de d´ecadas e momentos especiais. Obrigado pelos ensina-mentos preciosos, vocˆes s˜ao respons´aveis por alguns dos valores que levo para a vida.

Aos amigos do Porto Palladio, pela forma afetuosa com a qual nos acolheram na nova morada e, em especial, pelo cuidado e aten¸c˜ao dispensados `a minha m˜ae diante da minha ausˆencia. Minha gratid˜ao por todo amor e generosidade.

Aos amigos, Tiago e Edna Bandeira, por permanecerem na minha vida mesmo diante de um cap´ıtulo finalizado. A vocˆes dois, meus compadres, a minha gratid˜ao pela leal amizade e a certeza de que esse v´ınculo ´e duradouro.

Ao amigoFrancisco Santos (Chico), por toda ajuda e orienta¸c˜ao frente as quest˜oes administrativas da secretaria do PPGMDS. Em especial, pelo carinho em resolver nossos problemas.

Aos meus alunos da UFPB, meus anjos sem asas, por entenderem os momentos de dificuldade, cansa¸co e stress provocados por um doutorado. Obrigado por alimentarem a minha alma com cada sorriso, abra¸co e palavras de motiva¸c˜ao e apoio.

Aos companheiros de jornada acadˆemica, turma de 2013, pelos momentos vivencia-dos de aprendizado coletivo. Obrigado pela generosidade e certeza de que juntos somos mais fortes, afinal de contas, ningu´em ´e feliz sozinho.

Aos docentes do Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Modelos de Decis˜ao e Sa´ude da UFPB, pela dedica¸c˜ao e comprometimento com o ensino e pesquisa. Obrigado pela opor-tunidade de novos aprendizados.

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n˜ao sou o que era antes”.

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Uma variedade de indicadores tem sido utilizada para averiguar a eficiˆencia e a qualidade de servi¸cos na aten¸c˜ao prim´aria `a sa´ude. Nos ´ultimos anos, esse n´ıvel de aten¸c˜ao vem pas-sando por avalia¸c˜oes no Brasil. As interna¸c˜oes por condi¸c˜oes sens´ıveis `a aten¸c˜ao prim´aria (ICSAP), representam um conjunto de agravos de sa´ude que n˜ao deveriam chegar em grande quantidade a aten¸c˜ao terci´aria, posto que uma efetiva a¸c˜ao da aten¸c˜ao prim´aria solucionaria parte dessas patologias. Nesse contexto, a presente pesquisa se justifica pela necessidade de utilizar as ICSAP como base para um indicador de acesso e de qualidade da Aten¸c˜ao B´asica do sistema de sa´ude dos munic´ıpios brasileiros, em associa¸c˜ao com a Estrat´egia Sa´ude da Fam´ılia (ESF). Portanto, objetiva-se estimar valores estat´ısticos de referˆencia para as interna¸c˜oes por condi¸c˜oes sens´ıveis `a aten¸c˜ao prim´aria, a partir do ajuste de distribui¸c˜oes de probabilidade cont´ınuas, de modo a classificar o sistema de sa´ude dos munic´ıpios brasileiros em n´ıveis de desempenho, a saber: desej´avel, inter-medi´ario, preocupante e n˜ao aceit´avel. Defende-se a tese de que a obten¸c˜ao de um valor estat´ıstico de referˆencia, capaz de classificar as ICSAP, em n´ıveis de desempenho para os munic´ıpios brasileiros, auxiliar´a nos processos de tomadas de decis˜ao nas unidades de ESF, otimizando as a¸c˜oes de sa´ude nessas unidades, bem como, proporcionando a preven¸c˜ao de gastos desnecess´arios nos outros n´ıveis de aten¸c˜ao. Trata-se de um estudo epidemiol´ogico, ecol´ogico e inferencial, de abordagem quantitativa, realizado a partir da base de dados secund´arios do Sistema de Informa¸c˜oes Hospitalares do SUS com a sele¸c˜ao das frequˆencias absolutas dos grupos de diagn´osticos referentes as interna¸c˜oes por condi¸c˜oes sens´ıveis `a aten¸c˜ao prim´aria, referentes ao ano de 2015. A posteriori, as referidas frequˆencias foram transformadas em taxas por 10.000 habitantes possibilitando a compara¸c˜ao das ICSAP de todos os munic´ıpios brasileiros, independente dos seus contingentes populacionais. Sob o ponto de vista estat´ıstico, o ajuste de distribui¸c˜oes de probabilidade cont´ınuas por meio dos testes de aderˆencia e suporte gr´afico foram processados utilizando osoftware R 3.0.3. Com base nos resultados, observou-se uma incidˆencia maior de interna¸c˜oes hospitalares devido `a patologias relacionadas a problemas gastroent´ericos, card´ıacos e renais. Diante dos trˆes cen´arios investigados (Brasil, Nordeste e Para´ıba), a regi˜ao Nordeste apresenta registros de interna¸c˜oes por asma, diagn´ostico n˜ao observado como uma das trˆes mai-ores incidˆencias a n´ıvel nacional e estadual. Evidenciou-se tamb´em, que a maioria dos munic´ıpios brasileiros investigados nesse estudo tˆem seus sistemas de sa´ude classificados como n˜ao aceit´aveis. A cidade de S˜ao Paulo, por exemplo, ´e um desses casos, contabi-lizando 9.471 interna¸c˜oes de pacientes com insuficiˆencia card´ıaca em 2015. Assim, seu sistema de sa´ude seria considerado de n´ıvel desej´avel se houvessem at´e 1.532 registros. Um n´ıvel intermedi´ario de desempenho seria de mais de 1.532 at´e no m´aximo 2.944 casos, enquanto que, o n´ıvel preocupante dar-se-´a com mais de 2.944 at´e 4.177 interna¸c˜oes. Um n´ıvel de desempenho n˜ao aceit´avel ´e registrado a partir de 4.177 ICSAP. No Brasil, em se tratando do quadro de Aten¸c˜ao B´asica, embora avan¸cos sejam percebidos, a perspectiva de redu¸c˜ao das ICSAP a valores m´ınimos, como ´e desej´avel, ainda est´a distante da reali-dade. A utiliza¸c˜ao do valor estat´ıstico de referˆencia poder´a constituir-se de uma potencial ferramenta, a disposi¸c˜ao dos gestores administrativos no intuito de direcionar e subsidiar propostas de a¸c˜oes de sa´ude nos munic´ıpios sob sua responsabilidade.

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Many indicators have been used to verify the efficiency and quality of services in primary health care. Recently, this level of attention has been evaluated in Brazil. The ambula-tory cary sensitive conditions (ACSC), represent a set of health problems that should not reach tertiary care in large numbers, since an effective primary care action would solve some of these pathologies. Hear, the present study is justified by the need to use hospita-lizations for ACSC as a base for quality and access indicator for the Primary Care of the health system of Brazilian cities, in association with the Family Health Strategy (FHS). Therefore, we aim to estimate statistical reference values for ambulatory cary sensitive conditions, based on the adjustment of continuous probability distributions, in order to classify the health system of the Brazilian cities into levels of performance, namely: de-sirable, intermediate, worrying and not acceptable. The thesis that is defended is that the achievement of a statistical reference value, capable of classifying by ASCS, in per-formance levels for the Brazilian cities, will aid in decision-making processes in the units of FHS, optimizing the health actions in these units, as well as, providing the prevention of unnecessary expenses in the other levels of attention. This is an epidemiological, eco-logical and inferential study of quantitative approaches, based on the secondary database of the Hospital Information System of the Unique Health System, with the selection of absolute frequencies of diagnostic groups referring to ambulatory cary sensitive conditions to Primary Care, for 2015. Subsequently, these frequencies were transformed into rates per 10,000 inhabitants, making it possible to compare the ACSCs of all Brazilian cities, regardless of their population contingents. From the statistical point of view, the adjust-ment of continuous probability distributions through the goodness-of-fit tests and graphic support were processed using software R, version 3.0.3. Based on the results, a greater incidence of hospital admissions was observed due to pathologies related to gastroenteric, cardiac and renal problems. In view of the three scenarios investigated (Brazil, Northeast and Para´ıba), the Northeast presents records of hospitalizations for asthma, a diagnosis not observed as one of the three highest incidences at national and state level. It was also evidenced that most of the Brazilian cities investigated in this study have their health systems classified as not acceptable. The city of S˜ao Paulo, for example, is one such case accounting for 9.471 hospitalizations of patients with heart failure in 2015. Thus, its health system would be considered desirable if there were up to 1.532 records. An intermediate level of performance would range from more than 1.532 to a maximum of 2.944 cases, while the level of concern would be more than 2.944 to 4.177 hospitalizati-ons. An unacceptable performance level is recorded from 4.177 ICSAP. In Brazil, when it comes to the Basic Attention scenario, although advances are perceived, the prospect of reducing the ACSC to minimum values, as is desirable, is still far from the reality. The use of the statistical reference value may constitute a potential tool, ready to use of the administrative managers in order to direct and subsidize proposals of health actions in the cities under their responsibility.

