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Open Evasão escolar e permanência no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego: um enfoque a partir da gestão dos processos de aprendizagem

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MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO NAS ORGANIZAÇÕES APRENDENTES

MARCÍLIO CARNEIRO DIAS

EVASÃO ESCOLAR E PERMANÊNCIA NO PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO: UM ENFOQUE A PARTIR DA GESTÃO DOS

PROCESSOS DE APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

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EVASÃO ESCOLAR E PERMANÊNCIA NO PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO: UM ENFOQUE A PARTIR DA GESTÃO DOS

PROCESSOS DE APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Gestão nas Organizações Aprendentes, linha de pesquisa “Aprendizagem nas Organizações” da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Adriana Valéria Santos Diniz

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D541e Dias, Marcílio Carneiro.

Evasão escolar e permanência no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego: um enfoque a partir da gestão dos processos de aprendizagem organizacional / Marcílio Carneiro Dias.- João Pessoa, 2015.

166f. : il.

Orientadora: Adriana Valéria Santos Diniz Dissertação (Mestrado) - UFPB/CE/CCSA

1. Educação profissional. 2. Qualificação profissional. 3. PRONATEC. 4. Evasão e permanência escolar. 5. Aprendizagem organizacional.

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“O processo de aprendizagem é multinível, o que indica que não podemos afirmar ser a aprendizagem organizacional consequência da aprendizagem das pessoas. Existe um conjunto de fatores individuais que, combinados com o contexto, resultarão em mudanças na ação individual e organizacional, e é isso que

caracteriza a ocorrência da aprendizagem”

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etapa na minha trajetória de vida.

À professora Adriana Valéria dos Santos Diniz, minha orientadora, que durante toda a construção deste trabalho demonstrou paciência, dedicação, tolerância, compromisso, sabedoria, empenho e muita motivação. Deixo registrado aqui a enorme admiração que se potencializou no decorrer do percurso e a afirmativa de que ter sido seu orientando foi um orgulho e um privilégio indescritíveis.

Às professoras Rita de Cássia de Faria Pereira e Ana Paula Furtado Soares Pontes por terem aceitado o convite para participarem de minha banca de qualificação e da defesa final, e consequentemente pelas relevantes contribuições que refletiram no resultado deste trabalho. Estendo os agradecimentos às professoras Maria da Salete Barboza de Farias, suplente na qualificação e às professoras Maria das Graças Vieira e Marisete Fernandes de Lima suplentes na defesa final por suas disponibilidades.

Ao IFPB pela parceria estabelecida com o MPGOA viabilizando a possibilidade de seus servidores concorrerem, estudarem e concluírem este capítulo tão importante de suas vidas.

Deixo um agradecimento ultra especial ao meu sobrinho Osmar Lucas Dias Aires pelo companheirismo nas horas em que mais precisei.

Um agradecimento imensurável ao amigo e irmão Samuel Rodrigues da Rocha pela prontidão de sempre durante todo o percurso deste trabalho.

Ao amigo Luís Antonio Coelho da Silva, pelos livros emprestados e pela disponibilidade em momentos muito determinantes desta jornada.

À amiga e professora do IFPB, Maria da Conceição Monteiro Cavalcanti, pelo enorme carinho e por também confiar empréstimos de livros e de seu gravador para que eu realizasse as entrevistas.

Às queridas Juliana da Silva Soares e Maria Vitória de Lima Sousa pela parceria estabelecida ao longo da pesquisa. Minha eterna gratidão.

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aprendizagem organizacional.

À diretoria do Campus João Pessoa do IFPB, formada por uma equipe solidária, companheira e que muito me apoiou nessa jornada. Em nome de Professor Neilor César dos Santos, Diretor Geral, registro meu imenso agradecimento.

Aos professores e técnicos-administrativos do IFPB, que estiveram dedicando energias especiais durante todo o caminho percorrido.

Um agradecimento especial a toda equipe da Unidade Acadêmica de Gestão e Negócios do IFPB, em nome do professor José Elber Marques Barbosa deixo meus sinceros agradecimentos.

A todos os professores do MPGOA pelos ensinamentos e compartilhamento de experiências.

Aos membros da equipe gestora do PRONATEC, que se prontificaram em conceder as entrevistas, sem eles não seria possível consolidar este trabalho de pesquisa.

Um agradecimento mais que especial a todos os amigos e amigas que compuseram a Turma 04 do MPGOA, cada um deles deixou uma marca registrada, nunca esquecerei dos momentos incríveis que tivemos dentro e fora de sala de aula.

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O estudo ancorou-se em referências que tratam do contexto histórico da Educação Profissional (MANFREDI, 2002) e Qualificação Profissional no Brasil (PRESTES E VÉRAS, 2009), situando o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) neste cenário; de questões relativas à evasão escolar e à permanência (DORE et al, 2014), como também os processos de aprendizagem organizacional (SILVA, 2009) relacionados à gestão educacional (CASTRO,2007). A temática proposta foi escolhida por interesse pessoal e profissional do pesquisador de compreender com um olhar mais sistêmico os processos de aprendizagem organizacional e seus desdobramentos em estratégias que visam à garantia da permanência e ao combate à evasão. Este trabalho teve como objetivo analisar as estratégias de gestão educacional articuladas pela equipe gestora do PRONATEC no IFPB Campus João Pessoa, a partir dos processos de aprendizagem organizacional relacionados às questões da evasão escolar e permanência no âmbito dos cursos de formação inicial e continuada. Tratou-se de uma pesquisa com procedimento metodológico descritivo e exploratório e natureza quanti-qualitativa. A coleta de dados ocorreu por meio de pesquisa bibliográfica, questionário e entrevistas semiestruturadas, estes dois últimos aplicados a 02 (dois) coordenadores e 13 (treze) supervisores do programa. Para interpretar os resultados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdos. Após as interpretações, percebeu-se que no olhar de todos os entrevistados, a evasão existe principalmente em decorrência de fatores externos, e que os fatores internos do Campus João Pessoa potencializaram a permanência do estudante. Quanto às aprendizagens, os níveis, individual e de grupo foram bastante evidenciados pelos pesquisados, destaque para as categorias de busca de informações, observação, discussão e socialização; no que se refere ao nível organizacional, detectou-se uma mínima percepção de efetividade; já a aprendizagem interorganizacional, surgiu de forma mais evidente nas falas dos coordenadores. Ao promover a análise das estratégias de gestão educacional relacionadas à evasão e à permanência, concluiu-se que a equipe do programa, por meio das aprendizagens adquiridas, desenvolveu práticas que muito contribuíram para melhoria do panorama de evasão escolar e da permanência ao longo do período pesquisado e que há uma necessidade emergente de aperfeiçoamento da articulação entre os quatro níveis de aprendizagem. Com esta pesquisa, espera-se contribuir para que a gestão do programa compreenda a relevância da estruturação dos processos de aprendizagem, a fim de traçar estratégias que propiciem melhores resultados quantitativos, sobretudo qualitativos, principalmente relacionados à permanência escolar.

