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Rev. Col. Bras. Cir. vol.44 número1

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Academic year: 2018

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Rev. Col. Bras. Cir. 2017; 44(1): 107-108

DOI: 10.1590/0100-69912017001013

Biópsia percutânea transbiliar

Percutaneous transbiliary biopsy

Gustavo vieira andrade1; MiGuel arcanjo santos1; Marconi roberto Meira1; Mateus duarte Meira1.

INTRODUÇÃO

O

bstruções malignas das vias biliares fazem parte da rotina dos serviços de cirurgia abdominal, muitas vezes com extrema dificuldade de diagnóstico citoló-gtico ou histológico, principalmente nas lesões altas. Nestas, a drenagem da via biliar por acesso percutâneo trans-hepático (DPVB) é realizada rotineiramente, po-rém, poucos serviços realizam investigação citológica com escova ou mesmo biópsia da obstrução por este acesso, impossibilitando ou retardando o tratamento oncológico específico1,2.

Em um grande número de lesões biliares, a di-mensão e a localização, impedem um acesso percutâneo para biópsia e retirada de fragmento para estudo histo-patológico3,4. O acesso pelo dreno da via biliar possibilita

pesquisa citológica da bile, com escovado, porém com baixa sensibilidade e pouca disponibilidade. A biópsia à fórcipe através do acesso da DPVB é muito pouco divul-gada no Brasil e, a técnica descrita utiliza o fórcipe de biópsia miocárdica, mais caro e não amplamente disponí-vel3. Neste artigo, descrevemos a técnica modificada com

bainha introdutora aramada e fórcipe de biópsia endos-cópica gástrica, disponível nos serviços de endoscopia.

NOTA TÉCNICA

No mesmo tempo da drenagem ou posterior-mente, já com o acesso trans-hepático confeccionado, sob antibioticoterapia profilática, realizamos uma

colan-giografia identificando o local da obstrução (Figura 1a). Sob orientação fluoroscópica, um fio-guia é introduzido até o ponto da obstrução e, por sobre este, uma bainha 7F a 10F é introduzida juntamente com o dilatador. Nos-sa preferência é por uma bainha aramada que se molda bem melhor às curvas e não acotovela. Utilizamos, sem-pre que possível, os modelos curtos da Flexor Ansel She-ath ou a Raabe SheShe-ath. Uma vez posicionada contra ou mesmo dentro da obstrução, mantemos a bainha firme e retiramos o fio-guia e o dilatador (Figura 1b). Introduzi-mos então o cateter fórcipe de biópsia endoscópica 7F, que possui alguns modelos reutilizáveis. Aqui vale ressal-tar que existem modelos com agulha ou espícula, com

1 - Hospital da Restauração, Departamento de Cirurgia Abdominal, Recife, PE, Brasil.

Nota Técnica

A drenagem percutânea das vias biliares é um procedimento estabelecido para obstruções malignas, nos quais, muitas vezes, não se consegue um diagnóstico histológico. Descrevemos a técnica de biópsia da lesão obstrutiva através do acesso de drenagem biliar, uti-lizando um fórcipe de biópsia endoscópica 7F, amplamente disponível e alguns reutilizáveis. Esta técnica aplica-se a lesões dos ductos hepáticos, do hepático comum e de toda extensão do colédoco.

Descritores: Biópsia Guiada por Imagem. Neoplasias dos Ductos Biliares. Icterícia Obstrutiva.

R E S U M O

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Andrade

Biópsia percutânea transbiliar 108

Rev. Col. Bras. Cir. 2017; 44(1): 107-108 lâminas tipo jacaré, entre outros. Todos podem ser