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Figura 1 – Gr´afico da fun¸c˜ao de distribui¸c˜ao acumulada e fun¸c˜ao de distribui¸c˜ao emp´ırica. . . 77 Figura 2 – Fun¸c˜ao Log-verossimilhan¸ca. . . 82 Figura 3 – Banco de dados referente as taxas de ICSAP (por 10.000 habitantes),

segundo, os grupos de diagn´osticos, nos munic´ıpios brasileiros. Brasil, 2015. . . 88 Figura 4 – Histograma das taxas de ICSAP (por 10.000 habitantes), segundo, os

grupos de diagn´osticos G2, G11 e G15. Brasil, 2015. . . 96 Figura 5 – Fun¸c˜oes de distribui¸c˜ao acumuladas (emp´ırica e te´orica), para a vari´avel

gastroenterites infecciosas e outras complica¸c˜oes (G2). (A) Ajuste de todos os modelos propostos no estudo; (B) Ajuste dos cinco melhores modelos probabil´ısticos. Brasil, 2015. . . 97 Figura 6 – Histograma da densidade te´orica das ICSAP, ajustado conforme o

me-lhor modelo, segundo os casos de gastroenterites infecciosas e outras complica¸c˜oes (G2). Brasil, 2015. . . 100 Figura 7 – Fun¸c˜oes de distribui¸c˜ao acumuladas (emp´ırica e te´orica), para a vari´avel

insuficiˆencia card´ıaca (G11). (A) Ajuste de todos os modelos propos-tos no estudo; (B) Ajuste dos cinco melhores modelos probabil´ısticos. Brasil, 2015. . . 101 Figura 8 – Histograma da densidade te´orica das ICSAP, ajustado conforme o

me-lhor modelo, segundo os casos de insuficiˆencia card´ıaca (G11). Brasil, 2015. . . 104 Figura 9 – Fun¸c˜oes de distribui¸c˜ao acumuladas (emp´ırica e te´orica), para a vari´avel

infec¸c˜ao no rim e trato urin´ario (G15). (A) Ajuste de todos os modelos propostos no estudo; (B) Ajuste dos cinco melhores modelos proba-bil´ısticos. Brasil, 2015. . . 105 Figura 10 – Histograma da densidade te´orica das ICSAP, ajustado conforme o

me-lhor modelo, segundo os casos de infec¸c˜ao no rim e trato urin´ario (G15). Brasil, 2015. . . 108 Figura 11 – Histograma das taxas de ICSAP (por 10.000 habitantes), segundo, os

grupos de diagn´osticos G2, G7 e G11 nos munic´ıpios nordestinos. Bra-sil, 2015. . . 111 Figura 12 – Fun¸c˜oes de distribui¸c˜ao acumuladas (emp´ırica e te´orica), para a vari´avel

gastroenterites infecciosas e outras complica¸c˜oes (G2), nos munic´ıpios nordestinos. (A) Ajuste de todos os modelos propostos no estudo; (B) Ajuste dos cinco melhores modelos probabil´ısticos. Brasil, 2015. . . . 112 Figura 13 – Histograma da densidade te´orica das ICSAP ajustado conforme o

me-lhor modelo, segundo os casos de gastroenterites infecciosas e outras complica¸c˜oes (G2), nos munic´ıpios nordestinos. Brasil, 2015. . . 117 Figura 14 – Fun¸c˜oes de distribui¸c˜ao acumuladas (emp´ırica e te´orica), para a vari´avel

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nos. Brasil, 2015. . . 123 Figura 16 – Fun¸c˜oes de distribui¸c˜ao acumuladas (emp´ırica e te´orica), para a vari´avel

insuficiˆencia card´ıaca (G11), nos munic´ıpios nordestinos. (A) Ajuste de todos os modelos propostos no estudo; (B) Ajuste dos cinco melhores modelos probabil´ısticos. Brasil, 2015. . . 124 Figura 17 – Histograma da densidade te´orica das ICSAP ajustado conforme o

me-lhor modelo, segundo os casos de insuficiˆencia card´ıaca (G11), nos mu-nic´ıpios nordestinos. Brasil, 2015. . . 129 Figura 18 – Histograma das taxas de ICSAP (por 10.000 habitantes), segundo, os

grupos de diagn´osticos G2, G15 e G11 nos munic´ıpios paraibanos. Bra-sil, 2015. . . 132 Figura 19 – Fun¸c˜oes de distribui¸c˜ao acumuladas (emp´ırica e te´orica), para a vari´avel

gastroenterites infecciosas e outras complica¸c˜oes (G2), nos munic´ıpios paraibanos. (A) Ajuste de todos os modelos propostos no estudo; (B) Ajuste dos cinco melhores modelos probabil´ısticos. Brasil, 2015. . . . 133 Figura 20 – Histograma da densidade te´orica das ICSAP ajustado conforme o

me-lhor modelo, segundo os casos de gastroenterites infecciosas e outras complica¸c˜oes (G2), nos munic´ıpios paraibanos. Brasil, 2015. . . 138 Figura 21 – Fun¸c˜oes de distribui¸c˜ao acumuladas (emp´ırica e te´orica), para a vari´avel

infec¸c˜ao no rim e trato urin´ario (G15), nos munic´ıpios paraibanos. (A) Ajuste de todos os modelos propostos no estudo; (B) Ajuste dos cinco melhores modelos probabil´ısticos. Brasil, 2015. . . 139 Figura 22 – Histograma da densidade te´orica das ICSAP ajustado conforme o

me-lhor modelo, segundo os casos de infec¸c˜ao no rim e trato urin´ario (G15), nos munic´ıpios paraibanos. Brasil, 2015. . . 143 Figura 23 – Fun¸c˜oes de distribui¸c˜ao acumuladas (emp´ırica e te´orica), para a vari´avel

insuficiˆencia card´ıaca (G11), nos munic´ıpios paraibanos. (A) Ajuste de todos os modelos propostos no estudo; (B) Ajuste dos cinco melhores modelos probabil´ısticos. Brasil, 2015. . . 144 Figura 24 – Histograma da densidade te´orica das ICSAP ajustado conforme o

me-lhor modelo, segundo os casos de insuficiˆencia card´ıaca (G11), nos mu-nic´ıpios paraibanos. Brasil, 2015. . . 149 Figura 25 – Representa¸c˜ao gr´afica da fun¸c˜ao densidade de probabilidade da

distri-bui¸c˜ao Frech´et. . . 187 Figura 26 – Representa¸c˜ao gr´afica da fun¸c˜ao densidade de probabilidade da

distri-bui¸c˜ao Log-Normal. . . 187 Figura 27 – Representa¸c˜ao gr´afica da fun¸c˜ao densidade de probabilidade da

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Tabela 1 – Casos especiais da distribui¸c˜ao Gama . . . 52 Tabela 2 – Estat´ıstica descritiva para as ICSAP segundo os grupos de diagn´osticos.

Brasil, 2015. . . 95 Tabela 3 – Medidas de bondade de ajuste de distribui¸c˜oes de probabilidade cont´ınuas

para as ICSAP, segundo os casos de gastroenterites infecciosas e outras complica¸c˜oes (G2). Brasil, 2015. . . 98 Tabela 4 – Valores estat´ısticos de referˆencia para as ICSAP, segundo os casos de

gastroenterites infecciosas e outras complica¸c˜oes (G2). Brasil, 2015. . . 100 Tabela 5 – Medidas de bondade de ajuste de distribui¸c˜oes de probabilidade cont´ınuas

para as ICSAP, segundo os casos de insuficiˆencia card´ıaca (G11). Bra-sil, 2015. . . 102 Tabela 6 – Valores estat´ısticos de referˆencia para as ICSAP, segundo os casos de

insuficiˆencia card´ıaca (G11). Brasil, 2015. . . 104 Tabela 7 – Medidas de bondade de ajuste de distribui¸c˜oes de probabilidade cont´ınuas

para as ICSAP, segundo os casos de infec¸c˜ao no rim e trato urin´ario (G15). Brasil, 2015. . . 106 Tabela 8 – Valores estat´ısticos de referˆencia para as ICSAP, segundo os casos de

infec¸c˜ao no rim e trato urin´ario (G15). Brasil, 2015. . . 108 Tabela 9 – N´umero de munic´ıpios, segundo os grupos de diagn´osticos, em rela¸c˜ao

ao n´ıvel de desempenho das ICSAP. Brasil, 2015. . . 109 Tabela 10 – Estat´ıstica descritiva para as ICSAP, segundo os grupos de diagn´osticos,

dos munic´ıpios nordestinos. Brasil, 2015. . . 110 Tabela 11 – Medidas de bondade de ajuste de distribui¸c˜oes de probabilidade cont´ınuas

para as ICSAP, segundo os casos de gastroenterites infecciosas e outra complica¸c˜oes (G2), nos munic´ıpios nordestinos. Brasil, 2015. . . 113 Tabela 12 – Valores estat´ısticos de referˆencia para as ICSAP, segundo os casos de

gastroenterites infecciosas e outras complica¸c˜oes (G2), nos munic´ıpios nordestinos. Brasil, 2015. . . 117 Tabela 13 – Medidas de bondade de ajuste de distribui¸c˜oes de probabilidade cont´ınuas

para as ICSAP, segundo os casos de asma (G7), nos munic´ıpios nor-destinos. Brasil, 2015. . . 119 Tabela 14 – Valores estat´ısticos de referˆencia para as ICSAP, segundo os casos de

asma (G7), nos munic´ıpios nordestinos. Brasil, 2015. . . 123 Tabela 15 – Medidas de bondade de ajuste de distribui¸c˜oes de probabilidade cont´ınuas

para as ICSAP, segundo os casos de insuficiˆencia card´ıaca (G11), nos munic´ıpios nordestinos. Brasil, 2015. . . 125 Tabela 16 – Valores estat´ısticos de referˆencia para as ICSAP, segundo os casos de

insuficiˆencia card´ıaca (G11), nos munic´ıpios nordestinos. Brasil, 2015. . 129 Tabela 17 – N´umero de munic´ıpios nordestinos, segundo os grupos de diagn´osticos,

em rela¸c˜ao ao n´ıvel de desempenho das ICSAP. Brasil, 2015. . . 130 Tabela 18 – Estat´ıstica descritiva para as ICSAP, segundo os grupos de diagn´osticos,

dos munic´ıpios paraibanos. Brasil, 2015. . . 131 Tabela 19 – Medidas de bondade de ajuste de distribui¸c˜oes de probabilidade cont´ınuas