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This study was based on references that deal with the historical context of Professional Education (MANFREDI, 2002) and Professional Qualification in Brazil (PRESTES and OLOPADE, 2009) placing the National Program for Access to Technical Education and Employment (PRONATEC) in this scenario; of issues related to school dropout and to permanence (DORE et al., 2014), as well as the processes of organizational learning (SILVA, 2009) related to educational management (CASTRO, 2007). The theme proposed has been chosen for the personal and professional interest of the researcher to understand with a more systemic look, the organizational learning processes and their developments in strategies that aim at guaranteeing the permanence and the fight against school dropout. This work aimed at analyzing the educational management strategies articulated by the team manager of PRONATEC at IFPB in João Pessoa Campus, departing from the organizational learning processes related to issues of school dropout and permanence as part of initial and continuing training courses. The research isa descriptive and exploratory methodological procedure of quantitative and qualitative nature. Data collection was carried out through bibliographical research, questionnaire and semi-structured interviews, the last two having been applied to 02 (two) coordinators and 13 (thirteen) supervisors of the Program. In order to interpretthe results, the technique of content analysis has been used. After the interpretations, it has been noticed that from the point of view of all the respondents, the dropouts exist primarily due to external factors and that the internal factors of the João Pessoa Campus have strengthened students permanence. With regards to learning, the individual and group levels were highly emphasized by respondents, featuring the categories of information search, observation, discussion and socialization; in relation to the organizational level it was detected a slight perception of effectiveness; however, inter- organizational learning emerged more evidently in the speeches of the coordinators. By fostering the analysis of educational management strategies related to school evasion and permanence, it has been concluded that the team, by means of the learning acquired, developed practices that greatly contributed to improving the panorama of school dropout and permanence over the investigated period and that there is an emerging need to improve the links between the four levels of learning.With this research, it is expected to contribute for the management of the program to understand the relevance of the structuring of the learning processes, in order to map out strategies that provide better quantitative results, especially qualitative, mainly related to school permanence.

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Gráfico 01 Percentual de evasão escolar por eixo tecnológico (ET) – 2013 e 2014.1 82 Gráfico 02 Percentual de concluintes por eixo tecnológico (ET) – 2012, 2013 e

2014.1 87

(13)

Tabela 01 Dados sociais 77

Tabela 02 Dados acadêmicos 78

Tabela 03 Dados profissionais 80

Tabela 04 Quantitativo de matriculados x evadidos por eixo tecnológico (ET) - períodos 2013 e 2014.1

83

Tabela 05 Quantitativo de matriculados x concluintes por eixo tecnológico (ET) – períodos 2012, 2013 2 2014.1

88

Tabela 06 Quantitativo de matriculados x evadidos por supervisor (S) – períodos 2013 e 2014.1

119

Tabela 07 Quantitativo de matriculados x concluintes por supervisor (S) - períodos 2012, 2013 e 2014.1

(14)

Quadro 01 Indicadores, processos e categorias para análise de dados 28 Quadro 02 Níveis de oferta da educação profissional à luz do decreto 2208/97 33 Quadro 03 Cursos e programas de formação inicial e continuada, formas e

finalidades das ofertas

36

Quadro 04 Formas de ofertas de cursos técnicos – características principais 38

Quadro 05 Principais concepções de políticas de qualificação 39

Quadro 06 Atribuições profissionais bolsistas do PRONATEC – coordenador geral e coordenador adjunto

48

Quadro 07 Atribuições profissionais bolsistas do PRONATEC – supervisores, orientadores e apoios às atividades acadêmicas e administrativas 50 Quadro 08 Atribuições profissionais bolsistas do PRONATEC – professores 51 Quadro 09 Resumo da atuação do Campus João Pessoa do IFPB no PRONATEC 57

Quadro 10 Definições de aprendizagem organizacional 66

Quadro 11 Níveis de aprendizagem organizacional 67

Quadro 12 Panorama geral dos fatores que contribuíram para a evasão escolar 86 Quadro 13 Panorama geral do fatores que contribuíram para a permanência escolar 92 Quadro 14 Processos aprendidos com o gerenciamento de cursos e processos

educacionais

95

Quadro 15 Estratégias de gestão apropriadas pelo grupo 106

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AG Aprendizagem em Grupo

AI Aprendizagem Individual

AINTER Aprendizagem Interorganizacional

AO Aprendizagem Organizacional

AS Abono Salarial

ATER Assistência Técnica e Extensão Rural

CD Conselho Deliberativo

CEA Centro de Educação de Adolescentes

CEB Câmara de Educação Básica

CEFETS Centros Federais de Educação Tecnológica

CEJ Centro de Educação de Jovens

CF Constituição Federal

CNCT Catálogo Nacional de Cursos Técnicos

CNE Conselho Nacional de Educação

EBTT Ensino Básico, Técnico e Tecnológico

EJA Educação de Jovens e Adultos

EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

EPCT Educação Profissional Científica e Tecnológica

FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador

FHC Fernando Henrique Cardoso

FIC Formação Inicial e Continuada

FIES Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior

FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

GE Gestão Educacional

IFPB Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

M.T.E Ministério do Trabalho e Emprego

MEC Ministério da Educação e Cultura

MM Mulheres Mil

PEA Pessoas Economicamente Ativa

PEQ’s Planos Estaduais de Qualificação

PIPMO Programa Intensivo de Mão de Obra

PLANFOR Plano Nacional de Educação Profissional

PNE Plano Nacional de Educação

PNQ Plano Nacional de Qualificação

PROJOVEM Programa Nacional de Inclusão de Jovens

PRONATEC Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego

RIMEPES Rede Ibero Americana de Trabalho e Estudos sobre a Educação Profissional e Evasão Escolar

SD Seguro Desemprego

SEAPROF Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar

SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SEFOR Secretaria de Formação de Desenvolvimento Profissional

SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

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SESCOOP Serviço Social de Aprendizagem do Cooperativismo

SESI Serviço Social da Indústria

SEST Serviço Social do Transporte

SETEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

SINE Sistema Nacional de Emprego

SISTEC Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica

SISUTEC Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica

SS Seguridade Social

TCLR Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(17)

1 INTRODUÇÃO 17

1.1 JUSTIFICATIVA 17

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA 22

1.3 OBJETIVOS 24

1.3.1 Objetivo geral 24

1.3.2 Objetivos específicos 24

1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA 25

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO. 29

2 PRONATEC: UM NOVO CAPÍTULO DA EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL NO BRASIL

32

2.1 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL NO

BRASIL – BREVE HISTÓRICO PÓS LDBEN(1996) 32

2.1.1 PRONATEC como política de educação profissional ofertante de cursos técnicos de nível médio

37 2.1.2 PRONATEC como política de educação profissional ofertante de cursos

de qualificação profissional 38

2.1.3 PRONATEC no contexto do Plano Nacional de Educação (2014 – 2024) 40

2.2 FUNDAMENTOS LEGAIS DO PRONATEC 43

2.3 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO PRONATEC 45

2.3.1 Aspectos pedagógicos 45

2.3.2 Principais atores sociais envolvidos 46

2.3.3 Recursos humanos 48

2.3.4 Recursos financeiros 53

2.3.5 Recursos materiais 55

2.3.6 Sistemas de informação 55

2.3.7 Infraestrutura 56

2.4 PRONATEC NO IFPB –CAMPUS JOÃO PESSOA 56

3 A EVASÃO ESCOLAR E A PERMANÊNCIA NA EDUCAÇÃO

BRASILEIRA

58

3.1 PERMANÊNCIA COMO GARANTIA DE DIREITOS 58

3.2 FATORES RELACIONADAS À EVASÃO ESCOLAR E À

PERMANÊNCIA

60

4 A GESTÃO DA APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL 64

4.1 APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL: CONCEITOS E

FUNDAMENTOS

64

4.2 A GESTÃO EDUCACIONAL: CONCEITOS E DIFERENTES

ABORDAGENS

69

4.3 A GESTÃO DA APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL APLICADA

AO PRONATEC

74

5 INTERPRETANDO E DISCUTINDO OS RESULTADOS 75

5.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS 76

5.2 EVASÃO ESCOLAR E A PERMANÊNCIA NO PRONATEC CAMPUS

JOÃO PESSOA: O OLHAR DA GESTÃO

(18)