utili-zados, porém, por estarem disponíveis no nosso serviço, utilizamos com mais frequência a Capture Biopsy Forceps With Spike (Figura 1c). Sob fluoroscopia, introduzimos o fórcipe até exteriorizá-lo da bainha e o abrimos. Com o fórcipe aberto, empurramos o conjunto (bainha e cateter--fórcipe) contra a obstrução e, com um auxiliar manten-do pressão positiva manten-do conjunto contra a lesão, o fórcipe é fechado, necessitando, assim, de quatro mãos para a execução. Ainda mantendo a bainha no mesmo local, retiramos o fórcipe, exploramos macroscopicamente o material e o colocamos em formalina, preferencialmente tamponada. Repetimos a manobra quantas vezes forem necessárias até obtermos uma amostra satisfatória para estudo histológico, em média quatro a cinco vezes. Final-mente, ultrapassamos a obstrução com o fio-guia, retira-mos a bainha e introduziretira-mos um dreno biliar de espessu-ra semelhante ou superior à bainha utilizada (Figuespessu-ra1d). Caso não consigamos ultrapassar a obstrução, um dreno externo é colocado, também de diâmetro semelhante ou maior que a bainha. Lavamos a árvore biliar e, se o dreno é interno, deixamos a drenagem externa aberta por 24 horas. Os drenos externos devem ser mantidos abertos.

DISCUSSÃO

Como vimos, é uma técnica simples e bastan-te similar a já publicada com pinça miocárdica3,4, porém,

com um dispositivo mais barato, bem mais disponível nos serviços de cirurgia e, com alguns modelos autorizados para reuso. Outra grande vantagem é a possibilidade de biopsiar lesões nos ductos hepáticos, no hepático comum ou no colédoco, mesmo em pacientes com derivações in-testinais ou bilio-digestivas.

A presença de patologista em sala é de gran-de valia, porém não é a regra em muitos serviços. Como os pacientes permanecem com drenos biliares, o acesso está pronto para repetição da biópsia quando necessário. Após cerca de uma ou duas semanas, caso o resultado seja inconclusivo, tudo pode ser repetido de forma ambu-latorial. Sem patologista em sala, temos obtido resultado positivo em 60% no primeiro procedimento, atingindo mais de 80% após o segundo.

Técnica simples e facilmente disponível, possi-bilita a abordagem de lesões obstrutivas biliares altas ou baixas, agilizando e otimizando o início do tratamento oncológico.

A B S T R A C T

Percutaneous drainage of the bile ducts is an established procedure for malignant obstructions, in which a histological diagnosis is often not obtained. We describe the biopsy technique of obstructive lesions through biliary drainage access, using a 7F endoscopic biopsy forceps, widely available; some are even reusable. This technique applies to lesions of the hepatic ducts, of the common hepatic duct and of all extension of the common bile duct.

Keywords: Jaundice, Obstructive. Biliary Tract Neoplasms. Biopsy.

REFERÊNCIAS

1. Xing GS, Geng JC, Han XW, Dai JH, Wu CY. Endobi-liary brush cytology during percutaneous transhepatic cholangiodrainage in patients with obstructive jaundi-ce. Hepatobiliary Pancreat Dis Int. 2005;4(1):98-103. 2. Tsai CC, Mo LR, Chou CY, Han SJ, Lin RC, Kuo JY,

et al. Percutaneous transhepatic transluminal for-ceps biopsy in obstructive jaundice. Hepatogastroen-terology. 1997;44(15):770-3.

3. Jung GS, Huh JD, Lee SU, Han BH, Chang HK, Cho YD. Bile duct: analysis of percutaneous transluminal forceps biopsy in 130 patients suspected of having malignant biliary obstruction. Radiology. 2002;224(3):725-30.

4. Li Z, Li TF, Ren JZ, Li WC, Ren JL, Shui SF, et al. Value of percutaneous transhepatic cholangiobiopsy for pa-thologic diagnosis of obstructive jaundice: analysis of 826 cases. Acta Radiol. 2017;58(1);3-9.

Recebido em: 05/11/2016

Aceito para publicação em: 15/12/2016 Conflito de interesse: nenhum.

Fonte de financiamento: nenhuma.

Endereço para correspondência:

Gustavo Vieira Andrade

Imagem

Figura 1.   a) colangiografia com dilatação das vias biliares e obstrução  na confluência dos ductos hepáticos; b) perceba a mão do  operador mantendo a bainha contra a obstrução; c) detalhe  da pinça utilizada com espícula; d) a obstrução é  ultrapassa-da

Referências

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