(14)

paraibanos. Brasil, 2015. . . 137 Tabela 21 – Medidas de bondade de ajuste de distribui¸c˜oes de probabilidade cont´ınuas

para as ICSAP, segundo os casos de infec¸c˜ao no rim e trato urin´ario (G15), nos munic´ıpios paraibanos. Brasil, 2015. . . 140 Tabela 22 – Valores estat´ısticos de referˆencia para as ICSAP, segundo os casos de

infec¸c˜ao no rim e trato urin´ario (G15), nos munic´ıpios paraibanos. Bra-sil, 2015. . . 143 Tabela 23 – Medidas de bondade de ajuste de distribui¸c˜oes de probabilidade cont´ınuas

para as ICSAP, segundo os casos de insuficiˆencia card´ıaca (G11), nos munic´ıpios paraibanos. Brasil, 2015. . . 145 Tabela 24 – Valores estat´ısticos de referˆencia para as ICSAP, segundo os casos de

insuficiˆencia card´ıaca (G11), nos munic´ıpios paraibanos. Brasil, 2015. . 148 Tabela 25 – N´umero de munic´ıpios paraibanos, segundo os grupos de diagn´osticos,

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AB - Aten¸c˜ao B´asica

ACS - Agente Comunit´ario de Sa´ude

APS - Aten¸c˜ao Prim´aria `a Sa´ude

CAP - Caixa de Aposentadoria e Pens˜ao

CID - Classifica¸c˜ao Internacional de Doen¸cas

DAB - Departamento de Aten¸c˜ao B´asica

EMV - Estimador de M´axima Verossimilhan¸ca

ESF - Estrat´egia Sa´ude da Fam´ılia

FIOCRUZ - Funda¸c˜ao Oswaldo Cruz

ICSAP - Interna¸c˜oes por Condi¸c˜oes Sens´ıveis `a Aten¸c˜ao Prim´aria

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estat´ıstica

IDH - ´Indice de Desenvolvimento Humano

INPS - Instituto Nacional de Previdˆencia Social

INAMPS - Instituto Nacional da Assistˆencia M´edica e Previdˆencia Social

LOS - Leis Orgˆanicas da Sa´ude

MS - Minist´erio da Sa´ude

NASF - N´ucleo de Apoio `a Sa´ude da Fam´ılia

NOAS - Normas Operacionais de Assistˆencia `a Sa´ude

NOB - Normas Operacionais B´asicas

OMS - Organiza¸c˜ao Mundial da Sa´ude

PMAQ - Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade

PNAB - Pol´ıtica Nacional de Aten¸c˜ao B´asica

PNACS - Programa Nacional de Agentes Comunit´arios de Sa´ude

PSF - Programa Sa´ude da Fam´ılia

SIAB - Sistema de Informa¸c˜ao da Aten¸c˜ao B´asica

SISAB - Sistema de Informa¸c˜ao de Sa´ude da Aten¸c˜ao B´asica

SUS - Sistema ´Unico de Sa´ude

(16)

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 16

1.1 Internac¸˜oes por Condic¸˜oes Sens´ıveis `a Atenc¸˜ao Prim´aria . . . 16

1.2 A Lista Brasileira de Internac¸˜oes por Condic¸˜oes Sens´ıveis `a Atenc¸˜ao Prim´aria . . . 19

1.3 Atenc¸˜ao Prim´aria a Sa ´ude . . . 20

1.4 Atos e Ac¸˜oes de Sa ´ude . . . 31

1.5 Modelos Assistenciais de Atenc¸˜ao `a Sa ´ude . . . 32

1.6 Processo de Trabalho em Sa ´ude. . . 34

1.7 Valor Estat´ıstico de Referˆencia Aplicado `a Sa ´ude . . . 40

2 OBJETIVOS . . . 45

2.1 Objetivo Geral . . . 45

2.2 Objetivos Espec´ıficos . . . 45

3 DISTRIBUIC¸ ˜OES DE PROBABILIDADE CONT´INUAS . . . 46

3.1 Distribuic¸˜ao Cauchy . . . 47

3.2 Distribuic¸˜ao Erlang . . . 48

3.3 Distribuic¸˜ao Exponencial . . . 49

3.4 Distribuic¸˜ao Fr´echet . . . 50

3.5 Distribuic¸˜ao Gama. . . 51

3.6 Distribuic¸˜ao Gaussiana Inversa (Distribuic¸˜ao Wald) . . . 53

3.7 Distribuic¸˜ao Gompertz . . . 54

3.8 Distribuic¸˜ao Gumbel . . . 56

3.9 Distribuic¸˜ao Laplace (Exponencial Dupla) . . . 57

3.10 Distribuic¸˜ao L´evy . . . 59

3.11 Distribuic¸˜ao Log´ıstica . . . 60

3.12 Distribuic¸˜ao Lomax . . . 61

3.13 Distribuic¸˜ao Log-Normal . . . 63

3.14 Distribuic¸˜ao Normal . . . 64

3.15 Distribuic¸˜ao Pareto . . . 65

3.16 Distribuic¸˜ao Qui-Quadrado . . . 66

3.17 Distribuic¸˜ao Rayleigh . . . 67

3.18 Distribuic¸˜aot-Student . . . 68

3.19 Distribuic¸˜ao Uniforme (ou Retangular) . . . 70

3.20 Distribuic¸˜ao do Valor Extremo . . . 71

3.21 Distribuic¸˜ao Weibull . . . 73

4 TESTES DE BONDADE DE AJUSTE E CRIT ´ERIOS DE INFORMAC¸ ˜AO 75 4.1 Testes de Bondade de Ajuste . . . 75

4.1.1 Teste Anderson-Darling. . . 77

4.1.2 Teste Cram´er-Von Mises . . . 78

4.1.3 Teste Kolmogorov-Smirnov . . . 79

4.1.4 Teste da Raz˜ao de M´axima Verossimilhanc¸a . . . 81

4.2 Crit´erios de Informac¸˜ao . . . 82

(17)

5 REFERENCIAL METODOL ´OGICO . . . 85

5.1 Tipologia do Estudo . . . 85

5.2 Abordagem Metodol´ogica . . . 86

5.3 Procedimento de Coleta e An´alise de Dados . . . 86

5.4 Procedimento para a Interpretac¸˜ao do VER . . . 91

5.5 Aspectos ´Eticos . . . 92

6 APRESENTAC¸ ˜AO DOS RESULTADOS . . . 93

6.1 CEN ´ARIO 1: Brasil . . . 94

6.1.1 Gastroenterites Infecciosas e Outras Complicac¸˜oes (G2) . . . 96

6.1.2 Insuficiˆencia Card´ıaca (G11) . . . 101

6.1.3 Infecc¸˜ao no Rim e Trato Urin´ario (G15) . . . 104

6.2 CEN ´ARIO 2: Nordeste . . . 110

6.2.1 Gastroenterites Infecciosas e Outras Complicac¸˜oes (G2) . . . 112

6.2.2 Asma (G7) . . . 118

6.2.3 Insuficiˆencia Card´ıaca (G11) . . . 124

6.3 CEN ´ARIO 3: Para´ıba . . . 131

6.3.1 Gastroenterites Infecciosas e Outras Complicac¸˜oes (G2) . . . 133

6.3.2 Infecc¸˜ao no Rim e Trato Urin´ario (G15) . . . 138

6.3.3 Insuficiˆencia Card´ıaca (G11) . . . 144

7 TESE: PROPOSTA DE UM VALOR ESTAT´ISTICO DE REFER ˆENCIA PARA AS ICSAP . . . 151

8 CONCLUS ˜AO . . . 152

PUBLICAC¸ ˜OES DA TESE . . . 158

REFER ˆENCIAS BIBLIOGR ´AFICAS . . . 159

Apˆendice A Script do Programa Implementado no Software R . . . 176

Apˆendice B Representac¸˜ao gr´afica das func¸˜oes densidade de probabilidade das distribuic¸˜oes Frech´et, Normal, Log-Normal . . . 187

Apˆendice C Valores Estat´ısticos de Referˆencia para os Munic´ıpios Brasileiros . . 189

Anexo A Lista Brasileira das ICSAP . . . 314

(18)

1 INTRODUC¸ ˜AO

1.1 INTERNAC¸ ˜OES POR CONDIC¸ ˜OES SENS´IVEIS `A ATENC¸ ˜AO PRIM ´ARIA

Organizado de acordo com os princ´ıpios e diretrizes contidos na Constitui¸c˜ao Federal de

1988 e em todo arcabou¸co legal que vˆem sendo constru´ıdo ao longo dos anos com vistas

`a sua implementa¸c˜ao, o sistema p´ublico de sa´ude no Brasil tem passado por constantes

mudan¸cas e reformula¸c˜oes (GOULART, 2013). As ´ultimas d´ecadas foram marcadas pela

implementa¸c˜ao de uma agenda de reformas dos sistemas de sa´ude em todo o mundo, com

diversas altera¸c˜oes propostas nas suas formas de organiza¸c˜ao, na aloca¸c˜ao de recursos,

formas de remunera¸c˜ao e ainda, no modelo de presta¸c˜ao dos servi¸cos. Estas reformas

foram respostas `a sucessivas “crises na sa´ude”, visto que a transi¸c˜ao epidemiol´ogica em

curso e a alta incorpora¸c˜ao de tecnologia geraram gastos crescentes, n˜ao acompanhados

de melhoria das condi¸c˜oes de sa´ude das popula¸c˜oes (VIANA; DAL, 1998).