5.3.3 Aprendizagem no nível organizacional 107

5.3.4 Aprendizagem no nível inter organizacional 112

5.4 COMBATENDO A EVASÃO ESCOLAR E POTENCIALIZANDO A

PERMANÊNCIA – ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS

116

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 125

REFERÊNCIAS 130

ANEXO A – Demandantes do PRONATEC 133

ANEXO B – Carta de anuência 136

ANEXO C – Parecer consubstanciado do comitê de ética em pesquisa do IFPB

137

ANEXO D – Termo de consentimento livre e esclarecido 142

APÊNDICE A – Questionário 144

APÊNDICE B – Roteiro de entrevista – supervisores 145

APÊNDICE C – Roteiro de entrevista – coordenação adjunta 147

APÊNDICE D – Roteiro de entrevista – coordenação geral 149

APÊNDICE E – Quadro para análise da evasão e permanência escolar 151

APÊNDICE F – Quadro para análise da aprendizagem no nível individual 152

APÊNDICE G – Quadro para análise da aprendizagem no nível de grupo 153

APÊNDICE H – Quadro para análise da aprendizagem no nível organizacional

154

APÊNDICE I – Quadro para análise da aprendizagem no nível

interorganizacional 155

APÊNDICE J – Quadro para análise das estratégias articuladas 156

APÊNDICE K –Leis do PRONATEC – 2011 a 2014 157

APÊNDICE L –Portarias do PRONATEC – 2011 a 2014 168

APÊNDICE M – Resoluções do PRONATEC – 2011 a 2014 160

APÊNDICE N – Tabela de concluintes por supervisor – ano 2012 162

APÊNDICE O – Tabela de concluintes por supervisor – ano 2013 163

APÊNDICE P – Tabela de não concluintes por supervisor – ano 2013 164

APÊNDICE Q – Tabela de concluintes por supervisor – 2014.1 165

(19)

1 INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA

A formação profissional vem ganhando relevância na agenda pública brasileira e internacional, no contexto de aceleradas transformações, no campo da ciência e da pesquisa, das tecnologias da comunicação e da informação. O conhecimento e a formação adquirem centralidade e passam a se configurar como um recurso pelos quais os sujeitos buscam para se inserir ou se reinserir no mundo do trabalho. Ao longo de sua história, a formação profissional passou por grandes transformações, principalmente com a concepção de mundo globalizado, em que novas exigências do mercado e da sociedade contemporânea impulsionaram a geração de múltiplas atividades profissionais, provocando a necessidade de qualificação dos trabalhadores e profissionais dos mais diversos segmentos.

Os sujeitos também têm aproveitado suas participações em cursos de formação profissional para identificarem se as habilitações oferecidas e cursadas despertam interesse em continuidade de trabalhos e estudos nestas áreas, gerando neles uma expectativa de aumento de níveis de renda e de escolaridade, e, principalmente, de qualidade de vida e de cidadania.

No âmbito da formação profissional, no Brasil, há uma recorrência por cursos que fazem parte dos mais diversos níveis1 da educação profissional que vão desde a formação inicial e continuada ou qualificação profissional até a tecnológica de nível superior e de pós-graduação. Não é incomum perceber que parte das pessoas vivenciou, em sua trajetória de vida, experiências que passaram por estágios de formação profissional em cursos de formação inicial e continuada ou em cursos técnicos - que atualmente pela legislação brasileira devem atender a, no mínimo, 800 horas de componentes curriculares de formação técnica - e avançaram para níveis maiores de escolaridade, seja no contexto da educação profissional ou da educação superior.

Neste trabalho, daremos uma ênfase maior aos cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional., descrito no Art.2º da Resolução que define as Diretrizes Curriculares para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio e Tecnológica: - De acordo com Veras (2006, p.13), “o tema da Qualificação Profissional ressurgiu como parte de um

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debate público tensionado, grosso modo, pelas conquistas sociais e políticas da década de 1980, de um lado, e pelas ‘novas exigências do mercado’, vindas à tona na virada à década seguinte”. Deste então, ao longo dos governos que estiveram à frente do Brasil, diversas ações foram implementadas no âmbito da educação profissional.

Neste contexto, considerando, ainda, a necessidade de fortalecimento de políticas públicas voltadas à educação profissional (EP), foi instituído2 o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), com o intuito de “expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica no país, além de

contribuir para a melhoria da qualidade do ensino médio público” (BRASIL, 2011)

O PRONATEC trata de aplicações emergentes de políticas públicas educacionais direcionadas à educação profissional, desenvolvida por meio de cursos de formação inicial continuada (FIC) e de educação profissional técnica de nível médio (EPTNM), subsequente e concomitante, voltados à qualificação e formação profissional de públicos prioritários e não prioritários, quando as vagas destinadas aos primeiros não forem completadas nos processos de matrículas.

O programa iniciou suas ofertas no Brasil no ano de 2012, por meio da Rede Federal de

Ensino e do Sistema “S”, que se denominam “unidades ofertantes”. No Campus João Pessoa

do IFPB, o programa foi implantado também em 2012 e até o primeiro semestre do ano de 2014 matriculou, aproximadamente, 4.500 estudantes (SISTEC, 2015).

Não diferente de outros níveis da EP, os cursos FIC do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego convive com processos que envolvem a evasão, desistência e reprovação, o que impede a conclusão dos cursos. No contexto do programa, considera-se evadido aquele estudante que abandona o curso sem a apresentação de uma justificativa formal. No que se refere à desistência, é considerada quando o educando a justifica formalmente, podendo estar relacionadas a quatro fatores3: “a) doença: com apresentação de atestado médico em até 72 horas; b) mudança de residência para outro município; c) situação de trabalho em horário incompatível com o curso; e d) outro motivo de força maior”. Quanto à reprovação, esta acontece em caso de não atendimento a 75% de frequência mínima no curso.

No que se refere à conclusão, é um status que trata do estudante que foi até o final do curso, atendendo ao requisitos de participação integral das atividades e cumprimento de todos os requisitos educacionais regulamentares, tais como a manutenção de matrícula com

2 Instituído pela Lei 12.513 de 26 de outubro de 2011, alterada pela Lei 12.816 de 05 de maio de 2013.

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frequência mínima de 75% e desempenho escolar satisfatório, cumprimento das normas regimentais da unidade ofertante e das normas institucionais do PRONATEC, sobretudo as estabelecidas na Lei nº 12.513/2011 e legislações decorrentes, assim como participação nas avaliações de aprimoramento a serem eventualmente realizadas durante e após o curso.

A existência de estudantes evadidos no cenário educacional brasileiro nas mais diversas modalidades de ensino tem despertado interesse em múltiplos profissionais e estudiosos em compreender este fenômeno. Já é possível identificar ações emblemáticas como a criação e consolidação da RIMEPES4 que direciona suas pesquisas, em especial à Educação Profissional Técnica de Nível Médio e dispõe de produções científicas diversas oriundas destas ações.

No Plano Nacional de Educação (2014 – 2024) também é possível identificar estratégias que visam à criação de mecanismos de controle individualizados e estudantes do ensino fundamental e outras ações relacionadas ao acompanhamento, acesso e permanência. Deste modo, a questão está sendo percebida e está começando a despertar uma desnaturalização de sua existência.

