MÓDULO 4:
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO INTERMÉDIA E FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA
Filipa Almeida
Serviço de Cardiologia/UCIC
Hospital Senhora da Oliveira - Guimarães
Classificação
Estudo etiológico e vigilancia
Etiologia Tratomento
farmacológico
Comorbilidades
Tratamento cirúrgico/intervenção
Insuficiência Cardíaca
A história natural da doença
Classe funcional NYHA I NYHA II NYHA III NYHA IV
Declínio crónico
Função cardíaca e qualidade de vida
Progressão da doença
Mortalidade
Episódios agudos Morte Súbita
Adaptado de Gheorghiade et al. Am J Cardiol2005
Prevalência: ≈ atinge cerca de 400.000 doentes IC & 130.000 DSVE em Portugal
A IC é a 1ª causa de internamento após os 65 anos. 1-4% de todas as causas de internamento
9 em cada 10 doentes são admitidos por IC crónica agudizada
Após a alta hospitalar o percurso dos doentes com IC é complexo e muito variável.
Taxa de reinternamento ≈ 25% no 1º mês após a alta; Taxa de mortalidade ≈ 50% aos 5 anos
A Insuficiência Cardíaca é um grave problema de Saúde Pública
CASO CLINICO 1
Mulher de 68 anos
Antecedentes: DMNIT, obesidade, HTA mal controlada, DPOC Antecedentes cirúrgicos: histerectomia por mioma uterino subseroso (aos 40 anos)
Medicação habitual: sitagliptina 50mg+metformina 1000mg, 12/12h, irbesartam 150mg, dia, indacaterol+glicoperronio 143+50ug, 1x dia
Vem a consulta de medicina geral e familiar programada.
Queixas de cansaço para esforços moderados e edemas dos MI, com agravamento progressivo nos últimos meses.
CASO CLINICO 1
• A doente tem IC?
1. Sim 2. Não 3. Não sei
Fluid retention Pumping action
of the heart grows weaker
Swellingof feet, ankles, abdomen and lower back area Coughing Tiredness Shortness of breath
Pulmonary edema Pleural effusion
Normal Pressure overload Volume overload Concentric
hypertrophy
Eccentric hypertrophy Ponikowski P et al. Eur J Heart Fail. 2016; 37:2129-2200
Definição do Síndrome de IC
Sintomas típicos:
p.ex. dispneia e fadiga
• que podem ser acompanhados por sinais
• p.ex. turgescência venosa jugular, fervores e edema periférica
causadas por anomalias estruturais e/ou funcionais
• que resultam em redução do débito cardíaco e/ou aumento das pressões de enchimento ventriculares em repouso ou durante o esforço
Classificação em relação à Fração de Ejeção
• Com fração de ejeção deprimida (FE<40%)
• Com fração de ejeção intermédia (mid range) (FE 40-49%)
• Com fração de ejeção preservada (FE≥50%)