A investiga¸c˜ao em servi¸cos de sa´ude assume relevˆancia no intuito de orientar as

pol´ıticas p´ublicas e buscar a melhoria do desempenho dos servi¸cos ofertados `a popula¸c˜ao.

Assim, o desenvolvimento de indicadores de sa´ude que contribuam para a an´alise do

sis-tema de sa´ude e sua organiza¸c˜ao se faz imprescind´ıvel. Esses indicadores devem ser ´uteis

para a identifica¸c˜ao dos problemas de sa´ude de uma regi˜ao, para a avalia¸c˜ao de tendˆencias

ao longo do tempo e das poss´ıveis disparidades de oferta de servi¸cos entre ´areas ou

sub-grupos populacionais, identificando iniquidades (PROJETO ICSAP BRASIL, 2012).

No contexto internacional, indicadores da atividade hospitalar vˆem sendo usados como

medida da efetividade da aten¸c˜ao prim´aria em sa´ude. Um desses indicadores, desenvolvido

por Billings et al, denominadoAmbulatory Care Sensitive Conditions, foi desenvolvido na

d´ecada de 1990 nos Estados Unidos como corol´ario do conceito de mortes evit´aveis e ´e

usado como indicador de acesso e qualidade desse n´ıvel de aten¸c˜ao (BILLINGS;

ANDER-SON; NEWMAN, 1996). No Brasil foi traduzido livremente como, “Interna¸c˜oes por Condi¸c˜oes Sens´ıveis `a Aten¸c˜ao Prim´aria” (ICSAP).

O referido indicador tem se apresentado bastante ´util, como uma nova ferramenta para

monitorar o desempenho da aten¸c˜ao prim´aria `a sa´ude (APS). Para que um desempenho

(19)

bastante complexa na ´area da sa´ude. Todavia, existem indicadores, os quais conforme

a Rede Interagencial de Informa¸c˜oes para a Sa´ude (2008) s˜ao utilizados como

medidas-s´ıntese que cont´em informa¸c˜ao relevante sobre determinados atributos e dimens˜oes do

estado de sa´ude, bem como, do desempenho desse sistema de sa´ude. Trata-se, portanto,

de um indicador valioso para monitoramento e avalia¸c˜ao.

As ICSAP representam um conjunto de problemas de sa´ude para os quais a efetiva

a¸c˜ao da aten¸c˜ao prim´aria a sa´ude diminuiria o risco de interna¸c˜ao, com atividades

cen-tradas no diagn´ostico e tratamento precoce das doen¸cas agudas, bem como no controle

e acompanhamento das condi¸c˜oes crˆonicas. S˜ao exemplos de interna¸c˜oes sens´ıveis as

pneumonias bacterianas, as complica¸c˜oes do diabetesmellitus, hipertens˜ao e asma, entre

outros (CAMINAL-HOMAR; CASANOVA-MATUTANO, 2003). Atividades como a

pre-ven¸c˜ao de doen¸cas, o diagn´ostico e o tratamento precoce de patologias agudas, o controle

e acompanhamento de patologias crˆonicas, devem ter como consequˆencia a redu¸c˜ao das

interna¸c˜oes hospitalares por esses problemas (ALFRADIQUE; BONOLO; DOURADO;

ET AL, 2009).

Em alguns pa´ıses a utiliza¸c˜ao das taxas de interna¸c˜oes por condi¸c˜oes sens´ıveis `a aten¸c˜ao

prim´aria representa um indicador indireto para avaliar o acesso e a qualidade dos servi¸cos

da aten¸c˜ao prim´aria. Altas taxas de ICSAP em uma popula¸c˜ao, ou subgrupo(s), podem

indicar s´erios problemas de acesso ao sistema de sa´ude ou de seu desempenho. Eles podem

estar associados a deficiˆencias na cobertura dos servi¸cos ou uma capacidade de resolu¸c˜ao

da aten¸c˜ao b´asica inadequada, isto ´e, baixa resolutividade, para determinados problemas

de sa´ude. Conforme afirma Alfradique, Bonolo, Dourado e et al (2009), o excesso de

hospitaliza¸c˜oes representa um sinal de alerta, que pode acionar mecanismos de an´alise e

busca de explica¸c˜oes para sua ocorrˆencia.

O uso do conceito de Interna¸c˜oes por Condi¸c˜oes Sens´ıveis `a Aten¸c˜ao Prim´aria, tem

como premissa o fato de que a aten¸c˜ao prim´aria a sa´ude oportuna e de boa qualidade pode

evitar a interna¸c˜ao ou reduzir sua frequˆencia para algumas condi¸c˜oes de sa´ude

(ALFRA-DIQUE; BONOLO; DOURADO; ET AL, 2009). Para tanto, o cuidado deve ser resolutivo

e abrangente, de forma que a referˆencia a outros n´ıveis de aten¸c˜ao do sistema de sa´ude seja

feita somente nos casos graves ou com complica¸c˜oes raras. A aten¸c˜ao prim´aria de

(20)

reduzindo a gravidade dos problemas de sa´ude e suas complica¸c˜oes, atrav´es de medidas

de promo¸c˜ao, preven¸c˜ao de agravos, diagn´ostico e tratamento precoce e acompanhamento

adequado de casos (GILL; MAINOUS, 1998). Assim, pode-se evitar ou reduzir interna¸c˜oes

por doen¸cas infecciosas preven´ıveis por meio de imuniza¸c˜ao (sarampo, t´etano e difteria,

en-tre outras), ou complica¸c˜oes de outras doen¸cas infecciosas, a exemplo das gastroenterites e

pneumonias, bem como reduzir as hospitaliza¸c˜oes, readmiss˜oes e tempo de permanˆencia no

hospital por complica¸c˜oes agudas de condi¸c˜oes crˆonicas, como diabetes, hipertens˜ao e

in-suficiˆencia card´ıaca congestiva (CAMINAL-HOMAR; CASANOVA-MATUTANO, 2003).

A utiliza¸c˜ao das interna¸c˜oes por condi¸c˜oes sens´ıveis `a aten¸c˜ao prim´aria, enquanto

ferramenta pode proporcionar: a compara¸c˜ao de desempenho de diferentes servi¸cos de

sa´ude; a avalia¸c˜ao dos efeitos de pol´ıticas p´ublicas de sa´ude, em termos de resolutividade,

qualidade e acessibilidade da APS; a investiga¸c˜ao sobre iniquidades de acesso entre as

regi˜oes, comunidades e grupos populacionais.

Segundo Alfradique, Bonolo, Dourado e et al (2009) na interpreta¸c˜ao das interna¸c˜oes

por condi¸c˜oes sens´ıveis `a aten¸c˜ao prim´aria, ´e importante diferenciar interna¸c˜oes

pre-ven´ıveis, sens´ıveis, evit´aveis ou inapropriadas. Existem v´arias caracter´ısticas que

po-dem determinar o uso inadequado dos servi¸cos de sa´ude, como: caracter´ısticas

s´ocio-demogr´aficas da popula¸c˜ao; padr˜oes de utiliza¸c˜ao dos servi¸cos; atitudes em face do

trata-mento; varia¸c˜oes na prevalˆencia de doen¸cas na popula¸c˜ao; inexistˆencia de rede de prote¸c˜ao

social; barreiras de acesso; dota¸c˜ao de recursos insuficientes; incapacidade organizativa

para gerenciar processos; manejo cl´ınico inadequado; facilidade de acesso `a aten¸c˜ao

espe-cializada e hospitalar e baixa ou nula coordena¸c˜ao do primeiro n´ıvel assistencial.

Os supracitados autores afirmam que para aplicar os resultados de avalia¸c˜ao das

in-terna¸c˜oes por condi¸c˜oes sens´ıveis `a aten¸c˜ao prim´aria na melhoria desse n´ıvel de aten¸c˜ao,

faz-se necess´ario investigar a rela¸c˜ao entre essas interna¸c˜oes e a aten¸c˜ao prim´aria `a sa´ude.

Por exemplo, no caso de doen¸cas imunopreven´ıveis, ´e a condi¸c˜ao propriamente dita que

´e considerada evit´avel, e n˜ao a interna¸c˜ao. As hospitaliza¸c˜oes por essas causas deveriam

ser essencialmente eliminadas na presen¸ca de uma aten¸c˜ao prim´aria `a sa´ude de qualidade.