Apesar das ações elencadas anteriormente, atualmente, ainda se identifica uma fragilidade, de maneira macro, em pesquisar sobre os estudantes evadidos no Brasil, nas mais diversas modalidades de ensino, ficando em geral, a cargo de cada instituição o desenvolvimento de estudos e pesquisas. Mesmo em relação a sistemas de controle dos dados que gerem estes resultados com informações contínuas e sistemáticas, as ações são muito frágeis, não havendo, ainda, um sistema integrado em nível nacional.

Excepcionalmente, o Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC) dispõe, em seus recursos, da indicação dos números de alunos concluintes, evadidos, reprovados e desistentes que são alimentados pelos supervisores que acompanham cada turma ofertada no país inteiro, após o encerramento oficial da turma. No entanto, ainda há muita dificuldade para emissão de relatórios acadêmicos e gerenciais sobre os evadidos no Brasil ou mesmo no âmbito da própria instituição, especialmente quando se pretende verificar em nível micro, o de cada turma, de modo isolado.

Neste estudo, dos tipos de não conclusão estabelecidos para o PRONATEC, elencados anteriormente, interessa a evasão escolar, em especial, por se tratar de saídas não voluntárias e

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injustificadas de estudantes, como também por representar um fenômeno complexo e de múltiplas dimensões. A escola necessita, pois, compreender para poder, a partir das aprendizagens, aperfeiçoar, reformular e criar novas práticas, durante a execução dos cursos, e/ou ofertas seguintes, a fim de enfrentá-la e promover a permanência com sucesso do estudante concluinte.

Entende-se que o processo de evasão escolar, que tem em suas causas dimensões múltiplas, provoca prejuízos de ordem pessoal, institucional e, até mesmo, de desenvolvimento socioeconômico local, regional e nacional, imensuráveis. O estudante está inserido em um cenário em que os fatores externos e os internos impulsionam sua saída e estes fatores necessitam de ser tratados de maneira preventiva, a afim de promover a motivação e o estímulo para a permanência escolar.

A compreensão dos motivos ou fatores que levam a evasão escolar, afetando as sociedades e os governos como um todo, pode oferecer importantes subsídios a formulação de políticas educacionais, no sentido de prevenir o problema. A prevenção é hoje mundialmente conhecida como a estratégia mais eficaz para garantir a permanência dos estudantes na escola, seu sucesso e melhores chances para a inserção no mundo produtivo ou o prosseguimento de estudos em nível superior. (PAIXÃO [et al.], p.339)

O desafio para as instituições de ensino se centra no desenvolvimento de estratégias de gestão capazes de superar a evasão e demais formas de fracasso escolar e garantir a permanência, a conclusão com êxito do aluno, a continuidade dos estudos e a contribuição para a inserção no mundo do trabalho. Além disso, tem o desafio de superar a construção de estratégias assistemáticas e práticas isoladas por meio da intuição, conseguindo, com as próprias práticas, desenvolver um processo sistemático da gestão dos processos de aprendizagem organizacional (AO).

A concepção de aprendizagem organizacional, segundo autores como Silva (2009), Garvin (2002) e Senge (2013), diz respeito a uma construção por meio de indivíduos e grupos e, por sua vez, estruturada na memória organizacional da entidade, normalmente, a partir de normas e procedimentos institucionalizados.

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Neste sentido, por meio da compreensão dos processos de aprendizagem organizacional, utilizando a estrutura conceitual de Silva (2009), pretende-se voltar-se para a ótica do que a equipe gestora do PRONATEC articulou em termos de estratégias de gestão que visasse contribuir para o enfrentamento da evasão escolar e potencializasse a permanência. Cabe ressaltar que este trabalho está ancorado pelo olhar da gestão democrática, conforme Cabral (2011) e Castro (2007). Observa-se ainda que as causas da evasão não serão tratadas como objeto desta pesquisa, embora sejam explorados fatores e aprendizagens relacionadas a esta temática.

O interesse em realizar esta pesquisa voltada à gestão dos processos de aprendizagem organizacional com ênfase no PRONATEC do Campus João Pessoa do IFPB, e suas implicações na evasão escolar e na permanência dos estudantes dos cursos FIC, foi motivado, sobretudo, pelo desejo pessoal e profissional do pesquisador: primeiro, pelo fato de compreender a relevância histórica da educação profissional para a sociedade brasileira; segundo, pela participação do próprio pesquisador como estudante de cursos FIC e técnico ao longo da vida, e por sua experiência enquanto instrutor no Sistema S, mais precisamente, no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), bem como em escola privada também nos cursos FIC, antes de ingressar como servidor na Rede Federal de Ensino; terceiro, por ter vivido a experiência de participar como coordenador adjunto do processo de implantação (2012) e execução do programa no Campus João Pessoa do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), e quarto e último, pela inquietação quanto ao resultado do programa, que, para além dos avanços e benefícios sociais e educacionais da sua proposta, convive com níveis expressivos de evasão, como veremos mais adiante, ainda que demonstrando uma tendência decrescente. Por fim, pela percepção de que estando em seu terceiro ano de existência, o PRONATEC apresenta carência de pesquisas voltadas ao objeto estudado.

Motiva, ainda, a ausência de estudos sobre a evasão e a permanência escolar bem como da gestão dos processos de aprendizagem organizacional no âmbito do PRONATEC, objeto central desta pesquisa. Percebe-se, em especial, uma enorme lacuna em estudos relacionados ao fenômeno da evasão escolar, especialmente no âmbito da educação profissional, constatada pela dificuldade de se acessar números consolidados, por certa tendência à naturalização do problema perante as instituições públicas, mas, principalmente, pela escassez de pesquisas na área.

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estudantes matriculados, ainda apresenta índices consideráveis de desistência, reprovação e evasão.

Espera-se, ainda, que os apontamentos oriundos desta análise sejam úteis para futuros trabalhos acadêmicos sobre cursos de qualificação profissional ou formação inicial e continuada, podendo, inclusive, ser estendidos a outras modalidades de ensino ofertadas em instituições de ensino, tais como: superiores de tecnologia, bacharelados, licenciaturas, técnicos Integrados ao ensino médio e técnicos subsequentes ao ensino médio e até mesmo pós-graduações.

Ao longo da história brasileira, desde o período colonial, a educação profissional tem despertado inúmeras reflexões e desafios, em virtude dos interesses diversos, estatais e não estatais, e da própria complexidade multidisciplinar, multicultural e multiprofissional que envolve a temática. Desta forma, as políticas de educação profissional representam um campo fértil de estudos, bem como a geração de possibilidades de práticas inovadoras que atendam às demandas que emergem a partir dos contextos históricos, sociais e culturais de uma determinada sociedade e promovam a melhoria e qualidade de vida das pessoas.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

A evasão escolar no PRONATEC Campus João Pessoa do IFPB, nos cursos FIC5, uma das temáticas deste estudo, apresentou números significativos nos períodos 2013 e 2014.1, recorte temporal desta pesquisa. Muito embora, tenha-se percebido decréscimo entre um período e outro, o que representa melhoria entre os índices destes períodos.

No ano de 2012, no Campus João Pessoa do IFPB, foram ofertadas 995 vagas em cursos FIC pelo PRONATEC com 886 matrículas confirmadas, das quais 580 educandos concluíram e foram certificados. Considerando estes números, apresenta-se um índice de 65,4% de estudantes concluintes, 34,6% que não concluíram por desistência, por evasão ou por reprovação (SISTEC e Coordenação PRONATEC/IFPB Campus João Pessoa, 2015).

