Rev Assoc Med Bras 2003; 49(2): 117-36 121
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dadas pelo CDC2 e os potenciais fatores de
risco incluindo sexo, idade, escore da Asso-ciação Americana de Anestesiologia (ASA score), duração da cirurgia, procedimentos na urgência, classe da ferida operatória, número de procedimentos pela mesma incisão, uso de anestesia geral e procedi-mento relacionado a trauma.
Foi observado um aumento significativo do número de colecistectomias realizadas por videolaparoscopia de 59%, em 1992, para 79% em 1999. Aproximadamente 554 pacientes (1%) apresentaram infecção cirúrgi-ca. Os patógenos associados à infecção cirúr-gica foram semelhantes aos dois grupos, incluindo Enterobacter spp, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Staphylococcus coa-gulase-negativo. O diagnóstico de infecção cirúrgica foi realizado na maioria das vezes (69%) no ambiente intra-hospitalar nas cirur-gias convencionais e após a alta (38%) ou durante a readmissão (29%) nas cirurgias laparoscópicas. Em uma análise multivariada, o risco de infecção cirúrgica foi maior na cirur-gia realizada via convencional (1,82% vs. 0,62%, risco relativo = 0,3, p = 0,001). Além disso, o risco de infecção foi maior nos pacien-tes com ASA score superior a 3, após cirurgias de urgência, múltiplos procedimentos realiza-dos pela mesma incisão, sexo masculino e pacientes com idade superior a 60 anos.
Comentário
São várias as limitações deste estudo. Variáveis clínicas importantes como obesi-dade, antibioticoterapia profilática e doenças associadas podem ter sido subnotificadas. O diagnóstico de infecção pós-operatória superficial pode ter sido impreciso, pois os pacientes submetidos a laparoscopia geral-mente tinham alta hospitalar mais precoce. Entretanto, infecção cirúrgica profunda e de cavidade foram mais freqüentes na colecis-tectomia aberta, sugerindo que as diferenças não foram causadas por subnotificação.
Apesar destas limitações, o estudo nos direciona a considerar a laparoscopia, quando tecnicamente viável, o método de escolha para a realização de colecistectomia pelo menor risco de infecção cirúrgica.
RUY JORGE CRUZ JR
LUIZ FRANCISCO POLIDE FIGUEIREDO
Referências
1. Richards C , Edwards J, Culver D, Emoni TG, Tolson J, Gaynes R. Does using a laparoscopic approach to cholecystectomy decrease the risk of surgical site infection? Ann Surg 2003; 237:358-62.
2. Horan TC, Gaynes RP, Martone WJ, Jarvis WR, Emoni TG. CDC definitions of nosocomial surgical site infections, 1992: a modification of CDC definitions of surgical wound infections. Infect Control Hosp Epidemiol 1992;13:606-8.
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A convicção da validade da monitorização dos movimentos fetais (MF) remonta a mais de um século, sendo esta atividade biofísica fetal reconhecida como o primeiro sinal de vida ob-servado pela gestante. O método que emprega a percepção materna de MF regulares, utilizan-do-se de diferentes recursos técnicos e critérios de interpretação, é considerado a melhor forma de se avaliar, continuamente, em nível ambu-latorial, o bem-estar fetal. A redução dos MF referida pela gestante tem sido denominada de “sinal de alarme dos MF”, requerendo, nessa eventualidade, cuidados adicionais com a institui-ção de propedêutica complementar, a qual, des-de há muito tempo, está bastante arraigada e muito difundida no seio obstétrico. Ela é consti-tuída, via de regra, pela avaliação de outras ativi-dades biofísicas por meio de dispositivos própri-os. As características da freqüência cardíaca fetal são avaliadas pelo cardiotocógrafo e outras vari-áveis são examinadas pelo ultrasonógrafo. Como novidade emergente, ainda não incorporada na rotina obstétrica, especialmente nos Estados Unidos da América, é a dopplervelocimetria obs-tétrica. Entretanto, os centros de pesquisa euro-peus têm observado vasto campo de aplicação dessa nova tecnologia ultra-sonográfica, ao obter resultados encorajadores em diversas situações obstétricas. Korszun et al., 20021, estudam 888pacientes com gestações de baixo risco, que apresentavam diminuição de MF (excluídos os casos com óbito fetal), realizando doppler-velocimetria das artérias uterinas e umbilicais,
além da cardiotocografia basal (rotineira). Desse grupo de pacientes, 753 não foram admitidas no hospital porque apresentaram exames normais e tiveram o parto com inter-valo maior do que dois dias. Os 135 casos remanescentes, considerados de risco para o sofrimento fetal, deram à luz no mesmo dia ou em até dois dias após. No grupo de parto após período >2dias, houve maior freqüência de resultados de dopplervelocimetria de artérias uterinas anormais que no grupo de parto no intervalo de dois dias (p<0,0007). Quando analisados de forma qualitativa, os resultados dopplervelocimétricos anormais tanto das ar-térias umbilicais (p<0,0003), quanto das arté-rias uterinas também foram significativamente mais freqüentes no grupo que parturiu no período de até dois dias (p<0,02). Da mesma forma, a taxa de cesáreas de emergência fo-ram significativamente maior nesse grupo (p<0,03) e partos operatórios (p<0,05).
Comentário
Embora não haja justificativa plausível para a utilização de método tão oneroso em casos aparentemente corriqueiros, a dopplerveloci-metria obstétrica, ao possibilitar o estudo da hemodinâmica útero-placentária, feto-placen-tária e fetal, tem brindado os obstetras com novidades muito alvissareiras, fruto dos invejá-veis resultados que gradativamente vêm ao nos-so conhecimento, por meio de publicações na mídia científica. Indicada exaustivamente, pela comunidade vanguardeira na avaliação da vitali-dade fetal, como um recurso auxiliar, quase im-prescindível na assistência a casos graves (restri-ção do crescimento fetal e prematuridade extre-ma)2, o trabalho de Korszun et al., 20021,
de-monstra, de forma inequívoca, sua utilidade também em gestações de baixo risco, surpreen-didas por intercorrências não prognosticadas.
SEIZO MIYADAHIRA
MARCELO ZUGAIB
Referências