No caso de outras doen¸cas infecciosas ou casos agudos, a aten¸c˜ao prim´aria `a sa´ude

so-mente pode prevenir ou controlar complica¸c˜oes. Ainda assim, embora essas condi¸c˜oes n˜ao

(21)

oportuna e apropriada, pois essas doen¸cas geralmente podem ser manejadas em

ambu-lat´orio, e apenas por falta de assistˆencia oportuna podem levar a complica¸c˜oes requerendo

interna¸c˜ao.

Por outro lado, no caso das doen¸cas crˆonicas que levam `a ampla utiliza¸c˜ao dos servi¸cos

de sa´ude, os agravamentos podem ocorrer, mas s˜ao mais frequentes quando n˜ao h´a

acom-panhamento regular pela aten¸c˜ao prim´aria `a sa´ude. Nos casos de doen¸cas crˆonicas em

est´agios mais avan¸cados, as interna¸c˜oes por condi¸c˜oes sens´ıveis `a aten¸c˜ao prim´aria

po-dem indicar barreiras de acesso `a aten¸c˜ao prim´aria ou a outros servi¸cos de sa´ude, ou

ainda falta de manejo adequado para prevenir o agravamento da enfermidade e a

hospi-taliza¸c˜ao. Nessas situa¸c˜oes, o papel da aten¸c˜ao prim´aria `a sa´ude ´e reduzir as interna¸c˜oes

por complica¸c˜oes agudas da doen¸ca, as readmiss˜oes e o tempo de permanˆencia no hospital

(ALFRADIQUE; BONOLO; DOURADO; ET AL, 2009).

1.2 A LISTA BRASILEIRA DE INTERNAC¸ ˜OES POR CONDIC¸ ˜OES SENS´IVEIS `A ATENC¸ ˜AO PRIM ´ARIA

Em 2008, o Minist´erio da Sa´ude Brasileiro, com base em estudo epidemiol´ogico

desen-volvido por grupos acadˆemicos, e atrav´es da Portaria N0 221, de 17 de abril de 2008

apresentou aLista Brasileira de Condi¸c˜oes Sens´ıveis `a Aten¸c˜ao Prim´aria, que in-clui 120 categorias da CID-10 (com trˆes d´ıgitos) e 15 subcategorias (com quatro d´ıgitos),

agrupadas de acordo com a possibilidade de interven¸c˜oes e a magnitude dos agravos, no

total de 19 grupos de diagn´osticos. A referida lista foi elaborada considerando dentre

ou-tros aspectos: a Estrat´egia Sa´ude da Fam´ılia (ESF) como priorit´aria para reorganiza¸c˜ao

da aten¸c˜ao b´asica no Brasil; a institucionaliza¸c˜ao da avalia¸c˜ao da aten¸c˜ao b´asica no

Bra-sil; o impacto da aten¸c˜ao prim´aria em sa´ude na redu¸c˜ao das interna¸c˜oes por condi¸c˜oes

sens´ıveis `a aten¸c˜ao prim´aria em v´arios pa´ıses; as listas de ICSAP existentes em outros

pa´ıses e a necessidade de cria¸c˜ao de uma lista que refletisse as diversidades das condi¸c˜oes

de sa´ude e doen¸ca no territ´orio nacional, bem como, a possibilidade de incluir indicadores

da atividade hospitalar para serem utilizados como medida indireta do funcionamento da

aten¸c˜ao b´asica brasileira e da ESF (BRASIL, 2008).

A constru¸c˜ao dessa lista teve como marco conceitual o modelo proposto por

(22)

com esse modelo, assume-se que, para algumas condi¸c˜oes de sa´ude, a aten¸c˜ao prim´aria

oportuna e de boa qualidade pode evitar a hospitaliza¸c˜ao ou reduzir sua frequˆencia. Isso

significa que o cuidado deve ser resolutivo e abrangente, de forma que a referˆencia se

dar´a somente naqueles casos raros e incomuns que extrapolem sua competˆencia, sendo

responsabilidade da aten¸c˜ao prim´aria a coordena¸c˜ao do cuidado daqueles que utilizarem

servi¸cos em outros n´ıveis de aten¸c˜ao, tornando-os integrados.

Desta forma, entende-se a aten¸c˜ao prim´aria como a provis˜ao, a uma popula¸c˜ao

defi-nida, do primeiro contato, focado na pessoa e continuado ao longo do tempo, acess´ıvel, a

fim de facilitar a obten¸c˜ao do cuidado quando necess´ario (STARFIELD, 2002). N˜ao

exis-tem indicadores, com base em dados secund´arios, que possam ser utilizados para avaliar

o impacto da sa´ude da fam´ılia no sistema de sa´ude brasileiro. O prop´osito de uma lista

brasileira de interna¸c˜oes por condi¸c˜oes sens´ıveis `a aten¸c˜ao prim´aria ´e desenvolver mais

uma ferramenta que possa contribuir para avaliar a aten¸c˜ao prim´aria no pa´ıs e comparar

seu desempenho (ALFRADIQUE; BONOLO; DOURADO; ET AL, 2009).

1.3 ATENC¸ ˜AO PRIM ´ARIA A SA ´UDE

Todo sistema de servi¸cos de sa´ude possui duas metas principais: otimizar a sa´ude da

popula¸c˜ao e minimizar as disparidades entre subgrupos populacionais, de modo que

de-terminados grupos n˜ao estejam em desvantagem em rela¸c˜ao ao seu acesso aos servi¸cos de

sa´ude. Segundo Starfield (2002), em reconhecimento `as crescentes iniquidades sociais e

de sa´ude em quase todos os pa´ıses, a Organiza¸c˜ao Mundial de Sa´ude (OMS) adotou um

conjunto de princ´ıpios para construir a base da aten¸c˜ao prim´aria dos servi¸cos de sa´ude.

Conhecida como Carta de Lubliana, ela prop˜oe que os sistemas de sa´ude deveriam ser:

• Dirigidos por valores de dignidade humana, equidade, solidariedade e ´etica profissi-onal;

• Direcionados para a prote¸c˜ao e promo¸c˜ao da sa´ude;

• Centrados nas pessoas, permitindo que os cidad˜aos influenciem os servi¸cos de sa´ude e assumam a responsabilidade por sua pr´opria sa´ude;

(23)

• Baseados em financiamento sustent´avel, para permitir a cobertura universal e o acesso equitativo; e

• Direcionados para a Aten¸c˜ao Prim´aria.

Servi¸cos de sa´ude orientados pela aten¸c˜ao prim´aria s˜ao marcados, historicamente, por

sucessivas adapta¸c˜oes e reconstru¸c˜oes. Os aspectos te´oricos de um sistema de sa´ude

hie-rarquizado e integrado teve in´ıcio na Inglaterra, em 1920, com as propostas do “Relat´orio

Dawson”, onde a rede de sa´ude compunha-se da assistˆencia prim´aria apoiada pelo n´ıvel

secund´ario, composto por especialistas que realizavam consultas e tinham o apoio dos

hospitais de ensino terci´arios para a condu¸c˜ao das doen¸cas mais incomuns que

necessi-tavam de tratamentos mais complexos (STARFIELD, 2002; MATTA, MOROSINI, 2009;

MELLO, FONTANELA, DEMARZO, 2009).

Em 1961, nos EUA e no Reino Unido, a maioria dos atendimentos em sa´ude estavam

voltados para o eixo da aten¸c˜ao prim´aria. Por´em, foi na d´ecada de 1970 que o termo

“Primary Health Care” foi mencionado pela primeira vez por uma revista da Comiss˜ao

M´edica Crist˜a, que intervinha nas comunidades treinando agentes de sa´ude. Diversos

estudos realizados conjuntamente pela UNICEF, OMS e estudiosos foram publicados em

1975, defendendo a aten¸c˜ao prim´aria `a sa´ude como caminho para servi¸cos de sa´ude mais

efetivos e associando-a a um projeto de desenvolvimento social com base comunit´aria.

Experiˆencias da Indon´esia, ´India, Guatemala, Tanzˆania, China e Cuba compuseram as

discuss˜oes que antecederam a Conferˆencia de Alma Ata (MELLO, FONTANELA,

DE-MARZO, 2009).

Em 1978, realizou-se em Alma Ata (antiga Uni˜ao Sovi´etica) a primeira Conferˆencia

Internacional sobre Cuidados de Sa´ude Prim´arios, organizada pelo Fundo das Na¸c˜oes

Unidas para a Infˆancia (United Nations Children’s Fund - UNICEF) e pela Organiza¸c˜ao

Mundial da Sa´ude (OMS). Esse encontro contou com a colabora¸c˜ao de mais de 700

parti-cipantes e resultou numa declara¸c˜ao contendo dez pontos: aDeclara¸c˜ao de Alma Ata. Um pacto assinado por 134 pa´ıses em defesa da aplica¸c˜ao dos cuidados prim´arios de sa´ude

e uma das mais importantes metas mundiais das sociedades, exprimindo a sa´ude como

direito fundamental do ser humano. (MENDES, 2004; MATA, MOROSINI, 2009 apud

(24)

Conforme Starfield (2002), em 1977, em sua trig´esima reuni˜ao anual, a Assembl´eia

Mundial de Sa´ude decidiu unanimemente que a principal meta social dos governos

parti-cipantes deveria ser “a obten¸c˜ao por parte de todos os cidad˜aos do mundo de um n´ıvel

de sa´ude no ano 2000 que lhes permitiria levar vida social e economicamente produtiva”.