Insuficiência cardíaca
Prevalência da IC 1
América do Norte
Canadá 1,5%
EUA 1,9%
Europa ~1,2%
França 2,2%
Reino Unido 1,3%
Ásia
China 1,3%
Japão -1%
Malásia 6,7%
Singapura 4,5%
África Sem estimativas populacionais
Médio Oriente
Oman 0,5%
Australásia Austrália* 1,3%
América latina Sem estimativas populacionais
1. Ponikowski P, et al. ESC Heart Failure. 2014;1(1):4-25.
Adaptado de Ponikowski P, et al. ESC Heart Failure. 2014;1(1):4-25
Em países desenvolvidos: ~ 1–2% (26 milhões de pessoas) da população adulta tem IC:
~15 milhões doentes na Europa e 6,3 milhões nos EUA
O risco de vir a desenvolver IC aos 55 anos é de 33% (homens)/ 28%
(mulheres)
A prevalência é de 10–20% em adultos acima dos 70 anos
Prevalência da IC FSP tem vindo a aumentar progressivamente
América do Norte
Canadá 1,5%
EUA 1,9%
Europa ~1,2%
França 2,2%
Reino Unido 1,3%
Ásia
China 1,3%
Japão -1%
Malásia 6,7%
Singapura 4,5%
África Sem estimativas populacionais
Médio Oriente
Oman 0,5%
Australásia Austrália* 1,3%
América latina Sem estimativas populacionais
Adaptado de Ponikowski P, et al. ESC Heart Failure. 2014;1(1):4-25
Em países desenvolvidos: ~ 1–2% (26 milhões de pessoas) da população adulta tem IC:
~15 milhões doentes na Europa e 6,3 milhões nos EUA
O risco de vir a desenvolver IC aos 55 anos é de 33% (homens)/ 28%
(mulheres)
A prevalência é de 10–20% em adultos acima dos 70 anos
~60 milhões doentes com IC no mundo 50% destes têm ICFSP
IC FSP: Múltiplas patologias, múltiplas comorbilidades
Paradigma atual IC FSP
Aumento contractilidade e rigidez arterial Resposta tensional exagerada
Incompetência cronotrópica na IC FSP
IC FSP: alterações hemodinâmicas durante o exercício
Características IC FSP
Características mais frequentes dos doentes com IC FSP
Sexo feminino HTA
Diabetes mellitus Obesidade
Presença de fibrilhação auricular
IC Função Sistólica Intermédia
Ecocardiograma: FE normal acima dos 50%
O cut off para FE diminuída tem sido baseado nos critérios de entrada dos diversos ensaios
• ≤ 40%: IECA; bloqueador beta
≤ 35%: antagonista de aldosterona; ivabradina
Intervalo de FE (40 – 50%) não valorizado!
Classificação em relação à Fração de Ejeção
“The middle child of HF deserves attention: available data suggest that it constitutes a sizeable proportion (10–20%) of the HF population, has a unique clinical, echocardiographic,
haemodynamic, and biomarker profile compared with HFrEF and HFpEF, and carries a poor prognosis.
Large gaps in evidence regarding its treatment warrant further study.”
I C com FE intermédia
Pequena representatividade nos estudos/registos existentes
• Programa CHARM; registo OPTIMIZE
Prevalência nos doentes com IC variando entre 10- 20%
Características clínicas e ecocardiográficas distintas dos doentes com FE intermédia – intermédias entre as da IC com FE diminuída e IC com FE preservada
Características dos doentes com IC FSI
Mais frequentemente homens Mais jovens
Maior prevalência de doença coronária
Maior prevalência de HTA vs FE diminuída
Achados ecocardiográficos intermédios:
– Remodelagem excêntrica
– Menor contractilidade quando comparado com FE preservada
Achados apontando a IC com FE intermédia como sendo um estadio precoce da IC com FE diminuída
vs FE preservada
O Prognóstico dos doentes com IC FSI
CASO CLINICO 1
Mulher de 68 anos
Antecedentes: DMNIT, obesidade, HTA mal controlada, DPOC
Queixas de cansaço para esforços moderados e edemas dos MI, com agravamento progressivo nos últimos meses.