A primeira turma ofertada pelo programa foi denominada Auxiliar Administrativo – T1 (Tarde 1), e iniciou suas atividades com 20 alunos, representando o ponto de partida para um

5De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN), sancionada sob nº 9394 no ano de

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universo educacional repleto de novas experiências e que exigiria a construção de diversos processos administrativo-acadêmicos peculiares ao nível de formação inicial e continuada, antes pouco explorado na instituição. Nesta turma pioneira os 20 estudantes matriculados concluíram com êxito.

Em 2013, a oferta cresceu substancialmente, pois, o Campus João Pessoa, junto ao Núcleo Central do PRONATEC, decidiu pactuar com o Ministério da Educação e Cultura, um número muito superior ao pactuado em 2012. Foram ofertadas 2.210 vagas, com a confirmação de 1.970 matrículas. Neste período, cerca de 1.388 estudantes foram certificados, representando um índice 70,46% de concluintes aprovados (SISTEC e Coordenação PRONATEC/IFPB

Campus João Pessoa, 2015). Essa melhora no índice de permanência e, consequentemente,

diminuição da evasão representa um dos dados sobre os quais pretendemos nos debruçar, para compreender os processos de gestão e de aprendizagem organizacional.

No que se refere ao período 2014.1, o crescimento do número de vagas pactuadas em relação aos períodos iniciais (2012 e 2013) foi considerável. Inclusive, porque neste ciclo, as

Unidades Remotas (UR’s) e outras ações, dentre elas o Programa Mulheres Mil (MM)6, também

foram incorporadas às ofertas no âmbito da formação inicial e continuada. Nesse sentido, foram ofertadas 1.728 vagas apenas para o primeiro semestre do ano letivo de 2014, efetivando-se 1.491 matrículas e elevando o índice de concluintes para quase 80% (SISTEC e Coordenação PRONATEC/IFPB Campus João Pessoa, 2015).

O PRONATEC é uma política pública educacional do Governo Federal que disponibiliza uma série de incentivos para permanência do discente, tais como: doação de material didático completo; subsídio em forma de pecúlio para a assistência estudantil, que tem por finalidade o pagamento de transporte e alimentação diária; acesso à assistência médica e odontológica na instituição ofertante; recebimento de fardamento, seguro estudantil, professores qualificados e selecionados por meio de editais e toda assistência pedagógica administrativa por meio de uma equipe multiprofissional (BRASIL, 2015). Mesmo assim, apresenta números consideráveis de não-concluintes, conforme serão demonstrados no capítulo 5 deste trabalho.

(26)

Partindo das perspectivas expostas anteriormente, estes índices desafiam ações investigativas que viabilizem o mapeamento das medidas realizadas pela equipe gestora do PRONATEC no Campus João Pessoa para minimizar a evasão escolar e potencializar a permanência dos estudantes dos cursos FIC ofertados por esta entidade. Desta maneira, os processos de aprendizagem organizacional relacionados à evasão escolar e permanência e suas implicações para a gestão do PRONATEC no Campus João Pessoa do IFPB, necessitam ser melhor compreendidos pelos sujeitos em geral.

Portanto, a partir da constatação da existência de números expressivos que representam a não-conclusão de cursos por parte de evadidos, desistentes e reprovados, tem-se o desafio de mapear as medidas realizadas para garantir a permanência e o combate à evasão e de compreender os processos da aprendizagem organizacional construídos a partir destas práticas, buscando-se responder o seguinte problema de pesquisa: que estratégias de gestão educacional são articuladas pela equipe gestora do PRONATEC no Campus João Pessoa

do IFPB, a partir da gestão dos processos de aprendizagem organizacional relacionados às questões da evasão escolar e da permanência no âmbito dos cursos de formação inicial e continuada?

1.3 OBJETIVOS GERAL

Para buscar responder à questão de pesquisa proposta, foram traçados os seguintes objetivos geral e específicos:

1.3.1 Objetivo geral

Analisar as estratégias de gestão educacional articuladas pela equipe gestora do PRONATEC no Campus João Pessoa do IFPB, a partir da gestão dos processos de aprendizagem organizacional relacionados às questões da evasão escolar e da permanência no âmbito dos cursos de formação inicial e continuada.

1.3.2 Objetivos específicos

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b) Compreender os processos de aprendizagem organizacional junto à equipe gestora do PRONATEC Campus João Pessoa, especificamente relacionadas à evasão escolar e permanência.

c) Mapear, no âmbito do Programa, as medidas previstas e realizadas, no campo da gestão educacional, para a garantia da permanência e o combate à evasão escolar.

1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA

O desenvolvimento de uma pesquisa necessita do delineamento metodológico que deverá ser considerado, no intuito de contribuir para melhor investigar a questão problema estabelecida e, consequentemente, subsidiar o alcance dos objetivos propostos.

De acordo com Silva (2003, p. 25), a “metodologia é o estudo do método na busca de

determinado conhecimento”. Ou seja, utiliza-se a metodologia científica para solucionar

determinada problemática levantada pelo pesquisador e, por intermédio dos dados e informações coletadas e analisadas, pode chegar-se a possíveis respostas.

Neste estudo, o procedimento metodológico adotado foi descritivo e exploratório, coma natureza dos dados quantitativa e qualitativa. Neste sentido, Silva (2003) e Gil (2010) convergem que a pesquisa descritiva tem como objetivo principal a descrição das características de determinada população ou fenômeno, estabelecendo relações entre as variáveis. Entende-se que um estudo descritivo busca analisar as relações existentes na pesquisa até determinado grau de profundidade científica. No que se refere à pesquisa exploratória, Gil (2010, p.27) entende que

tem como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Seu planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais variados aspectos relativos ao fato ou fenômeno estudado.

Pode ser verificado que neste trabalho além de descrever as características do fenômeno estudado, buscou-se alcançar o máximo possível de descobertas a respeito deste e viabilizar estudos aprofundados em relação à temática em questão, como forma de melhoria de conhecimentos e informações sobre o objeto de estudo, além de agregar novos conhecimentos, sendo, portanto, esta pesquisa de destacado valor social.

A respeito da natureza de dados e informações, Lakatos e Marconi (2010) entendem a

pesquisa que se preocupa em “analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a

complexidade do comportamento humano”, como tendo uma característica qualitativa”.

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quantitativa, de acordo com Richardson et al (1999, p.70 apud Lakatos e Marconi 2010, p.270) é aquela que

se caracteriza pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas como coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.

Tem-se que neste estudo, dados numéricos relacionados às conclusões e não conclusões dos cursos foram levantados. Portanto, a natureza de dados quali-quantitativa está presente neste trabalho.

Utilizou-se nesta pesquisa os seguintes procedimentos de coleta de dados: 1) pesquisa bibliográfica (livros, artigos, dissertações, teses, dispositivos legais, sites e outras publicações) 2) levantamento de dados a partir de registros da coordenação do PRONATEC no IFPB Campus João Pessoa e de sistemas de controle do Governo Federal, especialmente o SISTEC, que pode ser considerado uma pesquisa documental; 3) questionário; 4) entrevistas com gestores do programa que tiveram experiências práticas com a temática.

A pesquisa bibliográfica está relacionada à utilização de registros disponíveis, construídos por intermédio de pesquisas anteriores a partir de documentos impressos e devidamente registrados.

Já o levantamento de dados no SISTEC foi realizado por meio de pesquisa documental, denominado por Gil(2000) como dados secundários, por não serem fornecidos diretamente pelas pessoas e que não estão contidos em folhas de papel, mas, sim, em vídeos, CDs etc.