Hoje conhecida como “Sa´ude para Todos no Ano 2000”, esta declara¸c˜ao desencadeou

uma s´erie de atividades que tiveram um grande impacto sobre o pensamento a respeito

da aten¸c˜ao prim´aria. Os princ´ıpios foram enunciados na referida conferˆencia realizada em

Alma Ata e trataram do t´opico da “aten¸c˜ao prim´aria `a sa´ude”. A aten¸c˜ao prim´aria `a

sa´ude foi definida como:

Aten¸c˜ao essencial `a sa´ude baseada em tecnologia e m´etodos

pr´aticos, cientificamente comprovados e socialmente aceit´aveis, tor-nados universalmente acess´ıveis a indiv´ıduos e fam´ılias na comuni-dade por meios aceit´aveis para ele e a um custo que tanto a comu-nidade como o pa´ıs possa arcar em cada est´agio de seu

desenvolvi-mento, um esp´ırito de autoconfian¸ca e autodetermina¸c˜ao. ´E parte

integral do sistema de sa´ude do pa´ıs, do qual ´e fun¸c˜ao central, sendo

o enfoque principal do desenvolvimento social e econˆomico global

da comunidade. ´E o primeiro n´ıvel de contato dos indiv´ıduos, da

fam´ılia e da comunidade com o sistema nacional de sa´ude, levando

a aten¸c˜ao `a sa´ude o mais pr´oximo poss´ıvel do local onde as

pes-soas vivem e trabalham, constituindo o primeiro elemento de um

processo de aten¸c˜ao continuada `a sa´ude.

(ORGANIZAC¸ ˜AO MUNDIAL DA SA ´UDE, 1978)

.

A conferˆencia de Alma Ata especificou ainda mais que os componentes fundamentais

da aten¸c˜ao prim´aria `a sa´ude eram educa¸c˜ao em sa´ude; saneamento ambiental,

especial-mente de ´aguas e alimentos; programas de sa´ude materno-infantis, inclusive imuniza¸c˜oes

e planejamento familiar; preven¸c˜ao de doen¸cas endˆemicas locais; tratamento adequado

de doen¸cas e les˜oes comuns; fornecimento de medicamentos essenciais; promo¸c˜ao de boa

nutri¸c˜ao; e medicina tradicional (STARFIELD, 2002). Ainda que essas metas n˜ao tenham

sido totalmente alcan¸cadas, atrav´es dessas iniciativas, a APS serviu como base para que

as reformas sanit´arias ocorressem em diversos pa´ıses nas d´ecadas de 1980 e 1990.

(25)

Brasil. Considerado um dos maiores sistemas p´ublicos de sa´ude do mundo, segundo

in-forma¸c˜oes do Conselho Nacional de Sa´ude, ´e descrito pelo Minist´erio da Sa´ude como

“um sistema ´ımpar no mundo, que garante acesso integral, universal e igualit´ario `a

po-pula¸c˜ao brasileira, do simples atendimento ambulatorial aos transplantes de ´org˜aos”. Foi

institu´ıdo pela Constitui¸c˜ao Federal de 1988, em seu artigo 196, como forma de efetivar

o mandamento constitucional do direito `a sa´ude como um “direito de todos” e “dever

do Estado” e est´a regulado pela Lei N0 8.080/1990, a qual operacionaliza o atendimento

p´ublico da sa´ude.

Com o advento do SUS, toda a popula¸c˜ao brasileira passou a ter direito `a sa´ude

universal e gratuita, financiada com recursos provenientes dos or¸camentos da Uni˜ao, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Munic´ıpios, conforme rege o artigo 195 da Constitui¸c˜ao.

Comp˜oem esse sistema, os centros e postos de sa´ude, os hospitais p´ublicos (incluindo os

universit´arios), os laborat´orios e hemocentros (bancos de sangue), os servi¸cos de Vigilˆancia

Sanit´aria, Vigilˆancia Epidemiol´ogica, Vigilˆancia Ambiental, al´em de funda¸c˜oes e institutos

de pesquisa acadˆemica e cient´ıfica, como a FIOCRUZ (Funda¸c˜ao Oswaldo Cruz) e o

Instituto Vital Brazil (CONSELHO NACIONAL DE SA ´UDE, 2012).

O SUS deve ser entendido como um processo em marcha de produ¸c˜ao social da sa´ude,

o qual resulta de propostas defendidas ao longo de muitos anos pelo conjunto da sociedade

e por muitos anos ainda estar´a sujeito a aprimoramentos. Segundo a legisla¸c˜ao brasileira,

a sa´ude ´e um direito fundamental do ser humano, cabendo ao poder p´ublico (Uni˜ao,

Estados, Distrito Federal e Munic´ıpios) garantir este direito, atrav´es de pol´ıticas sociais

e econˆomicas que visem `a redu¸c˜ao dos riscos de se adoecer e morrer, bem como o acesso

universal e igualit´ario `as a¸c˜oes e servi¸cos de promo¸c˜ao, prote¸c˜ao e recupera¸c˜ao da sa´ude

(TEIXEIRA, 2002).

O acesso universal (princ´ıpio da universalidade), significa que ao SUS compete atender

a toda popula¸c˜ao, seja atrav´es dos servi¸cos estatais prestados pela Uni˜ao, Distrito Federal,

Estados e Munic´ıpios, seja atrav´es dos servi¸cos privados conveniados ou contratados com

o poder p´ublico. O acesso igualit´ario (princ´ıpio da equidade) n˜ao significa que o SUS deva

tratar a todos de forma igual, mas sim respeitar os direitos de cada um, segundo as suas

diferen¸cas, apoiando-se mais na convic¸c˜ao ´ıntima da justi¸ca natural do que na letra da lei

(26)

Ao longo desses anos, sabe-se que s˜ao in´umeros os desafios enfrentados pelo SUS

desde sua cria¸c˜ao, mesmo assim, sua implanta¸c˜ao vem sendo marcada por muitos avan¸cos.

Durante essa trajet´oria um dos problemas mais recorrentes tem sido a consolida¸c˜ao de

uma aten¸c˜ao b´asica de qualidade, com garantia de acesso da popula¸c˜ao aos servi¸cos de

sa´ude.

Segundo Mendes (2009), no Brasil, em se tratando de pol´ıticas p´ublicas de sa´ude, o

termo Aten¸c˜ao B´asica (AB) ´e mais utilizado substituindo o termo Aten¸c˜ao Prim´aria `a

Sa´ude (APS), criado em 1961 por White et al. Vale ressaltar que diversos pa´ıses fazem

uso de diferentes interpreta¸c˜oes. No que diz respeito a promo¸c˜ao da sa´ude, preven¸c˜ao de

agravos e hospitaliza¸c˜oes, incapacidades e mortes a aten¸c˜ao prim´aria `a sa´ude ´e de grande

importˆancia. Uma vez que seja realizada de forma efetiva est´a associada a menores custos,

maior satisfa¸c˜ao dos usu´arios e melhores indicadores de sa´ude.

Na perspectiva de supera¸c˜ao desses e de outros desafios, v´arios compromissos p´ublicos

envolvendo gestores surgiram ao longo desses anos com vistas a melhorar o sistema de

sa´ude. Movimentos e mobiliza¸c˜oes sociais, amplia¸c˜ao de debates com as esferas

esta-duais e municipais, muitas vezes realizados em congressos, apresentaram como produtos

resultantes a cria¸c˜ao de: Leis Orgˆanicas da Sa´ude (LOS), Normas Operacionais B´asicas

(NOB), Normas Operacionais de Assistˆencia `a Sa´ude (NOAS), Pacto pela Sa´ude, bem

como, Programas Assistenciais (PNACS, PNAB, PSF, PMAQ), os quais fazem parte do

universo hist´orico do sistema de sa´ude brasileiro e da consolida¸c˜ao da aten¸c˜ao b´asica.

Os primeiros passos para a organiza¸c˜ao desse n´ıvel de aten¸c˜ao no Brasil foram dados

no in´ıcio da d´ecada de 1990, com a implanta¸c˜ao do Programa Nacional de Agentes Comunit´arios de Sa´ude (PNACS), inspirado em experiˆencias de preven¸c˜ao de doen¸cas por meio de informa¸c˜oes e de orienta¸c˜oes sobre cuidados de sa´ude, tendo como prioridade

inicialmente o atendimento a crian¸cas e gestantes (BRASIL, 2001). No ano de 1994, devido

a proposta limitada e reduzida do PNACS, que tratava-se de “um programa de assistˆencia

simplificada sem a garantia de integralidade das a¸c˜oes de sa´ude, voltado especialmente para

o p´ublico materno-infantil”, o Minist´erio da Sa´ude com a inten¸c˜ao de incorporar novos

elementos na aten¸c˜ao `a sa´ude, mudou a ˆenfase para o Programa Sa´ude da Fam´ılia (PSF).

(27)

unidades b´asicas de sa´ude e estender a¸c˜oes junto `a comunidade (SOUZA, 2002). Este

programa foi criado com a finalidade de reorganizar os servi¸cos da Aten¸c˜ao B´asica `a Sa´ude

e direcionar sua atua¸c˜ao para a fam´ılia inserida em determinado territ´orio social com seus

fatores determinantes e condicionantes no processo sa´ude-doen¸ca. O PSF possue como

foco da assistˆencia, pr´aticas resolutivas e integrais, orientadas pelo trabalho em equipe

com utiliza¸c˜ao constante da vigilˆancia `a sa´ude e da epidemiologia. O trabalho em equipe

´e operacionalizado a partir de uma equipe b´asica formada por um m´edico generalista, um

enfermeiro, dois auxiliares/t´ecnicos de enfermagem e de cinco a seis Agentes Comunit´arios

de Sa´ude (ACS). `A esta equipe, tamb´em pode ser incorporado, a depender do munic´ıpio,

profissionais da equipe de sa´ude bucal, mental e de reabilita¸c˜ao. (MARTINES, CHAVES,

2007; JORGE ET AL, 2007).