EO: TA: 172/94mmHg, FC: 80bpm, regular
AC: s1 e s2, sem sopros audíveis. AP: crepitações bibasais TVJ+, Edemas MI bimaleolares
Que estudo efetuar
1. Análises sanguíneas + PFR + telerradiografia torácica
2. ECG + Ecocardiograma
3. Análises sanguíneas + ECG + Ecocardiograma 4. Análises sanguíneas + ECG + Ecocardiograma +
telerradiografia torácica
5. Não necessito efetuar exames complementares
de diagnóstico
Que estudo efetuar
1. Análises sanguíneas + PFR + telerradiografia torácica
2. ECG + Ecocardiograma
3. Análises sanguíneas + ECG + Ecocardiograma 4. Análises sanguíneas + ECG + Ecocardiograma +
telerradiografia torácica
5. Não necessito efetuar exames complementares de diagnóstico
Formas de apresentação da IC
Medicina geral e familiar
Serviço de urgência/emergência
UCI/UCIC
50% 45% 5%
Pontos a reter
Qual é o sintoma chave da IC
• Dispneia
Patofisiologia
• Elevação pressões de enchimento
Quais são as ferramentas diagnósticas chave
• Sintomas e sinais
• ECG, Telerradiografia torax, peptideos natriuréticos
• Ecocardiograma transtorácico
CASO CLINICO 1
Mulher de 68 anos
Antecedentes: DMNIT, obesidade, HTA mal controlada, DPOC
Queixas de cansaço para esforços moderados e edemas dos MI, com agravamento progressivo nos últimos meses.
EO: TA: 172/94mmHg, FC: 80bpm, regular
AC: s1 e s2, sem sopros audíveis. AP: crepitações bibasais TVJ+, Edemas MI bimaleolares
Mulher, 68 anos
Antecedentes: DMNIT, obesidade, HTA mal controlada, DPOC Queixas de cansaço para esforços moderados e edemas dos MI, com agravamento progressivo nos últimos meses.
EO: TA: 172/94mmHg, FC: 80bpm, regular
AC: s1 e s2, sem sopros audíveis. AP: crepitações bibasais TVJ+, Edemas MI bimaleolares
• Resultados analíticos: Hgb 11,4g/dl, ureia
56mg/dl, creatinina 1,7mg/dl, Pro-BNP 2134 ECO: FE 51%, HVE, DD
ECG: RS. HVE e alterações repolarização
RX: cardiomegalia, congestão
Investigação inicial - história clínica e exame físico
Investigação inicial - e depois
Peptídeos natriuréticos
• Avaliação inicial quando Eco não disponível imediatamente
• Valores elevados identificam doentes que requerem avaliação posterior
• Doentes com valores normais não requerem ecocardiograma - elevado VPN
ECG
• Anormal aumenta probabilidade IC – pouco especifico
• IC é improvável em doentes com ECG normais
• Importante no estabelecimento da etiologia e indicação para terapêuticas específicas
ECO
• O exame crucial no estabelecimento do diagnóstico de IC e determinação tratamento adequado
• Informação sobre volume das câmaras, função sistólica e diastólica, espessura das paredes, função valvular, HTP, doença do pericárdio
Algoritmo diagnóstico dos doentes com IC
Passo critico algoritmo: como diagnosticar IC FSP
Sintomas e sinais de IC são muitas vezes inespecíficos e não
discriminam devidamente entre
IC e outras condições clínicas
Homem 76 anos, admitido no SU por dispneia de início súbito cerca de 2h antes, associada a tosse produtiva com expetoração mucopurulenta
Antecedentes de dispneia de esforço. Sem sintomas em repouso AP: Doença cardíaca isquémica submetido a revascularização cirúrgica, FA permanente, portador de PMD-VVI, DPOC, EO: FC: 120bpm, Temp 38,5ºC, TA: 132/86mmHg, sat O2: 94%
AP: Taquipneia, sibilos dispersos, tempo expiratório prolongado, sem crepitações
AC: s1 e s2, sem sopros audíveis Ligeiros edemas bimaleolares
Caso clínico 2
1. Sim 2. Não 3. Não sei
Este doente tem IC?
1. Análises com marcadores inflamatórios + BNP 2. Analises com marcadores inflamatórios + BNP +
teleradiografia do torax
3. Analises com marcadores inflamatórios + BNP + teleradiografia do torax + ECG
4. Analises com marcadores inflamatórios + BNP + teleradiografia do torax + ECG + Ecocardiograma transtorácico
Que estudo efetuar?