Quanto ao questionário, segundo Gil (2000, p.134), “é uma técnica de coleta de dados que consiste em um rol de questões propostas por escrito às pessoas que estão sendo

pesquisadas”. Para este autor, é possível se falar em dois tipos de questionários, aquele que é

auto aplicado, em que o entrevistado responde de próprio punho e o aplicado que se trata daquele em que o entrevistador quem registra as respostas. Para este estudo, foi utilizado o questionário auto aplicado.

A entrevista é compreendida como um instrumento que viabiliza a apropriação de informações relacionadas a um determinado fenômeno, a partir da troca existente entre o pesquisador e o pesquisado, neste momento é possível aprender o que estes sujeitos entrevistados dispõem a respeito do objeto estudado. Podem ser classificadas em não-diretivas e estruturadas, a primeira parte de um discurso livre e a segunda são direcionadas e construídas de maneira prévia e categorizada. (SEVERINO, 2007).

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representam aquelas que obedecem a um plano, guiada, esquematizada e com foco, são consideradas menos complexas, porém este mesmo autor aponta a necessidade de registro e transcrição na íntegra do que foi exposto, isso envolve inclusive manifestações como risos, pausas, inclusive estímulos provocados pelo entrevistador.

Portanto, destaca-se que neste estudo foi utilizada a entrevista semiestruturada ou semidirecionada, que se aproxima bastante do conceito amplo que Severino (2007, p.125) descreveu para a estruturada:

Aquela em que as questões são direcionadas e previamente, com determinada articulação interna. Aproxima-se mais do questionário, embora sem a impessoalidade deste. Com questões bem diretivas, obtém, do universo de sujeitos, respostas também mais facilmente categorizáveis, sendo assim muito útil para o desenvolvimento de levantamentos sociais.

Desta maneira, por meio dos registros adquiridos a partir do roteiro de entrevista adotado, espera-se alcançar o objetivo geral desta pesquisa que é analisar as estratégias de gestão educacional que são articuladas pela equipe gestora do PRONATEC no Campus João Pessoa do IFPB, a partir da gestão dos processos de aprendizagem organizacional relacionados às questões da evasão escolar e da permanência no âmbito dos cursos de formação inicial e continuada.

Os sujeitos da pesquisa estão representados pelos atores sociais, identificados de forma genérica, como equipe gestora, elencados abaixo:

1) coordenador adjunto e supervisores do PRONATEC no Campus João Pessoa; 2) coordenador (a) geral do programa, que desenvolveu suas atividades na reitoria, no que tange ao olhar desta pesquisa voltado especificamente para o Campus João Pessoa.

Considerando o enfoque qualitativo da pesquisa, e considerando, também, o entendimento de Silva (2003), que compreende por população ou universo “um conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam, ao menos, uma característica em comum”, entendeu-se não haver necessidade de seleção de amostra, tendo sido considerados para efeitos da entrevista todos os supervisores que atendiam ao critério pré-estabelecido de tempo de experiência no Programa (pelo menos, dois anos).

(30)

por selecionar o universo de supervisores com atuação em, pelo menos, dois anos do programa. Desta forma, foram entrevistados treze (13) supervisores.

Todos os entrevistados tornaram-se cientes e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), autorizando, assim, o diálogo. A identificação dos entrevistados foi preservada, conforme se estabelece no TCLE. Desta maneira, seus nomes foram ocultados e substituídos por representação codificada, neste caso, foi estabelecido S para os supervisores, acompanhado de numeração correspondente e, C para coordenadores. Tem-se que atuaram no programa dentro do prazo estabelecido: S1, S2, S3, S4, S5, S6, S7, S8, S9, S10, S12, S13 e S14 bem como C1 e C2.

O questionário (Apêndice A) aplicado foi comum a todos que formavam a equipe gestora que compunha o universo da pesquisa, por meio dele obtiveram-se os dados sociais, acadêmicos e profissionais. Já as entrevistas foram construídas e adequadas em 03 modelos com 18 perguntas cada, conforme apresentados nos apêndices B, C e D, destinados à supervisão, à coordenação adjunta e à coordenação geral, respectivamente.

Estas, foram compostas de roteiros semiestruturados a fim de explorar os indicadores da evasão escolar e da permanência, da aprendizagem nos níveis individual (AI), de grupo(AG), organizacional(AO) e interorganizacional(AINTER) e as estratégias articuladas pela gestão. Em cada indicador foram estabelecidas categorias de análises, conforme expõe oo Quadro 01.

Quadro 01 – Indicadores, processos e categorias para análise dos dados

Indicadores Processos Categorias

Evasão escolar e Permanência

Fatores e

aprendizagens Fatores de evasão

Aprendizagens com a evasão

Fatores da permanência

Aprendizagens com a permanência

Aprendizagem Individual Geração da aprendizagem e aquisição do conhecimento

Busca de informações Observação Treinamento

Aprendizagem de grupo

Compreensão e

Disseminação Socialização Discussão Geração de ideias

Aprendizagem

Organizacional Institucionalização Sistematização

Mudanças

Operacionais Gerenciais Culturais

Aprendizagem Interorganizacional

Parceria entre as

organizações Práticas de trabalho Processo produtivo Inovação tecnológica

Estratégias articuladas Estratégias por nível

de aprendizagem Individual Grupo Organizacional Interorganizacional

(31)

As quinze (15) entrevistas foram executadas entre os tempos individuais de 30 a 50 minutos, a transcrição e revisão de cada uma delas foi efetuada em tempo médio de 10horas, ou seja, foram dedicadas aproximadamente 150horas para esta fase. Em seguida, foram organizados em arquivo word, os grupos de respostas de todos os entrevistados por sequência de perguntas, sendo procedida a partir daí a análise para os indicadores e categorias escolhidos para este estudo.

Quanto ao procedimento de análise dos resultados, utilizou-se do desenvolvimento da análise de conteúdo, entendida por Bardin (2011, p.49) “como a técnica que trabalha a fala, ou seja, a prática da língua realizada por emissores identificáveis [...], e tenta compreender o

ambiente num determinado momento, com a contribuição das partes observáveis”. Esta análise

foi promovida utilizando-se dos arquivos em que constavam os registros das transcrições considerando os indicadores, processos e categorias expostos por meio do Quadro 01.

Encerrou-se a pesquisa com as interpretações, discussões e apresentação das considerações finais, em que constam reflexões e apresentação do atingimento dos objetivos propostos, proposições de melhorias de gestão, sugestões de novos estudos e a expectativa de contribuição, em especial aos processos de aprendizagem organizacional e ao enfrentamento da evasão escolar e, consequentemente, à melhoria da permanência nos cursos FIC, ofertados pelo PRONATEC do IFPB no Campus João Pessoa.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Esta pesquisa está estruturada em 06 capítulos, no primeiro está a introdução, composto pela justificativa, problema de pesquisa, objetivos geral e específicos, metodologia da pesquisa e estrutura do trabalho.

No que se refere ao segundo capítulo, apresenta-se breve histórico da educação profissional no Brasil pós LDBN(1996), de modo particular quanto ao PRONATEC, sua relação com a educação profissional e com a qualificação profissional, construída a partir dos levantamentos que envolvem, em especial, o nível de formação inicial e continuada, a estrutura e funcionamento do programa e o contexto desta política no IFPB/Campus João Pessoa.

Nessa parte do trabalho, para desenvolver aspectos teóricos relacionados à educação profissional e à qualificação profissional, foram utilizados, Manfredi (2002), Ney(2008), Pereira e França (2012), Pontes (2011) e Prestes e Véras (2009).