Sob esse aspecto verifica-se que nas ´ultimas d´ecadas, o Brasil tem experimentado

grandes mudan¸cas na estrutura do SUS. De modo particular, o modelo Sa´ude da Fam´ılia

ganhou espa¸co, a partir de 1994 com a implanta¸c˜ao do Programa Sa´ude da Fam´ılia (PSF),

que por sua vez foi ampliado em 2006 para o Estrat´egia Sa´ude da Fam´ılia (ESF),

desen-volvido com o objetivo de melhorar o acesso e a qualidade `a aten¸c˜ao prim´aria em todo

pa´ıs.

Segundo Alfradique, Bonolo, Dourado e et al (2009), o car´ater estruturante dos

sis-temas municipais de sa´ude tem provocado um importante movimento com o intuito de

reordenar o modelo de aten¸c˜ao no SUS. A estrat´egia busca maior racionalidade na

uti-liza¸c˜ao dos demais n´ıveis assistenciais e tem produzido resultados positivos no que se

refere `a avalia¸c˜ao dos usu´arios, dos gestores e dos profissionais de sa´ude; `a oferta de a¸c˜oes

de sa´ude e ao acesso e uso de servi¸cos e `a redu¸c˜ao da mortalidade infantil.

Como reflexo dos ´ultimos 20 anos, diante das v´arias mudan¸cas ocorridas no pa´ıs,

a d´ecada de 1990 tamb´em foi marcada pelo surgimento das Normas Operacionais B´asicas (NOB), editadas pelo Minist´erio da Sa´ude, representando inova¸c˜oes no sistema de sa´ude brasileiro. Dentre as quais destacam-se: NOB-SUS 01/91, NOB-SUS 01/93 e

NOB-SUS 01/96.

• Em janeiro de 1991, com a finalidade de disciplinar e padronizar o fluxo financeiro entre as trˆes esferas de governo e combater a ineficiˆencia da rede p´ublica foi editada

(28)

pagamento por produ¸c˜ao de servi¸co e adotou o or¸camento, ou seja, todas as Unidades

de Sa´ude passaram a ser financiadas segundo sua produ¸c˜ao de servi¸cos e ancoradas

pela tabela de pagamento do SUS para a rede privada. Tais a¸c˜oes geraram grande

impacto no sistema causando retrocessos e avan¸cos (BRASIL, 1991a; BRASIL, 2003;

SILVA, 2009);

• Em maio de 1993 atrav´es da Portaria N0 545, foi editada a NOB-SUS 01/93 que

teve como tema central “a municipaliza¸c˜ao ´e o caminho”, e desencadeou um amplo

processo de municipaliza¸c˜ao da gest˜ao com habilita¸c˜ao dos munic´ıpios nas condi¸c˜oes

de gest˜ao criadas (incipiente, parcial e semiplena), consagrando a descentraliza¸c˜ao

pol´ıtico-administrativa na sa´ude. No que diz respeito aos tipos de gest˜ao tˆem-se que

a gest˜ao era dita incipiente em munic´ıpios sem estrutura, com prerrogativa para o

Estado (Comiss˜oes Bipartite) suprir servi¸cos que o munic´ıpio n˜ao dispunha; em

mu-nic´ıpios pouco estruturados que dispunham de alguns servi¸cos b´asicos de sa´ude a

gest˜ao era dita parcial; A gest˜ao semiplena ´e associada a munic´ıpios estruturados

que dispunham de servi¸cos mais complexos (PEREIRA, 2014). Os principais pontos

dessa NOB foram a cria¸c˜ao e transferˆencia regular e autom´atica (fundo a fundo)

do teto global da assistˆencia para munic´ıpios em gest˜ao semiplena, habilita¸c˜ao de

munic´ıpios como gestores; defini¸c˜ao do papel dos Estados de forma fr´agil, mas esses,

ainda assim, passaram a assumir o papel de gestor do sistema estadual de sa´ude e

foram constitu´ıdas as Comiss˜oes Intergestores Bipartite (de ˆambito estadual) e

Tri-partite (nacional) como importantes espa¸cos de negocia¸c˜ao, pactua¸c˜ao, articula¸c˜ao

e integra¸c˜ao entre gestores (BRASIL, 1993; BRASIL, 2003);

• Em novembro de 1996, devido a necessidade de avan¸cos na autonomia municipal, fortalecimento das Comiss˜oes Bi e Tripartites, mudan¸cas na l´ogica do modelo

assis-tencial e na organiza¸c˜ao da oferta de servi¸cos de sa´ude (SILVA, 2009), o Minist´erio

da Sa´ude lan¸cou a NOB-SUS 01/96 que tinha como finalidade primordial “promover

e consolidar o pleno exerc´ıcio, por parte do poder p´ublico municipal e do Distrito

Federal, da fun¸c˜ao de gestor da aten¸c˜ao `a sa´ude dos seus mun´ıcipes com a

conse-quente redefini¸c˜ao das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da Uni˜ao,

(29)

a referida norma acelerou a descentraliza¸c˜ao dos recursos federais em dire¸c˜ao aos

es-tados e munic´ıpios, consolidou a ideia de autonomia de gest˜ao, criou incentivos para

mudan¸cas na l´ogica assistencial, al´em de romper com o produtivismo, incentivando

o PNACS e PSF (SILVA, 2009).

Com essas medidas, consolidou-se o Programa Sa´ude da Fam´ılia como importante

es-trat´egia para a organiza¸c˜ao e o fortalecimento da Aten¸c˜ao B´asica como primeiro n´ıvel

de aten¸c˜ao `a sa´ude. A ESF apresenta uma proposta de operacionaliza¸c˜ao mediante a

implanta¸c˜ao de equipes multiprofissionais, que s˜ao respons´aveis pelo acompanhamento

de um n´umero definido de fam´ılias, localizadas em uma ´area geogr´afica delimitada,

atu-ando com a¸c˜oes de promo¸c˜ao da sa´ude, preven¸c˜ao, recupera¸c˜ao, reabilita¸c˜ao de doen¸cas

e agravos mais frequentes al´em da manuten¸c˜ao da sa´ude da comunidade (SOUZA, 2002).

A proposta da Estrat´egia Sa´ude da Fam´ılia, enquanto expans˜ao da cobertura da

aten¸c˜ao b´asica tem sido evidenciada pelo aumento do n´umero de equipes implantadas

em todo o pa´ıs, por´em ainda n˜ao se pode afirmar que as a¸c˜oes e servi¸cos produzidos

sig-nifiquem mudan¸cas nas pr´aticas desenvolvidas e na forma de organiza¸c˜ao do processo de

trabalho como se prevˆe nos documentos que a definem (TEIXEIRA, 2006).

No ano 1998, foi criado o Sistema de Informa¸c˜ao da Aten¸c˜ao B´asica (SIAB), um instrumento gerencial alimentado pelos dados resultantes dos atendimentos e visitas

realizadas pelos profissionais de sa´ude alocados no PSF. Esse sistema possuia a fun¸c˜ao de

vigilˆancia epidemiol´ogica em sa´ude, permitindo a utiliza¸c˜ao de indicadores para avaliar a

situa¸c˜ao s´ocio-sanit´aria, o perfil epidemiol´ogico da comunidade, a aten¸c˜ao direcionada aos

grupos de risco e ainda o acompanhamento das a¸c˜oes de sa´ude (BITTAR ET AL, 2009).

As informa¸c˜oes para alimenta¸c˜ao desse sistema eram recolhidas em fichas de

cadastra-mento e acompanhacadastra-mento de fam´ılias, de gestantes, hipertensos, diab´eticos, pacientes com

tuberculose, pacientes com hansen´ıase, crian¸cas e registro de atividades, procedimentos e

notifica¸c˜oes. A an´alise desse material era realizada por meio de relat´orios de consolida¸c˜ao

dos dados, os quais fornecia aux´ılio `a equipe, `as unidades b´asicas de sa´ude e aos gestores

municipais no acompanhamento do trabalho e na avalia¸c˜ao da qualidade da assistˆencia

prestada (BRASIL, 2000).

(30)

um banco de dados com capacidade para cruzar v´arios sistemas. O e-SUS Aten¸c˜ao B´asica (e-SUS AB) ´e uma estrat´egia do Minist´erio da Sa´ude (MS) atrav´es do Departa-mento de Aten¸c˜ao B´asica (DAB) para reestruturar as informa¸c˜oes da Aten¸c˜ao Prim´aria

em Sa´ude (APS) em n´ıvel nacional, modernizando sua plataforma tecnol´ogica com o

ob-jetivo de informatizar as unidades b´asicas de sa´ude, oferecer ferramentas para ampliar o

cuidado e melhorar o acompanhamento da gest˜ao.