1. Análises com marcadores inflamatórios + BNP 2. Analises com marcadores inflamatórios + BNP +
teleradiografia do torax
3. Analises com marcadores inflamatórios + BNP + teleradiografia do torax + ECG
4. Analises com marcadores inflamatórios + BNP + teleradiografia do torax + ECG + Ecocardiograma transtorácico
Que estudo efetuar?
Homem 76 anos, admitido no SU por dispneia de inicio súbito cerca de 2h antes, associada a tosse produtiva com expetoração mucopurulenta
Antecedentes de dispneia de esforço. Sem sintomas em repouso AP: Doença cardíaca isquémica submetido a revascularização cirúrgica, FA permanente, portador de PMD-VVI, DPOC, EO: FC: 120bpm, Temp 38,5ºC, TA: 132/86mmHg, sat O2: 94%
AP: Taquipneia, sibilos dispersos, tempo expiratório prolongado, sem crepitações
AC: s1 e s2, sem sopros audíveis Ligeiros edemas bimaleolares
Caso clínico 2
Resultados
• Analises
• Hgb: 15,3g/dl
• GB: 14,4, N: 80%
• Ureia/creat: 78/1,5
• PCR 34 (<5mg/dl)
• Ionograma normal
Fluid retention Pumping action
of the heart grows weaker
Swellingof feet, ankles, abdomen and lower back area Coughing Tiredness Shortness of breath
Pulmonary edema Pleural effusion
Definição do Síndrome de IC
Sintomas típicos:
p.ex. dispneia e fadiga
• que podem ser acompanhados por sinais
• p.ex. turgescência venosa jugular, fervores e edema periférica
causadas por anomalias estruturais e/ou funcionais
• que resultam em redução do débito cardíaco e/ou aumento das pressões de enchimento ventriculares em repouso ou durante o esforço
Peptídeos natriuréticos:
Quando pedir e como interpretar?
IMPORTÂNCIA DIAGNÓSTICA
Dispneia aguda de etiologia indeterminada
Dispneia não-aguda de etiologia indeterminada
Elevada sensibilidade | Elevado VPN (bom teste de rule-out) Baixa Especificidade | Baixo VPP
43
Dispneia aguda de etiologia indeterminada
Dispneia não-aguda de etiologia indeterminada
Elevada sensibilidade | Elevado VPN (0,94-0,98) (bom teste de rule-out)
Baixa Especificidade | Baixo VPP Não faz diagnóstico de IC!
Peptídeos natriuréticos:
Quando pedir e como interpretar?
IMPORTÂNCIA DIAGNÓSTICA
Peptídeos natriuréticos:
Quando pedir e como interpretar?
Cut-offs BNP: circunstâncias e IMC
Cut-offs BNP: circunstâncias e IMC
Apesar da associação entre BNP/NT-proBNP e a gravidade da doença (FEVE, pressões de enchimento), este peptídeo tem VALOR PROGNÓSTICO INDEPENDENTE
Na IC descompensada
Na IC crónica
Independente dos sintomas (correlação imperfeita) e classe funcional
Sem valor em guiar a titulação da terapêutica.
Peptídeos natriuréticos:
Quando pedir e como interpretar?
49
Valores mais elevados:
• Idoso
• Insuficiência Renal
• Mulheres
Valores mais baixos:
• Obesos
Fluid retention Pumping action
of the heart grows weaker
Swellingof feet, ankles, abdomen and lower back area Coughing Tiredness Shortness of breath
Pulmonary edema Pleural effusion
Definição do Síndrome de IC
Sintomas típicos:
p.ex. dispneia e fadiga
• que podem ser acompanhados por sinais
• p.ex. turgescência venosa jugular, fervores e edema periférica
causadas por anomalias estruturais e/ou funcionais
• que resultam em redução do débito cardíaco e/ou aumento das pressões de enchimento ventriculares em repouso ou durante o esforço
Ecocardiograma transtorácico
Exame acessível e inócuo.