(32)

envolvidos nestes processos, reflexões inerentes ao problema da evasão e da permanência na escola, na perspectiva da garantia dos direitos. Cabe ressaltar que na análise e interpretação dos resultados, serão demonstrados dados gerais sobre o processo de evasão escolar e permanência no PRONATEC –Campus João Pessoa do IFPB, subsidiados por números consolidados a partir do Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC), bem como por meio de levantamentos junto à coordenação do Programa no Campus João Pessoa. Números que envolvem evasão, desistência, reprovação e conclusão, organizados por supervisores e por eixos tecnológicos.

Alguns trabalhos relacionados à evasão foram utilizados para subsidiar questões gerais sobre a temática. A Rede Ibero Americana de Trabalho e Estudos sobre a Educação Profissional e Evasão Escolar (RIMEPES), grupo de pesquisa registrado junto a CAPES que congrega inúmeras publicações relacionadas à EP e o livro (DORE et al, 2014) dão uma grande contribuição ao aporte teórico desta etapa.

Os capítulos 2 e 3 contribuem para melhor situar o PRONATEC no contexto da história da educação profissional, no Brasil, apresentando seus aspectos históricos, dispositivos legais, aspectos pedagógicos, estrutura de funcionamento e características gerais de sua execução no IFPB/Campus João Pessoa e promove uma leitura e reflexões a respeito da permanência e da evasão entendidos como garantia dos direitos à educação.

Este caminho percorrido pelos capítulos supracitados é de fundamental importância para estruturar a ideia proposta pelo capítulo 4 que contempla a aprendizagem organizacional no âmbito do PRONATEC. Nesta perspectiva, necessitou-se recorrer aos conceitos e fundamentos da aprendizagem organizacional, identificar e descrever as diferentes abordagens e conceitos relacionados à gestão educacional. Para estruturar teoricamente este capítulo, buscou-se aporte em autores como: Silva (2009), Garvin (2002), Senge (2013) no âmbito da AO e Castro (2007), Libâneo et al (2012), Lopes (2012) e Cabral (2011), no que se refere a GE.

(33)
(34)

2 PRONATEC: UM NOVO CAPÍTULO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL

Neste capítulo, nos interessa apresentar uma breve visão a respeito da educação profissional no Brasil pós aprovação da LDBN em 1996 que mesmo descrevendo algumas questões relacionadas ao Ensino Técnico de Nível Médio a ênfase central está voltada ao nível qualificação profissional ou formação inicial e continuada. Busca-se também, situar o PRONATEC no âmbito da educação e da qualificação profissional, a respeito deste programa, são explorados aspectos gerais, tais como: fundamentos legais, estrutura e funcionamento e o seu desenvolvimento no Campus João Pessoa do IFPB.

2.1 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL –

BREVE HISTÓRICO – PÓS LDBEN (1996)

A discussão sobre as políticas educacionais voltadas à educação profissional no Brasil ainda é considerada emergente em nossa sociedade. É possível identificar inúmeras transformações ao longo da história brasileira neste sentido. Nos anos 1990, todas as instituições públicas e privadas obrigatoriamente tiveram que ajustar-se às diretrizes aprovadas pela Lei 9.394/96 regulamentada pelo Decreto-lei 2.208/97 que instituiu a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional a partir de então. Neste contexto, segundo Manfredi (2002, p.128)

A reforma do ensino médio e profissional do governo FHC, tal como inúmeras outras reformas que têm conformado as políticas educacionais, anuncia como seu objetivo prioritário a melhoria da oferta educacional e sua adequação às novas demandas econômicas e sociais da sociedade globalizada, portadora de novos padrões de produtividade e competitividade.

Desta forma, dentre as medidas adotadas pelo governo, destaca-se o retorno ao isolamento do ensino médio, ou seja, a segregação do ensino profissional do médio. No entanto, para aqueles interessados em absorver uma formação técnica profissional, a LDB instituiu a oferta de cursos técnicos nas modalidades subsequentes e concomitantes.

(35)

racionalização dos custos devido à racionalização dos custos devido a redução os fundos públicos nacionais e internacionais (KUENZER, 1997 apud PONTES, 2011 p.218).

Destaca-se que a polivalência e a politecnia influenciou a concepção da LDBN e a perspectiva da educação para o trabalhador, e aí teve na reforma da educação, que, pela primeira vez a Educação Profissional aparece na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Essa centralidade na educação para o trabalho foi impulsionada, porque o mundo do trabalho mudou. Por meio da nova LDBN, os objetivos da educação profissional passam a ser dispostos da seguinte maneira: 1) Formar técnicos de nível médio e tecnólogos de nível superior para os diferentes setores da economia; 2) Especializar e aperfeiçoar o trabalhador em seus conhecimentos tecnológicos; e 3) Qualificar, requalificar e treinar jovens e adultos com qualquer nível de escolaridade, para sua inserção e melhor desempenho no exercício do trabalho. Desta maneira, o Quadro 02 ilustra a nova estrutura para esta categoria de ensino.

Quadro 02 – Níveis de oferta da educação profissional à luz do Decreto 2.208/97

NÍVEL CARACTERÍSTICA

Básico

Destinado aos jovens e adultos, independente de escolaridade anterior, é uma modalidade em que os cursos não necessitam de regulamentação curricular e poderão ser ministrados em diversos espaços sociais, sejam escolas, sindicatos, empresas, dentre outros. Para os egressos destes cursos seriam conferidos certificados de qualificação profissional. (Previsto pelo art.4º, decreto 2208/97).

Técnico

Destinado aos egressos do ensino médio. Sua estrutura curricular é própria e independente do ensino médio. Efetiva-se por meio de ofertas de forma concomitante ou sequencial ao ensino médio. Só é conferido o diploma de técnico aos que concluíram o ensino médio.

Tecnológico Representam cursos superiores na área tecnológica e destinam-se aos egressos do nível médio e/ou técnico.

Fonte: Adaptado de Manfredi (2002, p.130).

Conforme defende Manfredi (2002, p.119)

O projeto de reforma do ensino médio e profissional que foi instituído, embora nascido de propostas distintas, acabou por configurar um desenho de ensino médio que separa a formação acadêmica da Educação Profissional, aproximando-se muito mais dos interesses e das recomendações dos órgãos internacionais do que das perspectivas democratizantes inerentes aos projetos defendidos pelas entidades da sociedade civil.

(36)

De todo modo, estas discussões tiveram seus reflexos no processo de mudança de Presidência, quando por intermédio do Decreto 5.154/2004 o Governo Lula, sob nova perspectiva, retoma a possibilidade de articulação entre o ensino técnico, integrado ao ensino médio.

De acordo com Pereira e França (2012), ao analisar as políticas de educação profissional entre o Governo Lula e FHC estas, não se distinguem na ótica de que devem ser conduzidas a partir de parcerias entre o público e privado. Porém, é possível identificar rupturas entre os dois períodos, dentre elas: 1) a de que no novo governo a educação é compreendida como uma conexão entre todos os níveis de ensino, enquanto que no governo FHC a ênfase estava no ensino fundamental; 2) A mudança de focalização, onde no período FHC, as políticas eram principalmente, voltadas para a estabilidade monetária com ênfase na privatização enquanto que o Governo Lula propôs políticas hegemonicamente voltadas às questões sociais.