Esta a¸c˜ao est´a alinhada com a proposta mais geral de reestrutura¸c˜ao dos Sistemas de

Informa¸c˜ao em Sa´ude do Minist´erio da Sa´ude, entendendo que a qualifica¸c˜ao da gest˜ao

da informa¸c˜ao ´e fundamental para ampliar a qualidade no atendimento `a popula¸c˜ao. A

estrat´egia e-SUS, faz referˆencia ao processo de informatiza¸c˜ao qualificada do SUS em

busca de um SUS eletrˆonico.

Pretende-se com o e-SUS AB, reduzir a carga de trabalho empenhada na coleta,

in-ser¸c˜ao, gest˜ao e uso da informa¸c˜ao na APS, permitindo que a coleta de dados esteja

dentro das atividades j´a desenvolvidas pelos profissionais, e n˜ao uma atividade em

sepa-rado. Dentre as principais premissas do e-SUS, destacam-se: reduzir o retrabalho de coleta

dados; individualiza¸c˜ao do registro; produ¸c˜ao de informa¸c˜ao integrada; cuidado centrado

no indiv´ıduo, na fam´ılia, na comunidade e no territ´orio; desenvolvimento orientado pelas

demandas do usu´ario da sa´ude.

A coleta de dados simplificada ser´a o primeiro passo para a implanta¸c˜ao do e-SUS

AB, permitindo a alimenta¸c˜ao do SISAB mesmo em unidades de sa´ude ainda n˜ao

infor-matizadas, tendo como principal diferencial em rela¸c˜ao ao SIAB, um menor n´umero de

fichas a serem preenchidas, a individualiza¸c˜ao dos dados por cidad˜ao e a disponibiliza¸c˜ao

de relat´orios mais dinˆamicos.

`

A partir da implementa¸c˜ao desta estrat´egia, pretende-se reestruturar o atual Sistema

de Informa¸c˜oes da Aten¸c˜ao B´asica (SIAB), substitu´ıdo gradativamente por um novo

sis-tema de informa¸c˜ao, o SISAB - Sissis-tema de Informa¸c˜ao em Sa´ude da Aten¸c˜ao B´asica.

`

A partir do SISAB, outros sistemas com dados originados na aten¸c˜ao prim´aria seriam

alimentados automaticamente.

Novas mudan¸cas surgiram em 2006 em forma de Pacto com fins de consolida¸c˜ao do

SUS. Ainda com o prop´osito de fortalecer a Aten¸c˜ao B´asica, consolidar e qualificar a

(31)

sa´ude da popula¸c˜ao, um compromisso p´ublico envolvendo os gestores das trˆes esferas de

governo. O Pacto pela Sa´ude, publicado na Portaria/GM N0 399, de 22 de fevereiro de

2006, ´e constitu´ıdo por trˆes dimens˜oes: o Pacto pela Vida; o Pacto em Defesa do SUS; e

o Pacto de Gest˜ao do SUS, cuja prioridade est´a no fortalecimento da AB, com o objetivo

de consolidar e qualificar a Estrat´egia Sa´ude da Fam´ılia (ESF) como modelo de Aten¸c˜ao

B´asica `a sa´ude (BRASIL, 2006c). O Pacto ´e:

“Um documento firmado entre os trˆes gestores do SUS a partir

de uma unidade de princ´ıpios que, guardando coerˆencia com a di-versidade operativa, respeita as diferen¸cas loco-regionais, agrega os pactos anteriormente existentes, refor¸ca a organiza¸c˜ao das regi˜oes sanit´arias instituindo mecanismos de co-gest˜ao e planejamento re-gional, fortalece os espa¸cos e mecanismos de controle social,

qua-lifica o acesso da popula¸c˜ao `a aten¸c˜ao integral `a sa´ude, redefine

os instrumentos de regula¸c˜ao, programa¸c˜ao e avalia¸c˜ao, valoriza a macro fun¸c˜ao de coopera¸c˜ao t´ecnica entre os gestores e prop˜oe um financiamento tripartite que estimula crit´erios de equidade nas

transferˆencias fundo a fundo” (BRASIL, 2006a).

Visando assegurar as dimens˜oes elencadas pelo Pacto pela Sa´ude cria-se a Pol´ıtica Nacional de Aten¸c˜ao B´asica (PNAB), apresentada pelo Departamento de Aten¸c˜ao B´asica da Secretaria de Aten¸c˜ao `a Sa´ude e aprovada pela Portaria N0 648/GM de 28 de

mar¸co de 2006. Esta pol´ıtica fundamentou-se nos princ´ıpios doutrin´arios e organizativos

do SUS e redefiniu as responsabilidades de cada esfera de governo, as caracter´ısticas do

processo de trabalho e as atribui¸c˜oes profissionais. Al´em disso, buscou operacionalizar

uma das prioridades do Pacto pela Vida: “consolidar e qualificar a Estrat´egia Sa´ude

da Fam´ılia como modelo de Aten¸c˜ao B´asica e centro ordenador das redes de aten¸c˜ao `a

sa´ude no SUS” (BRASIL, 2006b). Em 2011, a PNAB foi revista e ampliada por meio

da Portaria N0 2.488, de 21 outubro de 2011. A essˆencia da pol´ıtica se manteve na sua

vers˜ao atualizada, por´em com alguns acr´escimos, a exemplo da mudan¸ca terminol´ogica

para Estrat´egia Sa´ude da Fam´ılia (ESF), a flexibiliza¸c˜ao de carga hor´aria de trabalho

dos m´edicos, a cria¸c˜ao dos N´ucleos de Apoio `a Sa´ude da Fam´ılia (NASF) e ESF para as

popula¸c˜oes ribeirinhas na Amazˆonia Legal e em Mato Grosso do Sul, al´em da incorpora¸c˜ao

dos profissionais de Sa´ude Bucal `as equipes. Em rela¸c˜ao `a PNAB anterior, configura-se

(32)

servi¸cos de sa´ude na forma de redes de aten¸c˜ao `a sa´ude (FONTANELLE, 2012).

Nesse mesmo ano foi lan¸cado oPrograma Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ), atrav´es da Portaria N0 1.654, de 19 julho de 2011 que objetivou

a amplia¸c˜ao do acesso e da qualidade do cuidado na Aten¸c˜ao B´asica fundamentados

em quatro fases: 1. Ades˜ao e Contratualiza¸c˜ao (entre as equipes e gestores municipais

e destes, com o Minist´erio da Sa´ude); 2. Desenvolvimento de a¸c˜oes junto `as equipes

de Aten¸c˜ao B´asica, gest˜oes estaduais e municipais e Minist´erio da Sa´ude; 3. Avalia¸c˜ao

externa, observando-se as condi¸c˜oes de acesso e qualidade; e 4. Recontratualiza¸c˜ao e

pactua¸c˜ao das equipes e munic´ıpios (BRASIL, 2011b; FIGUEIREDO, 2012).

Diante do exposto entende-se que a Aten¸c˜ao B´asica (Aten¸c˜ao Prim´aria `a Sa´ude) ´e a

principal porta de entrada do SUS e objetiva acolher, escutar e resolver a maioria das

necessidades de sa´ude da popula¸c˜ao, garantindo a integralidade da aten¸c˜ao e diante desse

desafio o trabalho em equipe assumiu grande responsabilidade sanit´aria (BRASIL, 2011a;

FIGUEIREDO, 2012).

Para Starfield (2002), no Brasil, a defini¸c˜ao operacional da Aten¸c˜ao B´asica pode ser

en-tendida como um conjunto de valores (direito ao mais alto n´ıvel de sa´ude, solidariedade e

equidade), um conjunto de princ´ıpios (responsabilidade governamental, sustentabilidade,

intersetorialidade, participa¸c˜ao social, dentre outros) e como um conjunto indissoci´avel

de elementos estruturantes do sistema de servi¸cos de sa´ude (acesso do primeiro contato,

integralidade, longitudinalidade, coordena¸c˜ao, orienta¸c˜ao familiar e comunit´aria, e

com-petˆencia cultural). Diante dessa conceitua¸c˜ao, elencam-se alguns atributos essenciais e

derivados (BRASIL, 2010):

• Atributos Essenciais

Acesso de Primeiro Contato: Acessibilidade e utiliza¸c˜ao do servi¸co de sa´ude como

fonte de cuidado a cada novo problema e/ou novo epis´odio de um mesmo problema

de sa´ude, com exce¸c˜ao de emergˆencias e urgˆencias m´edicas;

Longitudinalidade: Existˆencia de uma fonte continuada de aten¸c˜ao, al´em da rela¸c˜ao

de confian¸ca m´utua entre os usu´arios e os profissionais de sa´ude;

Integralidade: A¸c˜oes e servi¸cos dispon´ıveis e prestados pela aten¸c˜ao prim´aria de

Imagem

Figura 1 – Gr´afico da fun¸c˜ao de distribui¸c˜ao acumulada e fun¸c˜ao de distribui¸c˜ao emp´ırica.
Figura 4 – Histograma das taxas de ICSAP (por 10.000 habitantes), segundo, os grupos de diagn´osticos G2, G11 e G15
Figura 5 – Fun¸c˜oes de distribui¸c˜ao acumuladas (emp´ırica e te´orica), para a vari´avel gas- gas-troenterites infecciosas e outras complica¸c˜oes (G2)
Tabela 4 – Valores estat´ısticos de referˆencia para as ICSAP, segundo os casos de gastro- gastro-enterites infecciosas e outras complica¸c˜oes (G2)
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