É o exame mais útil e informativo nos doentes com suspeita de IC, para estabelecer o diagnóstico. Permite a avaliação de cardiopatia estrutural e funcional.
Informação essencial que nos permite estabelecer o diagnóstico e a orientação terapêutica mais adequada.
Avaliar estrutura e função ventricular esquerda (sistólica e diastólica)
Avaliar estrutura e função ventricular direita e presença de hipertensão pulmonar
Avaliar anatomia e função valvular
Ecocardiograma transtorácico
O que valorizar no ecocardiograma na IC FSP e FSI
HFpEF: EF ≥ 50%
HFmrEF: EF 40-49%
ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS
LAVI > 34 mL/m2
LVMI > 115 g/m2 (H)
> 95 g/m2(M)
+
ALTERAÇÕES FUNCIONAIS
E/e’ ≥ 13 Média e’ septal e
lateral < 9 cm/s
O que valorizar no
ecocardiograma na IC FSP e FSI
Presença de HVE Função ventricular esquerda
O que valorizar no
ecocardiograma na IC FSP e FSI
Presença de HVE Função ventricular esquerda
O que valorizar no
ecocardiograma na IC FSP e FSI
Presença de HVE Função ventricular esquerda
Avaliação aurícula esquerda (diâmetro, área, volume)
O que valorizar no
ecocardiograma na IC FSP e FSI
Avaliação da Função Diastólica
Avaliação das velocidades do fluxo transmitral
O que valorizar no
ecocardiograma na IC FSP e FSI
Avaliação da Função Diastólica
Avaliação das velocidades miocárdicas do anel mitral Apresenta uma onda e’ e uma onda a’
Excelente indice de relaxamento miocárdico, não dependente da precarga
O que valorizar no
ecocardiograma na IC FSP e FSI
Avaliação da Função Diastólica
Avaliação da velocidade da regurgitação tricúspide se existir
O que valorizar no
ecocardiograma na IC FSP e FSI
Nagueh et al. Journal of the American Society of Echocardiography April 2016
O que valorizar num relatório de um
ecocardiograma
Pontos a reter
Peptídeos natriuréticos e o ecocardiograma complementam a avaliação clinica + ECG + telerradigrafia torax no diagnóstico de IC FSP e FSI Os peptídeos natriuréticos no diagnóstico de IC
• Podem ser usados como marcador quantitativo de IC
• Tem que ser ajustados IMC
• Tem que ser ajustados à circunstância clinica: ambulatório vs urgência e idade do doente Ecocardiograma – diagnóstico dos fenótipos de IC e etiologias
Caso clínico 3
Mulher de 63 anos
Antecedentes: sedentarismo, excesso de peso, HTA, DPOC, dislipidemia
Medicação habitual: Lisinopril 20mg+HCTZ 12,5mg, Amlodipina 5mg, atorvastatina 10mg, fluticasona+salmeterol 250ug/25ug
Vem a consulta de medicina geral e familiar programada.
Queixas de dispneia para esforços moderados e cansaço.
EO: FC: 80bpm, ritmica, TA: 130/68mmHg, sat O2: 94%
AP: sons respiratórios amplos e simétricos, sibilos dispersos, tempo expiratório normal AC: s1 e s2, sem sopros audíveis, sem atrito pericárdico
Abdomen mole e depressível, indolor a palpação, sem organomegalias ou massas palpáveis Pulsos amplos e simétricos. Sem edemas periféricos
CASO CLINICO 3
• A doente tem IC?