Apesar dessas concepções identificadas no Governo Lula, existem críticas a respeito do Decreto 5.154/2004, por ser entendido apenas como uma promessa de campanha e que esta articulação entre o ensino técnico integrado ao ensino médio foi disposta com a mesma relevância que as formas de oferta já elencadas nos documentos anteriores. E, que mesmo ratificando determinações existentes no decreto 2.208/97, Pereira e França afirmam que:

O Decreto 5.154/2004 gera a possibilidade de integração curricular entre a educação profissional técnica de nível médio e o ensino médio, no sentido de buscar a unidade entre a concepção e a execução, apesar de estar inserido em um modelo de sociedade, de educação e de escola capitalista.

Saindo da esfera de decisões meramente políticas, alguns autores como Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005, p.19 apud PEREIRA e FRANÇA, 2011) produzem algumas informações expressando a postura que o MEC deveria assumir:

[...] encaminhar ao Conselho Nacional de Educação uma proposta de Diretrizes Operacionais e de revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais coerentemente com a nova concepção [...] o Ministério deveria fomentar a implantação do ensino médio integrado em sua própria rede e nas redes estaduais [...] a necessária proposição das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e a Educação Profissional [...]

(37)

Sendo assim, com esse novo olhar destaca-se a importância de acesso e permanência de toda a sociedade no ambiente escolar. (PEREIRA e FRANÇA, 2012).

Têm-se que no governo Lula, algumas ações começaram a surgir, tais como a Programa Escola de Fábrica, instituído pela lei 11.180/2005, o Projovem criado em 2005, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) em 2007 que tinha como um dos focos a expansão da Rede Federal de Educação Profissional em todo o território brasileiro, o programa Brasil Profissionalizado para financiar esta expansão no intuito de resgatar o Proeja7 nas redes estaduais de ensino e a Educação de Profissional de Nível Médio. Surgiu também, o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil por intermédio do Decreto 6.301, de 12 de dezembro de 2007. Já em 2008, eis que é aprovada a Lei 11.741/2008, a qual implicou em algumas alterações, dentre elas a inclusão orgânica da Educação Profissional na LDBN/96 e neste mesmo ano a maioria dos Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET’S) são transformados em Institutos federais por meio da Lei 11.892/2008. Destacam-se ainda, os decretos que resultaram na ampliação de vagas gratuitas em cursos técnicos de modulados com 160h de carga horária mínima no Sistema S, voltados a estudantes e trabalhadores de baixa renda e ou empregados ou desempregados brasileiros (PEREIRA e FRANÇA, 2011).

Percebe-se que a discussão central da maioria das ações voltadas à qualificação e educação profissional é marcada por uma dicotomia. A maioria dos críticos as entendem como políticas compensatórias e afirmam que estas não promovem a diminuição da desigualdade social pelo fato de não construírem nos cidadãos a compreensão das conexões entre os aspectos socioeconômicos surgidos nos contextos históricos mundiais, nacionais e locais e são qualificadas exclusivamente para atender às demandas de mercado. Percebe-se que ao longo da história do Brasil tenta-se encontrar caminhos que melhor desenvolvam as práticas relacionadas à educação profissional no que tange tanto o ensino técnico de nível médio quanto à qualificação profissional.

No ano de 2012, já no Governo Dilma Rousseff é aprovada a Resolução Nº 6, de 20 de setembro de 2012, que define as Diretrizes Curriculares para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio e Tecnológica, nos termos da Lei 9.394/96 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, alterada pela Lei 11.741/2008 com a seguinte abrangência:

I – Formação Inicial e continuada ou qualificação profissional; II – Educação Profissional Técnica de Nível Médio;

(38)

III – Educação Profissional Tecnológica, de graduação e de pós-graduação

Parágrafo único: As instituições de Educação Profissional e Tecnológica, além de seus cursos regulares, oferecerão cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional para o trabalho, entre os quais estão incluídos os cursos especiais, abertos à comunidade, condicionando-se a matrícula à capacidade de aproveitamento dos educandos e não necessariamente aos correspondentes níveis de escolaridade (MEC/CNE/CEB,2012, p.1)

Desta forma, é relevante compreender quais as características e o que diferencia os cursos de formação inicial continuada ou qualificação profissional da educação profissional técnica de nível médio. Segundo Ney (2008, p.132), os cursos e programas de formação inicial e continuada podem ser estruturados da forma como está apresentada no Quadro 03.

Quadro 03 - Cursos e programas de formação inicial e continuada, formas e finalidades das ofertas.

OFERTAS

FORMA FINALIDADE

Capacitação Visa à capacitação para um exercício profissional, ou seja, para uma habilitação profissional. Exemplo: formação de um torneiro mecânico.

Aperfeiçoamento

Visa a melhoria da capacidade profissional. Exemplo: o torneiro mecânico realizar um curso ou programa para melhorar sua competência em trabalhar em torno revólver, fabricando parafusos.

Especialização Visa à obtenção de uma especialização. Exemplo: o torneiro mecânico realizar um curso ou programa, buscando se especializar em torno automático.

Atualização

Visa a atualização profissional em razão da mudança do modo de fabricação ou de uma nova inovação tecnológica. Exemplo: o torneiro mecânico faria um curso ou programa, buscando se atualizar em tornos automáticos informatizados.

Fonte: Adaptado de Ney (2008, p.132 – 133).

A aprovação dessas Diretrizes representou um passo importante para a institucionalização e sistematização das ações voltadas à Educação Profissional de Educação Técnica de Nível Médio.

(39)

2.1.1 PRONATEC como política de educação profissional ofertante de cursos técnicos de nível médio.

A educação profissional em seus diversos níveis, sempre foi objeto de transformações por meio dos poderes vigentes no intuito de adaptá-la ao contexto histórico, político, econômico e social de cada época. Neste sentido, fazendo um recorte temporal, destaca-se o estabelecimento dos níveis da educação profissional instituídos pela LDBN aprovada em 1996, no período FHC, posteriormente alterada pela Lei 11.741/2008, no governo Lula, a qual prevê o desenvolvimento da educação profissional técnica de nível médio, organizada da seguinte forma:

1) Articulada com o ensino médio;

2) Subsequente ao ensino médio, destinado a estudantes que já o concluíram.

No que tange à educação profissional de nível médio articulada com o ensino médio, esta será desenvolvida de duas maneiras, conforme prevê a LDBN/1996, atualizada pela lei 11.741/2008, em seu art. 36 - C:

I) Integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno; II) concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso. Estes cursos poderão ser ofertados: a) - na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis; b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis; c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de Intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimento de projeto pedagógico unificado. (BRASIL,2008).

O art. 36 – D da LDB dispõe que “os diplomas de cursos de educação profissional técnica de nível médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação superior”. O parágrafo único desse mesmo artigo rege que aqueles cursos técnicos de nível médio ofertados nas formas articulada concomitante e os ofertados na forma subsequente, se estruturados e organizados em etapas com terminalidade, possibilitarão aos estudantes certificações de qualificação para o trabalho após a conclusão de cada etapa intermediária prevista como condição de saída. Isso significa aproveitar cada etapa (módulo) que caracterize uma qualificação para o trabalho.

Imagem

Figura 1. Sistema S  –  Ofertantes de Cursos pelo PRONATEC
Gráfico 01  –  Percentual de evasão escolar por eixo tecnológico (ET)  –  2013 e 2014.1
Gráfico 02  –  Percentual de concluintes por eixo tecnológico (ET)  –  2012, 2013 e 2014.1
TABELA 05 – Quantitativo de matriculados x concluintes por eixo tecnológico (ET) – períodos  2012, 2013 e 2014.1
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