1. Sim 2. Não 3. Não sei
Que estudo efetuar
1. Análises sanguíneas + PFR + telerradiografia torácica
2. ECG + Ecocardiograma
3. Análises sanguíneas + ECG + Ecocardiograma 4. Análises sanguíneas + ECG + Ecocardiograma +
telerradiografia torácica
5. Não necessito efetuar exames complementares
de diagnóstico
Que estudo efetuar
1. Análises sanguíneas + PFR + telerradiografia torácica
2. ECG + Ecocardiograma
3. Análises sanguíneas + ECG + Ecocardiograma 4. Análises sanguíneas + ECG + Ecocardiograma +
telerradiografia torácica
5. Não necessito efetuar exames complementares de diagnóstico
Resultados
• Análises
• Hgb: 13,2g/dl
• GB: 10,0, N: 64%
• Ureia/creat: 34/0,7mg/dl
• Ionograma normal
• TGO/TGP: 32/28
• TSH: 3,2 (N<5,1mg/dl)
ECG: RS. FC: 75bpm, Normal
Relatório Ecocardiograma
Cavidades cardíacas de dimensões normais.
Paredes espessura normal
Estruturas valvulares com alterações degenerativas, sem compromisso funcional de relevo. regista-se regurgitação mitral ligeira.
Função ventricular normal com FE estimada em 67%.
Função ventricular direita normal com TAPSE de 24mm Função diastólica normal.
CASO CLINICO 3
• A doente tem IC?
1. Sim 2. Não 3. Não sei
CASO CLINICO 3
• A doente tem IC?
1. Sim 2. Não 3. Não sei
Sintomas não específicos
Probabilidade de IC:
- Histórica clínica - Exame físico - ECG
Níveis inferiores a estes limites no algoritmo podem excluir o diagnóstico de IC (rule out)com um bom nível de confiança1
Suspeitar mais Devido à inespecificidade
de sinais e sintomas
Diagnóstico: como se realiza?
Importância da qualidade do ECO e do
seu relatório2 Exame mais útil e mais utilizado para estabelecer o diagnóstico, identificar categoria (FEVE) e etiologia em doentes com suspeita de IC1 Avaliar a
probabilidade mais frequentemente
BNP/NT-proBNP: Não comparticipado nos
CSP2
1. Versão Portuguesa “RECOMENDAÇÕES DE BOLSO DA ESC”
preparada pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia de Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891-975 2. Fonseca C et al.Rev Port Cardiol, 36(1), 1-8
SCORE HF-PEF2 para o diagnóstico de
IC FSP
SCORE HF-PEF2 para o diagnóstico de
IC FSP
Diagnóstico etiológico
Caso clínico 4
• Homem, 75 anos
• Antecedentes:
• HTA, obesidade, DMNIT e dyslipidemia.
• Fa paroxística em estratégia de controlo de ritmo
• Medicação: Lisinopril 20mg + HCTZ 12,5mg, sitagliptina
50mg+metformina 1000mg, 12/12h, atorvastatina 20mg, sotalol 80mg, 12/12h and apixabano 5mg, 12/12h.
• Admitido no SU as 06:00 com início súbito de dispneia e hipersudorese.
Incapaz de completar frases.
• Os sintomas começaram cerca de 24h antes, com dispneia de esforço, ortopneia, tosse sem expetoração e palpitações. Sem febre, dor torácica ou síncope.
Caso clínico 4
Exame físico na admissão:
- FC: 140bpm - TA: 196/108mmHg - FR: >40cpm - SpO2: 82%, sem O2
- Alerta, consciente, colaborante
- Irrequieto, hipersudorético, taquipneico, taquicárdico, com aumento do trabalho respiratório, uso de músculos acessórios na respiração e expetoração mucosa.
- Discreta TVJ
- AC: S1 variavel, S2, irregular taquicardicos, sem sopros ou atrito
- AP: crepitações inspiratórias em ambos os campos pulmonares, com tempo expiratório prolongado.
- Abdomen mole e depressível, sem sinais de irritação peritoneal - Pulsos periféricos amplos e simétricos, extremidades bem perfundidas
Caso clínico 4
De acordo com a forma de apresentação classifique tipo de IC
1. Quente e seco 2. Quente e húmido 3. Frio e seco
4. Frio e húmido
5. Nenhum dos anteriores
Tipos de IC aguda na apresentação
Orientação inicial dos doentes com IC aguda
• Assegurar via aérea e a circulação
• Procurar fator precipitante do evento agudo. Aqui começa heterogeneidade
• Temos que identificar e tratar a causa da descompensação
Patofisiologia
Caso clinico 4
Que exames são recomendados inicialmente?
1. ECG, analises laboratoriais com BNP
2. ECG, analises laboratoriais com BNP + telerradiografia torax
3. Todos os anteriores (nº2) + ecocardiograma 4. Todos os anteriores (nº3) + cateterismo cardíaco
Caso clinico 4
Que exames são recomendados inicialmente?
1. ECG, analises laboratoriais com BNP
2. ECG, analises laboratoriais com BNP + telerradiografia torax
3. Todos os anteriores (nº2) + ecocardiograma 4. Todos os anteriores (nº3) + cateterismo cardíaco
Caso clinico 4 - Resultados
Analises Hgb: 13,3g/dl Ureia/creat: 58/1,1 PCR 10 (<5mg/dl) Ionograma normal Gasometria– pH 7.48, pO2:
64mmHg, pCO2: 54mmHg, HCO3:
21mmol/L. satO2: 87%, lactatos:
2.4 (normal <1.5)
Caso clinico 4
Tratamento inicial recomendado?
1. Diuréticos da ansa em altas doses (furosemida 80-100mg)
2. Vasodilatadores em altas doses (dinitrato de isossurbido 10mg/h e reduzir conforme resposta clinica)
3. Diuréticos da ansa em altas doses + vasodilatadores em altas doses 4. Diuréticos da ansa em baixas doses (furosemida 20-40mg)+
vasodilatadores em baixa dose (dinitrato de isossurbido 2mg/h titular conforme resposta
Caso clinico 4
Tratamento inicial recomendado?
1. Diuréticos da ansa em altas doses (furosemida 80-100mg)
2. Vasodilatadores em altas doses (dinitrato de isossurbido 10mg/h e reduzir conforme resposta clinica)
3. Diuréticos da ansa em altas doses + vasodilatadores em altas doses 4. Diuréticos da ansa em baixas doses (furosemida 20-40mg)+
vasodilatadores em baixa dose (dinitrato de isossurbido 2mg/h titular conforme resposta
Tratamento inicial
• Terapêutica com diuréticos.
• Uso de vasodilatadores endovenosos é benéfica a reduzir pressões de enchimento
Tratar congestão
• Fisiopatologia baseada na redistribuição do volume e não na retenção volume
Redistribuição de volume
• Apesar dos doentes se apresentarem com sintomas de congestão sistémica (dispneia, crepitações) o estado que precedeu foi congestão hemodinâmica (pressão diastólica do VE elevada
Congestão clinica e hemodinamica
Caso Clinico 1
Mulher, 68 anos
Antecedentes: DMNIT, obesidade, HTA mal controlada, DPOC Queixas de cansaço para esforços moderados e edemas dos MI, com agravamento progressivo nos últimos meses.
EO: TA: 172/94mmHg, FC: 80bpm, regular
AC: s1 e s2, sem sopros audíveis. AP: crepitações bibasais TVJ+, Edemas MI bimaleolares
• Resultados analíticos: Hgb 11,4g/dl, ureia 56mg/dl, creatinina 1,7mg/dl, Pro-BNP 2134
ECO: FE 51%, HVE, DD
ECG: RS. HVE e alterações repolarização
• “No treatment has yet been shown, convincingly, to reduce morbidity and mortality in patients with HF-PEF.”
Tratamento IC FSP e FSI
Tratamento IC FSP e FSI
Resultados principais ensaios clínicos na IC FSP e FSI
Tratar mecanismo prepetuante
IC FSR – dirigido ativação neuroendócina e sequelas
Tratar fator precipitante
IC FSR – revascularização, cirurgia valvular
Tratar congestão
IC FSR - diuréticos
Tratamento IC FS Reduzida
Tratamento IC FS Reduzida vs Preservada
Tratar mecanismo prepetuante
IC FSR – dirigido ativação neuroendócina e sequelas
Tratar fator precipitante
IC FSR – revascularização, cirurgia valvular
Tratar congestão
IC FSReduzida – diuréticos IC FSPreservada - diuréticos
Tratamento IC FSP
Tratar mecanismo prepetuante
IC FSR – dirigido ativação neuroendócina e sequelas
Tratar fator precipitante
IC FSReduzida – revascularização, cirurgia valvular
IC FSPreservada – tratar comorbilidades (FA, revascularização coronária, etc )
Tratar congestão
IC FSReduzida – diuréticos IC FSPreservada - diuréticos
Tratamento IC FSR vs FSP
Tratar mecanismo prepetuante
IC FSReduzida – dirigido ativação neuroendócina e sequelas
IC FSPreservada – dirigido inflamação microvascular e suas sequelas
Tratar fator precipitante
IC FSReduzida – revascularização, cirurgia valvular
IC FSPreservada – tratar comorbilidades (FA, revascularização coronária, etc
Tratar congestão
IC FSReduzida – diuréticos IC FSPreservada - diuréticos
Terapêuticas da IC FSR pouco eficazes na IC FSP
Terapêuticas da IC FSR pouco eficazes
na IC FSP
Mulher, 68 anos
Antecedentes: DMNIT, obesidade, HTA mal controlada, DPOC Medicação habitual: sitagliptina 50mg+metformina 1000mg, 12/12h, irbesartam 150mg, dia, indacaterol+glicoperronio 143+50ug, 1x dia
Queixas de cansaço para esforços moderados e edemas dos MI, com agravamento progressivo nos últimos meses.
EO: TA: 172/94mmHg, FC: 80bpm, regular
AC: s1 e s2, sem sopros audíveis. AP: crepitações bibasais TVJ+, Edemas MI bimaleolares
ECO: FE 51%, HVE, DD
ECG: RS. HVE e alterações repolarização
RX: cardiomegalia, congestão
Que recomendações terapêuticas?
1. Mantem terapêutica habitual 2. Reforça terapêutica com ARA2 3. Inicia bloqueador beta
4. Inicia diurético da ansa
5. Reforça terapêutica antihipertensora (aumenta dose ARA2) + inicia diurético da ansa
Caso clínico 1
Que recomendações terapêuticas?
1. Mantem terapêutica habitual 2. Reforça terapêutica com ARA2 3. Inicia bloqueador beta
4. Inicia diurético da ansa
5. Reforça terapêutica antihipertensora (aumenta dose ARA2) + inicia diurético da ansa
Caso clínico 1
Recomendações nível evidência I
• Controlo HTA
• Controlo resposta ventricular na FA
• Tratar congestão/edemas
Recomendações nível evidência II
• Tratar/prevenir isquemia
• Manter ritmo sinusal
• Beta-bloq/IECA/espironolactona na cardiopatia isquémica
Tratamento da IC FSP - recomendações
Recomendações finais
Controlo apertado e cuidadoso da volémia (peso)
Aconselhamento sobre ingestão salina
Iniciar programa de exercício
Considerar prova de esforço quando o diagnóstico não pode ser confirmado
Avaliação cuidadosa geometria do VE, função valvular e pericárdica
Recomendações finais
Não usar beta-bloq na incompetência cronotrópica e na disfunção VD
O controlo agressivo da Fc na FA e tratamento isquemia miocárdica podem ser benéficos
Tratamento com vasodilatadores e
espironolactona demonstraram melhoria da pressão e rigidez, mas efeito residual sobre a capacidade de esforço
MÓDULO 4:
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO INTERMÉDIA E FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA
Filipa Almeida
Serviço de Cardiologia/UCIC
Hospital Senhora da Oliveira - Guimarães